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Educação Física escolar Jogos e brincadeiras

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Educação Física escolar: Jogos e brincadeiras como 
possibilidades de emancipação do sujeito.
Valéria Schepanski Ribeiro de Oliveira
1.1 Resumo
Este artigo refere-se ao projeto de pesquisa e implementação que foi 
desenvolvido no período de 2008 a 2009, tendo como título os Jogos e 
brincadeiras como possibilidades de emancipação do sujeito, aplicados em 
Educação Física na escola. A implementação deste projeto foi realizada no 
Colégio Estadual Antonio Lacerda Braga – EFMPM – do Município de 
Colombo, tendo como sujeitos da pesquisa os alunos das 5ª séries do 
Ensino Fundamental, turma A, B, C e D, do período da tarde. A referida 
análise foi desenvolvida através da aplicação de questionários que ocorreu 
no início e no final da implementação do projeto na escola, nos respectivos 
meses de fevereiro e junho, sendo que os mesmos continham as mesmas 
questões viabilizando uma análise comparativa nas respostas antes e o 
depois da aplicação do projeto. A principal questão foi observar como os 
alunos percebem a Educação Física na escola e através dela contribuir 
para a formação de sujeitos críticos capazes de escolhas e decisões 
conscientes.
1.2 Palavras-chave: Jogos e brincadeiras – Educação Física escolar – 
Emancipação
Abstract:
This article mentions the project of research and implementation to it 
that was developed in the period of 2008 the 2009, having as heading the 
Games and tricks as possibilities of emancipation of the citizen, applied in 
Physical Education in the school. The implementation of this project was 
1
carried through in the State College Antonio Lacerda Braga - EFMPM - of the 
City of Columbus, having as citizens of the research the pupils of 5ª series of 
Basic Ensino, group, B, C and D, of the period of the afternoon. The related 
analysis was developed through the application of questionnaires that at the 
beginning occurred and in the end of the implementation of the project in the 
school, in the respective months of February and June, being that the same 
ones contained the same questions before making possible a comparative 
analysis in the answers - and after the application of the project. The main 
question was to observe as the pupils perceive the Physical Education in the 
school and through it to contribute for the formation of capable critical citizens 
of choices and conscientious decisions.
Key words: Games and tricks - pertaining to school Physical 
Education - Emancipation
2. ELEMENTOS TEXTUAIS
2.1 – Introdução
A Educação Física é uma das disciplinas do Currículo Escolar e de 
acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Física para Educação 
Básica, da Secretaria de Estado da Educação (2008), seus conteúdos 
estruturantes são: o esporte, a ginástica, os jogos e brincadeiras, as lutas 
e a dança. Segundo as Diretrizes Curriculares a cultura corporal é o objeto 
de conhecimento da Educação Física escolar. O tratamento dela requer 
que os aspectos da cultura corporal sejam selecionados, organizados e 
sistematizados no currículo escolar, permitindo o acesso ao conhecimento 
historicamente acumulado acerca do movimento humano. Ou seja, os 
conteúdos de ensino quando apresentados aos alunos, são tratados 
simultaneamente, constituindo-se referências que vão se ampliando no 
pensamento do aluno, que vai do momento da constatação de um ou 
2
vários dados da realidade, até interpretá-los, compreendê-los e explicá-
los. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 34). 
O presente artigo diz respeito ao trabalho que foi implementado na 
escola enriquecido pelo debate teórico que teve como foco Jogos e 
Brincadeiras como conteúdo estruturante da Educação Física. Nosso 
objetivo é apresentar algumas estratégias utilizadas no desenvolvimento 
do trabalho a partir de uma perspectiva crítica desta temática, no sentido 
de um aprofundamento teórico-metodológico sobre estes conhecimentos e 
sua implicação para as práticas corporais escolares. Para isso 
desmembramos esse intento em alguns objetivos específicos: discutir os 
jogos e as brincadeiras na concepção proposta pelas Diretrizes 
Curriculares, identificar quais as contribuições dos jogos e das brincadeiras 
no processo de ensino e aprendizagem, compreender como os jogos e 
brincadeiras foram construídos historicamente, apresentar alguns 
encaminhamentos metodológicos para o desenvolvimento deste conteúdo 
estruturante na Educação Básica.
Para os que os objetivos fossem alcançados, tornou-se necessário 
uma constante reflexão sobre as possibilidades de exploração deste 
conteúdo de ensino e suas possíveis adaptações/transformações, numa 
perspectiva crítica de educação. Conforme as Diretrizes Curriculares 
(2008, p.35), além do seu aspecto lúdico, os jogos e brincadeiras 
permitiram debater as possibilidades de flexibilização das regras e da 
organização coletiva. Essas ações permitiram que juntos, professores (as) 
e alunos (as) discutissem e elaborassem os objetivos e regras das 
atividades, dentro de um processo criativo de modo que estas escolhas e 
decisões fossem refletidas. 
Diante disto, utilizando-se do conteúdo estruturante jogos e 
brincadeiras, foi possível elaborar inúmeras possibilidades para 
desenvolver com os (as) alunos (as) uma reflexão sobre a cultura corporal 
e uma leitura critica da realidade no qual estão inseridos. Como sugere as 
Diretrizes Curriculares (2008, p.15):
 Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura 
Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso 
3
ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou 
práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca 
de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano 
crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas 
também agente histórico, político, social e cultural. 
