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Resumo de Direito Civil I Prof. Fábio Figueiredo

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RESUMO DE CIVIL
(primeiro semestre)
LINDB
	Lei de introdução às normas do direito brasileiro -L.I.N.D.B atual 12.376/10, antiga 4.657/42, é a Lex Legum (lei de todas as leis) do ordenamento jurídico.
	"Depois do Código Civil de 1916, diante do vulto legislativo que se passava a constituir, observou-se a efetiva necessidade de uma legislação que tratasse das normas jurídicas como um todo. O Decreto-Lei 4.657/42, a Lei de Introdução ao Código Civil foi o primeiro texto normativo a tratar de normas. Muito embora o título fosse Lei de Introdução ao Código Civil, referido decreto consubstanciava-se (fundamentava-se) em norma que tratava de toda a legislação pátria, cuidando também do Direito internacional, sob o âmbito privado. 
Em 2010, mais precisamente em 30 de dezembro foi publicada a lei 12.376/10 que revogou a antiga lei de introdução do código civil que passou a ser denominada Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (L.I.N.D. B). “É bastante evidente que a alteração fora acertada, uma vez que de fato e, com efeito, trata-se de legislação sobre todas as normas do Direito brasileiro e não apenas relacionado ao Código Civil, como o antigo nome fazia crer.”
Tem por finalidade:
Regular vigência e eficácia normativas
Apresentar soluções para antinomias normativas (conflito de leis)
Extinguir a escusa pelo desconhecimento da lei (á partir de publicada no Diário Oficial considera-se que todos tem ciência de sua existência)
Apresentar soluções de integração para anular lacunas (analogia, costumes, princípios gerais do direito).
Preservar situações consolidadas (ato jurídico perfeito, direito adquirido, coisa julgada).
Regular o direito internacional privado brasileiro
Situações concretas do Direito
	Ato jurídico perfeito: Quando uma parte adquiriu um Direito e já o está exercendo efetivamente.
	Direito Adquirido: Quando uma parte já adquiriu um direito, ele está preestabelecido, mas ela ainda não o usufrui.
	Coisa Julgada: É o ato já julgado e que não cabe mais nenhum recurso.
Noções fundamentais
	Validade: A noção de validade consiste na pertinência formal de uma norma a uma norma superior que a autorize. A validade pode ser formal ou material.
	Validade formal: Observa se as finalidades exigidas em lei para a confecção de uma norma foram seguidas.
	Validade material: Se a norma tem validade legitima perante a sociedade, se poderá ter eficácia quando aplicada.
	Vigência normativa: Uma analise temporal, que conta do momento em que a norma passa a ter força vinculante (vigor), até o momento de sua revogação.
	Eficácia: Tratasse do seu potencial para produção de efeitos, no ponto de vista social e jurídico.
	Vigor normativo: É a efetiva realização de resultados jurídicos.
	Vigor: "Boa parte da doutrina otimiza as impressões vigência e vigor como sinônimas, neste caso, ambas vão significar o dia imediatamente posterior aquele do decurso do prazo. Assim, se uma lei é publicada em um dado diário oficial no dia 27/12/2013, o prazo de Vacatio Legis de 10 dias é bastante evidente que terá vigência no dia 06/01/2014, sendo que terá vigor normativa desde o último dia do prazo, não se aplicando, essa distinção àqueles que têm essas duas expressões como sinonímias, vigor e vigência ocorrerão a partir de 06/01/2014.”.
Vacatio Legis
	Na Vacatio Legis a regra é que a lei entra em vigor (vigência) 45 dias depois de oficialmente publicada. Esses 45 dias não são válidos para decretos e regulamentos, que devem entrar em vigor na data de publicação. Na falta de uma norma regulamentadora, o mandado de injunção supre essa necessidade.
“A Lei complementar 95/98 combinada com a lei complementar 107/01 estabelece que a lei deva entrar em vigor cumprindo-se o período de Vacatio Legis que será contado com a inclusão da data de publicação e do último dia do prazo, (sendo prorrogado para o primeiro minuto subsequente ao decurso do prazo) entrando a lei em vigor no dia imediatamente posterior ao da consumação integral do prazo. O prazo de Vacatio Legis para que a lei brasileira entre em vigor fora do Brasil quando essa situação for admitida é de 3 meses."
	Conceito de Vacatio Legis: É o lapso temporal que medeia à publicação de uma norma e a sua entrada em vigor.
	Dos sistemas de Vacatio Legis: A doutrina contempla três sistemas distintos de Vacatio Legis.
Sistema progressivo
	O sistema progressivo já fora aplicado no Brasil, diante da dificuldade de comunicação existente à época da capital no Rio de Janeiro. Assim a legislação determinava que as leis entrassem em vigor progressivamente em cada estado da federação ao longo de um determinado tempo, o que estabelecia prazos de vacância distintos entre grupos de estados. Esse sistema foi banido da legislação brasileira e atualmente não tem aplicação em nenhuma esfera política.
Sistema omisso
	De acordo com esse sistema não há prazo de Vacatio Legis. Todas as leis entram em vigor na data de sua publicação, este sistema não encontra respaldo na legislação brasileira.
Sistema simultâneo ou sincrônico
	Atualmente usado no Brasil, depois de estabelecido o prazo para determinada lei entrar em vigor, ela entrará simultaneamente em todo o território nacional. Esse sistema é chamado vulgarmente de prazo único.
	Em território internacional, o prazo de Vacatio Legis é de três meses em qualquer das situações anteriormente citadas.
Correção de lei:
	É possível que diante da publicação de uma norma, haja necessidade de sua correção, neste caso a correção deverá ser objeto de nova comunicação e o prazo de vacatio legis se iniciará na data de correção da norma.
Quanto à revogação normativa:
	Como regra a lei entra em vigor ou é vigente até que outra lei venha á revogá-la. Contudo, é possível que determinada lei nasça com vigência temporária ou pré-determinada ou ainda, que a revogação se dê de modo tácito (silencioso).
Meios de revogação normativa:
"A revogação de uma norma pode ser expressa ou tácita. Dá-se a revogação expressa naqueles casos em que a nova lei expressamente menciona a revogação da lei anterior. É o que ocorre, por exemplo, com o Código Civil de 2002 ao revogar o Código Civil de 1916. Do outro lado é possível que a legislação disponha de caráter de novidade de um mesmo assunto, já tratado em lei, de modo diferente. Nestes casos aplica-se a máxima de que a lei posterior revoga a lei anterior quando, com esta última for incompatível. Tem-se, assim, nestes casos, revogação tácita da norma."
Extensão da revogação normativa:
"A extensão da revogação de uma norma, pode ser total ou parcial. Arrevogação total, também chamada de Ab-rogatio/Ab-rogação dá-se naqueles casos em que a lei é revogada em sua totalidade, não havendo mais, portanto, que se falar em sua vigência. A Derrogatio/Derrogação normativa ocorre naqueles casos em que a revogação da norma é parcial. Ou seja, uma parte da norma é revogada e deixa de produzir efeitos. O código Civil de 1916 constitui exemplo de norma Ab-rogada. A lei do divórcio de 1977 constitui exemplo de norma derrogada."
Repristinação:
"Repristinar significa devolver vigência a uma norma revogada diante da revogação da norma que a revogou. O direito brasileiro, em regra, não admite repristinação automática. Contudo, é de se notar que a repristinação poderá ser expressa na nova legislação, bem como é admissível em pelo menos um caso, a possibilidade de repristinação automática no Direito brasileiro. Tal circunstância é observada nos casos de liminar concedida na ação direta de inconstitucionalidade quando mediante liminar da relatoria dispõe sobre a inconstitucionalidade da norma automaticamente passa a vigorar a lei anterior sob pena de restar desguarnecida a matéria que antes estava disposta na legislação, ao menos previamente, tida por inconstitucional pelo STF." 
"Retomando, se a lei é previamente tida como inconstitucional pelo STF, é como se ela fosse revogada (temporariamente), por isso acontece a repristinação da lei anterior. No momento em que a lei suspeita de inconstitucionalidadeé definitivamente declarada inconstitucional pelo STF, ela passa por nulidade, ou seja, torna-se nula, como se nunca tivesse existido, daí o que ocorre é o efeito repristinatório, pois se ela nunca existiu, a lei anterior a ela não foi revogada, portanto, não sofre repristinação, apenas volta a valer."
Lacuna no direito:
"A rigor, a norma é completa e não admitem lacunas, o que significa dizer que em princípio, todas as ocorrências da vida estão previstas na lei. Contudo, é possível que em dada circunstancia determinada situação fática não encontre guarida (abrigo) normativa. Nestes casos, diz-se que há uma lacuna. Trata-se, portanto, de uma situação não prevista pela lei."
Lacuna é uma omissão legislativa, ou seja, determinada situação não prevista em lei.
Para resolvê-la existem dois sistemas, á saber:
NON LIQUET: O magistrado recusa-se a resolver tal situação por não constar em lei, é vedado pelo direito brasileiro.
Integrativo: O magistrado vai comaltar a lei, preenche-la por analogia, costumes ou princípios gerais do direito, nessa ordem.
