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Resumo Parasito 3 módulo (Saka)

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Resumo de Parasitologia – 3° Módulo – Bruno Sakamoto MED92
Artropodologia médica
	Quem são os artrópodes?
Exoesqueleto de quitina
Patas articuladas
Existem duas classes com maior interesse em parasitologia (vetores ou ectoparasitas)
Arachnida
Corpo dividido em duas regiões sem antenas, adultos com 4 pares de patas. 
Peças bucais apresentam quelíceras
Ordem de interesse: Scorpiones, Acari, Arachnida
.
Insecta
Corpo dividido em três regiões, com 1 par de antenas e 3 pares de patas. 
Peças bucais apresentam mandíbula
Ordem de interesse: Hemiptera, Díptera, Anoplura, Siphonatptera.
Aracnídeos de interesse para a saúde humana
Scorpiones
Acari
Arachnida
Arachnida
Aranha armadeira: Phoneutria nigriventer
Veneno neurotóxico: causa dor e edema local, sudorese e edema pulmonar
Aranha-marrom
Loxosceles gaucho (3 cm de envergadura)
Loxosceles intermedia
Forma mais grave de araneísmo no Brasil
Veneno hemolítico e proteolítico que leva a necrose. Pode levar a complicações renais
Tratamento: analgésico, soro antiaracnídico (até 24h), excisão cirúrgica da área picada.
Latrodectus grupo mactans (viúva negra)
Fêmeas: 1cm
Macho: 0,3 cm
Veneno neurotóxico: causa dor, convulsões, taquicardia e edema
Tratamento: analgésico, soro
Scorpiones
Aguilhão: dentro há uma glândula de veneno
Pedipalpos desenvolvidos que terminam com uma garra (pinça)
Tityus serrulatus/Tityus bahiensis
Sintomas pós ferroada: calor, rubor, dor e tontura, náusea, cefaleia
Reprodução por partenogênese
Tratamento: analgésico, soro, antiescorpiônico.
Acidentes com animais peçonhentos 
Muitos acidentes, mas poucos óbitos.
Implantação do SINAN. Série histórica 1994 – 2010
Controle da ocorrência de escorpiões
Evitar exposição aos fatores de risco: presença de baratas (presas de escorpião), alimentos mal armazenados, umidade.
Vigilância com participação comunitária, retirada/coleta dos escorpiões (agentes de saúde) e manejo ambiental
Não é recomendado o uso de inseticida, pois não é eficiente.
O que fazer em acidente com animais peçonhentos?
Limpar o local com água e sabão
Procurar orientação médica
Não amarrar ou fazer torniquete
Não aplicar substâncias sobre o local
Não cortar o local
Escorpianismo
Leve (84% dos casos): causa dor, eritema, parestesia local, sudorese local 
Moderado (10% dos casos): alterações locais + sistêmicas (agitação, sonolência, sudorese, náuseas, vômitos, taquicardia e taquipneia)
Grave (6%): vômitos e sudorese profusos, agitação, tremores, espasmos musculares, prostração, convulsão, vomito, edema pulmonar agudo, choque.
Acari (ácaros e carrapatos)
Grupo mais importante dos aracnídeos do ponto de vista médico
Ácaros < 1mm, carrapatos = entre 1 e 3 cm
Fusão entre cefalotórax e abdômen; 
Larvas possuem 6 patas e adultos, 8 patas
Peças bucais localizadas em uma projeção anterior: capítulo
Capitulo é formado por palpos (localização no hospedeiro e ancoragem), quelíceras (perfuram), base e hipostomo com dentes.
Dimorfismo sexual
Machos: escudo recobre todo o corpo
Fêmeas: escudo menor e abdome elástico (expande durante a sucção de sangue)
FAMILIAS DE CARRAPATOS
Ixodidae
Capítulo evidente, várias espécies de interesse médico
Amblyomma cajennense (carrapato estrela, micuim)
Segundo segmento do palpo longo e capitulo alongado
Rhipicephalus sanguineus (carrapato vermelho do cão)
Podem transmitir leishmaniose entre cães
Capítulo hexagonal e segundo segmento do palpo curto
Argasidae
Capítulo pouco evidente
Ciclo Biológico de Ixodidae
Apenas 1 hospedeiro
Larvas se alimentam e transformam-se em ninfas, que se alimentam, tornando-se adultos no mesmo hospedeiro.