O diagnóstico da realidade escolar teve como ponto de partida a 
aplicação de questionários no início da implementação do projeto na 
escola, que após o desenvolvimento das aulas foi reaplicado ao final, 
viabilizando uma análise comparativa nas respostas. Logo após a 
aplicação do primeiro questionário foram realizadas as atividades, porém, 
durante a aplicação dos jogos e brincadeiras levou-se em consideração a 
individualidade de cada um, pois segundo Anguslki, deverão ser 
respeitadas as experiências e limites dos(as) alunos(as), pois isto 
dependerá do contexto histórico do qual cada um está inserido e de que 
forma interpretam o respectivo conteúdo. “Os brinquedos e brincadeiras 
são sínteses da materialização da cultura de um povo”. (ANGULSKI, 2005, 
p. 2)
 
2.2 Desenvolvimento 
Implementação
A implementação é o momento da operacionalização do projeto PDE 
na escola. A escola, então, é o espaço da concretização e socialização do 
projeto elaborado. As demais produções realizadas durante o processo, 
como o caderno temático, integraram as atividades do processo de 
implementação que ora relatamos.
Metodologia
 
Os sujeitos desta pesquisa foram os alunos das 5ª séries do Ensino 
Fundamental, turma A, B, C e D do Colégio Estadual Antonio Lacerda 
Braga – EFMPM – do Município de Colombo. Os alunos tiveram seus 
entendimentos sobre o conteúdo de jogos e brincadeiras aferidos por meio 
4
de um roteiro de perguntas. Em nossa análise comparamos as respostas 
dos alunos antes da aplicação do projetoe depois.
Todos os alunos das quatro quintas séries responderam ao 
questionário, totalizando um total de 64 respostas, porém, para efeito da 
pesquisa, foram desconsiderados os questionários dos alunos que 
responderam apenas um deles (ou o do início ou o do final da 
implementação).
Os questionários foram aplicados pela pesquisadora e as questões 
foram lidas aos alunos e esclarecidas suas duvidas para o preenchimento 
do mesmo. 
Encaminhamentos Metodológicos
A implementação iniciou-se aplicando o questionário aos alunos das 
referidas turmas na terceira semana de aula após o início do ano letivo. 
Um dos principais aspectos levado em conta durante a aplicação das 
atividades foi estimular e despertar o interesse nos alunos. Durante a aplicação e 
execução das atividades de jogos e brincadeiras foi possível desenvolver a 
aprendizagem, a interação e o convívio. Conforme indicam as próprias Diretrizes 
Curriculares (2008, p. 37):
 Dessa maneira, como conteúdo estruturante da Educação Física, os jogos 
e brincadeiras compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a 
percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem a 
curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas 
diferentes atividades.
Outro eixo norteador no desenvolvimento deste conteúdo foi considerar aquilo 
que o aluno traz como experiência anterior sobre o conteúdo proposto, momento 
considerado pelas Diretrizes Curriculares como a preparação e mobilização do aluno 
para a construção do conhecimento escolar. Utilizando aquilo que os alunos 
conhecem sobre o tema, o(a) professor(a) poderá comparar com situações do 
cotidiano elaborando questões para serem discutidas sobre o tema.
Após esta etapa, iniciou-se a implementação propriamente dita dos 
jogos e brincadeiras que se desenvolveu da seguinte forma: Discussão 
5
acerca do conhecimento que o aluno traz a respeito do conteúdo 
discutido; Comparações de situações reais com situações possíveis no 
desenvolvimento da atividade; (dúvidas sobre os conhecimentos prévios); 
Apresentação do conteúdo sistematizado historicamente construído, 
propiciando aos alunos a assimilação e recriação do mesmo; Intervenção 
pedagógica para estabelecer uma relação entre a atividade e os objetivos 
previamente estabelecidos; vivenciar a criação de outras maneiras de 
realizar as atividades; avaliação da atividade ao final de cada tema dentro 
do conteúdo. 
Durante a implementação procurou-se salientar que os jogos e as 
brincadeiras foram construídos em determinados momentos históricos, muitos deles 
permaneceram praticamente inalterados ao longo dos tempos. Os brinquedos 
também foram desenvolvidos por diferentes culturas e dentro de respectivos 
momentos. Pois como afirma Gonçalves Junior (2003, p. 133):
 Os jogos e brincadeiras e brinquedos populares são parte da cultura, 
habitualmente transmitidos de geração para geração, por meio da 
oralidade. Muitos desses brinquedos e brincadeiras preservam sua 
estrutura inicial; outros se modificam, recebendo novos conteúdos.
RELATO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
ATIVIDADE 1 - JOGO DE QUEIMADA (CAÇADOR)
Conforme a metodologia da implementação apresentada 
anteriormente, iniciamos com a discussão sobre o jogo caçador. Nessa 
identificamos o conhecimento prévio que os discentes possuíam sobre o 
tema proposto. Eles comentaram que sentem muita dificuldade na 
execução deste jogo, apesar de gostarem da atividade. Muitos citaram a 
exclusão como principal fator que desmotiva a execução da atividade.
Nosso segundo passo foi comparar situações reais com situações 
possíveis no desenvolvimento da atividade, esclarecendo as dúvidas que 
surgiram na identificação do conhecimento prévio dos alunos sobre o 
6
caçador.
