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1º Teste de psicologia 
� Definição de psicologia 
 
“A psicologia é simultaneamente uma das ciências mais antigas e 
uma das mais recentes” 
Passaram-se muitos séculos até que a psicologia fosse considerada ciência 
e se constituísse como área de trabalho independente e autónoma da 
filosofia. 
É uma das mais antigas por estudar assuntos sobre a humanidade, nos 
quais o homem sempre refletiu por serem temas fundamentais para uma 
vida em sociedade. 
Só nos finais do século XIX é que a psicologia se emancipou da filosofia, 
em virtude de ter adotado uma metodologia apostada na observação e no 
controlo experimental. 
A psicologia é conhecida como uma ciência de charneira, pois temos de 
recorrer a diferentes áreas do saber. 
Conhecemos dois tipos de psicologia: Psicologia do senso comum e 
psicologia científica. Nós vamos estudar a psicologia científica. 
• Psicologia do senso comum: 
o Pouco ou nada fundamentada 
o Inclui preconceitos e generalizações abusivos 
o Não tem rigor 
o Ametódica 
o Pouco critica 
• Psicologia científica: 
o Fundamentada 
o Rigorosa 
o Metódica 
o Critica (face aos preconceitos e às suas imitações 
 
 
� Objeto de estudo da psicologia 
 
A psicologia é uma disciplina científica, definida como a ciência que 
estuda o comportamento e os processos mentais. 
Comportamento – É qualquer ato efetuado pelo organismo e que possa 
ser observado e registado. Ex.: sorrir, falar, calçar um sapato. (exterior, 
físico) 
Processo mental – Fenómeno interno e subjetivo, inferido a partir dos 
comportamentos observados. Ex.: sensações, perceções, lembranças. 
(interior, mente) 
 
 
 
 
 
 
 
� Finalidades da psicologia 
 
A psicologia tem como finalidades: 
• Compreender e descrever comportamentos e processos mentais 
• Explicar comportamentos e processos mentais, identificando as 
causas que os determinam 
• Prever comportamentos, a partir da identificação das suas causas. 
• Prevendo comportamentos, controlar as circunstâncias em que 
estes ocorrem. 
 
� Dicotomias em psicologia 
 
Na tentativa de compreender o ser humano, os psicólogos foram fazendo 
investigações e recolhendo dados de outras ciências que mantêm as 
afinidades com a psicologia: a biologia, a etologia, as ciências sociais, a 
antropologia, a linguística e outras. 
Mas, apesar do seu esforço de cientificidade, os psicólogos não 
conseguiram escapar a exageros, assumindo posições extremadas e 
unidirecionais, base de acentuadas dicotomias, tendentes a perspetivas 
parcelares. 
Assim, acerca da determinação do comportamento e do desenvolvimento 
humano, surgem as seguintes questões dicotómicas: 
 
• O inato e o adquirido 
Surge a propósito da questão de saber: 
 “Como é que nos tornamos humanos?” 
Trata-se de concluir se nascemos com todo o equipamento necessário ou 
se depende de aquisições feitas no contacto com o meio. 
Alguns psicólogos apoiam que os comportamentos do ser humano se 
explicam a partir de mecanismos inatos de natureza hereditária. 
Assim, o potencial genético determinaria o desenvolvimento dos seres 
humanos e, por isso, repercutir-se-ia no modo como se situam no mundo 
e sobre ele agem. Estes psicólogos consideram o meio apenas como 
condição necessária para que as características determinadas 
geneticamente se atualizem – inato. 
De modo contrário, há psicólogos que apoiam que o comportamento do 
ser humano é adquirido no contacto com o meio ambiente. O 
desenvolvimento humano processar-se-ia à medida que o organismo 
fosse reagindo a estímulos provenientes do meio. Para estes psicólogos, as 
experiencias e as aprendizagens são fatores insubstituíveis na aquisição 
de estruturas que possibilitam a cada ser humano as adaptações 
adequadas à sua sobrevivência e à sua continuidade. Serão as 
aprendizagens que o individuo efetua no contacto com as situações que 
irão determinar as diferenças nos comportamentos ao longo da vida – 
adquirido. 
 
