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Universidade Estácio de Sá Caso Concreto 6 Questão 1 Redija, agora, uma narrativa jurídica sobre o caso concreto abaixo, selecionando todas as informações relevantes em ordem cronológica e verifique, ainda, se constam dela os seguintes elementos que a constituem: o quê, quem, por quê, quando, onde, como (passo a passo da narrativa jurídica/Denúncia). Caso Concreto Familiares de Ana Carolina Vieira, de 30 anos, encontrada morta na última quarta-feira, 4/11/2015, em São Paulo, afirmam que a dançarina foi ameaçada pelo ex-namorado inúmeras vezes antes de ser assassinada. De acordo com a empresária Mara Dalila Gomes, prima da vítima, Anderson Leitão, de 30 anos, ficou mais agressivo com a jovem após o término do relacionamento, há cerca de dois meses. A Delegacia de Polícia teve acesso a áudios gravados por Ana, nos quais ela chora após as ligações e ameaças do ex-companheiro. Em um dos desabafos, chorando, a jovem diz: "Eu não aguento mais o Anderson me ligando. Meu Deus! É uma tortura! Eu não sei mais o que fazer. O que eu faço?". Em outro áudio, a dançarina revela que já havia sido ameaçada de morte pelo rapaz: "Ele disse que ia me matar, que ia me esquartejar." De acordo com Mara, Ana Carolina decidiu se separar de Leitão após uma briga, em Fortaleza, no Ceará. Ele chegou a morar um tempo com ela em São Paulo. Nessa época, a gente não soube de brigas entre eles. Mas, há cerca de dois meses, em 3 de setembro de 2015, eles tiveram uma discussão aqui em Fortaleza. Ele foi muito agressivo com ela. Então, a Ana decidiu que não dava mais, que ele não a respeitava. Foi aí que começou o inferno disse Marta. Ainda segundo a prima de Ana Carolina, o ex-namorado ligava várias vezes ao dia para a dançarina para ameaçá-la. "Ele ligava cem vezes para ela, direto. Ligava até com número desconhecido. Ela atendia e ele dizia: "E aí? Cansou?" Ele a xingava. Ele é doente e enlouqueceu quando viu que ela não queria mais ele. Então, a matou " - contou. Os áudios, segundo Marta, foram entregues à polícia de São Paulo pelos familiares de Ana. A empresária diz ainda que a família está pensando em cremar o corpo de Ana Carolina em São Paulo e levar as cinzas para Fortaleza. "O desejo dela era ser cremada. A gente quer jogar as cinzas na Praia do Futuro (no Ceará), o lugar preferido dela, numa cerimônia." Mensagens no WhatsApp Igor Holanda, de 27 anos, irmão de Ana Carolina, revelou em seu depoimento, nesta quinta- feira, 5/11/2015, que o ex-namorado da jovem, em 1º e 2/11/2015, se passou por ela em conversas pelo WhatsApp para enganar a família, após matá-la. Segundo Igor, o rapaz matou a dançarina no fim de semana e, depois, usou o celular da vítima para responder mensagens enviadas pela mãe dela. No domingo, em 1/11/2015, a gente ligava e ela (Ana Carolina) não atendia. Minha mãe ficou preocupada e mandou mensagens para ela no WhatsApp. Então, ele mandou uma mensagem pelo celular dela (Ana Carolina) dizendo: Mãe, tá tudo bem. Estou na praia com minhas amigas. Te amo. Beijos?. Mas minha irmã já estava morta. Ele é extremamente inteligente e agora vai querer se passar por doido para se safar? desabafou Igor, que acrescentou: Ele queria passar para a nossa família uma ideia de que estava tudo bem com ela. A melhor amiga da vítima, que não quer aparecer, diz que o rapaz perseguia Ana Carolina desde que o namoro terminou, há seis meses. "Ela já não aguentava mais. Em torno assim de minutos ele ligava mais de 150 vezes no celular dela", conta. A amiga