O terceiro passo foi a apresentação aos alunos do conteúdo 
sistematizado, historicamente construído, propiciando a assimilação e 
recriação do mesmo.
O quarto passo consistiu em realizar intervenções pedagógicas para 
que a atividade fosse realizada a partir das regras previamente 
estabelecidas, de acordo com o conteúdo sistematizado apresentado. Um 
dos objetivos do desenvolvimento desta atividade era perceber as 
dificuldades e as contribuições apresentadas em se realizar a atividade 
seguindo regras pré-estabelecidas. A primeira problematização 
apresentada aos alunos propunha que eles refletissem esta atividade de 
uma maneira que, ao final, não houvesse um vencedor e um perdedor.
O quinto passo busca propiciar aos alunos a vivência e a recriação 
de outras maneiras de realizar as atividades. Os alunos experimentaram o 
jogo de acordo com as novas regras sugeridas e criadas por eles. Esta 
parte da atividade proporcionou que os (as) alunos (as) desenvolvessem o 
pensamento estratégico no momento de criar outras formas de realizar a 
brincadeira. A busca pelas novas maneiras contribuiu também para o 
processo de socialização e motivação, como também para desenvolver o 
pensamento crítico e consciente. (Bases nas laterais, quem é “queimado” 
em vez de ir para base, vão para a outra equipe, preocupação apenas em 
brincar).
No último passo, realizamos uma conversa para avaliação da forma 
como foi desenvolvido o processo de ensino e aprendizagem do jogo 
caçador. Na discussão sobre a realização desta atividade, os alunos 
comentaram que no jogo tradicional os jogadores queimados se sentem 
excluídos, não querendo mais participar, e desta parte ninguém gosta. 
Porém, ao utilizar as regras criadas por eles, citam que a brincadeira ficou 
muito mais estimulante. Alguns colocaram que mesmo assim, não 
gostaram desta atividade, pois “ficar correndo de um lado para outro não 
tem graça nenhuma”, afirmaram eles.
7
ATIVIDADE 2 - CINCO MARIAS
 No início da etapa da atividade proposta, foi realizada uma 
discussão sobre o encaminhamento da mesma, onde os alunos relataram 
sobre o conhecimento que traziam sobre o tema. Um aspecto relevante 
nesta etapa foi que a maioria dos alunos expôs que não conheciam esta 
brincadeira, poucos já haviam ouvido a respeito, porém a maioria nunca 
havia experimentado.
 Depois de realizada a primeira discussão, foram apresentadas 
algumas formas da realização desta atividade, utilizando um mínimo de 
conhecimento prévio que o aluno apresenta a respeito do conteúdo. 
 Em seguida, o conteúdo sistematizado foi apresentado aos alunos, o 
que serviu de base para iniciar o conteúdo, de maneira que o aluno 
pudesse recriá-lo.
 Dando continuidade as etapas anteriores, foram realizadas as 
intervenções pedagógicas para que a atividade fosse realizada a partir das 
regras previamente estabelecidas, de acordo com o conteúdo 
sistematizado apresentado. Como encaminhamento do desenvolvimento 
do tema proposto, primeiramente os alunos confeccionaram os saquinhos, 
para que em seguida pudessem realizar as atividades. 
 Na realização do quinto passo propiciamos aos alunos a vivência e a 
recriação de outras maneiras de realizar esta atividade. Depois da 
realização desta atividade de acordo com as regras pré-estabelecidas, os 
alunos experimentaram a vivência de acordo com as novas regras 
sugeridas e criadas por eles. Um dos objetivos do desenvolvimento desta 
atividade era perceber as dificuldades e as contribuições apresentadas em 
se realizar a atividade seguindo regras pré-estabelecidas, e a partir daí 
criar novas formasde realização. Como contribuição para o 
desenvolvimento do conteúdo, cada aluno fez um trabalho de pesquisa 
sobre as diferentes maneiras de se jogar cinco marias, e na sequência 
cada um mostrava aos outros o que encontrou e aprendeu. Algumas 
maneiras diferenciadas criadas e sugeridas por eles foram cinco marias 
em duplas, cada um brincando individualmente tentando superar suas 
8
dificuldades. O importante nesta etapa foi que os alunos se encontraram 
com situações reais em que precisavam improvisar e criar estratégias para 
aplicar as regras criadas por eles. Através disso, expressavam suas idéias 
e opiniões, utilizando a comunicação como uma ferramenta fundamental.
 Para finalizar, realizamos uma conversa para avaliação do 
desenvolvimento desta atividade, discutindo junto com os alunos os 
avanços conquistados e quais as dificuldades encontradas e enfrentadas 
por eles, na vivência e experimentação de novas maneiras de realizar a 
atividade proposta. Como esta atividade não era muito conhecida pelos 
alunos, eles colocaram que o interesse apresentado foi maior que nas 
atividades já experimentadas. Todas as etapas da atividade foram 
importantes para eles, desde a confecção dos saquinhos até a realização 
da brincadeira propriamente dita.
ATIVIDADE 3 - PETECA
Como ponto de partida para o desenvolvimento desta atividade foi 
importante observar e aproveitar o que o conhecimento que o aluno 
trouxe a respeito do assunto proposto, e utilizá-lo no processo de ensino e 
aprendizagem, criando atividades que contribuam com a possibilidade de 
emancipação dos alunos. Utilizando o brincar para que os alunos se 
tornem sujeitos capazes de interagir com o meio onde vivem. 
