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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA – UNEB COMPONENTE CURRICULAR – Aspectos Hist. e Cult. da África e da Diáspora DOCENTE – Daniela Galdino DISCENTE – Cleid Daiane Santos de Souza SERRANO, Carlos, WALDMAN, Maurício. Percepção da África. In: Memória D’África: a temática africana em sala de aula. São Paulo: Cortez, 2007. p. 21-35. “[...] ainda que existam visões estereotipadas cultivadas contra outros povos e regiões, a África, mais do que qualquer outro continente, terminou encoberta por um véu de preconceitos que ainda hoje marcam a percepção da sua realidade” (p. 21). “[...] expressões incontestáveis do Iluminismo, [...] negaram aos africanos e a sua descendência a posse de capacidades literárias [...]” (p. 23). “[...] No que diz respeito à Europa, a sua superioridade estaria emblematicamente representada pelo fato de se aninhar privilegiadamente nas posições ocidental e setentrional das terras conhecidas [...]” (p. 23-4). “[...] As fabulações européias a respeito da África são antigas, podendo ser localizados em um variado conjunto de elaborações socioculturais” (p. 24). “[...] Ainda que a imagem da África tenha variado ao longo do tempo [...], é indiscutível que o continente foi, mais do que qualquer outro, laureado pelo pensamento ocidental com imagens particularmente negativas e excludentes” (p. 24). “[...] No período medieval, diversas imagens foram articuladas no seio do imaginário europeu. Uma dessas [...] foi a infame teoria camita, interpretação que estigmatizava os negros enquanto descendentes do personagem bíblico CAM [..]” (p. 24). “[...] a África terminou retratada pela cartografia européia como um conjunto de terras situadas abaixo do espaço europeu” (p.25). “[...] acatando a genealogia dos relatos bíblicos, esta carta geográfica discrimina, na sua posição Sul a África, um “continente negro e monstruoso”, ocupado “pelas gentes descendentes de CAM, o mais moreno dos filhos de Noé” (p. 25). “[...] Historicamente, o regime de estereotipias imposto á África foi reforçado pela distância e relativo isolamento do continente para com o mundo europeu” (p. 27). “[...] os mapas elaborados sobre a África foram granjeados por um repertório de topônimos cuja impressão é representativa da “falta de substância” que o mundo ocidental sempre emprestou ao continente” (p. 28). “[...] O rebaixamento da África relaciona-se intimamente ás demandas objetivas da sociedade capitalista ocidental, que continuamente reapresenta para o continente a condição de periferia do sistema de produção de mercadorias” (p. 29). “[...] Não lógica eurocêntrica, uma civilização notável como a egípcia não poderia ter nada a ver com um continente selvagem como o africano” (p. 30). “[...] No século XIX, a África tornou-se o cenário por definição dessa renovada ambição européia de submeter o mundo ás suas expectativas” (p. 32). “[...] Num mundo desigualmente unificado pela globalização, a África, com todas as desprezadas regiões meridionais do planeta, continua a integrar uma periferia de flagelos sociais [...]” (p. 32). “[...] nos anos 1990, existiu notória mobilização de alguns círculos de opinião para os quais a África deveria voltar a ser colonizada pelo ocidente. [...] se trataria de reconquistar a África a título, enfim, de salvar os africanos de si mesmos [...]” (p. 33). “[...] Todas as construções elaboradas sobre a África nunca se distanciaram da ambição de dominá-la nem de configurá-la como contraponto de uma Europa que se arrogava um papel dominante” (p. 33). “[...] a percepção construída a respeito da África, esboçada com base em critérios externos à sua realidade mostra-se seguidamente incapaz de compreendê-la” (p. 34).
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