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OSTEOPOROSE UMA DOENÇA SILENCIOSA DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO • É o tipo mais comum de doença metabólica dos ossos e se caracteriza pela diminuição de quantidade/densidade óssea através da redução dos minerais e da matriz, o que causa deterioração da microarquitetura do osso. Com isso, a resistência do tecido diminui e o risco de fraturas se eleva, sendo a principal responsável por fraturas decorrentes de fragilidade óssea. • A diminuição da densidade óssea se desenvolve a partir de uma desordem no processo de remodelação. • Diretamente relacionada à locomoção e à independência do indivíduo em suas atividades motoras diárias e movimentação. DEFINIÇÃO • As fraturas osteoporóticas mais importantes são as de vértebras, colo do fêmur e radio distal. Tais fraturas se associam à elevada morbidade. 2,4 milhões de fraturas decorrentes da osteoporose ocorrem por ano no Brasil e 200 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência dessas fraturas. • No caso das fraturas de fêmur, também está relacionado um aumento substancial nos custos de assistência à saúde, sendo que em 2009 foram gastos R$ 57,61 milhões com internações até outubro e R$ 24,77 milhões com medicamentos para tratamento da osteoporose. EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA • A queda da mortalidade (principalmente a infantil), a redução da fecundidade e o aumento da expectativa de vida resultam no envelhecimento da população e aumento das taxas de doenças crônico-degenerativas, entre as quais a osteoporose. • Aumento no número de pesquisas epidemiológicas para estimar a prevalência da doença na população empregando diferentes técnicas, principalmente a DMO. • Em virtude do alto custo de estudos populacionais envolvendo densitometria óssea (DMO), a prevalência de osteoporose tem sido avaliada nas mulheres que são encaminhadas para determinação da densidade mineral óssea durante exames preventivos após o período da menopausa. • As taxas de ocorrência de osteoporose entre os estudos apresentam grande amplitude. Essa variação pode ser explicada pelas diferentes características demográficas da população em estudo (origem étnica, sexo, idade, nível de desenvolvimento social). EPIDEMIOLOGIA • População idosa no Brasil: • Expectativa de vida atual: 75 anos • 2002: 9,3% • 2013: 12,6% da população acima dos 60 anos (ou 24,85 milhões de indivíduos) • 13,84 milhões de mulheres (55,7%) • Previsão para 2060: 58,4 milhões acima dos 65 anos (26,7%) • Expectativa de vida: 81 anos EPIDEMIOLOGIA • A prevalência da osteoporose e da incidência de fraturas varia de acordo com o sexo e a raça. A partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura decorrente da osteoporose até o término de suas vidas. • Estima-se que aproximadamente mais de 200 milhões de pessoas sofrem desta doença no mundo. • Mulheres brancas possuem uma chance em nove de desenvolver Ca de mama ao mesmo tempo em que possuem uma em seis de sofrer uma fratura de quadril. • Os riscos de sofrer fraturas vertebrais, de quadril e antebraço combinados chegam a 40%, equivalente ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares. EPIDEMIOLOGIA • Prevalência de osteoporose acima dos 50 anos: • Na coluna lombar: 28,8% • No colo do fêmur: 18,8% • Prevalência de osteoporose entre 60 – 69 anos: • Na coluna lombar: 33,2% • No colo do fêmur: 17,4% • Prevalência de osteoporose entre 70 – 79 anos: • Na coluna lombar: 38,2% • No colo do fêmur: 34% • Prevalência de osteoporose acima dos 80 anos: • Na coluna lombar: 54,5% • No colo do fêmur: 72,7% •Características da população estudada (627 mulheres com mais de 50 anos pós-menopausa) EPIDEMIOLOGIA • Prevalência de osteoporose e osteopenia por grupo etário EPIDEMIOLOGIA • Prevalência de osteoporose em coluna lombar e colo do