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1 Fraturas em Crianças MMI – Amanda Loureiro Gama Fraturas em Crianças MMII Luxação do Quadril Esse não é o caso da displasia congênita do quadril, é uma luxação traumática Representa 5% das luxações pediátricas, e quase sempre se dão para região posterior da bacia Mecanismo de trauma: acidente de automóvel (choque frontal com trauma no joelho que se propaga até a região do quadril. O acetábulo se choca com a cabeça do fêmur e ocorre a luxação da parte posterior do quadril) Tomografia: imprescindível nas fraturas articulares -> excelente para ditar o tratamento. Tratamento: redução imediata (urgência ortopédica) ❖ É um caso de urgência maior do que as demais luxações, porque cada hora que demora para intervenção aumenta a chance de uma complicação chamada de necrose avascular da cabeça do fêmur, por lesão dos vasos que irrigam essa região. Cabeça necrosada = deformidade = artrose precoce, dor, etc. ❖ Faz a redução e não precisa de imobilização. O paciente fica de repouso até que consiga voltar a realizar suas atividades normais e que haja cicatrização das partes moles – 6 semanas (criança e adulto). Fratura de Fêmur proximal É raro e ocorre em situações de alta energia Dois picos de prevalência: 2 anos de idade e adolescência 30% dos pacientes têm outras lesões associadas (tórax, crânio) Classificação de Delbet: ❖ Tipo I: transepifisária (passando pela cabeça do fêmur) ❖ Tipo II: trasncervical (no meio do colo) – mais comum, quase sempre tratamento cirúrgico. ❖ Tipo III: basocervical (na base do colo) ❖ Tipo IV: intertrocantérica (entre os trocânteres) Tratamento: redução e estabilização ❖ Se não houver desvio -> conservador -> imobilização com gesso pélvico podálico (o gesso vai até a região torácica) por 1,5/2meses ❖ Quando há desvio -> fratura articular -> tratamento cirúrgico, porque não se tolera desvio ❖ Tem que ter cuidado com as manobras de redução, para não haver lesão dos vasos. Muitas vezes se prefere uma 2 Fraturas em Crianças MMI – Amanda Loureiro Gama abordagem cirúrgica de maneira minimamente invasiva, correndo o risco de o parafuso alcançar a fise de crescimento. Nesse caso o benefício é maior do que o risco. ❖ Utiliza a radioscopia, visualiza o foco da fratura, entra com os fios de kirschner, que tem um diâmetro pequeno, você vai no lugar correto, observa que está passando por dentro do colo, vai até perto da cabeça (não pode ultrapassar) e coloca o parafuso no lugar correto. ❖ 2 anos de idade: pode ser beneficiado com tratamento conservador através de imobilização gessada e tração ❖ 2-6 anos de idade: depende de cada paciente (desvio da fratura, idade óssea do paciente, etc.). Nesse caso, pode se fazer o uso de tração. Nós temos dois tipos de tração. A tração transesquelética e a tração cutânea -> faz a tração do membro de forma que ele volte para sua posição anatômica. Não é recomendado para adultos ou idosos. ❖ A partir de 6 anos quase sempre cirúrgico: o tratamento cirúrgico enquanto existir a fise do crescimento, pode ser feito através de hastes (flexíveis e que não invadem a fise de crescimento) ou de placas (na criança tem que colocar e remover, por a placa vai ser englobada pelo periósteo, porque pode dificultar o tratamento de uma nova fratura posteriormente) Complicação: necrose avascular -> quanto maior o desvio, maior a chance de compressão dos vasos, que vai levar a esse tipo de situação. Observação: em criança que chega com uma história sem um trauma com energia suficiente que justifique a fratura, tem que investigar problemas subjacentes àquele osso. Fratura de diáfise de tíbia. Método de tratamento: pode ser a redução e imobilização gessada ou o tratamento cirúrgico, vai depender da idade da criança. A quantidade de desvio tolerada vai ser razoavelmente grande em função do potencial de remodelamento da criança. Fratura da fíbula Só tem interesse quando há envolvimento do tornozelo -> não precisa ter localização específica no tornozelo para ter importância e necessidade cirúrgica, basta que elas repercutam nessa região. Fraturas altas: paciente com mecanismo de torção, fazem uma fratura no colo da fíbula, e o que une a fíbula com a tíbia vai ser separado até chegar no tornozelo e se tornar incongruente Se tolera até 10◦ de desvio, tanto em varo como em valgo, antes de indicar tratamento cirúrgico. Fratura do pé Os ossos do pé são praticamente todos articulares, por isso, toleram pouco desvio e por isso o tratamento acaba sendo cirúrgico -> risco de artrose precoce. Conclusão: ❖ CUIDADO: síndrome da criança espancada -> todo paciente que chegar com um perfil epidemiológico diferente do da fratura, pais com descaso, crianças com múltiplas fraturas com processos de consolidações diferentes e os pais não conseguem explicar 3 Fraturas em Crianças MMI – Amanda Loureiro Gama ❖ Na suspeita já pode acionar o conselho tutelar e tratar essa criança e os pais como se fosse síndrome da criança espancada. ❖ Observar as lesões fisárias pois os pacientes podem desenvolver deformidades e paradas de crescimento -> alertar os pais ❖ O tratamento nas crianças, na maior parte das vezes é não cirúrgico -> preservação das regiões fisárias. Quando o tratamento cirúrgico for necessário, optar pela maneira menos invasiva possível. ❖ As crianças têm alto potencial de remodelamento, e, por isso, são tolerados maiores graus de desvios, exceto em regiões articulares.
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