Fêmeas desgrudam do hospedeiro liberam os ovos, que eclodem, liberando larvas.
3 hospedeiros
Adultos alimentados caem no solo -> oviposição -> ovos eclodem -> rato -> larvas alimentadas caem no solo -> larva sofre muda -> coelho -> ninfa se alimenta -> ninfa alimentada cai no solo -> ninfa muda para adulto -> hospedeiro 3 (que pode ser o homem)
Importância dos carrapatos na transmissão de zoonoses
Ciclo de Rhipicephalus sanguineus
Muda fora dos hospedeiros
Longo tempo de vida
Pode se alimentar em até 3 hospedeiros
Ectoparasitismo
Inserção do hipóstomo dentro do hospedeiro
Injeção de saliva, que contém cemento, anticoagulantes e anestésicos
A saliva provoca resposta inflamatória
Adaptações: receptores olfativos nas patas e nos palpos (detecção de CO2) e glândulas salivares (produção de cemento e anticoagulantes)
A inflamação e a coceira intensa são resultados da perfuração da pele pelas peças bucais e injeção de saliva que liquefaz as células da derme
O ato de coçar remove o carrapato, mas deixa o hipóstomo dentro da epiderme, permanecendo como uma fonte de irritação por vários dias.
Transmissão de doenças (ação como vetores)
Acari: 2° maior transmissor de doenças ao homem
Babesiose
Encefalites e febres hemorrágicas
Febre maculosa
Doença de Lyme
Virose
Controle de carrapatos
Proteção individual (calças, camisas longas)
Uso de acaricidas e repelentes (piretroides)
Tratamento dos animais domésticos e vacinas anticarrapato
Ácaros
Família Sarcoptidae (ácaros da sarna)
Morfologia de Sarcoptes scabiei
Corpo globoso (0,4mm) com patas curtas, espinhos curtos e cerdas finas e flexíveis
Variedades: hominis, canis, suis (variedades específicas de cada animal)
Encontrados em galerias subcutâneas, frequentemente entre os dedos, cotovelos, axilas, nádegas e genitais.
Manifestações patológicas da sarna
Coceira intensa e irritação cutânea. O aparecimento de feridas é comum com a formação de crostas.
Diagnóstico
Colocar uma fita adesiva sobre a região lesada, aderir a fita a uma lâmina e analisar ao microscópio.
Em caso de formação de crostas deve-se realizar: raspagem da pele, clarificação do material com NaOH e observação ao microscópio
Tratamento
Banhos mornos para retirada das crostas
Sabonetes a base escabecidas e pergamanato de potássio
O tratamento deve ser repetido duas semanas depois, para eliminar as larvas que estavam na forma de ovos durante o primeiro tratamento.
Piolhos e pulgas de interesse médico
Taxonomia
Ordem: Phthiraptera
Subordem: Anoplura (piolhos picadores sugadores)
Características
3 pares de patas, que terminam numa garra (adaptação para locomoção e fixação nos pelos dos hospedeiros)
Divisão corporal: Cabeça, tórax e abdome
Hematófagos obrigatórios (sem sangue não se desenvolvem, não trocam de exoesqueleto)
Fêmeas tem comportamento de ovipor usando uma substância chamada cemento, o qual gruda o ovo (lendia) no pelo/cabelo e na fibra de roupa. Ainda não há substância química capaz de dissolver o cemento.
Apenas 3 espécies parasitam o homem: Pediculus capitis (piolho da cabeça), P. humanus (piolho do corpo ou da roupa), Pthirus púbis 
Morfologia
Pequenos com patas, terminando em garras, ápteros, antenas curtas e ovos aderidos firmemente ao pelo.
