Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA – CD0328 PRÁTICA 09 DILATAÇÃO TÉRMICA Breno Oliveira da Silva 359580 Turma 04A Prática realizada no dia 26/09/2017 às 08:00 h. Professor Heitor. Fortaleza – Ceará Outubro de 2017 OBJETIVOS - Determinação do coeficiente de dilatação linear de sólidos. MATERIAL - Dilatômetro; - Tubos ocos de: aço, latão e alumínio; - Relógio comparador; - Kitasato (pyrex); - Termômetro; - Lâmina bimetálica; - Fita métrica; - Luvas térmicas; - Fogareiro elétrico. FUNDAMENTOS A variação de temperatura produz um efeito que altera a dimensão dos corpos sólidos. Este efeito é chamado de Dilatação térmica. Analisando a variação em apenas uma dimensão do corpo estudado, temos a dilatação linear. Podemos observar essa dilatação em objetos como: cabos, fios, barras, tubos. No nosso experimento analisaremos materiais com formas de tubos. Considerando um tubo com comprimento L0 numa temperatura t, ao variarmos essa temperatura em Δt chegando à temperatura t’ (t’ > t) e observamos um novo comprimento L do tubo (L > L0). E isso pode ser equacionado da seguinte forma: ΔL = α.L0. Δt Onde α é o coeficiente de dilatação linear. Isolando α na equação temos: α = ΔL / L0.Δt Utilizando um aparelho chamado de dilatômetro podemos medir a variação de comprimento do tubo. O dilatômetro é mostrado na figura a seguir: Figura 1. Dilatômetro. Conectando o tubo através de uma mangueira em um recipiente com água em ebulição faz-se com que a temperatura do tubo varie e ocorra a dilatação linear, que pode ser medida pelo relógio comparador encostado na extremidade do tubo. PROCEDIMENTO 1- Montamos a experiência conforme indica a Figura 1. Tomando as seguintes precauções: 1.1 Suspendemos o tubo escolhido nas hastes de sustentação do dilatômetro. 1.2 Fixamos o tubo na haste próxima à entrada de vapor de água e deixamos a outra extremidade livre para mover o pino do relógio comparador. 1.3 Verificamos se o relógio comparador estava fixado na terceira haste de modo que o mesmo toque a extremidade fechada do tubo oco. Zeramos o relógio comparador antes de iniciar o aquecimento. Para isso giramos o mostrador do relógio até que o “zero” coincidisse com a posição do ponteiro. 1.4 Posicionamos a saída lateral do tubo inclinada para baixo. Isso facilita a saída de água que eventualmente venha a se condensar dentro do tubo. Colocamos um recipiente para receber a água eventualmente condensada no tubo. 2- Medimos o comprimento L0, à temperatura inicial, da porção do tubo considerada na dilatação (comprimento do tubo entre o ponto de fixação, na haste próxima a extremidade do mesmo por onde se dá a entrada do vapor de água e a extremidade fechada que toca o relógio comparador). Anotamos na Tabela 1. 3- Anotamos a temperatura inicial, t (temperatura ambiente). 4- Quando o ponteiro estacionou e estava saindo vapor pela saída lateral do tubo oco, anotamos a temperatura final, t’ (temperatura do vapor d’água) e a medida da dilatação, ΔL (medida do relógio comparador). 5- Repetimos o procedimento para os outros tubos. 6- Indicamos na Tabela 1 as unidades utilizadas. Tabela 1. Resultados experimentais. MATERIAL L0 (cm) t (°C) t’ (°C) ΔL (mm) α (°C-1) AÇO 52,5 24,8 99,8 0,23 5,84 x 10-6 ALUMÍNIO 53,4 25,0 99,8 0,94 2,35 x 10-5 LATÃO 52,0 24,7 99,8 0,73 1,87 x 10-5 7- Determinamos o coeficiente de dilatação linear de cada material fornecido. Aço α = ΔL / L0.Δt α = 0,023 / 52,5 . 75 α = 0,023 / 3937,5 α = 0,00000584 = 5,84 x 10-6 °C-1 Alumínio α = ΔL / L0.Δt α = 0,094 / 53,5 . 74,8 α = 0,094 / 4001,8 α = 0,00002349 = 2,35 x 10-5 °C-1 Latão α = ΔL / L0.Δt α = 0,073 / 52,0 . 75,1 α =0,073 / 3905,2 α = 0,00001869 = 1,87 x 10-5 °C-1 8- Observamos o comportamento de uma lâmina bimetálica de modo a responder a questão 3. Figura 2. Lâmina bimetálica antes do aquecimento. QUESTIONÁRIO 1- Compare o coeficiente de dilatação linear encontrado experimentalmente para cada material fornecido com os valores respectivos da literatura. Indique o erro percentual em cada caso. MATERIAL COEFICIENTE EXPERIMENTAL (°C-1) COEFICIENTE LITERÁRIO (°C-1) ERRO PERCENTUAL (%) Aço 5,84 x 10-6 1,2 x 10-5 - 51,33 Alumínio 2,35 x 10-5 2,2 x 10-5 6,81 Latão 1,87 x 10-5 2,0 x 10-5 - 6,50 2- Na figura abaixo vemos uma junta de dilatação em uma estrada de ferro. Justifique a necessidade de juntas de dilatação em estradas de ferro em função dos resultados da prática realizada. Figura 3. Juntas de dilatação em uma estrada de ferro. As juntas se fazem necessárias pois durante o dia a temperatura pode aumentar com a incidência do sol e diminuir durante a noite, causando uma variação no comprimento do trilho, que se estiver encostado no outro vai força-lo causando uma deformação no mesmo. 