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CANCER, AVALIAÇAO

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1 
 ............................................................................................... 1 
Avaliação Nutricional 
Triagem de Risco Nutricional 
Avaliação Nutricional – Método ABCD 
A – Antropometria ............................................................................ 5 
B - PARÂMETROS BIOQUÍMICOS ........................................................ 19 
C - Parâmetros Clínicos .................................................................. 22 
D - Parâmetros Dietéticos ............................................................... 23 
Concluindo... ................................................................................ 24 
Necessidades Energéticas e Proteicas 
Necessidades de Macronutrientes ..................................................... 26 
Cálculo das Necessidades de Nutrientes 
Determinação das Necessidades Calóricas e Proteicas - Pacientes 
Oncológicos Adultos ...................................................................... 27 
Determinação das Necessidades Calóricas e Proteicas - Pacientes 
Oncológicos Pediátricos .................................................................. 29 
Concluindo... ................................................................................ 32 
Efeitos Adversos do Tratamento e Manejo Nutricional 
Náuseas/Vômitos .......................................................................... 33 
Gengibre ...................................................................................... 35 
Inapetência/Anorexia ..................................................................... 36 
Mucosite Oral ................................................................................ 37 
Glutamina .................................................................................... 39 
Obstipação ................................................................................... 39 
Fibras .......................................................................................... 40 
Diarreia ....................................................................................... 40 
Probióticos/Prebióticos ................................................................... 41 
 
 
2 
Neutropenia .................................................................................. 42 
Anemia ........................................................................................ 43 
Alterações Sensoriais e Aversões Alimentares 
Concluindo... ................................................................................ 47 
Terapia Nutricional 
Dieta Via Oral ................................................................................ 48 
Dieta Via Oral Associada a Complemento Nutricional ............................ 49 
Nutrição Enteral ............................................................................. 49 
Nutrição Parenteral ........................................................................ 50 
Imunonutrição ............................................................................... 51 
Ácidos Graxos Poli-Insaturados ω-3 
Concluindo... ................................................................................ 54 
Considerações Finais 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Nesta seção é detalhado um dos métodos para realização de avaliação 
nutricional que busca identificar pacientes com risco de desenvolver 
desnutrição. 
Avaliação Nutricional 
É indiscutível a influência do estado nutricional sobre a evolução clínica de 
pacientes oncológicos. A avaliação nutricional tem como objetivo identificar 
pacientes potenciais para o desenvolvimento de risco nutricional e 
desnutrição com a finalidade de intervir com a manutenção ou recuperação 
do estado nutricional como parte integrante da terapêutica clínica. 
 
 
Vários métodos têm sido usados na avaliação nutricional. Embora não haja 
um método específico, a proficiência para detectar a desnutrição nas suas 
fases iniciais é essencial para o tratamento efetivo e preventivo dos 
resultados clínicos adversos. Não há uma única medida nutricional que 
possa ser considerada como um indicador sensível e específico, pois as 
condições clínicas alteram muitos os parâmetros utilizados na avaliação 
nutricional. 
A avaliação nutricional é um importante instrumento para contribuir na 
elaboração da hipótese diagnóstica nutricional. Os benefícios de uma 
condição nutricional adequada durante e após o tratamento oncológico 
poderão contribuir na redução de morbimortalidade, infecções, melhor 
tolerância ao tratamento proposto e na qualidade de vida do paciente. 
 
 
4 
Triagem de Risco Nutricional 
A Triagem de Risco Nutricional é muito importante para detectar o risco de 
desnutrição em pacientes oncológicos adultos que podem se beneficiar com 
o cuidado nutricional por meio de avaliação e orientação nutricional 
individualizada. 
Ela deve ser capaz de identificar alterações na condição de composição 
corporal e clínica do paciente. 
Há vários métodos que podem ser utilizados na triagem nutricional, como: 
 Mini Nutritional Assessment (MNA) – Miniavaliação Nutricional (MAN®); 
 Subjective Global Assessment – Avaliação Subjetiva Global (SGA); 
 Nutritional Risk Screening (NRS 2002); 
 Screening Tool Risk Nutritional Status And Growth (Strong Kids); 
 Malnutrition Screening Tool (MST) – Instrumento de Triagem de 
Desnutrição; 
 Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) – Instrumento de 
Triagem Universal de Desnutrição. 
O método de Avaliação Subjetiva Global produzida pelo próprio paciente 
(ASG-PPP) é um método validado em que se considera: Avaliação Subjetiva 
Global produzida pelo próprio paciente. 
 Altura; 
 Peso; 
 IMC; 
 Alteração de perda de peso; 
 Presença de apetite; 
 Severidade da doença. 
Seu objetivo é tornar a Avaliação Subjetiva Global (ASG) mais aplicável para 
pacientes com câncer, cujo objetivo é a sua participação direta. O paciente 
responde a quatro questões sobre sua história nutricional. 
O método não é específico e também pode ser recomendado para: 
 Pacientes hospitalizados ou em tratamento domiciliar; 
 Instituições de longa permanência; 
 Outras situações com risco de desnutrição. 
 
 
5 
Avaliação Nutricional – Método ABCD 
Avaliação Nutricional é a utilização de métodos antropométricos, 
bioquímicos, clínicos e dietéticos para verificar, obter e interpretar dados 
sobre a condição nutricional do paciente. 
A – Antropometria 
Medir, categorizar e avaliar: 
 Altura; 
 Peso habitual e atual; 
 % perda de peso; 
 Índice de massa corporal (IMC); 
 Ajuste de peso, se obeso; 
 Avaliação de composição corporal através de dobras; 
 Bioimpedância elétrica. 
1. Peso 
O peso é o resultado de todos os componentes corporais e reflete o 
equilíbrio proteico-energético do indivíduo de forma generalizada. 
Poderemos utilizar: 
Peso Atual (PA) 
Geralmente registrado em prontuário pela avaliação inicial da enfermagem 
em unidade de internação ou em avaliação inicial em consultório. 
Peso Usual 
É utilizado como referência na avaliação das mudanças de peso e em casos 
de impossibilidade de se medir o peso atual. 
Peso ideal (PI) ou desejável 
O modo mais prático para o cálculo do peso ideal ou desejável é pela 
utilização do Índice de Massa Corpórea (IMC). 
 
Peso ideal ou desejável = IMC desejado x estatura (m2) 
 
 
 
6 
Adequação do peso 
A porcentagem de adequação do peso atual em relação ao ideal ou desejável 
é calculada a partir da fórmula: 
 
 
 
TABELA 1 
Classificação do estado nutricional deacordo com a adequação do peso 
 
 
Fonte: Adaptado de Blackburn, G.L. & Thornton, P.A, 1979. 
Adequação Peso habitual (PH) para pacientes com IMC > 27 kg/ m2 
 
Peso Ajustado = (Patual – Pideal) x 0,25 + Pideal 
Pideal = E2 X 25 se Idade < 60 anos 
E2 x 27 se Idade ≥ 60 anos 
Estimativa de peso 
É possível estimar o peso por meio das equações de Chumlea (1985)1: 
Homem: (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69 
Mulher: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35 
 
 
 
 
7 
Onde: 
CP: circunferência da panturrilha 
AJ: altura do joelho 
CB: circunferência do braço 
PCSE: prega cutânea subescapular 
 
 
TABELA 2 
Significado da perda de peso em relação ao tempo 
 
 
Fonte: Adaptado de Blackburn, 1977. 
 