fêmur de acordo com a história pessoal de fraturas quando jovem: EPIDEMIOLOGIA • Prevalência de osteoporose de acordo com a prática de exercício físico: • A prevalência no CF é significativamente menor em pacientes que praticam exercícios físicos (15%) e realizam caminhadas (13%), quando comparada com a de pacientes que não se exercitam (22%). • Não há diferença significativa na prevalência em CL entre as pacientes que praticavam exercícios (30%) e aquelas que não se exercitavam (27,9%). EPIDEMIOLOGIA • Prevalência de acordo com a renda familiar: • Renda < 10 salários mínimos: • 61% em CL • 27% em CF • 58,9% com baixa ingestão de cálcio (<600mg/dia) • Renda > ou = 10 salários mínimos: • 27.7% em CL • 21.3% em CF • 8,5% com baixa ingestão de cálcio • Prevalência de acordo com a ingesta de cálcio: • < 600 mg/dia (baixa): 26,8% em CL e 16.9 em CF • 600 – 1000 mg/dia (intermediária): 22,3% em CL e 17,3% em CF • > 1000 mg/dia (alta): 35,8% em CL e 23,8% em CF FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA • Diversas modificações ocorrem com o envelhecimento nos diversos sistemas do organismo. Verifica-se um incremento no peso com aumento da porcentagem de gordura, diminuição da força e da massa muscular, da eficiência cardiovascular, da coordenação motora, agilidade e da massa óssea. • As mulheres após a menopausa tendem a ter o enfraquecimento ósseo de modo mais intenso devido à brusca baixa de hormônio feminino, o estrogênio. Os homens também correm o risco de adquirir osteoporose, mas por terem uma estrutura óssea mais forte, uma queda mais gradual na produção hormonal e exercerem atividade física com mais frequência, eles possuem uma chance menor de adquirir a doença e também de que isso ocorra em período mais tardio da vida em comparação à mulher. FISIOPATOLOGIA - REVISÃO • O osso é um órgão composto por um tecido altamente resistente e que está diretamente relacionado com a sustentação, movimentação, e também com a proteção de órgãos vitais. Serve também com um depósito de minerais como cálcio e fosfato, liberando-os no organismo de uma forma controlada mediada por hormônios. • É formado por células e por um material extracelular calcificado. FISIOPATOLOGIA - REVISÃO • O osteoblasto é a célula responsável pela formação óssea através da síntese de componentes da matriz óssea orgânica (glicoproteínas, colágeno). Eles também possuem receptores para o hormônio paratireoidiano que o induz a secretar um fator chamado ligante osteoprotegerina (OPLG). • O osteócito é o tipo celular presente em maior número no tecido ósseo maduro, que ficam situados em lacunas no interior da matriz óssea calcificada. Responsáveis pela manutenção do osso, pois atuam em parte do controle das células que fazem o remodelamento. • Irradiam canalículos que entram em contato com as células vizinhas (JC), compartilhando íons e fluidos. FISIOPATOLOGIA - REVISÃO • O osteoclasto é visto como um macrófago especializado e é responsável pela absorção óssea, promovendo a erosão da matriz. Possui uma “borda estriada”. • Matriz óssea é formada por uma parte orgânica (subst. fundamental + colágeno) e outra inorgânica. FISIOPATOLOGIA - REMODELAMENTO FISIOPATOLOGIA - PICO DE DENSIDADE ÓSSEA • É a quantidade de tecido ósseo por unidade de volume (quantidade de osso mineral por unidade de área). Aumento durante a puberdade. • Pico de densidade óssea em idades variadas. • A enorme variabilidade está relacionada, principalmente, a fatores genéticos (filhas, gêmeos), mas também a parâmetros antropométricos, como peso e altura, hábitos dietéticas, influências hormonais diversas, atividade física, tabagismo e alcoolismo, uso de medicamentos e doenças intercorrentes. • A massa óssea de um indivíduo adulto depende da diferença entre o pico de massa óssea alcançado no final do período de maturação sexual e esquelética, e