 
 
 
• Interno – externo 
A questão que se põe nesta dicotomia é uma consequência da questão 
anterior, que se traduz por: 
“Aquilo que cada um é e o modo como se comporta dependem de 
fatores internos ou de fatores externos ao individuo?” 
O que são fatores internos? E externos? 
Quando falamos de fatores internos, estamos a referir-nos a traços 
transmitidos pelos genes, sejam eles de natureza anatómica, fisiológica ou 
psicológica. Interno refere-se ao individuo, com o que radica na sua 
hereditariedade, por exemplo, a estatura, o funcionamento dos órgãos 
internos, o sistema nervoso e hormonal, a capacidade de se emocionar ou 
o nível das competências cognitivas que utiliza na resolução de problemas 
– interno. 
Falar de fatores externos é admitir a possibilidade de os estímulos do 
meio agirem sobre o individuo, determinando, assim, a sua essência. Falar 
do polo externo é fazer referência ao meio ambiente, ou seja, ao conjunto 
de fatores circunstanciais que fazem com que o individuo seja aquilo que 
é e se comporte do modo como o faz – externo. 
 
• Individual – social 
A questão que aqui se coloca é: 
“O homem deve ser entendido como ser social ou como ser 
individual?” 
O individual centra-se na consciência, no inconsciente, no 
desenvolvimento e no comportamento, encaram seres humanos na sua 
individualidade e procuram explicar os seus mecanismos psicológicos 
sem qualquer referência ao meio social em que cada um está integrado – 
individual. 
Com o aparecimento da psicologia social, desenvolve-se a convicção de 
que o individual puro não existe, na medida em que todos os indivíduos 
são seres sociais. Se somos humanos, somos seres sociais. O individuo 
emerge de contextos sociais, culturais e históricos que o ajudam a ser 
aquilo que é e a ver o mundo da maneira como o vê. Para se 
compreender, o ser humano tem de ser perspetivado no contexto social 
de onde retira a sua identidade, as suas representações, o seu modo de se 
exprimir, ver, pensar e reagir a situações e acontecimentos. Quando se 
fala da individualidade do ser humano, está subjacente a ideia de que 
cada pessoa se desenvolve pela intervenção das coletividades sociais que 
lhe moldaram a sua essência e que, por isso mesmo, estão presentes em 
tudo aquilo que ele faz – social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Estabilidade – Mudança 
Quando tentamos descobrir se, 
“O ser humano é a mesma pessoa ao longo da vida? Ou muda de 
identidade com o tempo?” 
A mudança é uma realidade. Sabemos que ser criança não é o mesmo que 
ser adolescente. Ao longo da vida passamos por alterações que 
determinam etapas qualitativamente diferentes no percurso que 
efetuamos. As mudanças cognitivas por que somos obrigados a passar, e 
que fazem com que cada etapa percorrida no nosso desenvolvimento se 
caracterize por formas de pensar, sentir e agir diferentes das que 
caracterizam as outras etapas. Também mudamos porque as 
circunstâncias da vida nos obrigam a mudar. Ninguém nasce 
predestinado a ser uma estrutura rígida, mantendo-se invariável ao 
longo do tempo. Somos uma estrutura dotada de elasticidade. Mesmo 
depois de construída a nossa identidade, não significa que se fique com 
uma personalidade rígida, pois o individuo continua a ter de reorganizar 
em cada momento os elementos integrantes da sua personalidade, 
ajustando-os às diversas circunstâncias do meio – mudança. 
Mas existe uma certa estabilidade. Há todo um conjunto de traços, 
reações, expressões e modos de falar que se mantêm os mesmos e que 
nos permitem identificar a pessoa como sendo quem é e prever os 
comportamentos que dela são únicos. No fundo, cada pessoa permanece 
idêntica a si própria o que permite reconhecê-la nas mais diversas 
circunstâncias. Para lá do que nos aparece de diferente em cada pessoa, 
existe uma individualidade específica e regular de um eu que apresenta 
uma certa permanência, uma certa constância no decursodo seu 
desenvolvimento – estabilidade. 
 