 Depois de realizada a primeira discussão, como o segundo passo foi 
discutido as formas da realização desta atividade, inclusive a possibilidade 
dos próprios alunos confeccionarem seu próprio material (a peteca). 
 No terceiro passo nesta etapa do processo, o conteúdo 
historicamente construído foi repassado aos alunos, assim como a 
experiência de um pequeno jogo com as regras pré-estabelecidas.
 No quarto passo foram realizadas as devidas intervenções 
pedagógicas, e nesta fase os alunos realizaram a confecção da peteca, 
para que as demais atividades relacionadas ao tema proposto fossem 
realizadas. 
9
 Depois da confecção do material e da realização desta atividade de 
acordo com as regras pré-estabelecidas, os alunos experimentaram a 
vivência de acordo com as novas regras sugeridas e criadas por eles. Os 
alunos (as) apresentaram sugestões como: confeccionar peteca com 
materiais alternativos, brincar de peteca em pequenos círculos ou 
jogando-a por cima da própria rede de voleibol, com o objetivo de não 
deixar a peteca cair, brincar de peteca em duplas, um jogando para o 
outro.
 Na etapa final, durante a discussão sobre a avaliação da atividade, 
os (as) alunos (as) relataram que é muito mais prazeroso brincar com o 
jogo de peteca do que jogar de acordo com as regras pré-estabelecidas. 
Os (as) alunos (as) colocaram para o grupo suas vivências e experiências 
através do jogo da peteca. A maioria afirmou conhecer este jogo, porém 
muitos nunca haviam praticado e agora que conheceram passaram a 
gostar. 
 ATIVIDADE 4 - PULAR CORDA
 No início do trabalho com corda, os alunos se mostraram bem 
familiarizados com esta atividade e todos já haviam realizado esta 
brincadeira pelo menos uma vez. A maioria queria dar seus testemunhos 
das mais variadas maneiras de como desenvolveram esta atividade. Estes 
conhecimentos apresentados foram utilizados na criação de outras 
maneiras de se realizar esta atividade.
 Depois de realizada a primeira etapa, foram discutidas as formas de 
realização desta atividade, propiciando e viabilizando a vivência em grupo. 
Esta atividade também foi utilizada como uma interessante e divertida 
forma de valorização da nossa cultura lúdica, assim como, ferramenta 
para proporcionar a transformação, o desenvolvimento e a diversificação 
desta atividade lúdica convencional.
 O terceiro ponto no desenvolvimento desta atividade, foi a 
apresentação do conteúdo sistematizado aos alunos, mostrando a eles 
10
que pular corda é uma atividade física bastante conhecida no mundo, seja 
em forma de brincadeiras de criança, nas brincadeiras de rua, ou nos 
exercícios de preparo e condicionamento físico de atletas. 
 O seguinte passo foi proporcionar a criação e vivencia de novas 
maneiras de se pular corda, com a realização de dinâmicas sem a divisão 
de equipes e sem finalidade competitiva. Um outro fator importante aqui 
foi o respeito aos seus limites a aos limites dos outros, com a inclusão de 
todos os participantes na vivência e experimentação das atividades 
propostas. As sugestões foram: dois alunos seguram a corda pelas pontas 
bem próxima ao chão e as outras pulam; a altura da corda vai 
aumentando aos poucos; Zerinho: dois alunos batem a corda onde o 
objetivo dos outros participantes é passar pela corda sem esbarrar nela; 
cada aluno deve saltar a corda individualmente, num ritmo lento, e contar 
qual o número de repetições de saltos que consegue realizar em 
sequencia, sem errar; cada aluno deve fazer a mesma contagem, agora 
com a corda sendo batida num ritmo rápido; criação de novas músicas 
para pular corda e chicotinho queimado.
 Na conversa final sobre o desenvolvimento da atividade, foi 
retomado que um dos principais objetivos principais enfatizado no início, 
foi que ela deveria ser realizada sem finalidade competitiva, 
proporcionando integração e vivência dos grupos. A maioria dos alunos 
colocou que o maior desafio no desenvolvimento desta atividade era 
conseguir realizar os movimentos estabelecidos e sentir satisfação em ter 
conseguido atingir os objetivos propostos pela brincadeira. Apresentaram 
também que sentiram algumas dificuldades em criar variações para essa 
brincadeira por estarem acostumados com sua maneira tradicional.
 ATIVIDADE 5 - GATO E RATO
Toda aula proposta deve ter o conhecimento prévio dos alunos como 
ponto de partida para elaboração de seu desenvolvimento e conforme a 
metodologia da implementação apresentada anteriormente, iniciamos o 
tema com a discussão sobre o jogo gato e rato. Sobre a referida atividade, 
11
os alunos já traziam diversos conhecimentos, e para o desenvolvimento 
desta atividade esses conhecimentos prévios foram utilizados para tornar 
a aula mais dinâmica, participativa e interessante.
 As dúvidas apresentadas pelos alunos sobre os conhecimentos 
prévios serviram para facilitar a criação de situações reais e concretas 
para o desenvolvimento da atividade, e nesta etapa foram esclarecidas as 
dúvidas que surgiram na identificação do tema proposto.
Em seguida, na execução do terceiro passo foi apresentado aos 
alunos do conteúdo sistematizado, historicamente construído, propiciando 
a assimilação e recriação do mesmo.