as perdas acumuladas durante a vida. FISIOPATOLOGIA - CAUSAS PRIMÁRIASEsteroides gonodais: • Apesar do mecanismo pelo qual a deficiência de hormônios sexuais leva a uma perda óssea elevada ainda não estar estabelecido, acredita-se que o efeito desses hormônios sobre os ossos possa ser mediado por um sistema de moléculas: • RANKL, ou Ligantes do Receptor do Ativador do Fator Nuclear-kB • RANK, ou Receptor do Ativador do Fator Nuclear-kB • OPG, ou Osteoprotegerina • O RANKL é expresso na superfície dos precursores dos osteoblastos, e o RANK na dos precursores dos osteoclastos. A ligação do RANKL ao RANK estimula a diferenciação dos precursores em osteoclastos maduros. Já a ligação do RANKL com a OPG, proteína produzida pelos osteoblastos, inibe o desenvolvimento de osteoclastos. FISIOPATOLOGIA - CAUSAS PRIMÁRIAS Esteroides gonodais: • A deficiência de estrogênio diminui a produção de OPG e aumenta a expressão de RANKL nas células precursoras de osteoblastos, o que aumenta o desenvolvimento de osteoclastos/reabsorção óssea. • Aumento na produção óssea de citocinas que estimulam a reabsorção (IL-1, IL-6, TNF) e diminuição da produção de fator de crescimento-1e fator de crescimento-B- transformase, que estimulam a formação. • Aumento da sensibilidade do esqueleto ao hormônios paratireoidiano (reabsorção). • Alteração direta na formação óssea (osteoblastos possuem receptores para o estrogênio). FISIOPATOLOGIA - CAUSAS PRIMÁRIAS • Pós-menopausa/Tipo I: • Afeta principalmente as porções dos ossos que possuem uma camada mais superficial, como o compartimento esponjoso das vértebras. • 5-10 anos: Perda acelerada, 25-30% de osso trabecular e 10-15% de osso cortical. • Senilidade/Tipo II: • Nesse período a reabsorção óssea é mais intensa do que a formação. Além disso as proteínas depositadas na matriz (fatores de crescimento – estimulam a atividade dos osteoblastos) perdem seu vigor biológico com o passar do tempo. • Menor atividade física, imobilização ou paralisia de alguma região do corpo. • Fraturas mais comuns: Quadril, pelve, punho, úmero proximal, tíbia proximal, corpos vertebrais. • Causas fisiológicas: Diminuição da absorção de cálcio e hiperparatireoidismo leve devido à não formação/sensibilidade à 1,25-diidroxivitamina D (vitamina D biologicamente ativa). Ou diminuição da atividade dos osteoblastos devido ao envelhecimento. • No homem: • O envelhecimento no homem está mais associado a alterações hormonais graduais. • Insuficiência gonodal pode ser uma das causas pela qual a osteoporose atinge tanto homens quanto mulher na senilidade. FISIOPATOLOGIA - CAUSAS SECUNDÁRIAS • Deficiência de estrogênio não causada pela menopausa: • Hiperprolactinemia • Anorexia nervosa • Amenorreia hipotalâmica • Hipogonadismo • Aumento da reabsorção óssea: • Hipertireoidismo • Hiperparatireoidismo • Diminuição da formação óssea e da absorção intestinal de cálcio: • Síndrome de Cushing (30-35% dos pacientes apresentam fraturas de vértebras por compressão e o risco de fraturas de colo de fêmur é aumentado em 50% nessa população) • Deficiência de hormônio do crescimento FISIOPATOLOGIA - CAUSAS SECUNDÁRIAS • Mulheres com histórico de depressão maior (produção elevada de cortisol) • Pacientes com distúrbios relacionados à medula óssea como linfoma, leucemia e mieloma múltiplo (liberação de fatores sistêmicos que estimulam e atividade osteoclástica) • Osteogênese imperfeita (comprometimento do pico de massa óssea) • Drogas e medicamentos: • Álcool (toxicidade) • Heparina, ciclosporina e tacrolimus (reabsorção) • Terapia anticonvulsivante (supressão da função dos osteoblastos, hiperparatireoidismo secundário,...) • Tiroxina, Glicocorticoides, Quimioterapia. • Artrite reumatoide • Imobilização • Diabéticos sob uso de insulina FISIOPATOLOGIA • As trabéculas osteoporóticas ficam adelgadas e perdem suas