da ex-dançarina contou que na última sexta-feira (30) ele chegou de Fortaleza e foi direto pro apartamento dela. "Ela tinha uma foto dele na portaria do prédio para ele não entrar. Ele entrou sem o menor problema e estava na porta da casa dela. Ela ligou na portaria. Os porteiros foram lá e pediram pra ele sair do prédio. Desde então ele ficou embaixo, interfonando insistentemente pra ela e ela tirou o telefone do gancho porque ela não conseguia mais", diz. No domingo (1º/11/15), ela deixou ele subir. "Ela liberou a entrada porque ela estava com pena dele", completa a amiga. O estudante não conseguiu dizer para os parentes da bailarina porque matou a moça. "Eu estou arrependido. Vocês acham o quê, que eu vivo quase dois anos com uma pessoa e do nada eu estrago com a minha vida e a vida dela e eu não estou arrependido? Se eu pudesse, eu dava a minha vida por ela. Eu dava a minha vida por ela, mas infelizmente eu não pude. Foi luta. Ela me agrediu e eu agredi ela. E eu cheguei ao desespero e eu estrangulei ela", contou Leitão. Na família, todos sabiam do ciúme de Anderson. Ele vai responder por homicídio triplamente qualificado. A polícia voltará ao apartamento de Ana Carolina para colher mais provas. Disponível em: <http://extra.globo.com/casos-de-policia/em-audio-ana-carolina-vieira-chora- apos-ser-ameacada-pelo-ex-namorado-17969622.html#ixzz3qds4rBNI>. A Representante do Ministério Público, ao final assinado, no uso de suas atribuições e na melhor forma de Direito, vem, com base no incluso inquérito policial, oferecer DENÚNCIA contra: ANDERSON LEITÃO, pelo cometimento de fato delituoso que passa a narrar: Anderson Leitão, estudante de 30 anos cometeu o crime de homicídio contra a vítima Ana Carolina Vieira, no dia primeiro de novembro de dois mil e quinze, em São Paulo. O inquérito policial apurou os áudios gravados por Ana, contendo ameaças do ex- companheiro. Em um dos áudios a vítima revela que já havia sido ameaçada de morte pelo rapaz: “Ele disse que vai me matar, que ia me esquartejar”. Familiares da falecida afirmam que a moça foi ameaçada pelo ex-namorado inúmeras vezes antes de ser assassinada. O fato foi confirmado pelos policiais. De acordo com Mara Dalila Gomes, prima da vítima, Ana Carolina decidiu se separar de Anderson após uma discussão, em Fortaleza, em 3 de setembro de 2015, disse ainda que: “Ele foi muito agressivo com ela” iniciando assim, uma série de ligações do ex-namorado ameaçando a vítima. Igor Holanda, de 27 anos, irmão de Ana Carolina, revelou em depoimento no dia 05/11/2015, que o ex-namorado da jovem, em 1º e 02/11/2015, se passou por ela em conversas pelo WhatsApp para enganar a família, após matá-la. A testemunha, amiga da vítima, alegou que, o acusado foi direto ao apartamento da mesma, em São Paulo no dia 30/10/2016, após chegar de Fortaleza. "Ela tinha uma foto dele na portaria do prédio para ele não entrar. Ele entrou sem o menor problema e estava na porta da casa dela. Ela ligou na portaria. Os porteiros foram lá e pediram pra ele sair do prédio. Desde então ele ficou embaixo, interfonando insistentemente pra ela e ela tirou o telefone do gancho porque ela não conseguia mais", disse. No dia 1º/11/2015, a vítima deixou ele subir. "Ela liberou a entrada porque ela estava com pena dele", completou a amiga. O denunciado relevou que o crime ocorreu após uma briga. “Ela me agrediu e eu agredi ela." disse o acusado. Segundo testemunhas arroladas, na família todos sabiam do ciúme de Anderson.
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