Pediculus humanus são os maiores (cerca de 3,5mm)
Pediculus capitis: fêmea tem abdome que termina em entalhe (3mm)
Pthirus púbis: projeções do abdome (metapódios), que têm função de adesão e de captar informações sensoriais do ambiente (2,5mm)
Biologia de Pediculus capitis
Reprodução sexuada, que produz ovos
Ciclo de aproximadamente 30 dias
Machos fertilizam as fêmeas, que põem os ovos (na base do fio de cabelo – o embrionamento dos ovos depende da temperatura do couro cabeludo). Do opérculo do ovo sai a ninfa 1, que se desenvolve até o estágio de ninfa 3, que se transforma na forma adulta.
Média de adultos por hospedeiro: 10
Ovos são postos próximos ao couro cabeludo
Fora do hospedeiro, vivem por cerca de 32 horas
	
	P. humanus
	P. capitis
	P. pubis
	Tamanho/garras
	Maior/iguais
	Menor/iguais
	Menor/ diferentes, metapódios
	Habitat
	Roupas
	Cabelo
	Região pubiana/sobrancelhas
	Oviposição
	Fibras, 10 ovos/dias (300 ovos)
	Base do cabelo (5-6 ovos/dia (150 ovos)
	3 ovos/dias
	
	
	
	
 Patogenia e sintomas
Coceira (injeção de saliva,contendo substâncias antigênicas, que favorecem resposta inflamatória local)
Podem ser encontradas adenopatias
Infecção bacteriana secundária
Distúrbios psicológicos, insônia.
Miiase de couro cabeludo (infestação por larvas de moscas)
Quantificação da sucção de sangue: fêmeas > ninfas > machos
Normalmente, pediculose não leva à anemia.
Fatores que influenciam parasitismo por piolhos
Crianças do gênero feminino (fator comportamental)
Idade: 10-12 anos
Maior prevalência entre negros do que entre brancos
Condição social
Maior prevalência: cabelos longos, escuros e ondulados.
Diagnóstico da pediculose
Diagnóstico preciso só é feito com o encontro de adultos ou lêndeas viáveis próximas ao couro cabeludo.
P. humanus: prurido corporal intenso, pele com escoriações e ressecamento.
P. púbis: prurido na região pubiana, possibilidade de encontro nas pálpebras.
Piolhos como vetores
Transmissão de patógenos
Tifo exantemático: Rickettsia prowazeki
Febre das trincheiras: Rochamimea quintana
Febre recorrentes: Borrelia recurrentis
Mecanismos
Fezes ou conteúdo intestinal após o esmagamento entre os dedos ou entre os dentes (África)
Pela picada de P. humanus (R. Quintana, guerras, Paris, Toquio)
Métodos de controle da pediculose
Tratamento mecânico: catação manual e uso do pente fino, corte rente do cabelo ou raspagem.
Vantagem: evita intoxicações
Desvantagem: mais demorado
Químicos:
Solução salina (morte das lêndeas)
Inseticida (loções, xampus): escabiol, miticoçan, lindane, Kwell
Desvantagens: Toxicidade e resistência dos piolhos.
Ivermectina (uso oral)
____________________________________________________________________________
Ordem: Siphonaptera
Espécies de importância médica:
Tunga penetrans (bicho-do-pé) – 3 segmentos curtos, aparelho bucal serrilhado, tórax curto
Xenopsylla sp. (pulga de ratos) – 3 segmentos largos, cerdas atrás do olho (em forma de V)
Características das pulgas
Patas adaptadas para o salto, castanhas, corpo achatado lateralmente e ausência de asas.
Biologia 
Adulto produz ovo, que eclode e libera a larva. Essa se transforma numa pupa, que se desenvolve no adulto
Ciclo mais longo que o do piolho, 
Ciclo de Tunga penetrans
Somente as fêmeas se instalam abaixo da epiderme 
Cerca de 1mm, mas capacidade de crescimento exacerbado 
Penetram todo o corpo na epiderme do hospedeiro, exceto o último segmento abdominal, onde ficam os órgãos genitais e o aparelho respiratório. São ectoparasitas, pois respiram o ar ambiente.
Dos ovos saem larvas que se desenvolvem em pupas no solo
Patogenia
Hipertrofia do abdome
Nódulo esbranquiçado crescente
Abertura anal-genital parece com um ponto preto central
Causa eritema
Sintomas
Eritema, dor espontânea, dificuldade de deambulação.
