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Núcleo de Praticas Jurídicas 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 2° VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE GOIÂNIA/ GO.
Processo: 0010001-102017.518.0002
Albano Machado, brasileiro, casado, profissão: cuidador de idoso, inscrito no CPF sob o n. 123.456.789-00, residente e domiciliado na Alameda do Riacho, n. 125, bairro Vila Paris, em Goiânia/GO, CEP 74.000-000 com n° da CTPS__, PIS__. Por seu advogado que esta subscreve vem a presença de vossa excelência com fulcro nos arts.840 da CLT e 319 do CPC propor a presente: 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
Em face de: Sra. Maria José Pereira, inscrita no CPF sob o n. 055.222.345-61, domiciliada na rua Girassol, n. 380, apartamento 301, bairro Mendanha, Goiânia/GO, CEP 74.100-000. 
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
Conforme o § 3o no art. 790 da CLT que indica que "a lei faculta ao juiz conceder o benefício da justiça gratuita àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do RGPS". O senhor Albano Machado declara que sua renda mensal é de RS 900,00 (nove centos reais) oriundo de uma casa de aluguel, e o teto da previdência de R$5.531,31 regulamentado pela portaria nº 8 de 13/01/2017 do Ministério do Trabalho. Assim, este valor é inferior a R$ 2.213.31 (dois mil e duzentos e treze e trinta e um centavo) portanto o senhor Albano tem direito ao acesso da justiça gratuita nos termos da lei. 
FATOS 
Albano afirma que iniciou suas atividades em 01/02/2012, tendo sempre prestado serviços na residência do casal. Trabalhava em regime de revezamento no sistema de 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso (popularmente conhecimento como “regime 12x36”), de 07:00 horas às 19:00 horas conforme contrato acordado pelas partes. 
Além disso, durante os dois primeiros anos de trabalho recebia o valor de R$ 120,00 (cento e vinte reais) por cada plantão de 12 (doze) horas realizado. No período restante a quantia ajustada foi de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) e também quando seu plantão coincidia com domingos ou feriados, não havia remuneração diferenciada ou folga compensatória.
Ademais, durante as 12 (doze) horas em que ficava na casa laborando somente parava o trabalho aproximadamente 30 (trinta) minutos para almoçar, laborando ininterruptamente o restante do período. 
O pacto laboral encerrou no dia 06 de fevereiro de 2017. Porque, a Sra. Maria não gostava que deixasse que o Sr. Antenor visse televisão, o que não era observado pelo Sr. Albano, assim, após várias discursões sobre o tema, o enfermeiro foi dispensado por justa causa no referido dia, ao fundamento de que houve insubordinação. 
DA RELAÇÃO DE EMPREGO 
O reclamante, iniciou, o labor no dia 01/02/2012, tendo sempre prestado serviço na residência do casal. De forma continua, no regime de 12x36, pessoal, pois quem realizava era o próprio reclamante, com subordinação a Sr. Maria José onde orientava como queria que o sr. Atenor fosse cuidado, de forma onerosa, recebia a quantia de R$ 120 reais pelo plantão. Através do instrumento contratual pactuado pelas partes. Portanto, constituindo uma relação de emprego nos termos da lei 150 de 1° junho de 2015 do trabalho doméstico: 
"Art. 1o Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei..
Da jornada laboral 12x36. Impõem observa dois momentos anteriores de 2012 até 2015 não havia legislação que tratasse deste instituto, apenas jurisprudência dos tribunais sustentavam a possibilidade do regime em apreço quando houvesse acordo ou convenção coletiva que disciplinasse, após 2015 a lei 150 de 1° de fevereiro trouxe a regulamentação. Sendo assim, adoção do regime 12x36 sem formalidade exigida é nulo conforme jurisprudência: 
TRT-PR-02-03-2012 HORAS EXTRAS. JORNADA 12 X 36. IRREGULARIDADES NA CONTRATAÇÃO E CONCESSÃO DA FOLGA PROLONGADA. ACORDO INVÁLIDO. Diante das irregularidades verificadas, quais sejam a (suposta) adoção do regime 12X36 sem a formalização exigida pela norma convencional, bem como a inobservância recorrente ao descanso prolongado de 36 horas entre duas jornadas, inviável se conceber a validação do instituto, sendo plenamente nulo, portanto, o regime de compensação defendido pelo Recorrente. Assim, porque sem nenhum efeito a compensação cogitada, inaplicável quaisquer das hipóteses previstas na Súmula 85, do TST. Sentença que se mantém.(TRT-9 2047820104902 PR 20478-2010-4-9-0-2, Relator: MÁRCIA DOMINGUES, 4A. TURMA, Data de Publicação: 02/03/2012)
Portanto, o acordo é irregular. Desta forma, como forma de compensação os tribunais tem se manifestado no pagamento de horas extras, tanto é assim que o julgado abaixo reforça: 
EXECUÇÃO. HORAS EXTRAS. INVALIDADE DO REGIME DE 12X36 HORAS. VIOLAÇÃO DA COISA JULGADA NÃO CONFIGURADA. Trata-se de processo em execução de sentença, cuja admissibilidade está restrita à demonstração de violação direta de dispositivo constitucional. Assim sendo, não se vislumbra ofensa à literalidade do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, porquanto, no caso dos autos, a sentença determinou -que também fossem consideradas, para apuração das horas extraordinárias os domingos e feriados que recaíssem na escala 12x36 (invalidada) sobre estes devendo-se aplicar o adicional convencional ou, na ausência, a dobra legal-. Portanto, o que se verifica, no caso, é que houve tão somente a adequação do título executivo ao comando sentencial, não se depreendendo de tal decisão a violação constitucional indicada pela reclamada, já que correta a decisão regional, ao determinar apenas que seja refeito o levantamento das horas extras, de modo a considerar todos os domingos e feriados laborados como extraordinários, sem compensação com folgas no decorrer da semana. Agravo de instrumento desprovido. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ABRANGÊNCIA. REFLEXOS DAS HORAS SOBRE AS VERBAS RESCISÓRIAS. A jurisprudência desta Corte pacificou-se no entendimento de que a responsabilização subsidiária, prevista na Súmula nº 331, item IV, do TST, implica o pagamento da totalidade dos débitos trabalhistas. Esse entendimento acabou sendo consagrado pelo Pleno deste Tribunal Superior do Trabalho, que, em sessão extraordinária realizada em 24/05/2011, decidiu inserir o item VI na Súmula nº 331 da Corte, por intermédio da Resolução nº 174/2011 (decisão publicada no DEJT divulgado em 27, 30 e 31/05/2011), com a seguinte redação: -a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral-, nestas incluídas, obviamente, o reflexo das horas extras sobre as verbas rescisórias. Agravo de instrumento desprovido .
(TST - AIRR: 2045742342005509 2045742-34.2005.5.09.0011, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 02/05/2012, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/05/2012)
TRABALHO EM DOMINGOS E FÉRIADOS. O reclamado alega na exordial que trabalhava também quando seu plantão coincidia com domingos ou feriados, não havia remuneração diferenciada ou folga compensatória. A lei 605/49 no art 1° aduz 
Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
Nesse caso em tela, além de não pagar os feriados a reclamada não concedia folga para compensar, desta forma a lei assegura até mesmo por uma questão de saúde e segurança do trabalho, conforme determinar a sumula 444 do TST 
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e27.09.2012  - republicada em decorrência do despacho proferido no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012. 
É valida, em caráter excepcional,a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas."
 
