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FAMÍLIA TUTELA E CURATELA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
FERNANDA MARIA MARTINIANO ANDRADE
DIREITO CIVIL - FAMÍLIA
TUTELA E CURATELA
Palmas – TO
2016
TUTELA E CURATELA
A tutela e a curatela se assemelham no objetivo de proteger os interesses daquele que se encontra em estado de incapacidade na gestão de sua vida. Porém, não há que se confundir, pois se tratam de dois institutos com diversas distinções, sendo a tutela tratada nos artigos 1.728 a 1766 e a curatela do 1.767 1.783, ambos do Código Civil.
Dessa forma, a tutela é conferida a uma pessoa capaz para que esta cuide da pessoa de menor, administre seus bens, zele pela sua criação e educação. É um encargo obrigatório, porém a própria lei admite suas exceções. Existem três formas ordinárias de tutela no direito civil, a testamentária, a legítima e a dativa, fazendo-se necessário uma melhor explanação a respeito destas:
Tutela testamentária - disposta nos artigos 1.729 e 1.730 do Código Civil, onde a nomeação do tutor parte dos pais em conjunto, no caso de ambos estarem vivos, ou por um deles se o outro for falecido. Além disso, considera-se nula a nomeação pelo pai ou pela mãe que não tinha o poder familiar ao tempo de sua morte.
Tutela legítima - na hipótese de não haver a nomeação do tutor, a tutela incumbe aos parentes consanguíneos do menor, sendo estes indicados no artigo 1.731 do Código Civil, onde deverão ser nomeados pelo juiz (que também pode nomear um estranho à família, caso entenda os parentes serem incapacitados para a tutela) em ordem preferencial, vejamos:
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangüíneos do menor, por esta ordem:
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor.
Tutela dativa – esta é a hipótese onde não há tutor testamentário e nem a possibilidade de se nomear um parente consanguíneo. O juiz então nomeará pessoa estranha à família, sendo esta idônea e residente no domicílio do réu. Esta forma de tutela está transcrita no artigo 1.732 do Código Civil.
No artigo 1.735 do Código Civil, dispõe-se os casos em que alguém é incapaz de exercer a tutela. É incapaz aquele que não possui condições de administrar os próprios bens, pois entende-se que assim não terá condições também de administrar os do tutelado; aquele que possui conflitos de interesses com os do tutelado; aquele que é inimigo tanto do tutelado quanto de seus pais, ou foram expressamente excluídos da tutela-se, protege-se neste caso a ordem moral; aquele que não é pessoa idônea, não possuindo bons antecedentes por serem condenados por determinados crimes. Também é incapaz a pessoa que exerce determinada função pública, cujo exercício é incompatível com o da tutela.
Ainda que a tutela seja de cumprimento obrigatório, o próprio Código Civil admite as escusas, determinando quem poderá escusar-se e suas legalidades nos artigos 1.736 ao 1.739. A intenção desse dispositivo é a de não sobrecarregar ainda mais essas pessoas: 
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
I - mulheres casadas;
II - maiores de sessenta anos;
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
IV - os impossibilitados por enfermidade;
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de 
exercer a tutela;
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
VII - militares em serviço.
Com o intuito de proteger o tutelado e os seus bens, é realizado um inventário e avaliação dos referidos bens, sendo estes recebidos pelo tutor detalhadamente descritos e avaliados. É ainda admissível que o juiz nomeie um protutor para que fiscalize os atos do tutor.
O exercício da tutela está disposto nos artigos 1.740 ao 1.752 do Código Civil. Observa-se que o exercício da tutela encontra semelhanças ao do poder família, mas possui limitações, como por exemplo, o uso do protutor, como anteriormente citado. Também dispõe as atribuições do tutor em relação não só ao menor, como também aos seus bens. Além disso, o artigo 1.748 do Código Civil traz também outras atribuições, porém com autorização do juiz, contudo, o artigo seguinte dispõe atos com pena de nulidade, ainda que com a autorização do juiz, sendo estes: 
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor;
II - dispor dos bens do menor a título gratuito;
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
Além disso, o tutor só pode conservar em seu poder o dinheiro do tutelado necessário para as despesas, protegendo-se mais uma vez os bens deste. O tutor ainda é obrigado a prestar contas e caso não o faça, as contas podem ser exigidas por meio da ação de prestação de contas, realizada por quem tem legitimidade. Ressalta-se que as despesas com a prestação de contas são pagas pelo tutelado.
