Buscar

FICHAMENTO POLANYI - A Grande Transformação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FICHAMENTO POLANYI
CAPITULO 5
- A permuta, a barganha e a troca constituem um principio de comportamento econômico que depende do padrão de mercado para sua efetivação. Principio da permuta depende do padrão de mercado;
- Padrão de mercado está mais associado a centralidade ou a autarquia. A simetria está relacionada a padronização de instituições já existentes. A centralidade, embora crie instituições distintas, não implica particularização de especificidades únicas. A autarquia econômica é apenas um traço acessório de um grupo fechado já existente. 
- Através do padrão de mercado, cria-se o mercado. E é por isto que o controle do sistema econômico pelo mercado é consequência fundamental para toda a organização da sociedade: significa, nada menos, dirigir a sociedade como se fosse um acessório do mercado. Em vez de a economia estar embutida nas relações sociais, são as relações sociais que estão embutidas no sistema econômico.
- Fator econômico é essencial a existência da sociedade. Esta deve ser modelada de maneira a permitir que o sistema funcione de acordo com suas próprias leis; Economia de mercado só funciona em sistema de mercado. (Premissa). 
- A presença ou a ausência de mercados ou de dinheiro não afeta necessariamente o sistema econômico de uma sociedade primitiva. Isto refuta o mito do século XIX de que o dinheiro foi uma invenção cujo aparecimento transformava inevitavelmente uma sociedade, com a criação de mercados, forçando o ritmo da divisão de trabalho, liberando a propensão natural do homem à permuta, à barganha e à troca. 
- Os mercados não são instituições que funcionam dentro de uma economia, mas fora dela. 
- Comunidades humanas nunca deixaram inteiramente de lado o comercio exterior, e necessariamente esse comércio envolvia mercados. Pode implicar tanto em paz como em bilateralidade, baseado no principio da reciprocidade, não da permuta. Relativos a distancia geográfica, um suprindo a necessidade do outro com relação ao que não possui no seu local. (comércio complementar), não é um comércio competitivo, contraste com comércio interno, naturalmente competitivo. > Somente com a emergência do comercio interno é que a competição passa a ser aceita como principio geral de comercio.
- Mercados locais se desenvolveram a partir de atos individuais de permuta. Desde o principio cercada por uma serie de salvaguardas criadas para proteger a organização econômica vigente na sociedade de interferência por parte das praticas de mercado. 
- A existência de mercados locais típicos dos tempos modernos é quase impossível em tempos antigos, visto que existiam diversas restrições acerca dos locais onde eram instalados. Eram consideradas imutáveis até meados do século XVIII nos países mais adiantados da Europa Ocidental. Mercados locais não foram pontos de partida do comercio interno. 
- Na Europa Ocidental, o comercio interno foi criado por intervenção do Estado. A separação entre o comercio local e o exterior dentro das cidades significava a chave para a compreensão da vida urbana na EO. 
- A acentuada distinção entre o comércio local e de longa distância pode parecer demasiado rígida, especialmente porque ela nos leva à conclusão, um tanto surpreendente, de que nem o comércio de longa distância, nem o comércio local, foi o pai do comércio interno dos tempos modernos não nos deixando alternativa senão voltarmo-nos, a título de explicação, para o deus ex machina da intervenção estatal.
- Os burgueses, criados a partir da separação entre o comercio local e o de longa distancia e da criação dos centros urbanos medievais, se encontravam numa posição inteiramente diferente em relação a esses comércios. 
- A separação estrita entre o comercio local e o de longa distancia foi uma reação da vida urbana a ameaça do capital móvel de desintegrar as instituições da cidade e principalmente a burguesia. 
- Mantendo o princípio de um comércio local não-competitivo e um comércio a longa distância igualmente não-competitivo, levado a efeito de cidade a cidade, os burgueses dificultaram, por todos os meios a seu dispor, a inclusão do campo no compasso do comércio e a abertura de um comércio indiscriminado entre as cidades e o campo. Foi esse desenvolvimento que forçou o estado territorial a se projetar como instrumento da "nacionalização" do mercado e criador do comércio interno.