Tratamento da tungíase
Remoção do ectoparasita seguida de esterilização da área afetada
Em casos crônicos: uso de antibióticos para prevenir infecções secundarias
Impacto de Xenopsylla cheopis (pulga de ratos)
Transmissão da peste bubônica, causada pela bactéria Yersinia pestis.
Cadeia epidemiológica
O ciclo ocorre normalmente entre pulgas e ratos silvestres. Entretanto, a Xenopsylla cheopis pode picar ratos domésticos e humanos.
Há transmissão para o homem acontece quando há uma epizootia (grande número de animais contaminados). O excesso de bactérias pode entupir o tubo digestivo da pulga, o que causa problemas em sua alimentação. Com fome, a pulga busca novas fontes de alimento (cães, gatos, humanos). Após esforço da picada, ela relaxa seu tubo digestivo e libera bactérias na corrente sanguínea, contaminando o hospedeiro.
Forma pneumônica da peste é transmitida sem necessidade das pulgas.
Atualmente a letalidade é baixa, devido a administração de antibióticos.
Ordem Hemiptera
Ordem: Hemiptera 
São picadores sugadores. As estruturas especializadas na sucção ficam no rostro, anterior aos olhos. Possuem asas anteriores (hemielitros)
Há duas famílias de interesse médico:
Família Reduviidae (subfamília triatominae): barbeiros
Família Cimicidae: percevejos de cama
Como identificar um barbeiro?
Dentro da ordem Hemiptera existem: predadores x fitófagos x hematófagos
Fitófagos: Aparelho bucal reto e longo
Predadores: Aparelho bucal curto e curvo, que não ultrapassa o tórax. Patas adaptadas para captura de presas
Triatomineos (barbeiro): Aparelho bucal curto e reto
São hematófagos obrigatórios
Possuem hábitos noturnos
Apresentam dimorfismo sexual: macho é menor e possui extremidade posterior arredondada. As fêmeas possuem extremidade posterior triangular responsável pela ovoposição.
Taxonomia
Três gêneros de importância médica dos triatomíneos:
Triatoma
Panstrongylus
Rhodnius
Para identificar o gênero, deve-se observar a inserção das antenas:
Rhodnius: Inserção da antena na ponta da cabeça
Panstrongylus: inserção da antena próxima dos olhos
Triatoma: inserção da antena no meio do caminho entre os olhos e a ponta da cabeça
Existem 143 espécies de triatomíneos distribuídas em 5 tribos e 15 gêneros.
Biologia
Ovos > ninfas (5 estágios) > adultos
Alimentação x tempo de desenvolvimento
Influência da temperatura e umidade
Quanto maior a temperatura, mais rápido o ciclo
Ciclo de cada espécie varia temporalmente
Comportamento alimentar
Hematófagos vorazes: sugam até 10x o próprio peso
Quantidade de sangue ingerido e tempo de defecação são variáveis importantes para a transmissão do Trypanosoma cruzi
Bons vetores defecam enquanto sugam o sangue. Quanto mais sangue um barbeiro consegue sugar, maior a chance de se contaminar com o protozoário.
Triatoma infestans sugam sangue humano, Triatoma brasiliensis sugam sangue de roedores
Habitat
Ambiente doméstico: intradomicilio x peridomicilio
Ambiente silvestre: palmeiras, bromélias, cactos, sobre casca de árvores ou rochas, tocas de animais.
Interação entre triatomíneos e palmeiras
Palmeiras são ecótopos naturais de populações de barbeiros, principalmente do gênero Rhodnius.
Gambás são reservatório de T. cruzi e também vivem em palmeiras, o que aumenta o risco de contaminação de triatomíneos.
Dispersão
Ativa (voo) x passiva (aves, migração humana)
Fatores que favorecem a dispersão
Falta de alimento na palmeira
Chuva
Temperatura
Sazonalidade
Estabilidade do habitat
Fatores de risco de domiciliação
Casas mais humildes apresentam maior incidência de insetos
Precariedade das habitações, desmatamentos, hábitos populacionais (armazenamento de madeira, criações peridomiciliares)
Variáveis: tipo de parede e de chão, janela s, quartos, camas, pessoas/casa, eletricidade, distancia dos anexos, número de animais.