TABELA 3 
Peso Ajustável no Edema 
 
 
Fonte: Adaptado de Martins, C. In Riella Mc, 2001. 
 
 
 
8 
2. Estatura 
A estimativa da estatura por meio da medida do comprimento da perna em 
idosos ou adultos jovens deve ser realizada caso o paciente e/ou familiar 
não saiba referir esse dado no momento da avaliação e não haja condições 
para medi-lo durante a internação. 
A medida é realizada utilizando a seguinte fórmula: 
 
Estatura de Homens = 64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x comprimento da 
perna) 
Estatura de Mulheres = 84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x comprimento da 
perna)2 
Deve-se estimar a estatura por meio do comprimento da perna com o 
auxílio do Knee Calipter. 
 
FIGURA 1 
Imagem ilustrativa de Knee Calipter 
 
 
 
A extensão dos braços pode ser considerada como um método alternativo. 
Para tal medida os braços devem ficar estendidos formando um ângulo de 
90º com o corpo. Assim, mede-se a distância entre os dedos médios das 
 
 
9 
mãos utilizando-se uma fita métrica flexível. A medida obtida corresponde à 
estimativa de estatura do indivíduo. 
3. Índice de Massa Corpórea 
Indicador de estado nutricional calculado a partir da seguinte fórmula: 
 
 
Não determina compartimentos corporais como massa magra e tecido 
gorduroso. 
 
TABELA 4 
Classificação do estado nutricional de adultos segundo IMC 
 
 
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS), 1997. 
 
4. Circunferência do Braço (CB) 
Para a obtenção dessa medida, o braço deve estar flexionado em direção ao 
tórax, formando um ângulo de 90º. Deve-se identificar e sinalizar o ponto 
médio entre o acrômio e o olécrano. Depois, pedir que a pessoa fique com o 
braço estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa. 
Contornar o braço com uma fita flexível no ponto marcado de forma 
ajustada evitando compreensão da pele ou folga. O resultado obtido é 
 
 
10 
comparado aos valores de referência do NHANES I (National Health Nutrition 
Examination Survey) demonstrado no quadro de percentis por Frisancho. 
 
FIGURA 2 
Procedimento para medir a circunferência do braço. 
 
 
 
 
Classificação conforme quadros abaixo: 
 
TABELA 5 
Classificação da Adequação da CB por percentil 
 
 
Fonte: Adaptado de Blackburn, G. L. & Thortnton, P.A.,1979. 
 
 
 
11 
TABELA 6 
Percentis de Circunferência de Braço – CB (cm) para Mulheres por idade (60 a 
≥ 80 anos) 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
 
TABELA 7 
Percentis de Circunferência de Braço – CB (cm) para Homens por idade (60 a 
≥ 80 anos) 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
 
 
 
12 
TABELA 8 
Classificação da CB por percentil 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
5. Circunferência Muscular do Braço (CMB) 
Este parâmetro avalia a reserva de tecido muscular. É obtida a partir dos 
valores da CB e da Dobra Cutânea Tricipital (DCT). 
 
 
Classificação conforme quadro abaixo: 
 
TABELA 9 
Classificação da Adequação da CMB por percentil 
 
 
Fonte: Adaptado de Blackburn, G. L. & Thortnton, P.A.,1979. 
6. Área Muscular do Braço (AMB) 
Avalia a reserva de tecido muscular corrigido na área óssea. Reflete a 
magnitude das mudanças do tecido muscular. 
 
 
 
13 
 
Classificação conforme quadro abaixo: 
 
TABELA 10 
Classificação da Adequação da AMB por percentil 
 
 
Fonte: Adaptado de Blackburn, G. L. & Thortnton, P.A.,1979. 
 
TABELA 11 
Percentis de Circunferência Muscular do Braço – CMB (cm) para Mulheres por 
idade (60 a ≥ 80 anos) 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
 
 
 
14 
TABELA 12 
Percentis de Circunferência Muscular do Braço – CMB (cm) para Homens por 
idade (60 a ≥ 80 anos) 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
 
TABELA 13 
Classificação da CMB por percentil 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
7. Dobras Cutâneas 
Dobra Cutânea Triciptal (DCT) 
Utilizar o ponto médio da circunferência do braço, separar levemente a 
prega do braço não dominante, desprezando-a do tecido muscular, e aplicar 
o calibrador formando um ângulo reto. O braço deverá estar relaxado e solto 
ao lado do corpo. 
Sua medida isolada é comparada ao padrão de referência de Frisancho e a 
adequação é calculada por meio da equação abaixo. 
 
 
 
15 
 
Classificação conforme quadro abaixo: 
 
TABELA 14 
Classificação da Adequação da DCT por percentil 
 
 
Fonte: Blackburn, G. L. & Thortnton, P.A.,1979. 
Caso o nutricionista avalie a necessidade de monitorar a DCT, 
recomenda-se que a mesma seja realizada semanalmente, exceto 
nos casos abaixo: 
 Presença de edema; 
 Pacientes terminais; 
 Recusa do paciente ou familiar. 
 
TABELA 15 
Percentis de Dobra Cutânea Triciptal– DCT (mm) para Mulheres por idade (60 
a ≥ 80 anos) 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
 
 
 
16 
TABELA 16 
Percentis de Dobra Cutânea Tricipital – DCT (mm) para Homens por idade 
(60 a ≥ 80 anos) 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
 
TABELA 17 
Classificação da DCT por percentil 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
8. Avaliação antropométrica no idoso (>60 anos) 
Os pontos de corte do IMC para idoso são superiores aos do adulto. Isso se 
deve a maior susceptibilidade a doenças que esse grupo apresenta, 
necessitando, assim, de maior reserva de tecidos, que o protege da 
desnutrição. Os seguintes critérios de diagnóstico nutricional são 
recomendados à população idosa: 
 
 
 
17 
TABELA 18 
Estado nutricional de idosos segundo o IMC (pacientes hospitalizados) 
 
 
Fonte: NSI, 1994. 
 
Deve-se calcular o Peso Ajustável para Idosos com IMC superior a 27 kg/m2. 
 
Pideal = E2 x 27 se Idade ≥ 60 anos 
 
TABELA 19 
Estado nutricional de idosos segundo o IMC (pacientes ambulatoriais): 
 
 
Fonte: Adaptado de SABE/OPAS, 2002. 
 
9. Bioimpedância elétrica 
A Impedância Bioelétrica (BIA) é um método usado para avaliar a composição 
corpórea (massa magra, massa gorda e água corporal total), por meio da 
passagem da corrente elétrica através do corpo. Quando a corrente elétrica é 
aplicada ao corpo humano, há oposições do fluxo denominadas, resistência 
(R) e reatância (XC). 
 