Por analogia:
O magistrado busca no ordenamento jurídico uma norma que preveja um fato semelhante aquele em questão, comaltando a lacuna. São requisitos para a aplicação da analogia:
A- Que seja colocado à apreciação do judiciário
B- Que haja um caso semelhante previsto em lei
C- Que a semelhança entre os casos previstos e não previstos seja decisivo para a aplicação da analogia
Por costume:
Só pode ser utilizado, quando não há efeito sobre analogia, para que seja reconhecido como ferramenta de comaltação (preenchimento) o costume deve ser lícito, contínuo (diuturno) e não pode ser contrário á ordem publica.
Por princípios gerais do direito:
Estes remontam ao império romano, são construções antigas que ditam como primados do direito viver honestamente e dar a cada um o que é seu sem lesar o próximo.
Das pessoas
(física ou jurídica)
Art. 1º Lei 10.406/02
	Tanto pessoas naturais como pessoas jurídicas são capazes de direitos e deveres na ordem civil.
Pessoa natural/humana
(Capacidade e personalidade)
Dentro do tema personalidade, tem a questão da capacidade.
Capacidade de direito:
"É sinonímia de personalidade, tem capacidade de direito todo aquele que nasce com vida, o nascimento com vida é constatado na ordem jurídica pela presença de ar nos pulmões, que no caso da morte de recém-nascidos é comprovada pela docimasia hidrostática de galleno (os pulmões do recém-nascido são colocados em água, se boiar é porque tem presença de ar nos pulmões, logo a criança nasceu viva, se não boiar, não houve presença de ar, logo a criança já nasceu sem respirar). A capacidade de direito é a aptidão genérica para adquirir direitos e deveres. Toda pessoa nascida com vida pode, potencialmente, tornar-se sujeito de deveres e direito."
Capacidade de fato:
“É a capacidade para o exercício de direitos e deveres, ou seja, o individuo que antes era genericamente apto ao exercício de seus direitos e deveres agora se tornam efetivamente capaz”. O Código Civil regula nos artigos 3º e 4º as situações de incapacidade absoluta e incapacidade relativa. O sujeito absolutamente incapaz necessita de um representante para os atos da vida civil. Isto se dá sob pena de nulidade absoluta (será anulado) dos atos do absolutamente incapaz, conforme determinação expressa do Art. 166 inciso 1º do Código civil. O relativamente incapaz necessita de assistência para os atos da vida civil sob pena de anulabilidade (poderá ser anulado) de seus atos, conforme disposição do Art. 177 do Código civil.
Lei 6.015/73 - Determina as condições para uma pessoa ter capacidade de direito.
Art. 166 do CC
O absolutamente incapaz é o individuo arrolado no art. 3º do código civil, estes sujeitos necessitam de representação para os atos da vida civil, sob pena de que sejam considerados nulos de pleno direito os seus atos. Esta nulidade que será absoluta faz com que o negócio entabulado pelo absolutamente incapaz não gere qualquer efeito. 
O relativamente incapaz é o individuo arrolado no Art. 4º do CC. Necessita de assistência para os atos da vida civil. “A ausência de assistência nestes casos gera anulabilidade do ato entabulado, diante disso o relativamente incapaz pode ter o ato por ele entabulado declarado inválido.”
Art. 171 do Código Civil:
	"O sujeito que completa 16 anos deixa de ser absolutamente incapaz e passa a ser relativamente incapaz até completar 18 anos."
	Uma pessoa interditada por qualquer motivo perde a capacidade civil, relativamente ou absolutamente, dependendo da sentença.
	"Um sujeito ébrio (bêbado) habitual é relativamente incapaz, o ébrio momentâneo é absolutamente incapaz."
Obs.: Os incapazes sujeitam-se à interdição, circunstância em que a sua incapacidade está judicialmente declarada e produz efeitos invalidantes dos atos por ele perpetrados.
	O pródigo é aquele que dissemina todo o seu patrimônio e de seus dependentes.
	Se um acordo é fechado, com relação a um bem do absolutamente incapaz, assinado pelo tutor, após, se comprovado que o tutor assinou sem a consciência do tutelado, ou de má fé, o ato é anulado, se foi assinado pelo incapaz, mas que foi comprovada coação por parte do tutor, o ato não é anulado, mas o tutor deverá indenizar o incapaz.
Da cessação da incapacidade:
	Só desrespeito à capacidade de fato do sujeito, eis que em relação à capacidade de direito somente não a detém aquele que ainda não nasceu. A cessação da incapacidade pode ser dar por três modos distintos:
Cessação voluntária:
	Tem-se a emancipação civil do menor entre 16 e 18 anos. Os pais, neste caso, acompanham o menor até o cartório, para que lá seja promovida á sua emancipação civil. Tendo em vista que é possível a falta de pai ou mãe (ausência efetiva), poderá se dar a emancipação a pedido de apenas um deles.
	Nesta hipótese de emancipação voluntária, tendo em vista que o ato é presidido pela vontade dos pais, não haverá oitiva do ministério público ou qualquer tipo de manifestação ou homologação judicial. É importante salientar que a emancipação civil não se confunde com emancipação administrativa ou imputabilidade penal. Logo o menor emancipado não tem, por exemplo, o direito a um porte de arma ou carteira de habilitação, e do mesmo modo, não passará a responder sob a égide (proteção) CP por estar emancipado. São circunstâncias que não se confundem.
Cessação judicial:
	Apenas os pais tem legitimidade para o pleito de emancipação notarial, eis que, diante da ausência dos pais (efetiva juridicamente qualificada, ou seja, desconhecimento do paradeiro) dar-se-ia ao tutor ou curador a legitimidade para pleitear judicialmente a emancipação do sujeito. Neste caso tendo em vista tratar-se de um incapaz que está a pleitear em juízo a cessação de sua incapacidade será necessária à oitiva (ouvir) do membro do Ministério público, bem como da decisão judicial que defira a cessação da incapacidade.
Cessação legal:
Casamento
Colação de grau em curso de nível superior
Emprego público efetivo
Economia própria (estabilidade econômica)
Da extinção da personalidade:
	A personalidade da pessoa natural tem início do nascimento com vida que se dá com a presença de ar nos pulmões. A extinção da personalidade com tudo ocorre a partir do evento morte. Conforme o código civil são quatro as circunstâncias de morte legalmente privilegiadas:
Morte real:
	Consoante determinação do Art. 6º do CC trata-se da morte efetiva. Da circunstância de constatação médico biológica de falecimento de um indivíduo. A morte real é a situação incontestável da extinção da personalidade.
Morte presumida:
	A morte presumida é a circunstância em que não se tendo certeza da ocorrência efetiva ou não da morte de um indivíduo, a lei autoriza a determinação judicial da data provável de seu falecimento. Há duas circunstâncias distintas de decretação de morte presumida. Em primeiro lugar, a morte presumida pode ser decretada depois da declaração de ausência. Um processo longo aplicado aos casosem que determinada pessoa some sem deixar vestígios do seu paradeiro. 
	Mas a morte presumida pode ser declarada sem a anterior declaração de ausência. Isto ocorre em duas circunstâncias: Nos casos em que diante do risco era muito provável a morte do sujeito e naqueles casos em que o indivíduo preso em campanha militar não é encontrado em até dois anos da data em que finda a guerra.
Morte por comoriência:
	Prevista no art. 8º do CC determina que em situações de impossibilidade de aferição (conferência) sobre qual morte ocorreu primeiro, ter-se-á presunção de morte simultânea dos indivíduos.
	A comoriência ocorre apenas com relação a indivíduos envolvidos no mesmo evento ou falecidos no mesmo momento? Não, não precisa ser necessariamente no mesmo evento, mas deve ser no mesmo momento.
Morte civil ou ficta:
	Nesses casos é cediço (sabido) que o indivíduo não está morto, contudo a lei cria uma ficção para dar conta do seu falecimento. Ou seja, o individuo está vivo, mas é tido como se morto fosse para os fins específicos da sucessão de certa e determinada pessoa. A morte ficta ou civil, desse modo, não guarda relação com a morte efetiva do sujeito. São casos em que o individuo de fato está vivo.
	Herdeiros necessários e testamentários recebem herança em percentuais, os legatários recebem herança de coisa determinada (uma casa, um objeto e etc.).
	A morte ficta não gera extinção da personalidade, somente morte para fins de sucessão.
Dos direitos de personalidade
	Os direitos de personalidade configuram a noção do mínimo existencial. Aquilo que é essencial para existência digna do ser humano. Na história de desenvolvimento dos direitos de personalidade um sério entrave sempre se apresentou: como admitir-se um direito cujo titular e o objeto confundem-se. Ora, quando tratamos do direito da personalidade o titular é o ser humano e o objeto também. A doutrina evoluiu neste sentido e esclareceu a necessidade de um mínimo de abstração visando à conformação de tais direitos. Hoje se tem clara a noção dos direitos de personalidade amplamente difundida e admitida.
	Constitui, portanto, a exata noção de respeito á dignidade humana. Outro ponto relevante no que concerne (diz respeito) a discussão sobre direitos de personalidade, está na necessidade de positivação de tais direitos. Uma parte da doutrina sempre defendeu a necessidade de positivação expressa dos direitos de personalidade. Sobre este tema é clara hoje a noção de que é suficiente e adequado para a proteção da personalidade humana, a positivação mínima de tais direitos. Há diversos dispositivos legais a tratar dos direitos de personalidade. Dentre eles:
	A- Art. 1º inciso 3º da CF, que disciplina a dignidade da pessoa humana e evidência este instituto como valor máximo do ordenamento jurídico e fundamento da República.