• Continuidade – Descontinuidade 
Com esta dicotomia, prende-se a questão: 
“Como é que o ser humano e os outros seres vivos evoluem? Brusca 
ou progressivamente?” 
As nossas características físicas e psicológicas evoluem por um processo 
de crescimento semelhante ao que ocorre com a estatura e o peso 
(alterações graduais). De uma fase da vida para a outra, os caracteres 
permanecem os mesmos, variando apenas em complexidade e grau ou 
quantidade. Ex.: a evolução do pensamento de uma criança até à 
adolescência e daqui até à idade adulta resulta dum somatório de 
experiências, atualização dos potenciais genéticos. O sujeito é passivo, 
limitando-se a seguir o curso dos fatores que do interior ou do exterior o 
determinam – continuidade. 
As correntes que defendem a descontinuidade são de opinião de que as 
modificações ocorridas ao longo da vida correspondem a processos de 
transformação qualitativa que dá origem a estádios de desenvolvimento 
de natureza diferente que se vão construindo ao longo da vida. O 
desenvolvimento descrito pelos psicólogos descontinuistas implica a 
conceção de um sujeito ativo que intervém no desenvolvimento das suas 
próprias estruturas. 
 
As dicotomias são ultrapassadas ao considerar-se o ser humano como um todo 
complexo que integra elementos inatos e adquiridos, internos e externos, 
individuais e sociais, que permanece o mesmo na sua identidade, estando sujeito 
a mudanças graduais em alguns aspetos e abruptas em outros. 
 
Em suma: 
 
INATO / ADQUIRIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERNO/EXTERNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDIVIDUAL/SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIDADE / MUDANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
CONTINUIDADE /DESCONTINUIDADE 
 
 
 
 
 
 
• Genética 
• Biologia 
• Natureza 
• Hereditariedade 
• Vivências 
• Experiências 
• Meio 
• Educação 
• Memorias/vivências 
• Estado físico 
• Personalidade 
• Complexos e medos 
 
• Educação 
• Ambiente social 
• Ambiente físico/natural 
• Factores pessoais 
• Afectividade e 
emoções, pensamento 
e personalidade 
• Factores ligados ao 
contexto social e 
cultural 
• Vivências sociais 
• Mudanças graduais 
• Personalidade 
• Podem aparecer mudanças 
bruscas em certas ocasiões 
• Mudanças constantes ao 
longo da vida 
• Alterações graduais 
• Mudanças 
quantitativas de grau 
• Alterações bruscas/radicais 
• Mudanças de natureza 
qualitativa 
� Conceitos estruturadores de diferentes conceções de homem 
 
• Perspetiva mental interna - apresenta uma visão do ser humano 
essencialmente centrada na sua interioridade, colocando os processos 
mentais e emocionais na base das atitudes e das condutas das pessoas. 
Os psicólogos que seguem esta orientação têm por objetivo desvendar 
a estrutura profunda do ser humano. Wundt e Freud são psicólogos 
que se incluem nesta perspetiva. 
• Perspetiva comportamental externa – Acentua que o homem se 
desenvolve à custa de estímulos exteriores que funcionam como 
desencadeadores das condutas. Defendendo que “o que somos é o que 
fazemos”, os psicólogos integram esta perspetiva centram-se no 
comportamento, entendido como um conjunto de reações exteriores 
objetivamente observáveis. Watson. 
 