 
18 
A resistência está inversamente relacionada com a condutividade da corrente 
elétrica, enquanto a reatância está relacionada com o desempenho dinâmico 
da estrutura celular, ou atividade da membrana celular. 
Graficamente, a BIA é expressa por três variáveis em ohms como unidade: 
 Resistência (R) 
 Reatância (XC) 
 Um ângulo de fase 
O ângulo de fase, que é a relação entre a reatância e a resistência 
encontrada, é um indicador de prognóstico nutricional e podeser utilizado 
como referência da condição nutricional do paciente. 
A avaliação é realizada com o paciente deitado em decúbito dorsal, sem 
calçados e meias, conforme descrição a seguir: 
 
FIGURA 3 
Decúbito dorsal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 Realizar o teste no lado dominante do paciente; 
 Quando realizar um novo teste no paciente sempre fazê-lo no mesmo 
lado utilizado no teste anterior; 
 As pernas deverão permanecer afastadas evitando o contato dos 
tornozelos e joelhos; 
 As mãos e braços não devem tocar o corpo; 
 Não deve haver contato do corpo com metais externos (joias, relógios e 
próteses metálicas não interferem no teste); 
 A pele, nos locais de colocação dos eletrodos, deve estar limpa (se estiver 
oleosa limpar com álcool). 
 
 
B - PARÂMETROS BIOQUÍMICOS 
Importante verificar condições plasmáticas de eletrólitos, hemograma 
completo, anemias, função hepática e renal, glicemia, PCR (proteína C-
reativa). 
 
Valores bioquímicos poderão estar alterados devido à terapia 
antineoplásica e medicações (ex.: corticoide pode contribuir para a 
hiperglicemia, contagem de neutrófilos poderá estar diminuída, 
alterações de funções hepáticas poderão estar presentes devido ao 
quimioterápico). 
 
Proteínas Plasmáticas 
Albumina (vida média: 18 a 20 dias): indicador pouco sensível de 
desnutrição, pois a reserva corporal é grande, além da meia vida longa. 
 
 
20 
TABELA 20 
Classificação da Albumina 
 
 
Fonte: Adaptado de Waitzberg D.L., 2002. 
 
Transferrina (vida média: 7 a 8 dias). 
 
TABELA 21 
Classificação da transferrina 
 
 
Fonte: Adaptado de Waitzberg D.L., 2002. 
Pré-albumina (vida média: 2 a 3 dias): a vida média curta torna-a um índice 
sensível para a identificação da restrição proteica ou energética. 
 
 
 
21 
TABELA 22 
Classificação da pré-albumina 
 
 
Fonte: Adaptado de Bottoni, A Oliveira, C.O, Ferrini, M.T., Waitzberg, D.L., 2004. Adaptado de Cuppari L., 2002. 
 
Dados Imunológicos 
Utiliza-se a contagem total de linfócitos que poderá sofrer alterações 
conforme o estado nutricional do paciente. 
Contagem de Neutrófilos (Buckley, 1966)3 
 
 
Linfocitometria ou CTL – parâmetro de avaliação nutricional para medir a 
competência imunológica. 
 
 
Os resultados podem ser interpretados da seguinte forma: 
 
 
22 
TABELA 23 
Classificação do resultado do cálculo da CTL 
 
 
Fonte: Adaptado de Cuppari, Lílian, 2002. 
 
Fatores que afetam a CTL: hipoalbuminemia, stress metabólico, infecção, 
câncer e doenças crônicas (Shronts, 1998).4 
 
De acordo com National Institute of Cancer, considera-se leucopenia 
e neutropenia graves: 
 Leucócitos: < 1000 mm3 
 Neutrófilos: < 500 mm3 
C - Parâmetros Clínicos 
O exame físico baseia-se em realizar a avaliação por meio do olhar, ouvir e 
sentir, ou seja, sinais resultantes do exame físico. 
 
 
 
 
 
 
23 
O exame físico pode ser dividido em: 
 Tecidos de regeneração rápida e sistemas corporais; 
 Massa gorda e muscular; 
 Condição hídrica corporal. 
A tabela a seguir apresenta exemplos de indicadores do exame físico 
nutricional. 
 
TABELA 24 
Visão geral da saúde (simetria, sensibilidade, coloração, textura, tamanho) 
 
 
Fonte: Adaptado de Asbran, 2014. 
 
D - Parâmetros Dietéticos 
História dietética: investigar alergias alimentares, dificuldades de ingestão 
alimentar (mastigação, deglutição, inapetência, entre outros) utilizando 
recordatórios ou inquéritos de frequência alimentares (importante, pois a 
ingestão alimentar pode estar modificada de acordo com os ciclos de 
tratamento), isso permite analisar qualitativa e quantitativamente a ingestão 
alimentar do indivíduo. 
 
 
24 
 
O método dietético é usado para: 
 Avaliar a ingestão alimentar (qualidade e quantidade); 
 Identificar hábitos alimentares e características da alimentação; 
 Contribuir na elaboração da hipótese diagnóstica do estado 
nutricional; 
 Auxiliar no planejamento do cuidado nutricional. 
Podemos utilizar os seguintes métodos dietéticos: 
 Recordatórios (podem fornecer dados detalhados e requer somente a 
memória curta do paciente); 
 Questionários de frequência alimentar (fornecem análise qualitativa, 
ou mesmo semiquantitativa, da ingestão alimentar de determinado 
indivíduo ou grupo); 
 Diários (durante certo período de tempo, geralmente de 1 a 7 dias, o 
paciente registra a ingestão alimentar). 
Concluindo... 
Avaliação Nutricional é imprescindível para identificação do estado 
nutricional dos pacientes oncológicos. 
Com a triagem nutricional é possível identificar pacientes com possível risco 
nutricional e desnutrição para uma intervenção nutricional mais efetiva e 
precoce. 
O método ABCD utiliza parâmetros Antropométricos, Bioquímicos, Clínicos e 
Dietéticos, que possibilitam um planejamento adequado da intervenção 
nutricional. 
 
 
25 
A elaboração da hipótese diagnóstica e diagnóstico nutricional auxiliam no 
planejamento das metas e cuidado nutricional. 
Esta seção apresenta parâmetros para o cálculo da estimativa das 
necessidades nutricionais individuais de cada paciente, de acordo com sua 
avaliação nutricional e tratamento realizado. 
Necessidades Energéticas e Proteicas 
O estado nutricional pode influenciar a evolução da doença, seu prognóstico, 
tolerância ao tratamento proposto e a qualidade de vida do paciente. A 
intervenção nutricional utiliza uma variedade de estratégias para auxiliar no 
manejo nutricional frente aos eventos adversos do tratamento, entretanto, é 
necessário, após a avaliação nutricional, determinar as necessidades 
nutricionais do indivíduo. 
A estimativa das necessidades nutricionais deve ser baseada de acordo com 
a avaliação nutricional realizada e com o tratamento proposto (cirurgia, 
quimioterapia, radioterapia, TMO). 
 
 
O paciente deve receber orientação quanto aos cuidados com higienização e 
preparo dos alimentos, e adequação das refeições de acordo com os efeitos 
colaterais do tratamento. 
Indivíduos portadores de câncer podem apresentar alterações metabólicas e 
aumento das necessidades nutricionais de macro e micronutrientes. 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Em um estudo sobre a condição metabólica dos portadores de 
câncer foi verificado que: 
 46,7% são hipermetabólicos; 
 43,5% são normometabólico; 
 9,8% são hipometabólico. 
Pessoas diagnosticadas com tumores de esôfago, estômago, pâncreas e 
pulmão apresentaram maiores gastos energéticos quando comparados aos 
demais grupos. 
Necessidades de Macronutrientes 
 Proteínas: essenciais a uma série de funções em nosso organismo, 
como construção e reparação celular e manutenção da massa 
muscular. Em indivíduos eutróficos a ingestão pode ser de 1,0 a 
1,2g/kg/dia, mas em condições de desnutrição ou hipercatabolismo 
deve ser aumentada, podendo chegar em 1,5 a 2,0 g/kg/dia. 
 