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
80% dos casos de doença de Chagas foram devido a transmissão vetorial por T. infestans devido as seguintes características:
Alta capacidade hematofágica
Alta densidade populacional
Defecação rápida
Ampla distribuição
Capacidade de dispersão e domiciliação
Deslocamento de espécies secundárias
Susceptibilidade para T. cruzi
Não existem em ambientes silvestres, apenas em domiciliares
Controle nos países em que o T. infestans foi eliminado:
Novas estratégias
Controle da transmissão oral
Organização de uma rede de vigilância baseada em participação comunitária e em SIGs (sistema de informação geográfica)
Incentivar pesquisas sobre a biologia das espécies secundárias
Controle integrado: melhoria da moradia + educação sanitária + uso de inseticidas + vigilância continuada
Família Cimicidae – percevejo de cama
Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome
Asas curtas, quase imperceptíveis
Aparelho bucal reto e curto
Tórax alargado
Ciclo: ovo > 5 estágios ninfais > adulto
Habitat: ninhos de aves, ninho de morcegos
Inseminação traumática: ventre da fêmea tem um segmento com espessura menor (exoesqueleto mais fino). O macho perfura essa estrutura para injetar seu esperma.
Hematófagos
Podem viver até um ano sem alimento
Dispersão passiva através de móveis, colchões etc.
Podem se infectar com vários patógenos
Transmissão experimentalcom T. cruzi
Controle: higiene, vaporização quente e inseticidas
Culicídeos 
Ordem: Díptera
Família: Culicidae
4 asas ( duas são visíveis e duas tem tamanho reduzido, os alteres)
Duas subordens de importância médica:
Nematocera (Mosquitos – Culicidae, Simuliidae, Psychodidae)
Antenas longas (mais de 8 segmentos)
Palpos longos (mais de 5 segmentos)
Brachycera (Moscas)
Antenas curtas (3 segmentos)
Palpos curtos (menos de 2 segmentos)
Culicidae
Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome.
 Um par de antenas, aparelho bucal picador-sugador, 4 asas, 2 olhos e palpos
São insetos pequenos (3-6 mm)
15 ou 16 antenomeros
Resvestimento: cerdas/escamas
Pernas longas
Morfologia
Ovos
Podem ser:
Flutuadores: lateral do ovo tem abas que permitem flutuação
Aglomerados: são colocados vários ovos juntos que formam uma jangada capaz de flutuar
Massas: são colocados na vegetação
Isolados: são colocados em superfícies
Fases larvais e pupa
Larvas possuem cabeça, tórax e abdome.
As larvas ficam na água, mas respiram oxigênio atmosférico. 
O cifão respiratório determina a espécie da larva 
4 fases de larva
1 fase pupa
Abdome em formato de C
Essa fase não se alimenta, em 2-3 dias torna-se mosquito adulto.