 
� Willhelm Wundt 
 
Papel na história da psicologia: 
• Criou o primeiro laboratório de psicologia, a nível mundial, o que 
deu asas a investigações dos mais prestigiados psicólogos. 
• Foi responsável pela atribuição da “independência”/autonomia da 
psicologia, separando-a da filosofia e da fisiologia, com métodos e 
perguntas “independentes” – pai da psicologia 
• Graças a ele a psicologia deixou de ser apenas uma série de 
considerações filosóficas acerca da alma humana e passa a ocupar-
se dos processos mentais / de consciência 
• Usava métodos experimentais, ou seja, uma abordagem mais 
científica – serviu de exemplo a vários psicólogos, principalmente 
aos behavioristas, como Watson. 
• Centrou-se nos pensamentos, imagens e sentimentos, áreas 
básicas da psicologia cognitiva, isto leva-nos a uma afirmação: 
Wundt estimulou o interesse na psicologia cognitiva. 
• Foi professor, estimulando a capacidade dos seus alunos a estudar 
o homem e os seus comportamentos. 
 
Objeto de estudo: 
• Para o autor, o objeto de estudo da psicologia é a mente ou a 
consciência, desta forma, estuda os pensamentos, lembranças e 
emoções – sensações, são os seus elementos básicos – 
estruturalismo. 
• Utiliza o método introspetivo, visto que, acredita que a psicologia 
deve estudar o consciente. 
 
Método introspetivo: 
• Consiste numa análise ao nosso interior, ou seja, o sujeito 
concentra-se em si e analisa o seu espírito através de um ato 
praticado ou um sentimento 
• O autor provocava sensações (imagem, luz ou som), fazendo com 
que o paciente analisasse e descrevesse o que sentia, usando o seu 
consciente (após a descrição, o cientista tem de a registar e 
interpretar) 
• Para que a introspeção faculte dados viáveis, deve ser praticada a 
nível laboratorial, ou seja, deve ser controlada. Desta forma, 
interroga os pacientes logo após lhes ter provocado as sensações e 
tem cuidado a quem aplica os seus métodos. 
• O facto de o sujeito ser observador e ser observado, tem 
limitações. 
 
Estruturalismo: 
• Consiste na descoberta da estrutura ou anatomia dos processos 
conscientes. 
• Para compreender a fundo a estrutura da consciência, adota uma 
perspetiva analítica, decompondo-a em fatores cada vez mais 
simples até chegar às sensações puras (sensações são as unidades 
básicas que constituem todos os fenómenos 
• Quer então saber o que está na base dos sentimentos e sensações 
• Através de muitas experiencias, chegam à conclusão que as 
sensações se combinam formando algo mais do que apenas a soma 
dos vários elementos que as constituem 
• Estas sensações associam-se segundo determinadas leis 
• O objetivo do autor é determinar essas leis de conexão que regem 
a organização dos elementos constituintes da consciência humana 
 
Criticas: 
Foram dirigidas ao seu método de estudo, o método introspetivo porque: 
• É difícil observar-se e ser observado, em simultâneo 
• Os fenómenos psíquicos não coincidem com a sua observação, 
levando a distorções por se recorrer à memória 
• A tomada de consciência de determinado fenómeno, altera esse 
fenómeno 
• A auto-observação não pode ser controlada por outros 
observadores, visto que, não se consegue aceder à consciência de 
outra pessoa 
• O sujeito pode não ter palavras para descrever o que sente 
• Não é aplicável a crianças ou doentes mentais, pela incapacidade 
de se exprimirem 
• Apenas dá importância ao consciente 
 
Também o estruturalismo é criticado por tentar analisar processos 
conscientes através da decomposição de elementos, sendo assim 
considerado artificial, visto que, a experiencia não pode ser vista por 
partes mas sim como um todo, como uma unidade completa. 
 