 Carboidratos e gorduras: são as fontes primárias de energia. Ingestão 
adequada de carboidratos e gorduras são importantes para prover 
energia ao organismo e para permitir a utilização proteica adequada 
(auxiliando na preservação da massa muscular). 
 
 Ingestão de líquidos: desidratação é um problema frequente aos 
pacientes oncológicos decorrente da diminuição de ingestão alimentar 
(dificuldade de ingerir, inapetência etc.) ou da perda de líquidos 
(vômitos, diarreias), assim como em idosos. 
Cálculo das Necessidades de Nutrientes 
Há muitos métodos para predizer as necessidades nutricionais:27 
Para pacientes eutróficos e desnutridos são utilizados o peso atual para 
cálculo de necessidades calórico-proteicas. Para pacientes obesos, deve-se 
adotar o ajuste do peso corpóreo. 
As recomendações de nutrientes podem ser utilizadas conforme os quadros 
abaixo: 
Determinação das Necessidades Calóricas e Proteicas - Pacientes 
Oncológicos Adultos 
 
TABELA 25 
Condutas consensuadas sobre as necessidades nutricionais para o paciente 
oncológico adulto nos períodos pré e pós-operatórios 
 
 
Fonte: Adaptado de Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, 2015. 
 
TABELA 26 
Condutas consensuadas sobre as necessidades nutricionais para o paciente 
oncológico adulto em tratamento clínico 
 
 
Fonte: Adaptado de Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, 2015. 
 
 
28 
TABELA 27 
Necessidades Nutricionais: Paciente Oncológico Adulto Crítico 
 
 
Fonte: Adaptado de Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, 2011. 
 
TABELA 28 
Necessidades nutricionais do paciente oncológico adulto submetido a 
transplante de células-tronco hematopoéticas 
 
 
Fonte: Adaptado de Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, 2015. 
 
 
 
 
 
29 
Determinação das Necessidades Calóricas e Proteicas - Pacientes 
Oncológicos Pediátricos 
Confira as referências abaixo: 
TABELA 29 
Recomendações de energia por kg de peso 
 
 
Fonte: Adaptado de RDA,1989. 
 
TABELA 30 
Recomendações de proteínas por kg de peso 
 
 
Fonte: Adaptado de RDA,1989. 
 
 
30 
TABELA 31 
Necessidades Nutricionais - Paciente Oncológico Pediátrico Crítico 
 
 
Fonte: Adaptado de Consenso Nacional de Nutrição Oncológica INCA, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
TABELA 32 
Necessidades Nutricionais - Paciente Oncológico Pediátrico 
 
 
Fonte: Adaptado de Consenso Nacional de Nutrição Oncológica INCA, 2011. 
Macronutrientes 
 Carboidratos: 50 - 60 % das calorias da dieta. 
 Lipídios: até 30 % das calorias da dieta. 
 
 
 
 
32 
Micronutrientes 
 Vitaminas e Minerais: variam de acordo com a necessidade específica 
do paciente e da doença, atendendo às RDAs. 
Níveis séricos de micronutrientes podem estar alterados. 
Pacientes cirúrgicos podem apresentar diminuição de vitamina A, C e 
E, dentre outros. 
A tabela abaixo resume a condição clínica do indivíduo que pode influenciar 
os níveis de micronutrientes. 
 
TABELA 33 
Quadro clínico na oncologia que poderá influenciar nos níveis de vitaminas e 
minerais 
 
 
Fonte: Adaptado de Oncology Nutrition, 2013. 
Concluindo... 
As necessidades nutricionais, energéticas e proteicas podem ser estimadas a 
partir de métodos modernos como a caloria direta ou indireta. 
A depender do estado nutricional do paciente e tipo de tratamento, é 
possível calcular as necessidades nutricionais a partir de valores disponíveis 
nas tabelas do Consenso Nacional de Nutrição Oncológica. 
Há também equações preditivas para o cálculo das necessidades nutricionais 
pediátricos que levam em consideração, a idade, sexo, peso e altura. 
 
 
33 
Esta seção apresenta diferentes efeitos adversos ao tratamento 
antineoplásico realizado pelo paciente com câncer e recomendações para 
reduzir esses sintomas. 
Efeitos Adversos do Tratamento e Manejo Nutricional 
O estado nutricional tem grande influência no tratamento dos pacientes com 
câncer e pode contribuir em uma maior incidência e gravidade dos seus 
efeitos colaterais. Os tratamentos oncológicos (quimioterapia, radioterapia e 
transplante de medula óssea), podem causar diversos efeitos adversos como 
os listados abaixo, por isso é imprescindível uma conduta e aconselhamento 
nutricional individualizado para permitir um aporte adequado de nutrientes 
e minimizar esses desconfortos. 
 
FIGURA 4 
Efeitos Adversos do Tratamento 
 
 
Náuseas/Vômitos 
Efeitos colaterais mais frequentes em relação à toxicidade gastrointestinal. 
São episódios comumente associados aos agentes citotóxicos da 
quimioterapia, principalmente quando há nos protocolos a cisplatina, mas 
também podem ocorrer em pacientes submetidos à radioterapia em regiões 
do sistema nervoso central e abdominal. 
 
 
34 
Existem variações individuais e diferentes graus eméticos entre as drogas 
antineoplásicas. Seu potencial emetogênico varia de acordo com a dose da 
quimioterapia, duração da infusão, características do próprio paciente, entre 
outros fatores. 
A ocorrência desse sintoma pode ocorrer em três diferentes momentos da 
quimioterapia: 
 Agudos (até 24 horas após a administração do medicamento); 
 Tardios (após 24 horas da infusão podendo se estender até 4-5 dias); 
 Antecipatórios (acontecem previamente à sessão de quimioterapia). 
Sabe-se que náuseas e vômitos são controlados e intermediados pelo 
sistema nervoso central. Há o aumento da liberação de serotonina no 
sistema gastrointestinal, ativando receptores fisiopatologicamente indizíveis 
(5-HT3) que, quando estimulados na zona-gatilho (área postrema), 
transmitem mensagens ao centro do vômito. 
O quadro a seguir apresenta o potencial emetogênico de diferentes drogas 
antioneoplásicas. 
 
TABELA 34 
Potencial emetogênico de drogas antineoplásicas, segundo Consenso de 
Antieméticos de Perugia 
 
 
Fonte: Adaptado de CRUZ e DEL GIGLIO, 2010. 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
É importante orientar o paciente sobre o manejo nutricional frente a 
esse sintoma para prover seu adequado aporte calórico e proteico. 
Optar por alimentos de acordo com as preferências, de fácil 
digestão, em temperaturas mais frias. Abordagens comportamentais como 
relaxamento e ambiente agradável podem auxiliar na melhor ingestão 
alimentar. 
 