	B- Art. 5º CF que explicita os direitos e garantias individuais e coletivas fundamentais, especificamente nos incisos 10, 28 e 29 que tratam da imagem e dos direitos autorais.
	C- Art. 11º à 21º do CC que tratam dos direitos de personalidade em espécie, dentre eles, pode-se citar a tutela do próprio corpo, direito ao nome, pseudônimo e tantos outros.
	A doutrina estabeleceu ao longo dos anos uma tripartição epistemológica dos direitos de personalidade para fins de estudo. Muito embora os direitos de personalidade componham direitos unívocos (que só admite uma interpretação), nos últimos anos esta tripartição ficcional tem alimentado os estudos sobre o instituto. Referida tripartição evidência três faixas de proteção dos direitos de personalidade: 1-integridade física, 2-integridade moral, 3-integridade intelectual.
Da integridade física:
	Nesta faixa de proteção calçamos a tutela sobre o próprio corpo, o direito á vida e os alimentos gravídicos ordinários e avoengos (herdados dos avós), é evidente que a positivação exigida em matéria de direitos de personalidade é a mínima necessária e, sendo assim, é bastante evidente que tais direitos não são um rol taxativo. Podem ser exemplificados, mas a todo o momento um novo direito de personalidade surge.
Da integridade moral:
	Na faixa de integridade moral temos a maior gama de direitos da personalidade, eis que se concentram nesta faixa os direitos extrapatrimoniais que estiverem afetos à integridade física ou intelectual do indivíduo. São exemplos de direitos advindos da integridade moral: imagem, privacidade, honra intimidade, sigilo doméstico, sigilo profissional, imagem genética, identidade de gênero e etc. São aspectos extrapatrimoniais protegidos pela legislação.
Da integridade intelectual:
	Na faixa de proteção da integridade intelectual temos as obras do intelecto humano protegidas pela lei. São dois ramos do direito envolvidos neste viés (direção) de proteção: O direito empresarial e o direito civil. O direito empresarial regula nos termos da lei 9.279/96 e da convenção de Paris, a propriedade industrial que trata de marcas, patentes, indicações geográficas, modelos de utilidade e desenhos industriais. O direito civil, por sua vez, nos ditames da lei 9.610/98 e da convenção de Berma trata dos direitos decorrentes da criação de obras literárias, artísticas e científicas. Trata-se de um direito de natureza SUI GENERIS (de seu próprio gênero) que comporta caracteres de direito pessoal e de direito patrimonial.
Características dos direitos de personalidade:
	Os direitos de personalidade são essencialmente fundamentais à condição humana, daí as inúmeras peculiaridades que os cercam. Basicamente quatro são os caracteres essenciais dos direitos de personalidade. A. Inalienabilidade B. Indisponibilidade C. Oponibilidade contra todos D. Imprescritibilidade.
A- Inalienabilidade:
 	Os direitos de personalidade graças à inerência ao ser humano que lhes é peculiar são inalienáveis, ou seja, não é dado ao titular alienar este direito sobre qualquer forma conhecida, é por isso que o titular de um direito de personalidade, não pode, por exemplo, ofertá-lo em garantia de uma divida.
B- Indisponibilidade:
	Os direitos de personalidade não estão sujeitos à disposição. É impossível que titular venda ou transmita um direito como esse.
"O meu direito de personalidade é inerente a minha condição humana"
C- Oponibilidade contra todos/ "Erga Omnes"
	Trata do caráter absoluto dos direitos de personalidade. A diferença entre um direito relativo e um direito absoluto está em que os direitos relativos podem ser opostos apenas a certas determinadas pessoas. (Ex: contrato de compra e venda em que o comprador só pode exigir do vendedor e vice versa).
	Quando tratamos de direitos absolutos, são circunstâncias em que o indivíduo pode exigir o direito que lhe assiste de qualquer pessoa indistintamente. É assim com os direitos de personalidade, o titular exige o respeito aos seus direitos independentemente de contra quem tenha de se dar essa exigência.
D- Imprescritibilidade:
	O tempo atua sobre os direitos. É um elemento decompositor de qualquer direito, que seja por prescrição, quer seja por decadência. Quando tratamos de direito de personalidade esta situação se altera. O tempo não atua sobre os direitos de personalidade, de modo a destruí-los, posto que sejam direitos imprescritíveis.
OBS: A afirmação de que o tempo não atua sobre os direitos de personalidade comporta também a informação do caráter vitalício com efeitos "Post Mortem" desses direitos. Eis que mesmo depois de falecido o indivíduo, seus parentes terão legitimidade para a cobrança de eventual agressão ao direito de personalidade do morto.
Individualização da pessoa natural
Há quatro tópicos de individualização da pessoa natural, são eles: nome, estado, domicilio e documentação.
Nome:
	É um direito de personalidade e se presta à individualização da pessoa natural. É composto por quatro partículas. A. Pré-nome B. Patronímico C. Agnomi D. Alcunha. O pré-nome é o primeiro nome do indivíduo, é a mais vulgar e precípua forma de individualização existente. O patronímico é o apelido de família, o vulgarsobrenome. O agnomi é o nome auxiliar utilizado para individualizar homonímias familiares (Jr., neto, sobrinho, filho), alcunha é o popular apelido. 
	O nome é imutável. Há, no entanto, algumas circunstâncias excepcionais que autorizam a alteração do nome.
Correção ortográfica
Tradução
Homonímia
Adoção
Alteração de estado individualizador familiar (casamento)
Inclusão de alcunha social
Proteção à testemunha
Exposição ao ridículo
Primeiro ano após a maioridade civil
Estado
	O estado como elemento de individualização da pessoa natural subdivide-se em estado individual, familiar e político.
	O estado individual consiste em inúmeras características pouco precisas que podem auxiliar na individualização do sujeito. Tais como: aparência física, companhias, relacionamentos, vida pretérita, locais que frequenta e etc.
	O estado individualizador familiar trata-se do vulgar estado civil. Sobre este aspecto o individual pode ser casado, solteira, separado, divorciado, desquitado ou ainda viver em união estável. É de se notar, portanto, que a alteração do estado individualizador familiar pode ser volitiva (voluntária), notarial ou judicial.
	Além disso, é possível que o estado individualizador familiar seja o de viuvez que se atinge pela morte do cônjuge.
	Concubinato: relação marital impedida
	O estado individualizador político: dita se o sujeito é brasileiro, estrangeiro, brasileiro nato, ou naturalizado.
	Qualificação: individualização da pessoa natural
Domicílio
	Domicílio físico: Efetiva presença da pessoa no local, quando essa presença é por moradia, é uma residência, pode ser domicílio ou não.
	Domicílio espiritual: Animus domicilii, você escolhe qual o seu domicílio, aquele que será apresentado às pessoas.
A residência só atende ao fator físico.
O domicílio pode ser físico ou espiritual.
Domicílio necessário: É aquele previsto em lei de modo específico
	Domicílio legal: Aquele que a lei prevê sem indicar qual é. O sujeito tem várias residências. O domicilio é pluripo e legal, o domicilio de pessoa é onde ela foi encontrada.
Domicílio como elemento individualizador da pessoa natural:
	Simples comum: domicílio simples comum é aquele estabelecido por vontade do sujeito que por ato de autonomia privada escolhe o seu domicílio sob o ponto de vista físico e espiritual.
	Domicilio simples e de eleição: é no chamado foro de eleição. As partes escolhem um foro para tratar de seu contrato.
	Domicílio necessário ou legal: são circunstâncias em que a lei determina o domicilio do sujeito, são os casos do incapaz, do militar, do servidor público, do marinheiro e do preso. Além destas circunstâncias há casos do sujeito que alternadamente está em lugares distintos, tendo todos eles por seu domicílio e do sujeito que não tem domicílio, posto que não firma seu "animus" sob nenhuma circunstância. Outra situação de destaque é a do diplomata.
Do domicílio necessário ou legal em espécie: 
O incapaz terá por seu domicilio o mesmo do representante ou assistente.
O preso terá por seu domicilio o local em que estiver recolhido à prisão.
O militar terá por seu domicilio a base de comendo a qual estiver subordinado.
O servidor público terá por seu domicilio o local em que estiver designado para prestação de serviços.
O marinheiro terá por seu domicilio o local em que o navio estiver matriculado.
Da ausência
	Significa que o sujeito desapareceu e não se tem notícia de seu paradeiro.
	É possível que dado indivíduo, não seja mais encontrado em seu domicílio. Nestes casos é possível que se diga que o indivíduo está ausente, inclusive juridicamente. Este instituto da ausência é intimamente ligado com outro, o da morte presumida. A morte presumida de um indivíduo pode se dar com ou sem prévia decretação de ausência. O Art. 7º do CC determina dois casos em que o sujeito pode ser tido como morto independentemente da decretação de ausência. 
	Tais casos são: A- probabilidade de morte fundada em risco sobre levado corria que o indivíduo, por exemplo, sujeito que estava em um voo que se acidentou do qual pouquíssimos corpos foram encontrados B- Nos casos em que o indivíduo é feito preso em campanha militar e não é encontrado em até dois anos da data do fim da guerra.