- A intervenção estatal, que havia liberado o comércio dos limites da cidade privilegiada, era agora chamada a lidar com dois perigos estreitamente ligados, os quais a cidade havia contornado com sucesso, a saber, o monopólio e a competição. Já se compreendia, naquela época, que a competição levaria, em última instância, ao monopólio, mas o monopólio era ainda mais temido do que posteriormente, pois ele muitas vezes estava ligado às necessidades da vida, e, portanto, podia tornar-se facilmente um perigo para a comunidade. O remédio encontrado foi a total regulamentação da vida econômica, só que agora em escala nacional e não mais apenas municipal.
- A "libertação" do comércio levada a efeito pelo mercantilismo apenas liberou o comércio do particularismo, porém, ao mesmo tempo, ampliou o escopo da regulamentação. O sistema econômico estava submerso em relações sociais gerais; os mercados eram apenas um aspecto acessório de uma estrutura institucional controlada e regulada, mais do que nunca, pela autoridade social.
CAPITULO 6
- As regulamentações e os mercados cresceram juntos. O mercado auto-regulavel era desconhecido e a emergência dessa ideia se constituiu numa inversão completa da tendência do desenvolvimento. 
- Uma economia de mercado é um sistema controlado e auto-regulado por mercados. Expectativa de comportamento de seres humanos com base a buscar cada vez mais lucros; Fornecimento dos bens disponíveis e serviços a preços que igualam a demanda desses preços; Presença de dinheiro. Produção controlada pelos preços, formando rendimentos, com esse rendimento os bens produzidos podem ser distribuídos entre os membros da sociedade. A auto-regulação significa que toda produção é para venda no mercado, e que todos os rendimentos derivam dessas vendas. 
- Não devem existir medidas de regulação advindas do Estado que atrapalhem a auto-regulação dos mercados, nem nada que possa atrapalhar a ação desses. O mercado deve ser o único poder organizador da esfera econômica. 
- O mercantilismo, por mais que tivesse insistido enfaticamente na comercialização como política nacional, pensava a respeito dos mercados de maneira exatamente contrária à economia de mercado, o que fica bem demonstrado pela amplitude da intervenção estatal na indústria.
- A transição para um sistema democrático e uma política representativa significou a total reversão da tendência da época, e da mesma forma a mudança de mercados regulamentados para auto-reguláveis, ao final do século XVIII, representou uma transformação completa na estrutura da sociedade.
- Com relação ao conceito de mercadoria, o ponto crucial é o seguinte: trabalho, terra e dinheiro são elementos essenciais da indústria. Eles também têm que ser organizados em mercados e, de fato, esses mercados formam uma parte absolutamente vital do sistema econômico. Todavia, o trabalho, a terra e o dinheiro obviamente não são mercadorias. O postulado de que tudo o que é comprado e vendido tem que ser produzido para venda é enfaticamente irreal no que diz respeito a eles. > Essa confusão no conceito oferece um principio de acordo com o qual não se pode permitir qualquer entendimento ou comportamento que venha a impedir o funcionamento real do mecanismo de mercadoria. 
- O fato de a maquinaria barata ser propriedade do trabalhador ou do mercador fazia alguma diferença quanto à posição social das partes e sem dúvida influía nos ganhos do trabalhador que ficava em melhor situação enquanto proprietário das suas ferramentas de trabalho. Entretanto, isto não obrigava o mercador a tornar-se um capitalista industrial ou o limitava a emprestar seu dinheiro às pessoas interessadas. A partir da invençãode novas maquinarias, mais sofisticadas, com essas, veio a implantação do sistema fabril, e a relação entre o comercio e a indústria. 