O quarto passo consistiu em realizar intervenções pedagógicas para 
que a atividade fosse realizada a partir das regras previamente 
estabelecidas, de acordo com o conteúdo sistematizado apresentado.
 Os alunos gostam de envolver-se em tarefas onde pode produzir e 
socializar algo que lhe é proposto, e isso pode ser claramente percebido 
nesta etapa da criação e experimentação das novas maneiras de se 
executar a atividade. Por isso, a aprendizagem tornou-semaior sendo ele 
é o sujeito do processo e envolvido neste desafio, sentindo-se membro 
importante de um grupo, tornando-se assim, responsável. Nesta atividade 
os alunos não conseguiram criar muitas variações, entretanto, as 
sugestões foram: com dois ratos e dois gatos (ou mais); sem soltar os 
braços (a roda) e o gato e rato tem que passar por baixo; tentaram 
modificar as perguntas, mas ao final, desistiram. 
 O fator essencial nesta avaliação final da atividade é que ela seja 
baseada em dados concretos da sua realização. Para descrevê-las e avaliá-
las os alunos visualizaram suas práticas e falaram sobre elas. O objetivo 
desta etapa foi criar um caminho para a tomada de consciência dessas 
práticas. Nesta atividade os alunos mostraram-se interessados em 
participar, porém, relataram que sentiram dificuldades na criação de 
novas maneiras de praticá-la.
 ATIVIDADE 6 – PEGA - PEGA
12
O conhecimento que o aluno traz sobre a brincadeira pega-pega 
teve um sentido e um significado indispensável para iniciar a atividade e 
vinculá-lo ao novo conteúdo. Este tema foi o mais discutido e conhecido 
pelos alunos em relação aos demais. Durante a discussão os alunos 
apresentaram grande interesse e entusiasmo por ela, e mesmo aqueles 
que não participaram muito das outras se mostraram interessados em 
brincar.
 No segundo momento, os alunos colocaram diversas maneiras de se 
realizar a atividade de pega-pega, que foram utilizadas no item onde eles 
criaram novas maneiras de brincar.
O próximo passo para o desenvolvimento das atividades, foi colocar 
o conteúdo sistematizado aos alunos, enfatizando que o pega-pega é uma 
brincadeira bastante simples porem com variações ao redor do Brasil 
quanto ao nome, porém os mais comuns são Pique-Pega são Pega-Pega. 
 A criação e experimentação de novas maneiras de realizar as 
atividades foi o terceiro passo, e contribui para desenvolver no aluno o 
senso crítico, o espírito criativo e o respeito pela opinião dos demais 
integrantes do grupo do qual faz parte, no caso aqui, a escola. As 
maneiras diferenciadas de executar a atividade desenvolvida por eles 
foram as seguintes: com mais de um pegador; pega-pega ajuda: quem vai 
sendo pego ajuda os outros; pega-pega em duplas: os pegadores estarão 
de mãos dadas; pega-pega com e sem pique; pega-pega sobre as linhas 
da quadra: tanto o pegador quanto os outros membros da brincadeira só 
poderão correr pelas linhas estabelecidas.
 Uma das etapas que foi mais prestigiada pelos alunos foi a vivência 
e criação de outras maneiras de realizar as atividades. Justificaram que se 
a brincadeira apresentava alguma regra que desmotivava a execução, 
nesta hora eles poderiam fazer as modificações necessárias, tornando-a 
mais agradável. Todos se sentiram incluídos no processo, pois poderiam 
dar suas sugestões, porém tinham também, que experimentar as 
sugestões dos demais.
ATIVIADE 7 – MORTO VIVO
13
O primeiro passo para iniciar o trabalho sobre o tema proposto foi 
realizar uma discussão acerca do conhecimento que o aluno apresenta a 
respeito do conteúdo discutido. Observamos que conhecimento que o 
aluno (a) trouxe sobre a brincadeira morto vivo foi a maneira tradicional e 
a maioria foi unânime na colocação das regras, ou seja, escolher um chefe 
que ficará na frente dos demais dando os comandos morto(abaixar-se) e 
vivo(manter-se em pé), quem erra sai e aquele que ficar por último o 
vencedor.
 O segundo passo foi comparar as situações reais com situações 
possíveis no desenvolvimento da atividade, onde os alunos relataram as 
dúvidas sobre os conhecimentos prévios do conteúdo proposto. Essa 
atividade, assim como as outras, objetivou fins educativos, pois enquanto 
os (as) alunos (as) estavam brincando elas estavam desenvolvendo a 
atenção e ficavam mais atentos diante do que os colegas estavam 
dizendo. Contribuiu também para desenvolvimento do senso crítico e para 
integração dos participantes. 
 O terceiro passo consistiu na apresentação sistematizada do 
conteúdo, enfatizando que a atividade consiste em reunir os integrantes 
em um único grupo de crianças, que elegerão um “chefe” para dar uma 
seqüência de ordens para ela. Apenas duas palavras podem ser usadas: 
vivo – as crianças devem se manter de pé e morto – as crianças devem se 
agachar, quando uma criança errar a ação dada a palavra, deverá sair do 
grupo, quem restar por último será o novo “chefe” da brincadeira.