	As situações dispostas acima são circunstâncias autorizantes da possibilidade de declaração de morte presumida, independentemente da decretação préva de ausência do sujeito. São, portanto, circunstâncias excepcionais no campo do direito. Outra situação é aquela dos casos que exigem a decretação prévia de ausência, se o sujeito desaparece de seu domicílio sem deixar pessoa habilitada (procurador, á gestão de seu patrimônio), ou mandatário, se este não tiver condições, ou não quiser assumir o "munus" (a tarefa), ter-se-a, desde logo declaração de ausência.
	Nos casos em que o mandato não for exercido por quem quer que seja, o cônjuge, sempre que não estiver separado de fato há mais de dois anos (se não houver procurador, ou cônjuge, a responsabilidade passa para os pais, que serão o natural curador de bens do ausente). Se, por algum motivo, a curatela patrimonial não puder ficar a cargo do cônjuge, estabelecer-se-á a curatela na seguinte ordem: 1º aos pais e depois aos descendentes, nesta ordem de preferência.
Das pessoas jurídicas
	O conglomerado patrimonial destinado e organizado para um determinado fim compõe uma pessoa jurídica.
	No direito brasileiro as pessoas jurídicas são de direito público ou de direito privado. As pessoas jurídicas de direito público por sua vez, subdividem-se em pessoas jurídicas de direito público interno ou externo, as pessoas jurídicas de direito público interno são a União, os estados, o DF, os territórios, os municípios, as autarquias, as associações públicas e eventualmente de mais instituições criadas por lei com esta roupagem de direito público. As pessoas jurídicas de direito público externo são os estados estrangeiros e todo e qualquer instituição que for regida pelo direito internacional público. 
	As pessoas jurídicas de direito privado, regidas, portanto, pelo Código Civil são: 
Associações
As sociedades 
As fundações 
As organizações religiosas 
Os partidos políticos 
A "eireli" (empresa individual de responsabilidade limitada).
	Muito embora a existência legal de uma pessoa jurídica de direito privado inicie do ato constitutivo, no registro notarial competente (Jucesp, cartório de títulos e documentos), é possível que se compreenda a responsabilidade de um ente despersonalizado tal qual como se personalizado fosse.
Requisitos para a constituição da pessoa jurídica:
	A formação da pessoa jurídica exige uma pluralidade de pessoas ou de bens e uma finalidade especifica (elementos de ordem material), bem como um ato constitutivo e respectivo registro no órgão competente (elemento formal). São quatro os requisitos para constituir uma pessoa jurídica: 1- Vontade humana criadora: intenção de criar uma entidade distinta da de seus membros; 2- Elaboração do ato constitutivo: Estatuto ou contrato social; 3- Registro do ato constitutivo no órgão competente; 4- Licitude de seu objetivo, determinado e possível, é o lucro pelo exercício da atividade.
	Começo da existência legal: O impulso volitivo, coletivo nas associações e sociedades e individual nas fundações, formalizam-se no ato constitutivo, como já dito, que pode ser o estatuto ou contrato social, conforme a espécie de pessoa jurídica a ser criada. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado só começa efetivamente com registro de seu ato constitutivo no órgão competente. 
	Sociedades irregulares ou de fato: Sem o registro de seu ato constitutivo a pessoa jurídica será considerada irregular, mera associação ou sociedade de fato, sem personalidade jurídica, ou seja, mera relação contratual disciplinada pelo estatuto ou contrato social. Efetivado o registro, porém, a pessoa jurídica começa a existir legalmente passando a ter aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações e a desfrutar da capacidade patrimonial,com vida própria e patrimônio que não se confunde com o de seus membros.
	Grupos despersonalizados: A lei prevê certos casos de universalidades de direito e de massas de bens identificáveis como unidade, que mesmo não tendo personalidade jurídica, podem gozar de capacidade processual e ter legitimidade ativa e passiva, para acionar e serem acionadas em juízo. São entidades que se formam independentemente da vontade de seus membros ou em virtude de um ato jurídico que os vincule a determinados bens, sem que haja affectio societatis. Dentre os diversos grupos despersonalizados destacam-se: A família: indubitavelmente a mais importante entidade não personificada, não há responsabilidade patrimonial da família por eventuais débitos, mas apenas a de seus integrantes. A massa falida: assim passa a ser denominado o acervo de bens pertencentes ao falecido (massa falida objetiva), após a sentença declaratória de falência decretando a perda do direito à administração e à disposição do referido patrimônio, bem como o ente despersonalizado voltado à defesa dos interesses gerais dos credores (massa falida subjetiva). As heranças jacente e vacante: quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento, e não há conhecimento da existência de algum herdeiro, diz-se que a herança é jacente, não tem personalidade jurídica, consistindo num acervo de bens administrado por um curador até a habilitação de herdeiros, serão declarados vacantes os bens da herança jacente, se, promovida a arrecadação e praticadas todas as exigências legais, não aparecem herdeiros, ou se todos os chamados suceder a ela renunciarem. O espólio: é o complexo de direitos e obrigações do falecido, abrangendo bens de toda natureza, surge com a abertura da sucessão. As sociedades sem personalidade jurídica, denominadas sociedades de fato ou irregulares, serão representadas em juízo, ativa e passivamente, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. O condomínio: que pode ser geral (tradicional ou comum) e edilício, não passa de propriedade comum ou copropriedade de determinada coisa, cabendo cada condômino uma parte ideal.
Classificação da pessoa jurídica
Pode ser classificada quanto à nacionalidade, a sua estrutura internada e a função ou orbita de atuação.
Quanto à nacionalidade: divide-se em nacional e estrangeira. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no país a sede de sua administração.
Quanto à estrutura interna: a pessoa pode ser: corporação e fundação, a corporação caracteriza-se pelo seu aspecto iminentemente pessoal, constitui um conjunto de pessoas reunidas para melhor consecução de seus objetivos elas se dividem em associações e sociedades que podem ser simples e empresárias. 
Quando a função ou a órbita de sua atuação: as pessoas jurídicas dividem-se em: de direito público e direito privado. As de direito público podem ser: de direito público externo e de direito público interno, as de direito privado são as corporações, associações, sociedades simples e empresárias e as fundações. São pessoas de direito público externo os Estados da comunidade internacional, ou seja, todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público (ONU, OEA, FAO, UNESCO etc.) As pessoa jurídicas de direito público interno são classificadas em: da administração direta (União, Estados, Distrito federal, Territórios, Municípios) e da administração indireta (Autarquias, fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por lei).
Pessoas jurídicas de direito privado:
As associações.
As sociedades.
As fundações.
As organizações religiosas.
Os partidos políticos.
As empresas individuais de responsabilidade limitada.
Associações, sociedades e fundações:
As associações são reuniões de pessoas destinadas a um determinado fim que deve implicar em beneficio revertido aos seus associados. Há atividade associativa desse modo a teor do art. 53 do código civil, não deve buscar finalidade econômica, por tal motivo as associações são denominadas “universitas personarum”, ou seja, universalidade de pessoas. Evidentemente a uma série de requisitos em lei para cumprimento dos registros constitutivos associativos conforme a previsão dos artigos 54 e seguintes do código civil.
	As associações não tem fim lucrativo, mas religiosos e morais, culturais e assistenciais, desportivos ou recreativos. As sociedades simples tem fim econômico e visa lucro, o que deve ser distribuído entre os sócios, às sociedades empresárias também visa lucro, mas se se distinguem das sociedades simples porque tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto no art. 967 do código civil.
As fundações compõem-se por reunião de patrimônio destinada a um determinado fim. Para a sua constituição o instituidor funcional fará por escritura pública ou testamento uma dotação especial de bens com objetivo de suprir determinada lacuna social. Enquanto que na associação busca-se um bem dos associados, nas fundações busca-se um bem social, ou seja, os benefícios devem ser a priori, os mais amplos possíveis podendo ser constituída a fundação conforme disposição: art. 62 parágrafo único do código civil, para fins: religiosos, morais, assistenciais e culturais. Na fundação o aspecto dominante é o material: compõe-se de um patrimônio personalizado, destinado a um determinado fim.
Da responsabilidade civil das pessoas jurídicas:
	A responsabilidade civil das pessoas jurídicas segue a regra geral da teoria do inadimplemento. Sendo certo que nos casos de inadimplemento culposo (negligência, imprudência, imperícia, intenção da produção do resultado lesivo e Assumpção do risco de produção do resultado lesivo), tendo-se como consequência nesses casos a devolução de valores pagos acrescida de perdas e danos. Outra situação é aquela que envolve o inadimplemento não culposo que se dá nos casos de excludentes de culpabilidade civil (caso fortuito (uma circunstância provocada por fatos humanos que interfere na conduta de outros indivíduos) e força maior), nestes casos a consequência será apenas a devolução de valores pagos sem perdas e danos. A 3º e última hipótese é aquela do inadimplemento em responsabilidade objetiva, que se dá sob comando do Art. 927 do CC nos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano, implicar, por sua natureza riscos para os direitos de outrem.
Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado: pode ser contratual ou extracontratual, sendo para esse fim equiparada a pessoa natural. Contratual: essa responsabilidade de caráter patrimonial está no art. 389 do código civil: “não cumprida à obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado”. Extracontratual: Reprimem a prática de atos ilícitos e estabelecem, para o seu autor, a obrigação de reparar o prejuízo causado, impondo a todos, indiretamente, o dever de não lesar a outrem. Toda pessoa jurídica de direito privado, tenha ou não fins lucrativos, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e os seus fins (corporações e fundações). 
Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público: 
Responsabilidade por atos omissivos: Cabe ação contra o Estado mesmo quando não se identifique o funcionário causador do dano, especialmente nas hipóteses de omissão da administração. Estes casos são chamados de “culpa anônima” da administração (enchentes em São Paulo, que não foram solucionadas pelas diversas administrações, por exemplo). 
Danos decorrentes de atos judiciais: 
Atos judiciais em geral: Com a perda da tese da irreparabilidade do prejuízo causado pelo ato judicial danoso, vem aos poucos dando espaço para a da responsabilidade objetiva, que independe de culpa do agente, consagrada na constituição federal. (responsabilidade do órgão jurisdicional, para com a população). 
Erro judiciário:A responsabilidade do Estado em decorrência de erro judiciário é expressamente reconhecida no art. 5, LXXV, da constituição federal, nestes termos: “O Estado indenizará o condenado, por erro judiciário, assim como o que ficar preso, além do tempo fixado na sentença”, isso impõe ao Estado a obrigação de indenizar àquele que “ficar preso, além do tempo fixado na sentença”, estará implicitamente também assegurado ao sentenciado o direito de ser indenizado em virtude de prisão sem sentença condenatória. 
Danos decorrentes de atos legislativos: Alguns doutrinadores sustentam a irresponsabilidade do Estado por atos legislativos causador de danos injustos é argumentado através da soberania do poder legislativo e a imunidade parlamentar, outros, porém admitem que o Estado responde sempre por atos danosos, causados quer por lei inconstitucional, quer por lei constitucional. 
Danos Causados por lei inconstitucional: Em princípio, a lei, enquanto norma genérica, abstrata e impessoal, ato legislativo típico, não pode causar prejuízo a ninguém. Eventual lesão de direito subjetivo decorrerá diretamente de sua aplicação e apenas indiretamente dela, seus efeitos, dependem, portanto, de efetiva incidência sobre o caso concreto, não da lei em tese. Se a lei inconstitucional acarreta dano aos particulares “caberá à responsabilidade do Estado, desde que a inconstitucionalidade tenha sido declarada pelo Poder judiciário”. 
Danos causados por lei constitucionalmente perfeita: mesmo a lei constitucionalmente perfeita pode causar um dano injusto aos particulares ou a uma certa categoria de particulares, a questão não pode ser solucionada in genere, mas examinada in specie. 
Imunidade parlamentar: Os arts. 29 VIII e 53 da constituição federal, dizem respeito tão somente a não possibilidade de ser o membro do poder legislativo processado criminalmente sem prévia licença de sua Casa, não se estendendo a responsabilidade civil, não afasta, assim, o direito do cidadão comum de acioná-lo civilmente por palavras e ofensas que lhe tenham causado prejuízos.
Da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas:
	Desde 329 D.C (depois de cristo) com a edição “Lex poetelia papilia” tem-se clara a noção de ambulatoriedade obrigacional que evidência as obrigações, não estão fundadas nos sujeitos que originalmente as compõe, ou seja, é possível que uma obrigação sofra substituição de sujeito, sem que reste afetada a essência da prestação do vínculo obrigacional. Essa noção é extremamente importante para que se possa evidenciar a separação existente entre pessoa e patrimônio. Referida noção clássica que inaugura a indeterminação pessoal da obrigação, foi o primeiro passo para admissão da autonomia patrimonial entre a pessoa jurídica e os seus componentes e representantes. Essa autonomia é fundamental para que se conceba a conformação jurídica das pessoas jurídicas em direito.
Desconsideração da personalidade jurídica:
	O ordenamento jurídico confere às pessoas jurídicas personalidade distinta da dos seus membros. Esse princípio da autonomia patrimonial possibilita que sociedades empresárias sejam utilizadas como instrumento para práticas de fraudes e abusos de direito contra credores, acarretando prejuízos. 
Diferença entre despersonalização e desconsideração: A primeira acarreta a dissolução da pessoa jurídica ou a cassação da autorização para seu funcionamento, enquanto na segunda “subsiste o princípio da autonomia subjetiva da pessoa coletiva, distinta da pessoa de seus sócios ou componentes, mas essa distinção é afastada provisoriamente e tão só para o caso concreto”. 
	A desconsideração da personalidade jurídica é uma exceção, historicamente surgiu na justiça do trabalho. Os requisitos da desconsideração são: abuso da personalidade jurídica desvia de finalidade, confusão patrimonial, segundo o Art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.”.
Extinção da pessoa jurídica:
	As pessoas jurídicas nascem, desenvolvem-se, modificam-se e extinguem-se. Nas sociedades comerciais as modificações compreendem a transformação a incorporação e a fusão, as sociedades civis devem manter a forma específica. O começo da existência legal das pessoas jurídicas de direito privado se dá através do registro do ato constitutivo no órgão competente, mas o seu término pode decorrer de diversas causas, as modalidades de extinção são: 
Convencional: Por deliberação de seus membros, conforme quorum previsto nos estatutos ou na lei, a vontade humana criadora hábil a gerar uma entidade com personalidade distinta da de seus membros, é também capaz de extingui-la, ocorre também por: “deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado, na de prazo determinado ocorre quando houver consenso unânime dos sócios, pelo vencimento do prazo de duração, salvo, se vencido este sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado, entre outros nos artigos: 1028 1035, 127 e 128, 1034”. 
Legal: Em razão de motivo determinante na lei, a decretação de falência, a morte dos sócios ou desaparecimento do capital nas sociedades de fins lucrativos, as associações que não os tem, não se extinguem pelo desaparecimento do capital, que não é requisito de sua existência. 
Administrativa: Quando as pessoas jurídicas dependem de autorização do Poder Público e esta é cassada, seja por infração a disposição de ordem pública ou prática de atos contrários aos fins declarados no seu estatuto, seja por se tornar ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade. D- Judicial: Quando se configura algum dos casos de dissolução previstos em lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade se desvia dos fins para que se constituísse, mas continua existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo, o art. 1034 do código civil dispõe que a sociedade pode ser dissolvida judicialmente a requerimento de qualquer dos sócios quando: I- anulada a sua constituição; II- Exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade. 
	O processo de extinção da pessoa jurídica realiza-se pela dissolução e pela liquidação, esta refere-se ao patrimônio e concerne ao pagamento das dívidas e à partilha entre os sócios. Se o destino dos bens não estiver previsto no ato constitutivo, a divisão e a partilha serão feitas de acordo com os princípios que regem a partilha dos bens da herança.
	O art. 51 código civil dispõe que nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada à autorização para seu funcionamento: “Ela subsistirá para fins de liquidação, até que esta se conclua”, o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no registro não remove, mas quando ela é dissolvida, mas depois de encerrada sua liquidação. Art. 51 “Promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica, após o encerramento da liquidação”. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, já vinha afirmando que a sociedade dissolvida permanece na integralidade de sua personalidade até o final da liquidação, apenas para o término das negociações pendentes. 
Dano moral da pessoa jurídica:
	O dano moral é uma agressão à personalidade, pessoa jurídica não tem personalidade.
	Dano moral é "in re ipsa", independe da comprovação do efetivo dano.
	Súmula 227- A pessoa jurídica pode sofrer dano moral (súmula-opinião de um determinado tribunal sobre determinado assunto.).
	O Supremo Tribunal Federal - STF é o guardião da constituição, só discute matérias relevantes à Constituição federal, o Superior Tribunal de Justiça - STJ é o guardião da legislação, só discute matérias referentes às leis.
Dano moral por ricochete: O dano material causado à empresa volta para o proprietário por ricochete em forma de danomoral.
	A pessoa jurídica não pode ser agredida moralmente por não ser pessoa natural, mas há danos específicos que tem a aparência de dano moral, é um dano sempre econômico, mas às vezes é imensurável e lesa a boa fama da empresa, o prejuízo é tão extenso que adquire caráter de dano moral, nas palavras do ministro Renan Lotuffo, esses danos específicos são chamados danos extrapatrimoniais e não danos morais, pois vai além do patrimônio da empresa, mas não morais.
Dos bens
Podem ser assumidas duas posições:
Coisa é gênero e bem é espécie, ou, bem é gênero e coisa é espécie.
O professor Figueiredo considera bem gênero e coisa espécie.
Quando bem é gênero, tudo o que é tangível é bem, dentro desses bens tangíveis existem coisas, e o que não é tangível, ou seja, é intangível, são bens incorpóreos.
Quando coisa é gênero, tudo é coisa, sendo tangível ou intangível (ar atmosférico), dentro dessas coisas existem bens tangíveis e bens intangíveis (direito autoral).
	Lembrando que segundo Carlos Roberto Gonçalves, tudo é coisa, para essas coisas tornarem-se bens, devem ser raras e de interesse e necessidade humana e podem ser apropriadas exclusivamente por um indivíduo, já coisas que mesmo que necessárias para os homens e animais, mas que não pode ser utilizado por um exclusivo, como o ar atmosférico que é indivisível, é coisa. Pois o homem não pode apossar-se dele exclusivamente.
	"Um peixe enquanto estáno rio, com seu cardume, é uma coisa, pois não foi apropriado pelo homem, quando pescado, torna-se bem de algo ou alguém”.