De acordo com o artigo 1.763 do Código Civil, a tutela será cessada quando o tutelado atingir a maioridade ou houver sua emancipação, ou quando este cair sob o poder familiar, seja no caso de reconhecimento ou o de adoção. Entende-se que quando estes fatos ocorrem, o tutelado não precisa mais de amparo. Mas a tutela também poderá ser cessada quando cessam as funções do tutor, podendo ser pela expiração do termo, por escusa legítima ou por ser removido. Ressalta-se ainda que o tutor somente é obrigado a servir pelo prazo de dois anos.
Enquanto isso, a curatela é definida por Carlos Roberto Gonçalves como: 
Curatela é encargo deferido por lei a alguém capaz, para reger a pessoa e administrar os bens de quem, em regra maior, não pode fazê-lo por si mesmo. (GONÇALVES, 2012, p. 591)
Para a curatela, são aplicáveis disposições legais relativas à tutela, devido as suas semelhanças, mas ainda assim há algumas modificações, como por exemplo, a curatela é deferida, em regra, a maiores de 18 anos; ela é sempre deferida pelo juiz, não havendo a modalidade testamentária; pode compreender apenas a administração dos bens do incapaz; seus poderes são mais restritos que o do tutor. Os fins da curatela são assistenciais, além de possuir caráter publicista e supletivo da capacidade. A curatela é temporária e perdura enquanto a causa da incapacidade se mantiver. Está especificada nos artigos 1.767 ao 1.783.
Conforme disposto no artigo 1.767, estão sujeitos a curatela aqueles que não podem exprimir sua vontade, seja por causa transitória ou permanente; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; os pródigos. Porém, este trecho é novo, pois foi recentemente alterado pela Lei Nº 13.146/2015, que também revogou os artigos 1.768 ao 1.773.
O artigo 1.779 do Código Civil diz respeito a curatela do nascituro, que é o ser que ainda se encontra no ventre da mãe. O artigo 1.780 foi revogado, e por isso, falaremos apenas daquele. Existe a possibilidade de se dar curador ao nascituro, desde que o pai venha a falecer e a mulher grávida não possua o poder familiar. Conforme o parágrafo único deste artigo, também pode ocorrer esta hipótese caso a mulher esteja interditada, onde o seu curador será o do nascituro. 
O cônjuge ou o companheiro é o curador do interdito. Caso não haja, será o pai ou a mãe, e também não havendo, o descendente que se demonstre mais apto. Na falta de qualquer um dos citados, deverá o juiz nomear o curador, podendo esta curatela ser compartilhada com mais de uma pessoa caso se trate de um interdito por deficiência. O Novo Código de Processo Civil faz apontamentos a respeito da autoridade do curador:
Art. 757.  A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsabilidade do curatelado ao tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como maisconveniente aos interesses do incapaz.
Sendo assim, é possível observar as semelhanças e diferenças entre a tutela e a curatela, sendo que ambas são de fundamental importância no ordenamento jurídico. É necessário que se garanta o apoio aos menores de idade e aos interditos, tanto à sua pessoa quanto aos seus bens, devendo haver sempre o acompanhamento judicial para garantir que esta administração está sendo feita da maneira correta.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 24/06/2016. 
________. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 24/06/2016.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito de Família. 9ª Edição. Editora: Saraiva, 2012.
TARTUCE, Flávio. Alterações do Código Civil pela Lei 13.146/2015. São Paulo, 2015. Disponível em <http://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/noticias/213830256/alteracoes-do-codigo-civil-pela-lei-13146-2015>. Acesso em 24/06/2016.

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