Adulto
Entre os culicídeos apenas as fêmeas são hematófagas
Machos ->Antenas plumosas (alimentam-se de açúcar)
Fêmeas ->Antenas pilosas (alimentam-se de sangue)
Antena dos machos capta vibrações das asas das fêmeas + amplificação no pedicelo
Diferença entre Anophelinae e Culicinae
Adultos
Asas sarapintadas são características dos mosquitos transmissores da malária (Anopheles)
Adultos que pousam com o abdome elevado (perpendicular ao apoio) – Anopheles
Cerdas e sifão respiratório no final do abdome são característicos de mosquitos dos gêneros Culex e Aedes (culicíneos)
Ovos
Ovos unidos em jangada – Culex
Ovos isolados flutuantes – Anopheles
Ovos isolados em superfícies – Aedes
Larvas
Larvas paralelas à superfície – Anopheles
Larvas com sifão curto – Aedes
Larvas com sifão longo e fino – Culex
Pupas
Pupas com trompo em forma de funil – Anopheles e Aedes
Pupas com trompa cilíndrica – Culex
Diferença entre os gêneros
Aedes
Corpo preto com listras brancas
Transmitem febre amarela e dengue
Hábitos diurnos
Desenho característico no tórax (em forma de lira)
Anopheles
Malária
Hábitos crepusculares e noturnos
Culex
Filariose 
Hábitos noturnos
Zumbido desagradável
Outros culicídeos de importância em parasitologia
Normalmente se alimentam de primatas e picam o rosto desprotegido de pelos. São transmissões de febre amarela
Haemagogus janthinomys
Sabethes amazonicus
Biologia 
 Holometábolos com desenvolvimento das larvas e pupas na água
Fêmeas fertilizadas pelos machos colocam ovos em recipientes com água/ úmidos
A água influencia no processo de eclosão do ovo
Sai uma larva no primeiro estágio, que se alimenta de material orgânico e troca de exoesqueleto até chegar ao estágio 4
A larva 4 transforma-se em pupa. Nesse estágio ela não se alimenta mais
Fêmea sobrevive por cerca de 1 mês e os machos por cerca de 1 semana.
Culicidae – são responsáveis pelos principais criadouros domésticos
Culex prefere água com muito material orgânico
Aedes prefere água limpa
Ecologia
Espécies noturnas e diurnas – hematofagia geralmente crepuscular
Espécies domésticas, endofílicas, silvestres
Espécies silvestres com hábito alimentar definido espacialmente (acrodendrofilia)
Espécies zoofilias estritas, antropófilas e espécies ecléticas.
Ocorre transmissão transovariana do vírus da dengue, mas em taxas muita baixas.
Controle dos culicídeos
Evitando contato direto com fêmeas hematófagas
Mosquiteiros (impregnados com inseticidas)
Uso de repelentes (DEET) ou consumo de alimentos que produzem odores repelentes
Evitar horários de atividade: amanhecer e entardecer
Roupas adequadas
Borra de café mata as larvas do Aedes e não gera resistência.
Controle em larga escala
Combate às larvas nos criadouros: inseticidas químicos e biológicos
Controle físico
Combate ao adulto: fumacê
Controle genético (machos estéreis ou não susceptíveis)
Controle integrado: educação sanitária e participação comunitária
Dificuldade de controle
Resistência dos insetos
Alta capacidade de dispersão, adaptabilidade, transmissão transovariana, antropofilia, criadouros, diapausa (os ovos são viáveis por cerca de 6 meses)
Flebotomíneos e borrachudos
Importância como vetores:
Leishmania spp. (flebotomíneos)
Onchocerca volvulus (simulídeos/ borrachudos)
Reação à picada do borrachudo: picada só é percebida ao término da hematofagia. Causa dor, eritema, edema, coceira por mais de duas semanas.
Família Psychodidae: flebotomíneos
Cerca de 700 spp. descritas
Lutzomya: gênero de importância médica nas Américas
Possui várias cerdas no corpo (cabeça, abdome, asas, tórax)
Asas sempre ficam na posição semiereta mesmo quando estão parados.
Asa no formato em ponta de lança ou lanceoladas
Geralmente são castanhos
Cabeça forma um ângulo reto com o tórax
Dimorfismo sexual
Macho: apêndices no abdome, extremidade posterior bifurcada. Machos tem mandíbulas rudimentares (não são capazes de penetrar na pele de vertebrados)
Fêmea: extremidade posterior arredondada, hematófagas
Larvas
Existem 4 estágios larvais
São apodas, com cabeça bem definida e cerdas caudais.
Não são encontradas em águas paradas, diferentemente dos culicídios
Pupas
Mais ou menos cilíndricas, possuem cefalotórax sem segmentação.
Ciclo biológico: holometábolos
Apresentam metamorfose completa, em que as formas larvais diferem drasticamente dos indivíduos adultos. 
O ciclo de vida dos membros da sub-família Phlebotominae compreende os estágios de ovo, larva (quatro ínstares), pupa e adulto.
 Ciclo pode variar de 30 a 100 dias, dependendo da espécie considerada e das condições ambientais verificadas durante o desenvolvimento dos insetos. 