Bens corpóreos e incorpóreos: Bens corpóreos são os que têm existência física, material e podem ser tangidos pelo homem. Bens incorpóreos são os que têm existência abstrata ou ideal, mas valor econômico, como o direito autoral, o crédito, a sucessão aberta, o fundo comércio, etc.
	Patrimônio: Segundo a doutrina é o complexo das relações jurídicas de uma pessoa, que tiverem valor econômico. 
Classificação dos bens: A classificação dos bens é feita segundo critérios de importância científica, pois a inclusão de um bem em determinada categoria implica a aplicação automática de regras próprias e específicas, visto que não se podem aplicar as mesmas regras a todos os bens.
Bens considerados em si mesmos
Bens móveis e bens imóveis: É a mais importante classificação, fundada na efetiva natureza dos bens. Os bens imóveis são denominados também de bens de raiz. O critério de mobilidade é certamente o mais relevante do código civil, nesta classificação podemos apurar mobilidade pela própria natureza da coisa, por determinação da parte, por acessão (consentimento) e por determinação legal. A rigor, ou seja, pela sua própria natureza, um bem é móvel quando pode ser movido por força alheio ou próprio, sem prejuízo da sua substância, valor econômico e utilidade. 
O fato da possibilidade de mobilidade por força própria estar induzida na discriminação dos bens móveis faz com que sejam assim considerados, também, os semoventes, como a vaca, o boi, o cavalo.
Móveis por natureza: 
	Em essência, e, portanto, por sua própria natureza serão imóveis aqueles bens que não são passíveis de movimentação por força própria ou alheia, sem prejuízo da sua substância, valor econômico e utilidade. É bastante evidente que os outros parâmetros estabelecidos na lei ou na doutrina terão influência fundamental na classificação bem, no que concerne (diz respeito) à sua mobilidade, contudo o critério na natureza do bem é indubitavelmente o mais relevante e nem por isso o único.
Móveis por natureza: “São os bens que, sem deterioração na substância, podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha”. 
Existem subdivisões: 
Semoventes: São os suscetíveis de movimento próprio, como os animais, move-se de um local para outro, por força própria. 
Móveis propriamente ditos: São os que admitem remoção por força alheia, sem dano.
Móveis por determinação legal: O art. 83 do código civil considera móveis para efeitos legais: I- As energias que tenham valor econômico; II- Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III- Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. São bens incorpóreos (imateriais) que adquirem essa qualidade jurídica por disposição legal, podem ser cedidos independentemente de outorga uxória ou marital. Quanto aos direitos reais compreendem tanto os de gozo e fruição sobre objetos móveis (propriedade, usufruto, etc.) como os de garantia (penhor, hipoteca, etc.) e as ações a eles correspondentes. O inciso III está referido aos direitos pessoais, ou direitos de obrigação de caráter patrimonial, que são suscetíveis de circulação jurídica e respectivas ações. As ações que os asseguram, pelo nosso direito positivo, são também tratadas como bens móveis e não apenas elementos tutelares dos direitos. 
Móveis por antecipação: São bens incorporados ao solo, mas com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móveis, como as árvores destinadas ao corte e os frutos ainda não colhidos. A vontade humana atuando no sentido de mobilizar bens imóveis, em função da finalidade econômica, pode ser inclusos ainda nesses casos, os imóveis que por sua ancianidade são vendidos para fins de demolição.
	Em essência, e, portanto, por sua própria natureza serão imóveis aqueles bens que não são passíveis de movimentação por força própria ou alheia, sem prejuízo da sua substância, valor econômico e utilidade. É bastante evidente que os outros parâmetros estabelecidos na lei ou na doutrina terão influência fundamental na classificação bem, no que concerne (diz respeito) à sua mobilidade, contudo o critério na natureza do bem é indubitavelmente o mais relevante e nem por isso o único.
	
Imóveis por natureza: A rigor, somente o solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo, é imóvel por natureza. Tudo o mais que a ele adere deve ser classificado como imóvel por acessão. 
Imóveis por acessão natural: Incluem-se nessa categoria as árvores e os frutos pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências naturais. Compreende as pedras, as fontes e os cursos de água, superficiais ou subterrâneos, que corram naturalmente. As árvores, quando destinadas ao corte, são consideradas bens “móveis por antecipação”. Predomina na espécie, o princípio segundo o qual a coisa acessória segue a principal. Trata-se de acessões físicas ou naturais, por decorrerem dos fenômenos naturais, sendo justaposições de imóvel a imóvel.
Imóveis por acessão artificial ou industrial: Acessão significa justaposição ou aderência de uma coisa à outra. O homem também pode incorporar bens móveis, como materiais de construção e sementes, ao solo, dando origem às acessões artificiais ou industriais. As construções e plantações são assim denominadas porque derivam de um comportamento ativo do homem, isto é, do trabalho ou indústria do homem. Constituem, igualmente, modo originário de aquisição da propriedade imóvel. Acessão artificial ou industrial é, pois, tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada a terra, os edifícios e construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
Imóveis por determinação legal: O art. 80 dispõe:
Os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
O direito à sucessão aberta.
São também denominados imóveis por disposição legal ou para os efeitos legais. Trata-se de bens incorpóreos, imateriais (direitos), que não são, em si, móveis ou imóveis. 
Bens fungíveis e bens infungíveis: Os bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros de mesmo gênero/espécie, quantidade e qualidade, conforme o disposto no artigo 85 do Novo Código Civil, sendo certo que tal classificação é típica de bens móveis, podendo-se citar os seguintes exemplos: café, soja, minério de carvão, dinheiro etc.
	Já os bens infungíveis são aqueles de natureza insubstituível, como, por exemplo, uma obra de arte, uma edição rara de um livro, um touro premiado etc.A fungibilidade dos bens, de forma geral, deriva da própria natureza do bem.
	Mas existem ocasiões que tal situação não se verifica necessariamente assim, tendo em vista que a vontade das partes poderá transformar um bem fungível em infungível. Um exemplo é o de uma cesta de frutas que fica exposta para ornamentação em um evento de um restaurante. Tal cesta deverá ser devolvida ao final do evento, não se admitindo que seja substituída por outra. Para Washington de Barros Monteiro (2005, p.184):
“a fungibilidade ou infungibilidade é predicado que resulta, em regra, da própria qualidade física, da própria natureza da coisa. Mas pode advir igualmente da vontade das partes. Estas, por convenção, tornam infungíveis coisas intrinsecamente fungíveis”.
	Há também serviços fungíveis e infungíveis. Para Orlando Gomes (2001, p.222):
“Serviço fungível é o que pode ser prestado por outra pessoa que não o devedor. O credor tem a faculdade de mandar executa-lo por substituto, a expensas da outra parte. Serviço não fungível, o que se contrata intuitu personae, isto é, em atenção às qualidades pessoais do devedor. Sua execução por terceiro ou é impossível ou desinteressante ao credor”.
	Para exemplificar, podemos imaginar, por exemplo, que Sérgio acaba de contratar William “Picasso”, que é um pintor famoso e com qualidades peculiarmente diferentes, para pintar a sala de visitas da sua casa, mas William “Picasso” não comparece na data combinada e manda Genuíno “da Silva”, que pinta várias casas por aí, e não possui uma característica peculiar para a pintura. Será que Sérgio - que é o credor - poderá contestar a substituição? Naturalmente sim. Porque o serviço prestado por William “Picasso” é um serviço infungível, não substituível por terceiro; apenas ele pode fazer (executar) e ninguém mais.
	No entanto, se o Sérgio chama um encanador para consertar a pia da cozinha, nada impede que o ‘Nóca encanador’ mande o ‘Juca Prego’ ir arrumar, porque não depende de uma característica reconhecidamente peculiar de ‘Nóca’, e sim de um serviço comum.
Bens tangíveis e intangíveis: Os bens podem ser tangíveis e intangíveis, conforme sejam respectivamente corpóreos e incorpóreos. Os bens tangíveis são aqueles afetos à noção de coisas há que são aquelas que se pode tocar como um relógio por exemplo. Já os bens intangíveis são aqueles que não se pode tocar, mas tem valor econômico como, por exemplo, um título de crédito de 100 mil reais.
Bens divisíveis e indivisíveis: De acordo com o disposto no artigo 87 do Novo Código Civil, “bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”. Já os indivisíveis são aqueles em que não se verifica a possibilidade de fracionamento ou divisão. A indivisibilidade pode resultar:
Da própria natureza do bem em questão: por exemplo, um animal.
De determinação legal, imposição da lei: por exemplo, o módulo rural e a servidão. É no campo dos bens incorpóreos que mais se associa a indivisibilidade por determinação legal. Pereira (2001, p.273) cita que:
“a hipoteca, como direito real sobre coisa alheia, é um bem incorpóreo a que se atribui a condição legal da indivisibilidade [...] as servidões prediais são igualmente mantidas como bens indivisíveis”.
E de convenção, isto é, por manifestação da vontade das partes interessadas: por exemplo, em uma obrigação de dinheiro que deva ser satisfeita por vários devedores, estipulou-se a indivisibilidade do pagamento.
Para Orlando Gomes (2001, p.226):
“A distinção entre bens divisíveis e indivisíveis aplica-se às obrigações e aos direitos. A regra dominante para as obrigações é que, mesmo quando a prestação é divisível, o credor não pode ser compelido a receber por partes, se assim não se convencionou. Se a prestação for indivisível e houver pluralidade de devedores, cada qual será obrigado pela dívida toda”.