Intervalo intrajornada. A lei complementar 150 de 1° junho assevera art. 13. 
Art 13 É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. 
No caso em apreciação, Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação. O reclamante conforme atesta que não tinha intervalo de 1 hora, apenas 30 minutos para almoça, e depois voltava ao labor. Ainda, afirma que a reclamada nunca fez nenhum acordo tanto escrito como verbal, isso ocorria como uma imposição. Não resta dúvida da violação de um preceito fundamental a saúde do trabalhador. 
Justa causa. Este instituto é previsto no art. 482 da CLT, trata-se de hipótese taxativa. Sendo assim, o fato do reclamante não ter acatado a ordem da reclamada e após, não ter levado nenhuma advertência, configura perdão tácito. Desta forma, não há de se fala em justa causa, por uma única razão não houve nenhuma violação ao preceito da norma :
Art 482 clt : Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
Desta forma, a reclamante nunca registrou nenhuma suspenção ou advertência ao reclamado, ficando evidente o perdão tácito. Por isso não poderia ter dispensado por justa causa. 
Além disso, o Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Nesse sentido, fica evidente que a inscrição na carteira de trabalho do empregado ocasionou danos morais, inclusive o art. 186 do código civil aduz: 
186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.  
O reclamante foi dispensado por justa causa. Isso ocasionou dificuldade ao ingresso no mercado de trabalho, com isso comprometendo sua subsistência familiar. 
A culpa foi exclusiva do empregador, pois não atentou aos requisitos previsto no art. 482 da clt. 
Portanto cometeu ato ilícito e fica obrigado rapara-lo nos termos da lei. 
PEDIDOS 
CITAÇÃO DA RECLAMDA NO PRAZO DE 15 DIAS 
RECONHECIMENTO DO VINCULO EMPREGATICIOS 
O PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS INTEGRAL DO EXCEDENTE DO REGIME 12X36 
O PAGAMENTO DOS FÉRIADOS E DOMINGOS 100% CONFORME SUMULA 444 DO TST 
O PAGAMENTO DA MULTA PREVISTA NO ART. 477 CLT 
A FIXAÇÃO DA IDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
A FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS NOS TERMO DO ART. 791-A;
A REVERÇÃO DA JUSTA CAUSA PARA DISPENSADA IMOTIVA 
O PAGAMENTO DOS INTERVALO INTRAJORNADA 
ALEM DISSO REQUER TODOS OS REFLEXOS NAS VERBAS RECISORIAS 
Dá à causa o valor de R$ 50.000,00
 
 
Termos em que,
Pede deferimento.
 
 
Local____ data 13 de março de 2018...
 
............................. ..................
Assinatura Advogado 
OAB n...

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