 No quarto passo possibilitamos aos alunos a vivência e criação de 
outras maneiras de realizar as atividades. Algumas atividades sugeridas e 
experimentadas pelos alunos (as) com modificações das regras 
tradicionais: troca dos comandos: sol/chuva, terra/mar, claro/escuro, etc.; 
troca dos movimentos: dentro/fora (círculo), frente/trás (linha), etc.; 
quando algum participante errar, em vez de sair será o orador; em vez de 
falar, aquele que comanda as ações mostraria uma figura (exemplo: 
sol/chuva).
Durante a conversa final para a avaliação da atividade, os alunos 
14
classificaram essa brincadeira como “muito legal e interessante”. 
Apreciaram as mudanças sugeridas e experimentadas afirmando alguns 
que anteriormente achavam a atividade desmotivante, mas com as 
modificações ficou mais divertida. Lembrando ainda, que é muito 
importante para a cultura brasileira, pois é uma brincadeira que faz parte 
da cultura popular. 
 ATIVIDADE 8 – ALERTA 
 No início desta atividade, onde foi realizada a discussão acerca do 
conhecimento que o aluno traz a respeito do conteúdo discutido, todas 
os(as) alunos(as) relataram que já conheciam este atividade e já tinham 
experimentado. Na discussão elencaram o que pode conduzir a 
brincadeira, como o nome de pessoas, frutas, carros, etc. Explicando que a 
brincadeira é realizada da seguinte maneira: se optarem, por exemplo, por 
nome de frutas, cada uma escolhe um: uva, banana, maçã, etc. Depois, a 
pessoa que está com a bola grita o nome de uma das frutas mencionadas, 
joga a bola pra cima e, então, a pessoa da fruta que ele gritou deve 
alcançar a bola enquanto as demais saem correndo. O jogador com o 
nome da fruta tem de pegar a bola e gritar: alerta! Então, todo mundo 
pára e ele deve tentar acertar alguém com a bola dando no máximo três 
passos. Se acertar, a pessoa atingida sai da brincadeira. A partir desses 
conhecimentos colocados por eles, partimos para os próximos itens.
Em seguida, a partir dos conhecimentos colocados pelos alunos no 
ítem anterior acerca deste conteúdo, coloquei como sugestão, o 
questionamento de como realizar esta atividade sem que a pessoa 
atingida tivesse que abandonar a brincadeira, ou seja, evitando que 
ocorresse a exclusão de seus participantes.
No próximo item, realizamos a apresentação do conteúdo 
sistematizado, historicamente construído aos alunos, propiciando a 
assimilação e recriação do mesmo, assim como a experiência de um 
pequeno jogo com as regras pré- estabelecidas, para que a partir daí, os 
alunos (as) pudessem elaborar diferenciadas maneiras para desenvolver o 
15
tema proposto.
O quarto passo para o desenvolvimento da atividade, foi propiciar 
aos alunos a vivência e criação de outras maneiras de realizar as 
atividades, sempre utilizando os jogos e as brincadeiras como 
instrumentos de ação e educação. As alterações sugeridas pelos alunos 
(as) para tornar a brincadeira diferenciadaforam as seguintes: a pessoa 
atingida passa a ser o pegador; aumentar gradativamente o número de 
pegadores; eliminar os três passos na hora de jogar a bola; realizar a 
atividade com mais de uma bola, e com mais pegadores.
No quinto e último passo da realização do tema proposto, foi 
realizada uma conversa final para a avaliação da atividade. Os alunos (as) 
classificaram a atividade como um pouco monótona e repetitiva. As 
opiniões variaram aos extremos, pois alguns gostaram muitos e outros 
nem um pouco. Apresentaram também que sentiram algumas dificuldades 
em criar variações para essa brincadeira por estarem acostumados com 
sua maneira tradicional.
ENTREVISTA COM OS ALUNOS
Análise dos questionários
Para o desenvolvimento deste trabalho, realizamos uma análise quantitativa 
dos dados com base nos questionários aplicados aos alunos, e em seguida, foi 
realizada uma análise qualitativa, com base nas respostas apresentadas nos 
questionários. 
Foram analisados 64 questionários aplicados em duas etapas, uma 
realizada antes da implementação do projeto e outra logo após o seu 
término. Responderam o questionário os alunos das 5ª séries do Ensino 
Fundamental, turma A, B, C e D, do período da tarde, 56,25% do sexo 
feminino e 43,75% do sexo masculino, e as idades dos referidos alunos 
variaram de dez a quatorze anos.
16
No processo de análise dos questionários aplicados, foi possível perceber que 
os alunos (as) possuíam bastante conhecimento sobre os jogos e as brincadeiras, 
porém, os esportes aparecem sempre como favoritos. A partir dos dados coletados 
por meio dos questionários constatou-se que as atividades mais desenvolvidas pelos 
alunos consistiram na prática de atividades esportivas Esta situação apresentada 
pode estar a relacionada ao fato de que desde muito tempo a bola é um dos 
primeiros brinquedos ofertados a criança, pois como cita Bruhns (1993, p.66):
 “Os brinquedos tradicionais muito antigos como a bola, o papagaio, o 
arco etc. teriam sido inicialmente dados (ou talvez até impostos) às 
crianças como formas de culto, e somente numa época posterior, devido à 
força de imaginação das crianças, transformados em brinquedos utilizados 
em seus jogos.”