 
 
Contributo do autor para a Psicologia: 
Wundt deu, sem dúvida, um forte contributo para a psicologia. Este 
definiu claramente o seu objeto de estudo: a experiência consciente. Os 
seus métodos de pesquisa seguiram a melhor tradição científica, 
envolvendo a observação, experimentação e medição. Embora o objeto de 
estudo dos estruturalistas esteja hoje ultrapassado, a introspeção é ainda 
usada em muitas áreas da Psicologia. Com a ajuda de Wundt e os 
estruturalistas, a Psicologia avançou além das suas fronteiras iniciais. 
 
� Sigmund Freud 
Freud apresenta o inconsciente como elemento integrante da estrutura 
do psiquismo ou da mente humana. 
 
Modelo do Psiquismo: 
 
• 1ª tópica: 
Freud considerava o psiquismo humano semelhante a um iceberg, em 
que uma gigantesca parte imersa (inconsciente) sustentaa pequena 
parte que emerge à superfície (consciente). 
Consciente – constituído por noções, imagens e lembranças que a 
pessoa é capaz de voluntariamente evocar e controlar segundo as suas 
necessidades, os seus desejos ou as suas exigências sociais. 
Inconsciente – formado por instintos, pulsões e desejos socialmente 
inaceitáveis, mas que a todo o momento exercem pressão para se 
manifestar. O inconsciente é a base do consciente, estando nele 
depositados todos os motivos e impulsos biológicos, garantia de 
sobrevivência individual e da espécie. O conjunto de pulsões e desejos 
inconscientes possuem um dinamismo próprio, cujo papel na 
determinação do comportamento é superior ao dos fenómenos 
conscientes. Esta é a grande “novidade” de Freud, o inconsciente como 
o aspeto mais significativo, considerando nele residir a explicação da 
mente e das condutas humanas, a consciência é destronada pelo 
inconsciente que vai conduzir uma inédita do “eu” ou da 
personalidade. 
 
• 2ª tópica: 
Para Freud a mente do ser humano era constituída por três estruturas, 
a que chamou instâncias do eu: id, superego e ego. 
O id é uma componente inata, básica e primitiva, totalmente 
inconsciente, age segundo o princípio do prazer. No id gera-se a 
energia psíquica, isto é, a força ativadora do comportamento humano 
a que Freud chamou de libido (carácter afetivo-sexual). Também nele 
se geram duas categorias de “instintos” humanos: o eros (instinto de 
vida, presente na satisfação de necessidades básicas como o alimento 
e o sexo) e o thanatos (instinto de morte, presente em todos os 
comportamentos de defesa que implicam agressão e destruição) 
O superego forma-se por volta dos 5/6 anos, através da interiorização 
dos valores, das regras e das proibições impostas. O superego, ao 
contrário do id, é de natureza social e moral, representando a 
componente ideal da personalidade humana. Esta instância é, 
também, uma espécie de guardião moral, tendo por função impedir a 
manifestação das pulsões socialmente inaceitáveis, recalcando-as. 
O ego nasce do impacto entre o id e os factos reais que o impedem de 
obter prazer de modo imediato. Opera de acordo com o principio da 
realidade, modera a impulsividade do id. Torna-se um mediador entre 
as solicitações do id e as exigências do superego. O ego é uma 
estrutura racional, é a instância executiva da personalidade, assim, 
seleciona as situações a que a pessoa deve responder, controla a ação 
e decide de que modo as necessidades e os desejos podem ser 
satisfeitos. 
 
 Conflito intrapsíquico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As pressões opostas exercidas pelo id e pelo superego geram um conflito 
suscetível de criar ansiedade. 
Para enfrentar a ansiedade, as pessoas recorrem a diversas modalidades 
de ação que Freud designa como mecanismos de defesa do ego / eu. 
O equilíbrio interno da pessoa e a sua adaptação social dependem da sua 
capacidade para usar os mecanismos que melhor protejam a sua 
integridade psicológica. 
 