Gengibre 
Originário da Ásia, é um tubérculo da planta Zingiber officiale. Estudos 
indicam propriedade antiemética do gengibre em pacientes submetidos à 
radioterapia e à quimioterapia devido à presença do composto bioativo 
gingerol provavelmente sobre os receptores colinérgicos e serotorinérgicos 
(5-HT3; 5-HT4). Hickok et al. avaliou o efeito do gengibre sobre a náusea. A 
ingestão de 250 ml de gengibre em cápsula, duas vezes ao dia, por seis dias 
após a quimioterapia mostrou contribuir com o controle da náusea. 
Dicas para auxiliar no manejo de náusea e vômitos: 
 Procurar alimentar-se com alimentos de fácil digestão: torradas, 
biscoito de polvilho, chás, caldos, sopas, purês, bolachas cream 
cracker, bolacha de água, entre outros; 
 Substituir os alimentos que lhe causam desconforto; 
 Evitar ficar próximo da área onde são preparados os alimentos porque 
o odor da preparação pode acentuar o seu sintoma; 
 Se estiver em repouso, realizar as refeições em decúbito elevado 
(sentado ou cabeceira da cama elevada), mastigando bem os 
alimentos; 
 Evitar alimentos gordurosos e frituras em geral; 
 Preferir alimentos gelados e/ou em temperatura ambiente (picolés, 
sorvetes, milk-shakes, vitaminas, sucos); 
 Evitar líquidos quentes quando estiver com náusea; 
 Atenção à hidratação, ingerir líquidos; 
 Manter adequada higiene oral. 
 
 
 
36 
Inapetência/Anorexia 
Sintoma comum durante o tratamento, diante da falta de apetite, é 
importante a inovação no cardápio. A intolerância por determinados 
alimentos, até mesmo os favoritos, é uma das manifestações da falta de 
apetite (anorexia), podendo levar à perda de peso. 
Dicas para auxiliar na melhora do apetite: 
 Procurar alimentar-se com alimentos de sua preferência; 
 Fracionar as refeições em 4 a 6 vezes ao dia, comer pequenas porções 
(2/2 horasou 3/3 horas); 
 Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições; 
 Preparar pratos coloridos e variados e incluir novos alimentos em seu 
cardápio; 
 Utilizar ervas e especiarias nas preparações; 
 Estimular o apetite com pequenas caminhadas antes das principais 
refeições; 
 Criar sempre um ambiente agradável para se alimentar. Mesas bem 
arrumadas, conversas agradáveis e um bom fundo musical podem ser 
úteis; 
 Se possível, deixe que outra pessoa prepare a refeição e evite ficar na 
cozinha nesse momento; 
 Consumir alimentos que sejam boas fontes proteicas (carnes, ovos, 
peixe, frango, leite e derivados) e calóricas (pães integrais, arroz 
integral, mel, margarina, azeite de oliva); 
 Se necessário, a suplementação alimentar via oral pode ser realizada 
com produtos específicos conforme orientação de um nutricionista. 
 
 
37 
TABELA 35 
Sugestões para acréscimo proteico-calórico em preparações alimentares a 
serem ingeridas por via oral. 
 
 
Fonte: Adaptado de Silva, MPN. Síndrome da anorexia-caquexia em portadores de câncer. Rev. Bras Cancerologia; 
52(1): 59-77, 2006. 
Mucosite Oral 
Caracteriza-se por inflamação de mucosa oral que afeta o paladar e interfere 
na ingestão alimentar, hidratação e na administração de medicamento oral. É 
uma complicação comum da quimioterapia e da radioterapia dirigida à 
região de cabeça e pescoço. 
A utilização do quimioterápico 5-FU está associado à presença desse 
sintoma em 40% dos pacientes. Outros agentes citotóxicos são conhecidos 
por serem prejudiciais à mucosa, como: agentes alquilantes, antrciclinos, 
taxanos e drogas à base de folatos – apresentados no quadro a seguir. 
 
 
 
38 
 
TABELA 36 
Exemplos de medicamentos antineoplásicos que mais causam mucosite 
 
 
Fonte: Adaptado de KOSTLER et al., 2001; NAIDU et al., 2004. 
Os regimes de condicionamento de TCTH que incluem melfalano estão 
associados a altas taxas de mucosite, principalmente em transplantes 
alogênicos. 
Em pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço, a incidência desse 
evento pode chegar a 80-100% dos casos e, em combinação com a 
quimioterapia, pode ser severa. A severidade desse sintoma influencia o 
percurso do tratamento, havendo a necessidade de reduzir a dose e até 
mesmo suspender o tratamento por um período. 
Com o tratamento pode ocorrer inflamação da mucosa que reveste a boca, 
esôfago e intestino, surgindo, assim desconfortos como: mucosite, 
estomatite e odinofagia (dor ao engolir). 
 
É importante que o profissional busque alternativas que incentivem 
o paciente a se alimentar e amenizem o desconforto dos sintomas. 
 
 
 
 
39 
Dicas para auxiliar o manejo da mucosite oral: 
 Estar atento aos sinais de ardor, sensibilidade a certos alimentos e 
líquidos; 
 Evitar o consumo de alimentos picantes, crocantes, duros, cortantes 
ou que possam machucar a mucosa (pipoca, salgadinhos de pacote, 
amendoim torrado etc.); 
 Preferir alimentos macios e se houver necessidade de alteração na 
consistência, utilizar alimentos pastosos ou líquidos; 
 Evitar alimentos ácidos ou conforme a tolerância: abacaxi, maracujá, 
kiwi, morango, laranja, tangerina, limão, tomate, vinagre, catchup, 
mostarda, pimenta, picles; 
 Não consumir alimentos, preparações e líquidos muito quentes. 
Preferir alimentos e preparações em temperatura ambiente; 
 Evitar bebidas alcoólicas e gasosas; 
 Fracionar a dieta de 2 em 2 horas, aproximadamente. 
Glutamina 
A administração de glutamina, via oral ou parenteral, é capaz de promover 
balanço nitrogenado mais favorável e contribuir na oferta proteica do 
indivíduo. Entretanto, no que se refere ao benefício desse nutriente no 
manejo de mucosites, observa-se melhores resultados quando administrado 
via parenteral em pacientes submetidos ao TCTH. 
Obstipação 
É classificada como ausência de evacuação maior que três dias ou menos 
frequente que o habitual pelo paciente. Aproximadamente 40% dos 
pacientes apresentam esse sintoma e 90% que utilizam opioides também 
apresentam. 
Outros fatores podem contribuir, como imobilidade, dieta com baixo teor de 
fibras, ingestão de líquidos reduzida, hipercalemia, hipocalemia. 
Os quimioterápicos mais relacionados são os do grupo da vinca, como 
vincristina e vimblastina. 
 