De um modo geral, as respostas presentes nos questionários 
apresentaram algumas idéias em comum, tais como: a Educação Física é 
apresentada como sinônimo de Jogo e Esporte; nas questões referentes a 
“Educação Física" e “Jogos e Brincadeiras” os alunos apresentaram as 
mesmas respostas, sem distingui-los entre si; só citam brincadeiras nas 
questões referentes aos “jogos e brincadeiras” e nunca com atividades da 
Educação Física e a maioria refere-se a competição como fundamental 
para o desenvolvimento das atividades da Educação Física.
Entretanto, foi possível verificar que houve uma mudança 
significativa na elaboração das respostas apresentadas no primeiro e no 
segundo questionário. Percebe-se que no segundo questionário muitos 
alunos apresentaram em suas respostas uma compreensão mais ampliada 
acerca da Educação Física.
Após a análise dos questionários pode-se perceber que a maioria dos 
alunos (21,87%) considera a Educação Física apenas como esporte, o que 
se repete também com mais ênfase na análise do segundo questionário 
(25%). Grande parte também define Educação Física apenas como jogo 
(15,62%) e diversão (10,93%). Pode-se perceber através das análises do 
segundo questionário que houve mudanças significativas com uma 
ampliação no entendimento dos alunos acerca da Educação Física, com 
respostas mais elaboradas, após o envolvimento com o projeto de jogos e 
brincadeiras. Perceberam a diferença de seus conteúdos, tornando-se 
17
assim, críticos em relação a eles, pois como cita Kunz,(1998, p.9) “ser 
crítico é ser capaz de questionar, de dialogar e oferecer diferentes 
respostas ao próprio questionamento, e só se pode realmente questionar e 
responder sobre aquilo em que se está corporalmente envolvido”.
Quando se trata dos conteúdos da Educação Física, os alunos 
também selecionam como melhores as atividades relacionadas aos 
esportes, o futebol destaca-se com 23,43% no primeiro questionário e com 
59,37% no segundo. Porém, é evidente que a maioria prefere atividades 
com bola, relacionada aos esportes: Futebol, Voleibol e Basquetebol, 
poucos citam os jogos e as brincadeiras como conteúdos da Educação 
Física. Ao responder esta questão, os alunos apenas citaram as atividades 
que mais gostavam, sem justificar o porquê desta seleção. Pode-se 
perceber que algumas brincadeiras e jogos colocados no primeiro 
questionário deixam de ser citados no segundo.
Assim como na questão sobre as atividades que eles mais gostam, 
quando eles foram citar as atividades que não gostam, poucos justificaram 
suas respostas. As atividades mais citadas referem-se aos Jogos e 
Brincadeiras, e os que colocaram justificativas, relatam que algumas 
atividades são chatas e cansativas ou por que sentem dificuldades na 
execução de alguma delas. A atividade amarelinha é definida como “de 
menina” no primeiro questionário com 6,25%, o que cai para 1,56% no 
segundo. É significante o número de alunos (as) que afirmam gostar de 
todas as atividades em Educação Física, colocando que gostam de todas, 
com 29,68% no primeiro e 50% no segundo questionário. 
Quando se refere a jogar e brincar, tanto no primeiro quanto no 
segundo questionário, os alunos apresentam respostas de definição do 
jogar e brincar, semelhantes àquelas apresentadas na questão onde 
respondem o que entendem por Educação Física. Para a maioria, jogar e 
brincar são diversão (35,93%). Nesta questão, porém, não houve 
mudanças significativas do primeiro para o segundo questionário. As 
atividades de jogos e brincadeiras selecionadas e relacionadas pelos 
alunos como aquelas que eles mais gostam e menos gostam, são:
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ATIVIDADES QUE MAIS GOSTAM
1º QUESTIONÁRIO 2º QUESTIONÁRIO
Stop, vôlei 1,56% Jogar bola 9,37%
Gato mia 1,56% Futsal 4,68%
Queimada 7,81% Futebol 25%
Stop 1,56% Basquetebol 3,12%
Vôlei 9,37% Voleibol 14,06%
Gladiatus 1,56% Futebol, vôlei e dança 1,56%
Barbie 1,56% Jogo 6,25%
Pega varetas 1,56% Gato cego 1,56%
Futebol 14,06% Pular corda 6,25%
Mãe esconde 9,37% Vôlei e futebol 3,12%
Jogar bola 4,68% Tudo 1,56%
Corrida 1,56% Caçador 3,12%
Dança 1,56% Brincadeiras 3,12%
Jogo no computador 1,56% Brincar 3,12%
Caçador 1,56% Jogos com esforço 1,56%
Amarelinha 1,56% Esportes 1,56%
Soltar pipa1,56% Stop 1,56%
Natação 1,56% Futsal e xadrez 1,56%
Pique bandeira 1,56% Queimada 3,12%
Jogo da velha 1,56% Corrida 1,56%
Xadrez 1,56% Bets 1,56%
Pular corda 3,12%
Muro chinês 1,56%
Trilha 1,56%
Lenço atrás 1,56%
Não respondeu 21,87%
ATIVIDADES QUE MENOS GOSTAM
1º QUESTIONÁRIO 2º QUESTIONÁRIO
Amarelinha 7,81% Brincar 1,56%
Caminhar 1,56% Basquete 7,81%
Não tem 4,68% Boneca 9,37%
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Briga 1,56% Não tem 12,5%
Polícia ladrão 1,56% Pega pega 4,68%
Pega pega 6,25% Cobra cega 1,56%
Basquete 3,12% Peteca 4,68%