interconexões, dando origem a microfraturas progressivas e eventual colapso. FATORES DE RISCO (DESENVOLVIMENTO E FRATURAS) Incluem aqueles referentes à determinação do pico de desnsidade óssea e ás causas fisiológicas e secundárias de perda óssea no adulto: História prévia de fraturas ( fraturas por pequenos traumas – aumentam em 2 a 3x o risco de novas fraturas); Osteoporose em parentes de 1º grau/fatores genéticos (com fratura sem trauma ou com trauma mínimo); IMC ≤ 20kg/𝑚2 associado a transtornos alimentares; Sexo feminino, brancas e asiáticas: Conteúdo mineral ósseo total e massa muscular menor e maior risco de fraturas que homens (1,5x fratura de Colles (após 50 anos), 7x fratura vertebral (60 anos), 2x fratura de quadril ( 70 anos); ≥ 35 anos há perda progressiva de DMO que se acelera após a menopausa/deficiência de estrogênio; Fatores ambientais/Estilo de vida: tabagismo, consumo abusivo de álcool ( parece diminuir DMO em mulheres) e cafeína, inatividade física e baixa ingesta de cálcio; Atletas ( DMO 25%) ≥ indivíduos ativos ( DMO 30%) ≥ sedentários; Imobilização prolongada ( 3 meses): diminui a massa óssea/ dose-tempo-dependente; Drogas ( costicosteróides, anti-epiléticos, hormônios tireoidianos, ciclosporina); Corticosteróides: aumenta o risco de fraturas ósseas, por vários mecanismos e independente da DMO; Quanto maior a dose e o tempo de corticoterapia, maior o risco de fraturas. A partir de 2,5 mg de prednisona superiores a três meses; Estado menstrual: menopausa precoce, menarca tardia, amenorreias; FATORES DE RISCO (PARA FRATURAS POR OSTEOPOROSE) Não modificáveis: História de fratura na idade adulta; História de fratura em familiar de primeiro- grau; Raça branca (não-hispânica); Idade avançada (acima dos 65 anos); Sexo feminino; Demência; Saúde comprometida/fragilidade; Potencialmente modificáveis: Tto com corticosteroides; Insuficiência estrogênica: amenorreia superior a 1 ano ou menopausa precoce (antes dos 45 anos); Baixo peso (<56Kg) ou IMC<19; Tabagismo; Alcool; Redução visual (apesar de usar óculos); Quedas frequentes; Baixa capacidade física; Saúde comprometida/fragilidade; DIAGNÓSTICO (ADAPTADOS DO NATIONAL OSTEOPOROSIS GUIDELINE GROUP) ROTINA HISTÓRIA E EXAME FÍSICO - fraturas e excluir causas secundárias. HEMOGRAMA, HEMOSSEDIMENTAÇÃO, PCR, CÁLCIO SÉRICO, ALBUMINA, CREATININA, FÓSFORO, FOSFASE ALACALINA, TRANSAMINASES HEPÁTICAS, CÁLCIO URINÁRIO DE 24 HS. TESTES DE FUNÇÃO DA TIREOIDE DENSIOMETRIA OSSEA POR DEXA OUTROS PROCEDIMENTOS, QUANDO INDICADOS RADIOGRAFIA LATERAL DA COLUNA LOMBRA OU TORÁCICA IMUNOELETROFORESE DE PROTÉINAS E PROTEÍNA DE BENCE-JONES TESTOSTERONA SÉRICA, SHBG,FSH,LH (homem) PROLACTINA SÉRICA CORTISOL URINÁRIO DE 24 HS OU TESTE DE SUPRESSÃO COM DEXAMETASONA ANTICORPOS ANTIENDOMÍSIO E/OU TRANSGLUTAMINASE TECIDUAL (DOENÇA CELIACA) CINTILIGRAFIA OSSEA CRITÉRIOS DENSIOMÉTRICOS DA OMS CATEGORIA ESCORE T NORMAL ATÉ -1 OSTEOPENIA ENTRE -1 E -2,5 OSTEOPOROSE ≤ -2,5 OSTEOPOROSE ESTABELECIDA ≤ -2,5 ASSOCIADA À FRATURA DE FRAGILIDADE • Critérios estabelecidos para: coluna lombar, colo do fêmur e 1/3 médio do rádio; • Escore-T: é o número de DP em relação á média da DMO de adultos jovens, no pico da densidade óssea, ajustado para gênero e etnia; “ VALORES DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA INFERIORES A 2,5 PADRÃO DA MÉDIA DE VALOR PICO EM ADULTOS JOVENS (ESCORE T < -2,5) SÃO COMPATÍVEIS COM O DIAGNÓSTICO, DEVIDO AO ALTO RISCO DE FRATURAS.” “PARA CADA REDUÇÃO DE 1 DESVIO-PADRÃO(DP) DA DMO NO COLO DO FÊMUR É POSSÍVEL PREVER UM AUMENTO DE 1,5 VEZES (GRADIENTE DE RISCO) NO RISCO DE FRATURAS NÃO VERTEBRAIS AJUSTADO PARA IDADE; E DO COLO DO FÊMUR, DE APROXIMADAMENTE 2,6/DP.” DEXA:ENERGIA DUPLA DE RAIO-X Método mais utilizado para medir a DMO; Fornece medidas muito precisas em sítios esqueléticosclinicamente relevantes ( os que com maiores consequências clínicas quando ocorre uma fratura); Desvantagem: máquina é grande( não portátil) e caro; Utiliza a radiação ionizante, ainda que em doses muito baixas; OUTROS EXAMES UTILIZADOS: 1. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA QUANTITATIVA (QCT): medidas de QTC densidade óssea volumétrica da coluna e do quadril e pode analisar osso cortical e e trabecular separadamente. Útil na investigação clínica e pode ser usado em pacientes individuais para acompanhar as respostas terapêuticas para terapia onde podem ser vistas grandes alterações; Recomendado somente para triagem porque a aplicação do escore-T para prever o risco de fratura não foi validado com QCT. Além de maior exposição a radiação de DEXA. 2. MEDIÇÕES PERIFÉRICOS E ULTRA-SOM. OBS: Apesar de ultra-som ter alguma utilidade para predição de fratura, devido à incapicidade de aplicar ultra-som e outras medições periféricas aos padrões atuais de diagnóstico e tratamento, e para monitorar a resposta à terapia, continuam a RECOMENDAR O DEXA para fins de rastreio. “ A maioria da fraturas ocorrem em homens e mulheres que não têm osteoporose por critérios DEXA. Os indivíduos com osteoporose estão em MAIOR RISCO RELATIVO DE FRATURA, mas HÁ MAIS FRATURAS EM PACIENTES COM BAIXA MASSA ÓSSEA/OSTEOPENIA ( escore-T entre -1,0 e -2,5), porque HÁ MUITO MAIS PACIENTES NESTA CATEGORIA. Portanto, a avaliação de fatores de risco que são independente da DMO é importante para predição futura” INDICAÇÕES DE REALIZAÇÕES DE DENSIOMETRIA ÓSSEA MULHERES ≥ 65 ANOS; MULHERES COM DE DEFICIENCIA ESTROGÊNICA COM ≤ 45 ANOS; MULHERES NA PERI E PÓS-MENOPAUSA COM FATORES DE RISCO (UM MAIOR OU DOIS MENORES- FATORES DE RISCO PARA FRATURAS POR OSTEOPOROSE); MULHERES COM AMENORRÉIA SECUNDÁRIA PROLONGADA; TODOS OS INDIVÍDUOS QUE TENHAM APRESENTADO FRATURA POR TRAUMA MÍNIMO OU ATRAUMÁTICA; INDIVÍDUOS COM EVIDÊNCIA RADIOLÓGICA DE OSTEOPENIA OU FRATURAS VERTEBRAIS; HOMENS ≥ 70 ANOS; PERDA DA ESTATURA( ACIMA DE 2,5 CM) OU HIPERCIFOSE TORÁCIA; USO DE CORTICOSTERÓIDES POR TRÊS MESES OU MAIS ( DOSES ≥ 5 mg DE PREDNISONA); MULHERES COM ÍNDICE DE MASSA CORPORAL ABAIXO DE 19 kg/𝑚2 ; PORTADORES DE DOENÇAS OU EM USO DE MEDICAÇÕES ASSOCIADAS `A PERDA DE MASSA ÓSSEA; MONITORAMENTO DE TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE; RAIO-X Característica da osteoporose da coluna; Há perda do osso trabecular nos corpos vertebrais, as placas terminais das vertebras parecem estar acentuadas. O contraste normal entre radiodensidade da coluna vertebral e os tecidos moles adjancentes pode desaparecer. A deformidade vertebral pode se apresentar na forma de um colapso(redução da altura anterior e posterior), encunhamento anterior (redução da altura anterior). A protrusão do disco intervertebral na direção dos corpos vertebrais produz nódulos de Schmorl. Na ausência de fraturas, as radiografias não são indicadores sensíveis de perda óssea porque é necessária uma redução substancial da massa antes que seja visível nas radiografias. AVALIAÇÃO DE RISCO DE FRATURAS E DECISÃO TERAPÊUTICA OMS: CÁLCULO DE RISCO DE FRATURAS – FRAX; CALCULO DO RISCO: IMC E FATORES DE RISCO; Calculadora disponível on-line; OBJETIVO: definir em quais indivíduos é necessário realizar a DMO e estimar o risco de fraturas em 10 anos; Países que possuem dados epidemiológicos consistentes para usar o FRAX: Áustria, Alemanha, Suíça, China, Reino Unido, Itália, França, Espanha... BRASIL: não dispões de banco de dados prospectivos de referência para a construção do algoritmo; Fatores de risco quantificados: idade, baixo IMC, fratura prévia, história de fratura de quadril materna ou paterna, tabagismo atual, consumo de álcool, uso de glicocorticoides, relato de artrite reumatoide e outras causas de osteoporose. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 1. Fratura vertebral: assintomática em 2/3 dos casos; - Risco de recorrência das fraturas no primeiro: 19% nas mulheres; - Episódios de dor intensa, que podem durar vários dias e evoluir para dor crônica. - Consecutivas: cifose torácica, redução da estatura, e dores relacionadas a deformidades; - compressão em geral ocorrem após mínimos estresses, como espirro, inclinação do corpo para frente ou o levantamento de um objeto leve; 2. Fratura fêmur proximal: É a mais grave! - Associada a maior mortalidade e as importantes limitações no deambular e em outras funções cotidianas; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Exames úteis para investigação do diagnóstico diferencial e de causas secundárias; Ex: - Hipertireoidismo no idoso, com dosagem do TSH - Osteomalácia e defeitos de mineralização com Fosfatase alcalina total; - Mulheres na menacme que apresentarem irregularidades menstruais,deve-se documentar a etiologia do hipogonadismo; - Homens com osteoporose: investigar possibilidades de hipogonadismo, com as dosagens de testosterona e de gonadotrofinas, e de alcoolismo como causas secundárias. MONITORIZAÇÃO DMO óssea da coluna lombar e do fêmur proximal pode ser repetida anualmente nos 2 primeiros anos; Indivíduos com fraturas ou alterações degenerativas lombares e nos idosos: valorizar as medidas do colo do fêmur proximal total para estimar a eficiência do tratamento; DMO AO FINAL DO PRIMEIRO ANO: - Igual ou melhor que a basal: manter tratamento e repetir exame a cada 2 anos; - Pior que a basal (com redução significante do escore): manter tratamento e repetir exame em 1 ano; DMO AO FINAL DO SEGUNDO ANO: - Igual ou melhor que uma das anteriores: manter tratamento e repetir exame a cada 2 anos; - Pior que as duas anteriores (com redução significativa do escore): considerar falha terapêutica e suspender o tratamento; Realizar RAIO-X da coluna vertebral torácica(perfil), antes do início do tratamento e após o primeiro ano nos pacientes com osteoporose estabelecida. Havendo diminuição das alturas vertebrais, mesmo por fraturas assintomáticas, reconsiderar a eficácia do tratamento; Marcadores de ressorção (telopeptídeos) e /ou de formação óssea (fosfatase alcalina óssea e osteocalcina): não se faz necessário sua monitorização. São extensamente estudados, porém apresentam resultados conflitantes; CALCIÚRIA: monitorar a cada 6 meses. Abaixo de 50mg/24hs pode indicar falta da ingestão de cálcio, má absorção intestinal ou resistência a vitamina D; Acima de 4mg/kg do peso/24hs, indica hipercalcúria, e as doses de cálcio e vitamina D devem ser reduzidas Avaliação da CALCEMIA e da FUNÇÃO RENAL é recomendada anualmente e/ ou na s situações de alteração da calciúria. PACIENTE EM MEDIÇÃO DE REFERÊNCIA MAS SEM OSTEOPOROSE E QUE NÃO SÃO CANDIDATOS À TERAPIA FARMACOLÓGICA: NA presença de baixa massa óssea ( escore-T -2,00 para -2,49) em qualquer local ou fatores de risco que podem causar perda óssea em curso ( uso de glicocorticoides, hiperparatireoidismo), realiza medidas de acompanhamento a cada 2 anos; Na presença de baixa massa óssea (escore-T -1,5 para -1,99), em qualquer local, e sem fatores de risco para perda óssea acelerada, realizar um DEXA de seguimento em 3 a 5 anos; Na presença de massa óssea normal ou ligeiramente baixa ( escore-T -1,01 para -1,49) sem fatores de risco para perda óssea acelerada. Realizar um DEXA de acompanhamento 10 a 15 anos; OSTEOPOROSE NO HOMEM Perdem aproximadamente 30 % do osso trabecular e 20% do osso cortical; 30% de todas as fraturas de quadril e da coluna ocorrem nos homens; Idades extremas,1 a cada 6 homens apresentará uma fratura de quadril; Causas secudárias semelhantes às encontradas nas mulheres: hipogonadismo, uso prévio de glicocorticoides, ressecação gástrica,hipercalciúria idiopática e abusodo álcool. 