 
 
 
 
40 
Dicas para auxiliar no manejo da obstipação intestinal: 
 Frutas frescas: laranja, mexerica, mamão, ameixa, figo, manga, kiwi, 
uva. 
 Frutas secas: uva-passa, damasco, ameixa. 
 Produtos integrais: arroz integral, macarrão integral, biscoitos 
integrais, farelo de trigo, farelo de aveia, farinha de linhaça, quinoa 
em flocos. 
 Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja. 
 Hortaliças: verduras preferencialmente cruas como alface, rúcula, 
agrião, espinafre, couve, escarola e outras; tomate, berinjela, 
beterraba, pepino e outros; 
 Incluir em cada refeição pelo menos um alimento fonte de fibra; 
 Beber líquidos adequadamente, nos intervalos das refeições, para 
auxiliar no funcionamento intestinal; 
 Quando liberadas, consumir as verduras e frutas cruas com 
frequência; 
 Evitar alimentos açucarados ou doces concentrados (goiabada, 
marmelada etc.). 
Fibras 
São importantes para o funcionamento intestinal, devem estar presentes nas 
refeições para auxiliar a formação do bolo fecal e estimular os movimentos 
peristálticos. Além disso, a ingestão adequada de líquidos é importante para 
hidratação, evitar o ressecamento das fezes e auxiliar na sua eliminação. 
Diarreia 
Aproximadamente 10% dos pacientes podem apresentar esse sintoma de 
acordo com o grau (varia de 1 a 5 – quadro abaixo), com base nos critérios 
de toxicidade do National Cancer Institute. 
 
 
 
 
 
 
41 
TABELA 37 
Classificação de episódios de diarreia em pacientes com câncer 
 
 
Fonte: National Cancer Institute – Common Toxicity Criteria. 
A utilização de protocolos de quimioterapia com drogas de derivados de 
fluoropirimidas tem sido associada com um risco maior de ocorrência de 
diarreias. Pacientes submetidos à radioterapia dirigida na região pélvica 
também correm o risco de apresentar esse sintoma. 
Probióticos/Prebióticos 
Embora a aplicação de probióticos tenha aumentado em outras desordens 
gastrointestinais, o seu emprego no tratamento ou prevenção da mucosite 
intestinal induzida pelo tratamento quimioterápico tem sido intensamente 
estudado. É mostrado que a utilização de probióticos na terapia nutricional 
desses pacientes exerce efeitos benéficos sobre a modulação da microbiota 
intestinal e de citocinas pró-inflamatórias. 
Todavia, os estudos experimentais em humanos sobre os efeitos do uso de 
probióticos no tratamento oncológico são escassos. Estudos em modelo 
animal sugerem que os probióticos podem ser úteis como agente preventivo 
ou terapêutico na injúria intestinal induzida pelo tratamento antineoplásico. 
No que se refere à segurança da utilização de probióticos, faz-se necessário 
que seja dada maior atenção à possibilidade de translocação bacteriana com 
a sua utilização, principalemente em pacientes imunodeprimidos. 
Em relação ao uso de prebióticos (inulina e frutooligossacárides), eles 
estimulam seletivamente o crescimento benéfico da microbiota, 
principalmente as bifidobactérias, em menor extensão os lactobacilos e a 
inibição do crescimento de potenciais patógenos que poderão causar 
diarreias infecciosas secundárias à quimioterapia. 
 
 
42 
Dicas para auxiliar no manejo da diarreia: 
Evitar os alimentos: 
 Leites e derivados (queijos, iogurtes, requeijão), achocolatados; Frutas e sucos de frutas laxativas: mamão, melancia, laranja, 
mexerica, ameixa, uva, acerola, kiwi, abacaxi, morango, framboesa 
etc.; 
 Alimentos que contenham grãos ou farinhas integrais (cereais 
integrais, farinha de trigo integral, centeio, pães integrais e bolachas 
integrais); 
 Alimentos gordurosos: carnes gordas, bacon, manteiga, 
maionese,chantilly, molhos gordurosos, preparações fritas, bolachas/ 
pães recheados. Utilizar óleo e azeite em pouca quantidade; 
 Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico; 
 Oleaginosas: castanhas, nozes, amêndoas, amendoim etc.; 
 Verduras: brócolis, couve-flor, couve, espinafre, repolho, mostarda, 
chicória etc.; 
 Sopas industrializadas; 
 Temperos como cheiro-verde, coentro, tomate e industrializados; 
 Açúcar e doces em geral (goiabada, marmelada, pudins, chocolates 
etc.). 
Neutropenia 
A neutropenia é caracterizada por valores de neutrófilos inferiores a 
1.500/mm3, valores ≤ 1.000/mm3 e ≤ 500/mm3, definem neutropenia 
moderada e severa respectivamente. 
 
FIGURA 5 
Neutropenia 
 
 
 
 
43 
No período de neutropenia é necessário a restrição de alimentos crus como: 
 Frutas e verduras cruas; 
 Carnes cruas e/ou mal passadas; 
 Ovos crus ou com gema mole; 
 Água que não seja mineral, filtrada ou fervida; 
 Frutos do mar (camarão, mariscos, ostras etc.); 
 Peixe cru ou mal passado. 
Quando ocorrer a liberação de alimentos crus pelo médico ou nutricionista: 
inicie com frutas de casca grossas, devidamente higienizadas e sem casca, 
tais como: melão, mamão, melancia, banana, abacate, laranja, manga. 
Atenção à higienização e desinfecção, que devem ser realizadas de forma 
muito cautelosa: 
 
TABELA 38 
Maneiras corretas de higienização e desinfecção 
 
 
Anemia 
Anemia é a redução da concentração de glóbulos vermelhos no sangue 
periférico. Os valores normais variam entre 12g/ (mulheres), 14 g/dl a 18 
g/dl (homens). A anemia provoca fadiga, taquicardia, palidez, desconforto 
respiratório, dispneia e prejuízo no transporte de oxigênio para os tecidos. 
 
 
 
 
 
 
44 
FIGURA 6 
Anemia 
 
 
Dicas para aumentar o aporte de ferro na alimentação: 
 As melhores fontes alimentares de ferro heme são as carnes bovinas, 
fígado, peixe e aves. 
 O ferro não heme também é um constituinte natural dos alimentos 
vegetais como as leguminosas (feijão, ervilha e lentilha), frutas secas 
(damasco, uva-passa e ameixa preta), vegetais de cor verde-escura 
(brócolis, espinafre, couve, escarola, rúcula etc.), mas sofre influências 
de fatores dietéticos para ser absorvido. Para aumentar a 
biodisponibilidade do ferro não heme, deve-se consumir alimentos 
que auxiliem na absorção, ou seja, aqueles considerados fontes de 
vitamina C, como as frutas cítricas: laranja, limão, abacaxi, acerola e 
Kiwi, in natura ou em sucos. 
Evitar consumir, na mesma refeição, alimentos que prejudiquem a absorção 
do ferro não heme, como por exemplo: chá preto, café, farelo de trigo, 
chocolate e alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados. 
Alterações Sensoriais e Aversões Alimentares 
O paladar e o olfato são percepções importantes no indivíduo e 
indispensáveis para motivar a ingestão alimentar. Muitos pacientes atribuem 
a diminuição do apetite e da ingestão alimentar a essas alterações. 
 