Estádios de desenvolvimento: 
Freud atribui grande importância aos estádios de desenvolvimento. 
Existem 5 estádios: oral, anal, fálico, latência e genital 
 
Oral: 
Do nascimento aos 12/18 meses de idade 
Fontes de prazer: boca, lábios e língua. 
Manifestações: mamar, comer e morder. 
ID 
“Eu quero isso 
agora!” 
Conflito 
SUPEREGO 
“Pessoas bem 
formadas não 
fazem isso” 
EGO 
“Talvez 
consigamos 
chegar a um 
acordo” 
Conflitos: a grande causa de conflitos neste estádio é a altura do 
desmame. A partir daqui, as características da personalidade poderão ser: 
• Otimismo – quando a criança ultrapassa o conflito 
• Pessimismo – quando a criança deixa de mamar muito cedo. Neste 
caso as consequências na personalidade da criança podem manifestar-
se de variadas maneiras. Pode gerar impaciência, inveja, 
agressividade, a criança pode criar aversão ou repugnância a certos 
objetos devido a privação a experiências neste estádio, assim como, 
deixar de comer. 
 
 
Anal: 
Dos 12/18 meses aos 3 anos de idade 
Fontes de prazer: ânus 
Manifestações: reter, expulsar e controlar 
Conflitos: quando a criança está na fase de treino. Iniciam-se as idas ao 
bacio e, com isso, duas possíveis situações: 
• Retentivo anal – é o célebre caso ‘não quero!’ ‘faço quando quiser’. 
Este caso pode causar na personalidade avareza, obstinação, a ordem 
compulsiva e a meticulosidade. Embora haja mais ordem nesta 
situação, a criança acaba por se sentir mais controlada e por isso 
recusa-se a ‘obedecer’ ao que lhe é dito. 
• Expulsivo anal – nesta situação a criança não tem problemas na 
expulsão. Não existe ordem nem treino, criando desta forma a 
crueldade, a destruição, a desordem e a desarrumação. A criança faz o 
necessário quando quer. 
 
Fálico: 
Dos 3 aos 5/6 anos de idade 
Fontes de prazer: órgãos genitais 
Manifestações: Exploração do próprio corpo e o dos outros através do 
toque. 
É neste estádio que se forma o superego. 
Conflitos: o conflito estará presente no complexo de Édipo, no caso 
masculino, e no complexo de Electra, no caso feminino. Estes complexos 
são importantes na formação da personalidade porque se baseiam na 
independência por parte dos rapazes e das raparigas em relação aos pais. 
Desta fase poderão advir o orgulho, a promiscuidade, a humildade, a 
sedução, a timidez ou a castidade. Tudo isto é definido pelo superego. 
 
Latência: 
Dos 5/6 anos de idade aos 12/13 anos de idade 
Neste estádio não existem pulsões, estas encontram-se adormecidas, ou 
seja, verifica-se a ausência de interesses sexuais. Este estádio coincide 
com a entrada na escola primária, passando a existir curiosidade 
intelectual e relacionamento social da criança. As características da 
personalidade consistem na aprendizagem social e no desenvolvimento 
da consciência moral. 
Não existem conflitos. 
 
Genital: 
Adolescência. 
Começam a existir contactos pessoais com outras pessoas. 
Caso tenham ocorrido fixações noutros estádios de desenvolvimento é 
aqui que se manifestam, sob a forma de perturbação. Só se atinge a 
genitalidade caso o complexo de Édipo tenha ficado bem resolvido. Alguns 
adultos nunca atingem esta fase, sem recorrer a psicoterapia revelando 
várias perturbações, nomeadamente a nível sexual. 
 
Técnicas psicanalíticas: 
 
Associação livre: 
É considerada a regra fundamental da psicanálise. 
Na associação livre, é pedido ao paciente que exprima 
indiscriminadamente, num estado consciente, o que lhe vai na mente. O 
analista interpreta à luz da teoria psicanalítica e devolve-lhe os conteúdos 
que são ditos pelo paciente. 
 