As posturas são efetuadas diretamente no solo, em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica em decomposição. Os ovos apresentam coloração variada, tendendo a adquirirem tonalidades escuras 24 horas após a sua expulsão do corpo do inseto.
 A eclosão dos ovos ocorre entre sete e 17 dias após a postura, desde que as condições ambientais mantenham-se favoráveis.
 As larvas apresentam aspecto vermiforme, alongado e achatado no sentido dorso-ventral.
As larvas desenvolvem-se em ambientes úmidos, alimentando-se da matéria orgânica em decomposição encontrada nestes locais. 
Antes de se transformarem em pupas, as larvas param de se alimentar e procuram locais menos úmidos, onde se fixam a um substrato.
 As pupas dos flebotomíneos assumem posição ereta, sendo fixadas ao substrato pela extremidade posterior. A emergência dos adultos ocorre após 7 a 12 dias, com os machos geralmente emergindo antes do que as fêmeas.
Comportamento alimentar:
 Voos ao redor da fonte alimentar e provas antes de iniciar hematofagia (isso facilita a transmissão de leishmaniose)
L. longipalpis pica homem e outros animais, como cães, que podem ser reservatórios de Leishmaniose.
Maior pico de atividade às 20h da noite
Espécie endofílica
Habitat
Locais de descanso diurno: sombreados e úmidos
Formas imaturas são consideradas terrestres
Diferentemente dos curicídios e dos simulídeos, os criadouros não são molhados.
Ecologia e sinantropia
Espécies que compartilham o ambiente artificial com o homem
Sazonalidade de flebotomíneos
Estação chuvosa: aumento da umidade favorece o ciclo de vida
Flebotomíneos são dependentes das florestas, por isso construção de casas próximas de mata favorecem contaminação por leishmaniose
Criação de galinhas peridomicílio é um fator de risco, pois os flebotomíneos se alimentam de galinha.
Leishmaniose visceral é considerada uma doença endêmica no DF e emergente
Controle de flebotomíneos
Inseticidas 
Saneamento ambiental
Prevenção nas áreas endêmicas, construção de casas longe de matas, uso de telas oumosquiteiros
Dificuldades
Pouco conhecimento dos criadouros
Controle dos adultos: só eficiente para espécies endofílicas (repousam dentro das casas)
 Família Simulidae – borrachudos
Morfologia
Coloração escura
Antenas curtas e grossas, com 11 artículos (chocalho de cascavel)
Asas: largas, veias anteriores fortes e outras vestigiais
Asas repousam uma sobre a outra quando o inseto está pousado.
Dimorfismo sexual (tipo de facetas dos olhos)
As fêmeas são diópticas com um só tipo de faceta (microfacetas)
Os machos são holopticos com macrofacetas e microfacetas.
Ciclo Biológico
Fêmeas colocam os ovos em rochas de cachoeira, folhas e galhos. Os ovos eclodem e deles saem larvas, que formam a pupa (não se alimenta). Da pupa saem as formas adultas do inseto.
Os sítios de desenvolvimento ovo-larva-pupa-adulto são cachoeiras, rios, ou córregos com correnteza e águas cristalinas, que favorecem a proliferação de microrganismos como algas, que servem de alimento para as formas larvárias desses insetos.
Sazonalidade de simulídeos
Pico na estação chuvosa
Controle de simulídeos
Mecânico: raspando pedras e troncos forrados de larvas e pupas
Químico: despejar inseticidas sobre pontos estratégicos: tem limitações e pode causar resistência
Biológico: Bacillus thuringiensis var. insraelensis (Bti)
Prevenção: uso de repelentes
Subordem: Brachycera (moscas)
Importância biológica e ecológica
Polinização, decomposição de matéria orgânica, alimento de diversos animais, controle biológico.
