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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMETOS RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA PRÁTICA 10: CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO Bárbara Alves Chagas – 422217 13 de novembro de 2018, 08:00 – 11:00 Fortaleza – Ceará OBJETIVOS: • Determinar a capacidade térmica de um calorímetro; • Determinar o calor específico de vários sólidos; MATERIAL: • Calorímetro com agitador; • Água; • Amostra de ferro, alumínio e cobre; • Balança; • Termômetro; • Fonte de calor. PROCEDIMENTO (PARTE 1) Como o vaso de cobre, o agitador e o termômetro absorvem calor em quantidade significativa, é necessário que se conheça a quantidade a “capacidade calorífica” (C) do conjunto, também conhecida como “equivalente em água”, isto é, a quantidade de água que absorverá tanto calor quanto o conjunto das três peças. Determinamos a capacidade calorífica executando o procedimento a seguir: 1.1 Colocamos uma massa m’ = 100 gramas de água no calorímetro; 1.2 Depois do equilíbrio térmico, por volta de sete minutos, anotamos a temperatura t0 dessa mistura formada pela água, vaso, termômetro e agitador; 1.3 Aquecemos m = 100 gramas de água à temperatura T = t0 + 10ºC, para evitar perda de calor, juntamos rapidamente essa água aquecida à água do calorímetro. 1.4 Acionado sempre o agitador, aguardamos o equilíbrio térmico e anotamos a temperatura t atingida pela mistura. 1.5 Aplicando o princípio da conservação da energia, temos: Qcedido = Qganho 1.6 Considerando que não houve troca de calor entre calorímetro e meio-ambientes temos: mc0(T – t) = m’c0(t – t0) + C(t – t0) Onde: m = massa de água quente – 100g m’ = massa de água fria – 100g c0 = calor específico da água – 1 cal/gºC T = temperatura da água quente – 34,9ºC t0 = temperatura da água fria – 24,9ºC t = temperatura final da mistura – 28,9ºC C = capacidade calorífica do calorímetro – Temos: C = mc0(T – t) − m’c0(t – t0) t – t0 = 100 ∙ 1(34,9 − 28,9) − 100 ∙ 1(28,9 − 24,9) 28,9 − 24,9 = 50cal/℃ (PARTE 2) Para calcular o calor específico de uma substância qualquer, conhecendo-se previamente o equivalente em água do equipamento, usamos a fórmula: c = (m′ + m0) ∙ c0 ∙ (t − t0) M(T − t) 2.1 Colocamos no calorímetro uma massa m’ = 200 gramas de água, à temperatura ambiente t0. 2.2 Aquecemos a uma temperatura T (temperatura de ebulição da água) a substância cujo calor específico queríamos determinar. Para isso, deixamos imersa em água fervente por alguns minutos até entrar em equilíbrio térmico, então anotamos a temperatura. 2.3 Colocamos no calorímetro, com rapidez, a substância em teste, para não haver perda de calor; 2.4 Acionando sempre o agitador, esperamos uniformizar a temperatura da mistura e anotamos a temperatura de equilíbrio. c𝑎𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 = (m′ + m0) ∙ c0 ∙ (t − t0) M(T − t) = (200 + 50) ∙ 1 ∙ (28,4 − 24,5) 60,1(98,7 − 24,5) = 0,22 cal/g℃ c𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = (m′ + m0) ∙ c0 ∙ (t − t0) M(T − t) = (200 + 50) ∙ 1 ∙ (28,8 − 24,5) 104(97,5 − 28,8) = 0,15 cal/g℃ c𝑓𝑒𝑟𝑟𝑜 = (m′ + m0) ∙ c0 ∙ (t − t0) M(T − t) = (200 + 50) ∙ 1 ∙ (32,4 − 24,5) 149,1(97,5 − 32,4) = 0,20 cal/g℃ MATERIAL M m’ 𝐦𝟎 T 𝐭𝟎 t c Alumínio 60,10 g 200 g 50 g 98,7º 24,5º 28,4º 0,22 cal/gºC Cobre 104,0 g 200 g 50 g 97,5º 24,5º 28,8º 0,15 cal/gºC Ferro 149,1 g 200 g 50 g 97,5º 24,5º 32,4º 0,20 cal/gºC Material Valor Experimental Valor Teórico Erro Percentual Alumínio 0,22 cal/gºC 0,220 cal/gºC 0% Cobre 0,15 cal/gºC 0,094 cal/gºC 59,5% Ferro 0,20 cal/gºC 0,110 cal/gºC 8,2% QUESTIONÁRIO 1. Lembrando que o calor específico da água é maior que o da areia, explique por que as brisas marítimas sopram, durante o dia, do mar para a terra, e, à noite, em