3- Uma lâmina bimetálica consiste de duas tiras metálicas rebitadas e é utilizada como elemento de controle em um termostato comum. Explique como ela funciona. A lâmina é composta por duas substâncias que tem coeficientes de dilatação linear diferentes. Quando a temperatura varia cada material se comporta de uma maneira, variando o comprimento (ΔL) de acordo com seu coeficiente. Essa variação diferente no comprimento faz com que a lâmina se curve para cima ou pra baixo de acordo com a disposição do material. 4- Explique o que ocorre ao período de um relógio de pêndulo com o aumento da temperatura. Com o aumento da temperatura, o relógio de pêndulo passa a adiantar, atrasar ou permanece marcando as horas corretamente? Sabendo que o período do pêndulo é definido pela equação: T = 2π√( 𝐿 𝑔 ) e que se a temperatura aumentar o comprimento L do pêndulo também aumentará, notamos que o período T do pêndulo aumentará, fazendo com que cada oscilação demore mais tempo para se completar, fazendo assim com que o relógio se atrase. 5- Uma pequena esfera de alumínio pode atravessar um anel de aço. Entretanto, aquecendo a esfera, ela não conseguirá mais atravessar o anel. (a) O que aconteceria se aquecêssemos o anel e não a esfera? (b) O que aconteceria se aquecêssemos igualmente o anel e a esfera? a) Aquecendo o anel faríamos com que seu diâmetro aumentasse e a esfera passaria com mais facilidade. b) Aquecendo os dois de forma igual a esfera de alumínio não passaria pelo anel que é feito de aço e tem coeficiente de dilatação linear menor. Desta forma a esfera dilataria mais que o anel. 6- Por que a água não deve ser usada como substância termométrica? Porque a água é uma substância anômala, com comportamento diferente da maioria das substâncias. Em algumas variações positivas de temperatura a água contrai, diferente das outras substâncias que expandiriam. E vice- versa. Além disso, a água tem alto calor específico, o que faz necessário muita energia e tempo para esta variar de temperatura. 7- Explique porque a superfície de um lago congela-se primeiro quando a temperatura ambiente baixa para valores igual ou abaixo de zero grau Celsius. Devido à dilatação anômala da água, o gelo que tem menor densidade, flutua sobre a água líquida, mantendo-se na superfície. A água na parte inferior vai perdendo calor gradativamente e o congelamento vai acontecendo de cima pra baixo. 8- Um orifício circular numa lâmina de alumíniotem diâmetro de 40,6 cm a 100°C. Qual o seu diâmetro quando a temperatura da lâmina baixar para 0°C? (α = 23 x 10-6 °C-1). Se o diâmetro é 40,6 cm, o comprimento da circunferência é 127,55 cm. α = ΔL / L0.Δt 23 x 10-6 = ΔL /127,55.(0 - 100) 23 x 10-6 = ΔL /(-12755) ΔL = - 0,29 cm Como o novo comprimento é 127,26, o novo diâmetro é 40,51 cm. CONCLUSÃO Concluímos a prática conhecendo o fenômeno da dilatação linear, bem como as suas características e consequências. Vimos ainda, que através do dilatômetro podemos estimar o coeficiente de dilatação linear de vários materiais. Alguns fatores podem ter motivado a diferença entre o valor literário e o experimental dos coeficientes de dilatação encontrados nesta prática, como a falta de precisão da trena para medida com comprimento do tubo, a variação de temperatura do vapor d’água do momento que sai do recipiente até a entrada do tubo ou até mesmo uma leitura errada de alguma medida por parte aluno. O maior erro percentual encontrado foi no experimento com o tubo de aço que foi de - 51,33 %. Diante de um erro tão grande, acredita-se que a causa pode ter sido o erro na leitura ou na transcrição da variação do comprimento. Apesar desses fatores, o erro de 6,81% no tubo de alumínio e de - 6,50% no tubo de latão demostra que o experimento foi realizado com sucesso e que é bastante válido para realizar a estimativa do coeficiente de dilatação linear dos materiais. Por fim, consideramos essa prática bem proveitosa e de fundamental importância para o conhecimento do aluno de engenharia. BIBLIOGRAFIA ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS DE FÍSICA 2017 – UFC Dilatação Linear Disponível em: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/Dilatacao/linear.php Acessado em 08/10/2017 às 09:30h. Coeficiente de Dilatação Linear Disponível em: https://www.ucb.br/sites/100/118/Laboratorios/Calor/DilatacaoLinear.pdf Acessado em 08/10/2017 às 10:10h. Figura 1 Disponível em: http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=azed&cod=_dilatometrolinear Acessado em 08/10/2017 às 11:20h. Figura 2 Disponível em: http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/lamina- bimetalica.htm Acessado em 08/10/2017 às 11:40h. Figura 3 Disponível em: ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS DE FÍSICA 2017 - UFC
Compartilhar