- Três componentes deveriam ser adicionados ao sistema: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial esse fornecimento só podia ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis à compra. Agora eles tinham que ser organizados para a venda no mercado - em outras palavras, como mercadorias. A ampliação do mecanismo de mercado aos componentes da indústria - trabalho, terra e dinheiro - foi a consequência inevitável da introdução do sistema fabril numa sociedade comercial.
- O desenvolvimento do sistema de fabricas se baseava num sistema de compra e venda, mudando completamente as necessidades para que pudesse continuar em andamento com a produção. 
- Enquanto a organização dos mercados mundiais de mercadorias, dos mercados mundiais de capitais e dos mercados mundiais de moedas, sob a égide do padrão-ouro, deu um momentum sem paralelo ao mecanismo de mercados, surgiu um movimento bem estruturado para resistir aos efeitos perniciosos de uma economia controlada pelo mercado.
CAPITULO 7
- Não era concebível uma economia de mercado que não incluísse um mercado de trabalho, mas estabelecê-lo, especialmente na civilização rural da Inglaterra, ignificava nada menos do que destruir totalmente o tecido tradicional da sociedade.
- O mercado de trabalho foi o último dos mercados a ser organizado sob o novo sistema industrial, e esse passo final só foi tomado quando a economia de mercado foi posta em marcha e a ausência de um mercado de trabalho provou ser um mal ainda maior para o próprio povo comum do que as calamidades que acompanhariam a sua introdução.
- Esse mecanismo de mercado teve que passar por altas formas de regulação, devido a compensação da destruição que ele poderia causar a sociedade. O que estava contra a premissa de funcionamento da economia de mercado. 
- Adoção da Speenharnland Law: ela introduziu uma inovação social e econômica que nada mais era que o "direito de viver" e, até ser abolida, em 1834, ele impediu efetivamente o estabelecimento de um mercado de trabalho competitivo. Ninguém trabalharia por um salario se pudesse sobreviver sem fazer nada. (Desde os tempos antigos esses seres humanos são criaturinhas preguiçosas, ein? Queria viver na época dessa lei!).
- Durante a vigência da Speenharnland Law, o indivíduo recebia assistência mesmo quando empregado, se seu salário fosse menor do que a renda familiar estabelecida pela tabela. Ora, nenhum trabalhador tinha qualquer interesse material em satisfazer seu empregador, uma vez que a sua renda era a mesma qualquer que fosse o seu salário. 
- Sob a Speenhamland Law, a sociedade se debatia entre duas influências opostas: a que emanava do paternalismo e que protegia a mão-de-obra dos perigos de um sistema de mercado, e a que organizava os elementos da produção, inclusive a terra, sob um sistema de mercado, afastando a gente comum do seu status anterior, compelindo-a a ganhar a vida oferecendo seu trabalho à venda enquanto, ao mesmo tempo, privava esse trabalho do seu valor de mercado.
- Pode-se argumentar, de fato, que a intervenção paternalista da Speenhamland contribuiu para o aparecimento das Anti-Combination Laws, uma intervenção posterior, e, se não fosse por elas, a Speenharnland poderia ter atuado no sentido de elevar os salários em vez de rebaixá-los como realmente ocorreu.
- Os problemas do terceiro período foram incomparavelmente mais profundos. As atrocidades burocráticas cometidas contra os pobres durante a década seguinte a 1834 pela nova autoridade centralizada da Poor Law foram apenas esporádicas e quase nulas quando comparadas aos efeitos gerais da mais potente de todas as instituições modernas - o mercado de trabalho. Fonte de perigo passa a ser a competitividade. 
- Se a Speenharnland impedira a emergência de uma classe trabalhadora, agora os trabalhadores pobres estavam sendo formados nessa classe pela pressão de um mecanismo insensível.
- A introdução da economia política no reino do universal aconteceu em duas perspectivas opostas - a do progresso e do aperfeiçoamento, de um lado, e a do determinismo e da perdição, do outro. A sua tradução para a prática também foi alcançada por dois caminhos opostos; através do princípio da harmonia e da auto-regulação, de um lado, e da competição e do conflito, do outro.

Continue navegando