 
45 
 
Desordens do paladar (disgeusia) e do olfato (disosmia) em pacientes 
portadores de câncer envolvem alterações na acuidade e qualidade do 
paladar, nos distúrbios na percepção olfativa, em aversões alimentares e na 
xerostomia (da boca seca). 
Alterações na intensidade do paladar dependem do local do tumor. Pacientes 
portadores de câncer de cabeça e pescoço e em radioterapia apresentam 
mais alterações gustativas (80%-60%) do que outros grupos, devido ao 
tratamento apresentar efeito destrutivo dos tecidos sensoriais como 
cavidade oral, língua, glândulas salivares, nervos associados ao paladar e ao 
olfato. Após a radioterapia os efeitos podem permanecer até por um ano, 
embora sejam suavizados ao passar do tempo. 
Os pacientes submetidos à quimioterapia também podem apresentar 
alterações na diminuição da sensibilidade, com gosto metálico ou amargo na 
boca, que tem sido associado a medicamentos antineoplásicos como 
ciclofosfamida, doxorrubicina, 5-fluoracil, metotrexato e cisplatina. 
Pesquisadores também sugerem que a peroxidação lipídica nas células 
epiteliais da cavidade oral contribui para a produção de carbonilas que 
causariam a sensação de gosto metálico. A deficiência de zinco também tem 
sido associada às alterações do paladar, muitos estudos sustentam a 
hipótese de que concentrações adequadas de zinco contribuem na 
manutenção normal da percepção do paladar. O zinco pode ser facilmente 
depletado pelo aumento do catabolismo, desnutrição e caquexia nos 
pacientes. 
O desenvolvimento de aversões alimentares específicas (ou seja, ao consumo 
de um alimento que remete a desconfortos gastrintestinais como náusea e 
vômitos, disgeusia e disosmia) é frequente. A aversão ao alimento pode 
ocorrer em 30% a 55% dos pacientes em terapia antineoplásica e também 
está associada à deficiência de zinco. Alterações de sabor e odor são outros 
 
 
46 
fatores importantes na aversão, muitos pacientes relatam aversão a carnes 
vermelhas, com gosto metálico na boca, assim como a outros alimentos 
como vegetais, café, chocolates e alimentos gordurosos. Pacientes parecem 
tolerar melhor carnes brancas (principalmente frango, peixe) e ovos. 
O papel exato do zinco na percepção do paladar é desconhecido, contudo, 
sabe-se que esse mineral é um cofator para a fosfatase alcalina, uma enzima 
que se apresenta de forma abundante no interior da membrana celular das 
papilas gustativas. Além disso, o zinco está envolvido na conformação de 
proteínas envolvidas na regulação dos poros presentes nas microvilosidades 
das papilas gustativas. 
O quadro a seguir apresenta uma síntese das recomendações alimentares e 
nutricionais de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes com 
reação ao tratamento antineoplásico realizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
TABELA 39 
Síntese das recomendações nutricionais para melhorar os sintomas causados 
pelos tratamentos 
 
 
Fonte: Adaptado de Bachmann P, 2001. 
Concluindo... 
Os efeitos colaterais do tratamento oncológico (radioterapia, quimioterapia, 
cirurgia e transplante de medula óssea) estão associados com algum grau de 
disfunção gastrointestinal, com consequente redução da ingestão de 
alimentos e adicional perda de peso. 
 
 
48 
A nutricionista tem papel importante para auxiliar o paciente com relação ao 
manejo de efeitos adversos o tratamento como náusea, vômitos, 
inapetência, mucosite, obstipação, diarreia, neutropenia, anemia e disgeusia. 
Pois nessas situações é muito importante a adaptação do tipo da dieta e 
orientações individualizadas para garantir um aporte nutricional adequado. 
Nesta seção é abordada a terapia nutricional como forma de melhorar a 
qualidade de vida do paciente durante e após o tratamento antineoplásico. 
Terapia Nutricional 
A terapia nutricional durante a quimioterapia, radioterapia e após cirurgias 
faz-se necessária, pois todos esses tratamentos podem causar efeitos 
adversos que impactam no estado nutricional do paciente, havendo a 
necessidade de adaptação e readequação da dieta. 
 
 
Essa intervenção pode melhorar o desconforto do paciente, mantendo ou 
recuperando seu estado nutricional e pode prevenir a possível interrupção 
do tratamento.Conheça-a a seguir: 
Dieta Via Oral 
Após avaliação nutricional, é feita uma orientação dietética individualizada e 
adaptada aos efeitos adversos do tratamento. Se não houver distúrbios de 
deglutição, é importante insistir na alimentação fracionada, de acordo com 
as necessidades calórico-proteicas e com eventos adversos do tratamento 
proposto, modificando a consistência da dieta (se necessário), variando as 
refeições e preparações para evitar monotonia. 
 
 
49 
Dieta Via Oral Associada a Complemento Nutricional 
A diminuição da ingestão alimentar devido à mucosite, anorexia, fadiga, 
saciedade precoce e alteração no paladar podem ocasionar perda de peso e 
desnutrição, por isso, nesses casos o uso de complementos nutricionais 
orais (suplementos hipercalóricos e hiperproteicos – nutricionalmente 
completo) podem ser utilizados para manutenção e/ou recuperação do 
estado nutricional, melhora da albumina plasmática e da transferrina em até 
50% dos pacientes. 
A indicação do complemento nutricional pode ser realizada se o paciente 
apresentar um ou mais dos seguintes critérios: 
 IMC < 18,5 kg/m2; 
 Perda de peso ≥ 5% nos últimos seis meses; 
 Aceitação alimentar < ¾ das recomendações nutricionais; 
 Anorexia; 
 Recusa da sonda nasoenteral/terapia nutricional enteral. 
Nutrição Enteral 
A nutrição enteral está indicada em pacientes desnutridos e com trato 
gastrointestinal funcionante associado à baixa ingestão oral, desde que o 
acesso enteral possa ser obtido com segurança. Nessas condições a nutrição 
enteral é sempre preferencial à nutrição parenteral, por ser mais fisiológica e 
segura, mais simples e ter menor custo. As indicações mais comuns são 
para pacientes com disfagia devido ao câncer de cabeça e pescoço, 
obstrução do esôfago ou estômago e desnutrição no pré-operatório. 
O uso da nutrição enteral em paciente com câncer raramente leva à melhora 
da mortalidade comparado com a nutrição parenteral, porém é associado 
com maior diminuição das complicações e menor custo quando utilizada em 
pacientes hospitalizados. 
 
Após discussão entre equipe interdisciplinar, familiares e o paciente, cabe a 
decisão da via de acesso da terapia nutricional enteral. 
 
 
50 
FIGURA 7 
Nutrição Enteral 
 
 
A sondagem nasoenteral é a melhor escolha se a previsão da duração do 
tratamento for de até 30 dias ou ainda para testar a tolerância. A sonda é 
introduzida pela narina e pode ser posicionada na câmara gástrica, pós-
pilórica ou em posição jejunal. 
A gastrostomia percutânea deve ser realizada quando há previsão do uso de 
nutrição enteral por períodos superiores a quatro semanas. As sondas 
utilizadas são de silicone ou poliuretano e são mais calibrosas que a sonda 
nasoenteral. 
A jejunostomia é indicada quando há obstrução gástrica, gastroparesia, risco 
elevado de broncoaspiração, gastrojejunostomia não funcional, 
complicações de anastomose após gastrectomia ou esofagectomia, e o 
período for maior que quatro semanas. 
Nutrição Parenteral 
A nutrição parenteral consiste na administração de nutrientes necessários 
para a sobrevida diretamente na corrente sanguínea, via cateter posicionado 
no sistema venoso central ou periférico. 
 