sentido contrário. Discuta a influência destes fatos sobre o clima das regiões beira-mar. A brisa marítima surge da diferença de temperatura entre o mar e o continente. Durante o dia, o sol aquece o mar e a areia, como o calor específico da areia é menor que o da água, ela esquenta e esfria com maior facilidade. Assim, a areia esquenta mais rápido do que a água, então o ar quente da areia sobe, por ser mais leve, e é ocupado pelo ar frio que estava em contato com a água, surgindo uma brisa do mar para a terra. À noite ocorre o inverso, a brisa corre em direção ao mar, pois a areia esfria mais rapidamente e, portanto, detém o ar mais frio e denso que é empurrado para o mar onde a água ainda está esfriando. 2. O calor pode ser absorvido por uma substância sem que esta mude sua temperatura? Sim. O calor recebido em que o corpo muda de estado físico sem mudança de temperatura é denominado calor latente. Já a situação inversa é chamada de calor sensível. 3. Quando um objeto quente esquenta um frio, suas mudanças de temperatura são iguais em magnitude? Dê exemplo extraído desta prática. Não, pois segundo a expressão Q = m c Δθ, para que a variação de temperatura seja igual, o produto da massa pelo calor específico deve ser o mesmo, o que nem sempre acontece. Por exemplos, nessa prática o alumínio estava a 98,7ºC e a água estava a 24,5ºC e, no entanto, quando atingiram o equilíbrio térmico a temperatura final foi 28,4ºC. 4. Dois sólidos de massas diferentes, a uma mesma temperatura, recebem iguais quantidades de calor e sofrem a mesma variação de temperatura. Que relação há entre seus calores específicos? Como houve uma variação de temperatura e ambos os sólidos receberam a mesma quantidade de calor, então Q = Q, e, dada a formula de calor especifico c=Q/m.ΔT e c’=Q/m’.ΔT; c/c’=(Q/m.ΔT)/(Q/m’.ΔT), eliminando Q e ΔT: c/c’=m’/m. 5. Consultar a Literatura Científica de modo a obter os calores específicos das substâncias abaixo. Alumínio – 0,220 cal/gºC Ouro – 0,032 cal/gºC Cobre – 0,094 cal/gºC Prata – 0,056 cal/gºC Latão – 0,092 cal/gºC Água – 1,000 cal/gºC Ferro – 0,110 cal/gºC Mercúrio – 0,033 cal/gºC *Fontes: [ 4 ] CONCLUSÃO Nessa prática, aprimoramos nossos conhecimentos a respeito de calorimetria. Determinamos a capacidade térmica de um calorímetro, por meio do “equivalente em água”, isto é, a quantidade de água que absorve tanto calor quanto o calorímetro. Determinamos, também, o calor especifico de três sólidos: alumínio, cobre e ferro. Na determinação do calor específico houve um grande erro percentual, provavelmente caudado pela perda de calor dos objetos para o ambiente. Concluímos que a temperatura de equilíbrio não é obrigatoriamente uma média das temperaturas iniciais, ou seja, que os corpos não obrigatoriamente sofrem a mesma variação de temperatura, pois como a fórmula de acordo com a expressão Q = m∙c∙Δθ, para haver uma mesma variação de temperatura, o produto m∙c deve ser constante. BIBLIOGRAFIA [ 1 ] DIAS, N. L. Roteiro de Física Experimental Básica. Fortaleza-CE: UFC, 2018. [ 2 ] SILAS, Joab. Convecção e brisas marítimas – BrasilEscola. Disponível: < https://b rasilescola.uol.com.br/fisica/conveccao-brisas-maritimas.htm>. Acesso em: 22 de nov. de 2018. [ 3 ] SUPERINERESSANTE. Mundo Estranho. Por que os ventos sopram da terra para o mar durante o dia e, à noite, do mar para a terra? 2011. Disponível: < https://super.ab ril.com.br/mundo-estranho/por-que-os-ventos-sopram-da-terra-para-o-mar-durante-o- dia-e-a-noite-do-mar-para-a-terra/>. Acesso em: 22 de nov. de 2018. [ 4 ] FISICANET – Constante – Calor Específico de uma Substância. Disponível: <htt p://www.fisica.net/constantes/calor-especifico-c.php>. Acesso em: 22 de nov. de 2018.
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