A análise dos sonhos: 
O paciente expõe ao analista os seus sonhos. Freud explica os sonhos 
como sendo a linguagem simbólica e um dos mecanismos do inconsciente 
humano para retratar “uma realização disfarçada de um desejo 
recalcado”. 
Esta análise tem como objetivo ir para além da descrição feita pelo 
paciente e descobrir o sentido oculto do sonho, resultante da descrição 
simbólica feita pelo analista. 
 
Processo de transferência: 
O paciente revive situações passadas, geralmente recalcadas, no momento 
com o analista. 
Dá-se uma transferência de emoções e sentimentos como desejos, ciúmes, 
inveja, ódio, ternura e amor, que no passado eram dirigidos a outra 
pessoa, para o analista. 
O analista interpreta e, através da interpretação, explica ao paciente a 
ligação das emoções transferidas com acontecimentos do passado. 
 
Atos falhados: 
Eventos (erros e lapsos de fala e do funcionamento psíquico) em que o 
resultado obtido não é o resultado esperado, existe um desvio para uma 
outra atividade. 
Cada ato falhado traz consigo uma intenção considerada como uma 
“mensagem” do inconsciente. 
Através dos atos falhados o analista pode encontrar pistas de 
recalcamentos e desejos inconscientes,por vezes causas de patologias. 
 
 
 
 
Mecanismos de defesa do ego: 
 
Processos subconscientes desenvolvidos pela personalidade que 
possibilitam à mente desenvolver uma solução para lidar com conflitos e 
frustrações a nível da consciência. Para Freud o termo “defesa” deveria 
ser utilizado para “todas as técnicas que o ego utiliza em conflitos que 
podem levar a neurose”. 
 
Recalcamento - o sujeito envia para o seu id as pulsões, desejos e 
sentimentos que não pode admitir no seu ego. Conteúdos recalcados 
(sonhos, atos falhados, lapsos de linguagem) 
 
Regressão – frente a uma frustração o sujeito adota atitudes, 
comportamentos ou modos de pensar característicos de um estádio de 
desenvolvimento anterior. 
Ex.: nascimento de um irmão pode originar birras, cenas de ciúmes, uma 
criança que já esta habituada a fazer chichi no bacio/sanita passa a fazê-lo 
onde não deve. 
 
Racionalização – o sujeito justifica o seu comportamento através de 
argumentos racionais, retirando o aspeto emocional de uma situação 
frustrante. 
Ex.: um irmão explica de forma racional porque bateu noutro. 
 
Projeção – o sujeito atribui aos outros (sociedade, pessoas ou objetos) 
desejos, ideias ou características que não admite em si próprio. 
Ex.: a boneca é má; aquela pessoa odeia-me. 
 
Deslocamento – o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objeto 
natural, mas que não e facilmente aceite, para um objeto substituto. 
Ex.: o pai chega a casa irritado com o dia de trabalho e a criança ao assistir 
descarrega a angústia, raiva na boneca. 
 
Formação reativa – o sujeito resolve o conflito entre os valores e as 
tendências consideradas inaceitáveis, apresentando comportamentos 
opostos as pulsões. 
Ex.: uma pessoa ser amável com alguém que odeia; um sujeito afasta-se de 
quem gosta. 
 
Sublimação – o sujeito substitui o fim ou o objeto das pulsões de modo a 
que essas se possam manifestar em modalidades socialmente aceitáveis. 
Ex.: um piromaníaco torna-se bombeiro de maneira a ter uma relação 
diferente com o fogo. 
 
Fatores importantes sobre os mecanismos: 
• Apresentam-se em todas as pessoas 
• São escolhidos inconscientemente pelo individuo 
• Atuam conforme a natureza da situação e das características da 
personalidade do sujeito 
• Mesmas situações podem desencadear mecanismos de defesa 
diferentes em indivíduos diferentes. 
• Os mecanismos mais eficazes em conflitos anteriores tendem a ser 
usados para conflitos futuros 
• O uso prolongado e excessivo de mecanismos pode torna-los 
desadequados em situações do nosso dia-a-dia. 
• Podem ser frustrados tornando, assim, o conflito ainda mais 
intensificado. 
• Quando os mecanismos falham, podem ocorrer transformações 
mais agressivas no comportamento. 
 