Bens consumíveis e bens duráveis: Os bens consumíveis são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, bem como aqueles destinados à alienação, como bem se observa no disposto no artigo 86 do Novo Código Civil, sendo divididos em consumíveis de fato, como os alimentos, e consumíveis de direito, como o dinheiro.
	Os bens inconsumíveis são aqueles que suportam uso continuado, sem prejuízo do seu perecimento ou destruição progressiva e natural, como um carro, pois, a característica da durabilidade é imprescindível nesta diferenciação. Para Orlando Gomes (2001, p.224):
	“Para ser considerado naturalmente consumível é preciso que, com o uso, sofra destruição imediata. O bem suscetível de consumir-se ou deteriorar-se depois de um lapso de tempo mais ou menos longo não é considerado consumível... Não consumível é, portanto, a coisa que suporta uso continuado, repetido”.
	Pode-se fazer um apanhado de exemplos de inconsumíveis. A roupa não é consumível, porque se gasta lentamente com o uso, assim como uma panela, um aparelho de DVD, um sofá, uma mesa, etc. 
Para Caio Mário da Silva Pereira (2001, p.271): “Pode haver coisa consumível, mas não fungível, por exemplo: o livreiro que expõe à venda os manuscritos de uma obra de autor reputado oferece uma coisa consumível, mas infungível, por ser a única do seu gênero. É que a consumibilidade é um atributo da própria coisa, independente de qualquer ideia de relação [...]”.
Bens singulares e bens coletivos: Bens singulares são aqueles considerados em sua individualidade, representado por uma unidade autônoma. Os bens singulares podem ser divididos em simples e compostos.
	Os bens coletivos são aqueles que, sendo compostos de vários bens singulares, acabam por formar um todo homogêneo. Como, por exemplo, o gado formado por diversos bois, uma pinacoteca formada por várias pinturas, ou uma biblioteca formada de vários livros.
	Podem tanto os bens singulares quanto os coletivos, ser classificados ainda, entre materiais e imateriais. A melhor definição encontrada para a distinção dos bens singulares e coletivos, entre coisas simples e compostas, bem como materiais e imateriais, foi à apresentada por Washington de Barros Monteiro (2005, p.187) que se apresenta a seguir:
“Coisas simples, em direito, são as que formam um todo homogêneo, cujas partes, unidas pela natureza ou pelo engenho humano, nenhuma determinação especial reclamam da lei [...] podem ser materiais (um cavalo, uma planta) ou imateriais (como um crédito). Coisas compostas são as que se formam de várias partes ligadas pela arte humana. Como as simples, podem ser também materiais (por exemplo, a construção de um edifício, com fornecimento de materiais e mão de obra) e imateriais (por exemplo, o fundo de negócio)”.
	Nessa perspectiva, uma planta, um animal, uma cadeira, um livro, uma obra de arte, todos estes, são bens materiais, enquanto um crédito, a honra ou os direitos autorais sobre uma obra constituem bens imateriais, isto é, dotados de abstração.
	Podem ainda os coletivos, ser divididos em bens coletivos de fato e bens coletivos de direito. Entende-se como bens coletivos de fato, o conjunto de bens singulares simples ou compostos, agrupados pela vontade da pessoa, tendo destinação comum, como um rebanho ou uma biblioteca, permitindo-se a sua desconstituição pela manifestação de vontade do seu titular e como bens coletivos de direito, o complexo de direitos e obrigações a que a ordem jurídica atribui caráter unitário, dotadas de valor econômico, como o dote, o espólio, a massa falida e a herança, sendo certo que tal unidade deriva e resulta da imposição da lei.
	Em suma, constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. Enquanto a universalidade de direito de uma pessoa, é constituída pelo complexo de relações jurídicas dotadas de valor econômico.
Bens públicos e bens privados:
	O que difere basicamente o bem público do privado é que aquelesque pertencem a Pessoas Jurídicas de Direito Público são bens públicos, e aqueles que pertencem a Pessoas Jurídicas de Direito Privado, são privados. A Lei divide os bens públicos em ¹bens de uso comum do povo, ²bens públicos de uso especial e ³bens públicos dominicais.
Bens de uso comum do povo: bens de uso geral, que podem ser utilizados livremente por qualquer individuo. (ex: praças, parques).
Bens de uso especial: São aqueles nos quis são prestados os serviços públicos. (ex; hospitais, escolas, delegacias).
Bens dominicais: São bens públicos que não possuem uma destinação definida. (ex: prédios públicos desativados)
Bens reciprocamente considerados:
Principais 
Acessórios (os produtos, os frutos, as pertenças, as benfeitorias).
Principais: Principal é o bem que tem existência própria, autônoma, que existe por si. Prescreve no art. 92 do código civil “Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente, aquele cuja existência supõe a do principal”.
	O critério para distinguir o bem principal é a sua função econômica, em razão da qual se estabelece a relação de dependência que caracteriza a acessoriedade. Em consequência da mencionada distinção, como regra, o bem acessório segue o destino do principal (acessorium sequitur suum principale). Para que tal não ocorra é necessário que tenha sido convencionado o contrário (venda de veículo, convencionando-se a retirada de alguns acessórios), ou que de modo contrário estabeleça algum dispositivo legal, como o art. 1284 do código civil dispõe que pelo qual os frutos pertencem ao dono do solo onde caírem e não ao dono da árvore. 
	
	Por conta dessa regra algumas consequências decorrem, podendo ser destacadas as:
	A natureza do acessório: é a mesma do principal, se o solo é imóvel a árvore a ele anexada também o é. Trata-se do princípio da gravitação jurídica, pelo qual um bem atrai outro para sua órbita, comunicando-lhe seu próprio regime jurídico.
	O acessório acompanha o principal em seu destino: assim, extinta a obrigação principal, extingue-se também a acessória; mas o contrário não é verdadeiro. 
	O proprietário do principal é proprietário do acessório: Confira-se até a tradição, pertence ao devedor à coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço. 
Acessórios (os produtos, os frutos, as pertenças, as benfeitorias):
Os produtos: são as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente, como as pedras e os metais, que se extraem das pedreiras e das minas. “distinguem-se dos frutos porque a colheita destes não diminui o valor nem a substância da fonte, e a daqueles sim”. 
Os frutos: são as utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte. Como as frutas brotadas das árvores, os vegetais espontaneamente fornecidos pelo solo, as crias dos animais, etc. Caracterizam-se por três elementos: a- periodicidade; b- inalterabilidade da substância da coisa principal; c- separabilidade desta.
	Dividem-se os frutos quanto à origem, em: A- naturais: são os que se desenvolvem e se renovam periodicamente, em virtude da força orgânica da própria natureza, como os frutos das árvores, os vegetais, as crias dos animais. B- Industriais: assim de denominam os que aparecem pela mão do homem, isto é, os que surgem em razão da atuação ou indústria do homem sobre a natureza, como a produção de uma fábrica. C- Civis: São os rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua utilização por outrem que não o proprietário, como os juros e os aluguéis. 
As pertenças: Os bens móveis, que não constituindo partes integrantes (como são os frutos, produtos e benfeitorias), estão afetados por forma duradoura ao serviço ou ornamentação de outro, como os tratores destinados a uma melhor exploração de propriedade agrícola e os objetos de decoração de uma residência, por exemplo. 
As benfeitorias: desde o direito romano classificam-se em três grupos as despesas ou os melhoramentos podem der realizados nas coisas: A- Despesas ou benfeitorias necessárias (impensae necesariae); B- Despesas ou benfeitorias úteis (impensae utiles); C- despesas ou benfeitorias de luxo (impensae voluptuarie).
Dos bens públicos e particulares:
	Bens públicos, (bens de uso comum do povo, bens de uso especial, bens dominicais).
Os bens públicos são aqueles àqueles bens de uso comum do povo, podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades, são subdivididos em: Bens de uso comum do povo que são esses que podem ser utilizados por qualquer pessoa, sem distinção; bens de uso especial que são os que se destinam especialmente à execução dos serviços públicos são os edifícios onde estão instalados os serviços públicos, inclusive os das autarquias e os órgãos de administrações públicas, são utilizados exclusivamente pelo Poder público; Bens dominicais ou do patrimônio disponível são os que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades.
	Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar (art. 100 do CC).
	Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei (art. 101, do CC).
Bens quanto à possibilidade de serem ou não comercializados: bens fora do comércio e bem de família:
	O bem de família foi deslocado no novo código civil para o direito de família, estando regulamento nos arts. 1711 e 1722 serão analisados, portanto, no volume 6 da obra concernente à matéria tratada no livro IV do referido diploma.
Da imobilidade por força de lei
Em regra a imobilidade é analisada com base na natureza do bem, porém em algumas situações a lei determina a imobilidade do bem. É o caso dos direitos reais sobre bens imóveis, o direito a sucessão aberta, as acessões naturais, as acessões artificiais, os bens que são provisoriamente destacados de um bem imóvel para que neles seja reempregado, imóvel até a partilha carro, etc.