Importância médica
Hematófagas, sinantropia e veiculação de patógenos, agentes de miiase, entomologia forense e terapia larval 
Família Mucidae
Existem dois gêneros de importância médica:
Musca (mosca doméstica, aparelho bucal lambedor)
Glossina (aparelho bucal picador-sugador)
Adultos (3-9 mm) com olhos grandes e antenas curtas (com arista)
Importância:
Glossina: transmissão de triponossoma africano (doença do sono)
Musca: vetor de patologias (mecanismos: ingurgitação de ovos de parasitas presentes nas fezes e regurgitação em humanos/ transporte de ovos, aderidos as suas patas)
Ciclo Biológico de Musca domestica
As fêmeas colocam de 500-800 ovos no lixo/esterco
As larvas (brancas e apodas) alimentam-se de bactérias e matéria orgânica (3 estágios)
A pupa (oval e castanha) se desenvolve em locais secos
Em 1 semana o adulto emerge da pupa. Os adultos vivem cerca de 30 dias
Como evitar moscas domésticas?
 Recolhimento do lixo
Tratamento do lixo
Recolhimento das fezes
Importância médica de Musca domestica
Veiculação de patógenos
Antrax, lepra, cólera, toxoplasmose, A. lumbricoides, E granulosus, N. americanos, A. duodenale entre outros.
Em média a cada pouso, uma mosca contaminada deposita 1000 bactérias no substrato.
Miíases
Zoodermatose, infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros (moscas), que se alimentam de seus tecidos.
Classificação biológica
Obrigatórias: biontófagas – alimentam-se de animais vivos (Família Calliphoridae - espécie Cochliomyia hominivorax /Família Oestridae – espécie Dermatobia hominis)
Facultativas: necrobiontófagas (Família Sarcophagidae)
Pseudomiiases: intestinais (Família Stratiomidae)
Classificação por hábitat
Cutâneas (epiderme/derme)
Orgânicas/cavitárias
Classificação por mecanismos de entrada
Traumática (Cochliiomyia hominivorax – bicheira ou varejeira)
Furuncular (Dermatobia hominis – berne)
Cochliomyia hominivorax(varejeira)
Adulto: Três faixas negras no tórax, cabeça amarelada, olho vermelho.
Larva: possuem dois estigmas respiratórios cada um com três espiráculos, além das peças bucais na extremidade.
Ciclo Biológico
Após a cópula depositam os ovos em cavidades ou ferimentos
Após eclosão as larvas alimentam-se destruindo os tecidos
Passados de 4-8 dias as larvas maduras caem no solo onde se transformam em pupas e posteriormente em adultos
Miiase é resultante da destruição de tecido pela fase larval.
Consequências do parasitismo e controle de C. hominivorax
Após limpar a ferida, anestesiar o local e retirar as larvas com auxilio de pinças 
Tratar as feridas com assepsia e antibióticos
Cirurgia
Controle da infestação em ovelhas nos EUA: criação e esterilização de machos no laboratório e posterior soltura
Coleta e processamento em casos de miiases traumáticas
Lesão -> extração das larvas (uso de éter para diminuir a atividade das larvas) -> fixação ou criação (frascos com carne cobertos com malha fina)
Oestridae (moscas berneiras)
Abdome azulado e patas amareladas, vida curta (cerca de horas), aparelho bucal atrofiado.
Larvas
D. hominis: maior (1,2 cm), padrão cromático, com manchas escuras indistintas.
As larvas possuem várias fileiras de espinhos curvos com pontas voltadas para fora
Ciclo Biológico
Mosca captura outras moscas ou mosquitos hematófagos onde depositam seus ovos
Ovos amadurecem no inseto veiculador
A larva sai do ovo e penetra no hospedeiro
A larva fica com o espiráculo respiratório para fora do hospedeiro
A larva sofre 2 ecdises e cai no solo.
Tratamento
Primeira opção: cobrir com esparadrapo/ vaselina e esperar. A larva tende a sair, pois se sente asfixiada.
Segunda opção: aplicar no orifício éter ou clorofórmio e retirar a larva por compressão
Quando as larvas estão muito grandes, deve-se fazer pequena cirurgia aumentando o orifício e forçar lidocaína por baixo da larva.
Terapia larval
Uso de larvas de moscas para tratamento de feridas
Só se alimentam de tecido necrótico 
Feridas de guerra
Desuso após 1940 com a descoberta dos antibióticos

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