15-20% com fraturas de quadril ou da coluna apresentam deficiência androgênica; Pico de massa óssea é reduzido em homens com deficiência androgênica durante a puberdade devido ao hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático ou síndrome Klinefelter e em homens com história de retardo da puberdade; O grau de deficiência de androgênios que leva à perda óssea é ainda desconhecido; Homens com deficiência de androgênios: a reposição está indicada; Benefícios sobre a massa óssea foram demonstrados em homens com: hipogonadismo hiperprolactinêmicos hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático e hipogonadismo adquirido; Reposição de testosterona em homens com deficiência deste hormônio não trouxe benefícios para a massa óssea; Homens com CA de próstata com hipogonadismo grave devido à terapia com análogos do GnRH de longa atuação, o uso do pamidronato endovenoso reverte completamente a perda óssea; Terapia com Alendronato (dose 10 mg/dia) e o hormônio paratireoidoano (dose 20µg por via subcutânea): aumentam a densidade mineral óssea da coluna lombar e do fêmur proximal em homens com osteoporose idiopática. Além desses benefícios, o Alendronato ainda reduz o risco de fraturas vertebrais; PREVENÇÃO Revisar medicações e hábitos para reduzir perda óssea: Glicocorticóides Tireoide Realizar testes do TSH Menor dose possível Fumo *Idosos com deficiências neurológicas (AVC, Alzheimer, Parkinson) possuem um risco particularmente alto de queda, necessitam de assistência especializada. PREVENÇÃO Reduzir fatores de risco para a ocorrência de quedas Álcool Hipotensão Ortostática Sedação Ambiente (tapetes, iluminação...) Visão TRATAMENTO Ingestão de Cálcio: Os National Health and Nutritional Evaluation Studies documentaram que a ingestão média de cálcio é consideravelmente menor do que o recomendado. Uso de suplementos de Cálcio + Vitamina D mostraram-se efetivos na ocorrência de fraturas clínicas. TRATAMENTO A realização de atividade física exerce efeitos benéficos sobre a função neuromuscular e aprimora o equilíbrio, coordenação e resistência, diminuindo assim o risco de quedas. Hábitos relacionados com exercício devem ser consistentes, preferencialmente pelo menos 3 vezes/semana Pacientes que apresentam dificuldades ao caminhar são beneficiados pela natação ou pelos exercícios aquáticos TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Sais de Cálcio Indicação: Raquitismo Hipocalcemia Prevenção de Osteoporose TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Vitamina D A suplementação com vitamina D nas doses de 400 a 800UI ou 0,25 a 0,50 mcg/dia de calcitriol ao dia são usadas como tratamento adjunto às outras terapias para osteoporose, tanto anti-reabsortivas quanto estimuladoras da formação óssea. Combinado com cálcio reduz perda óssea e incidência de fraturas não-vertebrais em pacientes. Modo de ação Estimula a absorção de cálcio no intestino Indicação Prevenção da osteoporose Hipocalcemia TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Bifosfonatos Orais Modo de ação São análogos dos pirofosfatos. Suprimem a reabsorção mediada por osteoclastos por estimularem a apoptose nestes e diminuem indiretamente a atividade dos osteoblastos. Indicação Tratamento da osteoporose nas mulheres na pós-menopausa, em homens e na osteoporose induzida por glicocorticóides Prevenção da osteoporose em mulheres na pré-menopausa e em pacientes em uso crônico de corticóides em altas doses (equivalentes a 7,5 mg de prednisona por 3 meses). Doença de Paget TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Estrogênio Reduzem a renovação óssea, previnem a perda óssea e induzem pequenos aumentos na massa óssea da coluna vertebral, do quadril e do corpo como um todo. São eficazes quando administrados por via Oral ou Transdérmica, geralmente são preparados combinados de estrogênio/progestina.
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