 
51 
 
A indicação da terapia nutricional parenteral é realizada quando o trato 
gastrointestinal não estiver funcionando ou se a terapia nutricional enteral 
não for a melhor alternativa devido a náuseas e vômitos severos, obstrução, 
má absorção ou risco de sangramento. 
O uso da nutrição parenteral permanece controverso e deve ser limitada a 
situações específicas, pois há complicações como: infecção do cateter e 
atrofia da mucosa intestinal. 
Imunonutrição 
Imunonutrientes apresentam a capacidade em modular o sistema 
imunológico por meio de nutrientes como: arginina, glutamina, cisteína, 
nucleotídeos, ácidos graxos, fibras, vitaminas A, C, E e zinco, que podem ter 
ação direta ou indireta no sistema imune. Eles podem contribuir na evolução 
do tratamento de pacientes, em que existe a possibilidade de ocorrer 
alterações metabólicas, seja por um estado inflamatório sistêmico ou por um 
conjunto de modificações das citocinas circulantes. 
Pesquisas sugerem que pacientes oncológicos que serão submetidos a 
cirurgias abdominais e do trato gastrointestinal, e que recebam dietas 
imunomoduladoras podem apresentar menor incidência de complicações 
infecciosas pós-operatórias, menor tempo de internação e menor custo do 
tratamento. Além disso, podem apresentar melhora significativa na resposta 
imunológica, na oxigenação intestinal, microperfusão e influência positiva 
nos marcadores bioquímicos como pré-albumina, proteína ligadora do 
retinol e transferrina. 
 
 
 
 
52 
 
Os estudos sugerem que fórmulas enriquecidas com 
imunomoduladores devem ser prescritas entre sete a dez dias antes 
de cirurgias oncológicas de grande porte, independente da condição 
nutricional. Em indivíduos que apresentam desnutrição atual ou pregressa, 
deve-se manter dieta imunomoduladora por mais sete dias após a cirurgia. 
 
Alguns estudos contraindicam o uso deles em pacientes críticos, devido à 
presença de arginina, que participa do ciclo do óxido nítrico. 
O preparo imunológico de pacientes cirúrgicos tem como objetivo garantir: 
 Oferta de nutrientes imunomoduladores visando melhor resposta 
metabólica ao estresse; 
 Melhor cicatrização; 
 Manutenção da barreira intestinal como órgão de defesa; 
 Diminuição de taxas de infecções pós cirúrgicas; 
 Diminuição do tempo de permanência hospitalar e consequentemente 
Diminuição de custos hospitalares; 
 Melhora de marcadores bioquímicos como pré-albumina, proteína 
ligadora do retinol e transferrina. 
De acordo com o ASPEN e ESPEN, fórmulas adicionadas de arginina, 
glutamina, nucleotídeos, antioxidantes (selênio, zinco, cobre, manganês, 
Vitamina A, Vitamina E e Vitamina C) e ômega-3 contribuem para os 
desfechos positivos do paciente cirúrgico no pós-operatório. 
O quadro a seguir apresenta uma síntese das recomendações para o uso de 
dieta imunomoduladora em pacientes com câncer submetidos à cirurgia. 
 
 
53 
TABELA 40 
Resumo das recomendações do uso de dieta imunomoduladora em 
pacientes oncológicos cirúrgicos 
 
 
Fonte: INCA, 2011. 
Ácidos Graxos Poli-Insaturados ω-3 
Os ácidos graxos poli-insaturados da série n-3 estão presentes no óleo de 
peixe, óleo de linhaça, semente de chia e de linhaça e têm sido propostos 
como um ativo na redução do crescimento tumoral e da perda tecidual, 
principalmente da massa adiposa. Barber et al. (2001),5 em um estudo 
clínico realizado com um pequeno número de pacientes com caquexia em 
decorrência do câncer de pâncreas, mostrou que a ingestão de EPA em 
adição a um suplemento calórico-proteico aumentou o peso corporal e 
também melhorou outras alterações presentes na caquexia, como o 
hiperinsulinismo, aumento das interleucinas pró-inflamatórias e excreção 
urinária de PIF. 
Outro estudo mostrou que o aumento da massa magra e da qualidade de 
vida foi observado em um teste aleatorizado duplo-cego usando um 
suplemento oral enriquecido com ácidos graxos ω-3 e proteína, oferecendo 
2,2 g de ácido eicosapentaenoico (EPA) por dia. Contudo, as pesquisas ainda 
são controversas, sendo necessários mais estudos experimentais que 
 
 
54 
comprovem os efeitos dos ácidos graxos de série n-3 no tratamento da 
caquexia no câncer. 
Concluindo... 
Os pacientes oncológicos que são submetidos a quimioterapia, radioterapia, 
quimioterapia concomitante a radioterapia, transplante de médula óssea 
e/ou cirurgia podem ao longo dotratamento apresentar algum grau de 
dificuldade para se alimentar. 
A terapia nutricional seja enteral, parenteral ou oral no paciente oncológico 
objetiva a prevenção e/ou recuperação do declínio do estado nutricional e 
promove o adequado aporte nutricional mediante aconselhamento 
nutricional individualizado. 
Considerações Finais 
Diversos fatores podem levar o paciente oncológico a desnutrição como: 
 Redução do apetite; 
 Efeitos adversos dos tratamentos (náusea, vomito, disgeusia, 
xerostomia, esofagite, mucosite, obstipação, diarreia e neutropenia); 
 Hábitos alimentares inadequados; 
 Alterações metabólicas; 
 Dificuldade mecânica para mastigar ou deglutir, pós cirúrgico ou a 
depender da agressividade do tumor; 
 Estágio da doença; 
 Alterações gastrointestinais, etc. 
O que nos remete a necessidade de utilizar ferramentas para realizar uma 
avaliação nutricional adequada e traçar um aconselhamento nutricional 
individualizado onde poderá ser empregada a terapia nutricional oral, 
nutrição enteral, nutrição parenteral ou até mesmo a combinação entre elas. 
A manutenção e/ou recuperação do estado nutricional do paciente pode 
proporcionar melhor qualidade de vida e tolerância ao tratamento 
oncológico. 
 
 
 
 
55 
Referências Bibliográficas 
1. CHUMLEA, W.C., ROCHE, A.F., Steinbaugh, M.L. Estimating stature 
from knee heigh for person 60 to 90 years of age. J. Am. Geriatric. 
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2. Chumlea W.C, Roche A.F, Mukherjee D. Nutritional assessment of the 
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1984. 
3. Buckley, 1966 In: CUPPARI, Lilian. Guias de medicina ambulatorial e 
hospitalar – UNIFESP/Escola Paulista de Medicina: Nutrição Clínica no 
adulto. 1ª edição. São Paulo, Manole, 2002. 
4. Shronts, 1998 In: CUPPARI, Lilian. Guias de medicina ambulatorial e 
hospitalar – UNIFESP/Escola Paulista de Medicina: Nutrição Clínica no 
adulto. 1ª edição. São Paulo, Manole, 2002. 
5. BARBER, MD. Cancer cachexia and its treatment with fish oil enriched 
with nutritional supplementation. Nutrition, n. 17, p. 751-5, 2001.

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