Das acessões imobiliárias: Artificiais plantações e construções; naturais. O direito civil prevê três formas distintas: A- Transcrição do título: a transcrição do título consiste na transcrição do título aquisitivo que pode ser a escritura pública de compra e venda compromisso de venda e compra na matricula do imóvel. B- Acessão: A acessão subdivide-se em artificial e natural, as acessões artificiais são plantações e construções circunstância em que para a aquisição da propriedade imobiliária o indivíduo colaborou com seu trabalho ou implemento de capital, as naturais são aluvião própria, aluvião imprópria, a avulsão do álveo abandonado e formação de ilhas.
Das acessões naturais: Todas as modalidades de acessão natural ocorrem à margem de rios não navegáveis posto que tais áreas estejam sujeitas ao código civil, enquanto que as áreas ribeirinhas dos rios navegáveis estão sujeitas ao direito administrativo.
	A aluvião própria é formada pelo crescimento lento e gradativo de uma porção de terra que se da por força do desgaste alheio e pela formação de aterros naturais que geram acréscimo a propriedade conformada elo imóvel ribeirinha, por ser acessão natural, não admite qualquer influência humana.
	A aluvião imprópria ocorre quando de maneira lenta e imperceptível a margem do rio se afasta revelando porção de terra ribeirinha que gera acréscimo na propriedade do imóvel atestada. 
	A avulsão nesses casos uma grande porção de terra de modo agrupo e violento desloca-se de um dos terrenos ribeirinhos fundindo-se a outro terreno. Nestes casos tem-se a única situação em que diante da acessão natural haverá pagamento de indenização. Ocorre que é possível identificar exatamente quem é o proprietário do imóvel desfalcado. Nestes casos o proprietário do imóvel beneficiado será devedor de indenização para o proprietário do desfalcado, mas este terá um ano para cobrar suaindenização, sob pena de decidir desse direito depois desse prazo, isto porque o direito cabe pacificar e harmonizar as relações não sendo razoável quem quer que seja tenha direito de eternum contra alguém.
Álveo abandonado pode ocorrer que o leito do rio seja abandonado pela água, nestes casos, aplica-se acessão natural por álveo abandonado. Situação em que todos os proprietários ribeirinhos vão adquiri propriedade, nestes casos a demarcação de terra na área que antes era ocupada pelo rio dar-se-á a projeção de uma linha divisória no meio do leito do rio.
Da imobilidade aparente
Além da imobilidade por força da natureza do bem e por disposição legal é possível que reste evidenciada a imobilidade por força da aparência. O código civil disciplina quais são os bens sujeitos há hipoteca, que, em regra, são bens imóveis na forma do que preconiza o art. 1473 do código civil. 
Questão que o Professor Fábio Figueiredo passou: Os navios e as aeronaves são bens móveis ou imóveis?
- Os navios e aeronaves são por natureza bens móveis, já que podem se movimentar sem prejuízo de sua substância, valor econômico ou utilidade. Contudo dispõe o art. 1473 do código civil que são bens sujeitos há hipoteca o que, como regra, só é admitida para os bens imóveis. Há evidencia que esta situação não gera a imobilização dos navios e das aeronaves, mas gera-lhes a aparência de bens imóveis. Diante disso conclui-se que os navios e aeronaves são bens móveis imobilizados para fins de hipoteca. Isso se da pelo fato de que os navios e aeronaves tem tal quais os bens imóveis, matricula, possibilita o registro das eventuais hipotecas que sobre eles são constituídas.
RESUMO DE CIVIL
(segundo semestre)
Fato jurídico em sentido amplo
	O novo código substituiu a expressão genérica “ato jurídico” pela designação especifica “negócio jurídico”, porque somente este é rico em conteúdo e justifica uma pormenorizada regulamentação, aplicando-se-lhe os preceitos constantes no livro III. A denominação “dos fatos jurídicos” foi mantida, abrangendo os fatos jurídicos em geral, ou seja, os fatos jurídicos em sentido amplo e suas espécies.
	Conceito: O direito também tem seu ciclo vital: nasce, desenvolve-se e extinguem-se, essas fases ou momentos decorrem de fatos e são denominados fatos jurídicos, exatamente por produzirem efeitos jurídicos, nem todo acontecimento constitui fato jurídico, alguns são simplesmente fatos, irrelevantes para o mundo do direito. Somente o acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito pode ser considerado fato jurídico. Por exemplo: Caio Mário disserta: “A chuva que cai é um fato que ocorre e continua a ocorrer, dentro da normal indiferença da vida jurídica, o que não quer dizer que, algumas vezes este mesmo fato não repercuta no campo do direito, para estabelecer ou alterar situações jurídicas, outros se passam no domínio da ação humana, também indiferentes para o mundo do direito, o individuo, veste-se, alimenta-se, sai de casa, e a vida jurídica se mostra alheia a estas ações, a não ser quando a locomoção, alimentação, vestuário, provoquem a atenção do ordenamento legal”, ou seja, só fará sentido quando estes fatos invadirem o mundo do direito. Todo fato, para que seja considerado jurídico deve passar por um juízo de valoração, o ordenamento jurídico que regula a atividade humana são compostos por normas jurídicas, que preveem hipóteses de fatos e consequentes modelos de comportamento considerados relevantes e que por isso, foram normatizados, estes depois de concretizados, servem para suporte fático para a incidência da norma e o surgimento do fato jurídico. 
	Fato jurídico em sentido amplo é, portanto, todo acontecimento da vida que o ordenamento jurídico considera relevante no campo do direito. Para que seja inserido à categoria de fato jurídico, basta que esse fato do mundo (mero evento ou conduta) seja relevante para o campo do direito.
	Os fatos jurídicos em sentido amplo são classificados em: 
Fatos naturais ou fatos jurídicos stricto sensu que ocorrem de simples manifestação da natureza: “São todos os acontecimentos relevantes para o mundo do direito que independem da vontade humana”. 
 Fatos humanos ou atos jurídicos lato sensu que ocorrem de simples manifestação da atividade humana: “São todos os acontecimentos relevantes para o mundo do direito que dependem da vontade humana”. 
Os fatos jurídicos em sentido estrito dividem-se em: 
Ordinários: como o nascimento e a morte, que constituem respectivamente o termo inicial e final da personalidade, bem como a maioridade, o decurso do tempo, todos de grande importância, etc. 
Extraordinários: que se enquadram, em geral, na categoria do fortuito e da força maior ‘terremoto, raio, tempestade, etc.’. 
	Os atos jurídicos lato sensu dividem-se em: 
Lícitos: são os atos humanos que a lei defere os efeitos almejados pelo agente, praticados em conformidade com o ordenamento jurídico produzem efeitos jurídicos voluntários queridos pelo agente. 
Ainda os atos lícitos dividem-se em: 
Ato jurídico em sentido estrito ou meramente declaratório: o efeito da manifestação da vontade está predeterminado na lei, como ocorre com a notificação, que constitui em mora o devedor, a ação humana se baseia não numa vontade qualificada, mas em simples intenção, como quando alguém fisga um peixe, dele se tornando proprietário graças ao instituto da ocupação, “São aquelas situações gerais movidas pela conduta humana sem estrutura negocial (mudança de domicilio, ex)”. 
 Negócio jurídico: a ação humana visa diretamente a alcançar um fim prático permitido na lei, dentre as multiplicidade de efeitos possíveis, por essa razão é necessária uma vontade qualificada, sem vícios, “São os atos jurídicos em sentido amplo que importam em condutas que visam modificar, ou adquirir, ou resguardar, ou transmitir, ou extinguir direitos (compra e venda locação, casamento etc., ex)”.
Ato-fato jurídico: ressalta-se a consequência do ato, o fato resultante, sem se levar em consideração a vontade de praticá-lo, muitas vezes o efeito do ato não é buscado nem imaginado pelo agente, mas decorre de uma conduta e é sancionada pela lei, como no caso da pessoa que acha, casualmente, um tesouro, a conduta do agente não tinha por fim imediato adquirir-lhe a metade, mas tal acaba ocorrendo, por força do disposto no art. 1264 do CC. 
 Os ilícitos: por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento jurídico, embora repercutam na esfera do direito, produzem efeitos jurídicos involuntários, mas impostos por esse ordenamento, em vez de direito, criam deveres, obrigações, etc. Divide-se em conduta, culpa e Antijuricidade. O individuo age de forma comissiva ou omissiva mediante da culpa, violando algo e causando dano. 
Conduta: A conduta se divide em omissiva (quando o individuo se omite deixando de fazer algo tendo ou não intenção de produzir determinado resultado) ou comissiva (aquela positiva que o individuo age fazendo algo que tenha ou não a intenção de produzir determinado resultado). 
Culpa: É um tema abrangente no mundo do direito que envolve negligencia imperícia, imprudência, intenção da produção do resultado lesivo, e assunção do risco de produção do resultado lesivo. Cada um deles atua de forma distinta na conformação do ilícito e na intensidade da culpa e grau de responsabilidade daquele que cometeu, mas em nenhum caso o individuo que praticou se livra da consequência. A culpa também pode ser lata (individuo não faz nada para salvar a situação), leve (atua como homem médio para impedir) e levíssima (quando sujeito fez de tudo para poder impedi a situação), podendo fazer diferença no valor da indenização, mas não na ilicitude do ato. 
Antijuricidade: É indispensável à antijuricidade para que o ato seja considerado ilícito, precisa haver violação do direito. No significado literal quer dizer que é contrario a norma jurídica, ou seja, o individuo precisa contrariar a norma. 
Negócio jurídico
	Negócio jurídico é

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