Contributos para a psicologia 
 
Freud distingui três níveis de consciência, deu importância sobretudo o 
estudo das forças inconscientes que motivam o comportamento humano e 
desenvolveu a psicanálise 
Freud fez-nos tomar consciência dos pensamentos e emoções 
inconscientes, da ambivalência das relações precoces de pais e filhos e da 
presença de pulsões sexuais. 
Ao demonstrar o “dinamismo interno” de cada um de nos, onde uma parte 
representa personagens de desejos reprimidos, faz-nos aperceber que 
mesmo estando sozinhos, agimos psiquicamente em grupo, ou seja, o 
entendimento do psiquismo de um individuo contribui para o 
entendimento do funcionamento de um grupo. 
Faz do social um agente formador e transformante. 
Psicoterapia em grupo. 
 
� John Watson 
Para Watson a psicologia tinha de ser objetiva o que significava rejeitar a 
psicologia mentalista praticada por Wundt. 
Watson queria tornar a psicologia uma área científica. 
 
Objeto de estudo: 
Watson propõe que a psicologia estude o comportamento (behaviour), 
que define como o conjunto de respostas objetivamente observáveis que 
o organismo executa face a estímulos também objetivamente observáveis. 
 
Método de estudo: 
Como ciência do comportamento, a psicologia deve cingir-se, 
exclusivamente, ao binómio situação-reação (S - R). 
Situação - Estímulos objetivamente observáveis 
Reação – Respostas objetivamente observáveis 
A ligação S – R processa-se de modo mecânico o que lhe permite fazer 
uma interpretação causalista do comportamento e, consequentemente, 
elaborar leis explicativas do mesmo. 
As leis behavioristas pretendiam: 
• Perante um estímulo, prever a reação subsequente 
• Perante uma resposta, determinar o estímulo que a desencadeou 
Watson chega às suas conclusões através da experimentação animal, 
considerando que a sequência estimulo-resposta se processa de modo 
automático. Esta conceção mecânica do comportamento é generalizada ao 
ser humano, cujas condutas seriam adquiridas segundo processos de 
condicionamento. 
Condicionamento – O que vai influenciar e impor condições. As nossas 
relações podem ser moldadas face a estímulos. Condiciona-se a 
personalidade através de vivências e do meio. 
Watson subestima a interferência de fatores inatos, como a 
hereditariedade, a tese nuclear do behaviorismo acerca da formação do 
ser humano advoga que os estímulos externos são os responsáveis pelo 
comportamento, pelo que será possível controlar o comportamento 
humano manipulando as situações do meio ambiente. 
Assim, o behaviorismo ou comportamentalismo pressupõe um conjunto 
de aspetos partilhados com o espírito positivista e que, 
fundamentalmente, são os seguintes: 
• Só na condição de ser totalmente objetiva é que na psicologia se 
pode arrogar o direito de possuir estatuto de ciência 
• Só é possível a objetividade com a introdução de um novo 
paradigma de trabalho: em vez da mente, o comportamento 
• Por não serem observáveis, os processos mentais não fazem parte 
do objeto da psicologia 
• O comportamento reduz-se a respostas objetivamente observáveis 
como reação a estímulos igualmente observáveis 
• Entre situação e reação há relações mecânicas, determinadas 
quantitativamente, as quais permitem chegar a leis de 
comportamento 
• As leis behavioristas da psicologia vão permitir prever e controlar 
os comportamentos 
• Não há diferença entre a psicologia animal e humana (unificação 
da psicologia) 
• À semelhança das demais ciências, a psicologia deve usar a 
experimentação, método capaz de levar a conclusões 
generalizáveis.

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