Futebol 4,68% Futebol 7,81%
Luta 3,12% Nenhuma 1,56%
Beisebol 1,56% Amarelinha 3,12%
Caçador 3,12% Pular corda 3,12%
Boneca 3,12% Luta 1,56%
Gosto de todas 1,56% Escrever 1,56%
Mãe cola 1,56% Vôlei 9,37%
Bambolê 1,56% Aula teórica 1,56%
Ciranda 1,56% Jogar 1,56%
Corrida 3,12% Brincadeiras infantis 1,56%
Carrinho 1,56% Ficar sem fazer nada 1,56%
Roda 1,56% Jogos virtuais 1,56%
Cabo de guerra 1,56% Xadrez 3,12%
Corda 1,56% Queimada 3,12%
Queimada 3,12% Gosto de tudo 1,56%
Jogar bola 1,56% Esconder 1,56%
Empurrar 1,56% Quando alguém rouba 1,56%
Jogo da velha 1,56% Mãe cola 1,56%
Bulico 1,56% Não respondeu 9,37%
Vôlei 3,12%
Esconder 4,68%
 Não respondeu 
23,43%
A última questão que aborda o tema referente à competição foi 
aplicada somente no segundo questionário. Quando responderam a esta 
questão, 9,37% dos (as) alunos (as) defendem que ganhar e perder são 
fundamentais e importantes, ressaltando que quando não existe esta 
condição a atividade não tem graça, 9,37% também concordam que em 
toda atividade deve existir um vencedor e um perdedor e 4,68% 
acreditam que a competição é fundamental para se aprender a ganhar e 
perder. Com base nas respostas analisadas é claramente visível a 
importância de se ter um vencedor e um perdedor no desenvolvimento 
das atividades, independente do que seja necessário para isto. Porém, 
ninguém quer ser o perdedor. 
Alguns alunos citam que aqueles que participam da atividade, e 
independente do resultado já são vencedores, considerando justa a 
situação. Outros citam que o importante é a aprendizagem. Em algumas 
20
respostas é evidente que o importante é apenas vencer. 
Deve-se deixar claro, porém, que os movimentos que constituem os jogos e 
as brincadeiras foram construídos historicamente e devem contribuir de maneira a 
desenvolver o senso crítico dos alunos (as) de modo a entendê-los enquanto cultura 
corporal. Para isso, a utilização destes conteúdos deve ser inclusiva e não orientar-
se apenas no saber fazer, pois de acordo com Kunz, (2002, p. 30):
Assim, se pelo ensino de brincadeiras, esportes e jogos nós nos 
orientarmos apenas no paradigma instrumental e funcional do saber fazer a 
partir dos padrões preexistente, até mesmo para brincadeiras mais 
elementares, enfatizando ainda exacerbadamente a competição e a 
concorrência, corremos o sério risco de estarmos formando seres humanos 
convictos de suas incapacidades sem oferecer-lhes meios ou condições de 
auto-superação e, enfim, auto-conhecimento de suas reais possibilidades e 
condições.
 
“É preciso reconhecer que a dimensão corporal é resultado de experiências 
objetivas, fruto da nossa interação social nos diferentes contextos em que se efetiva, 
sejam eles a família, a escola, o trabalho e o lazer” (Diretrizes Curriculares, 2008, 
p.47). Por isso, durante a aplicação dos jogos e brincadeiras deverão ser 
respeitadas as experiências e limites dos alunos(as), pois isto dependerá do 
contexto histórico do qual cada um está inserido e de que forma interpretam o 
respectivo conteúdo.
2.3. Considerações finais
Os Jogos e as Brincadeiras revelaram-se como um conteúdo de 
grande importância no processo de desenvolvimento e formação crítica 
dos(as) alunos(as), pois lhes proporcionou novas descobertas e, com isso, 
refletindo diretamente no contexto social onde eles estão inseridos. Foi 
possível mediante este conteúdo possibilitar processos de construção de 
conhecimento, contribuindo para a formação de sujeitos capazes de 
transformar seu meio, transformando, principalmente, a si mesmos.
Para atingir os objetivos propostos, utilizando dos jogos e 
brincadeiras como ferramenta pedagógica, a partir de diferentes 
enfoques, fez-se necessário buscar recursos e formular estratégias que 
21
possibilitassem o trabalho escolar contextualizado à vida do aluno, 
respeitando seus valores sociais e seu desenvolvimento individual. 
Lembrando que todo o desenvolvimento do trabalho foi realizado sem ter 
o enfoque de competir, o objetivo das atividades era brincar. Para isso, foi 
fundamental planejar, sistematizar e desenvolver atividades com o 
objetivo de contribuir para a formação de sujeitos críticos capazes de 
escolhas e decisões conscientes, utilizando como recurso pedagógico os 
jogos e as brincadeiras.
Através da utilização dos Jogos e Brincadeiras com conteúdo da 
Educação Física na concepção das Diretrizes Curriculares os (as) alunos 
(as) puderam compreender como se constituem e como se situam 
historicamente os Jogos e as Brincadeiras, assim como, aprofundarem 
esse tema dentro da nossa realidade social. Desenvolveu-se também, a 
autonomia, a aceitação e reconhecimento do outro respeitando as 
diferenças e apropriação crítica – no sentido de podermos reelaborar as 
atividades a partir das necessidades e reflexõesde cada grupo.
O conhecimento prévio que o aluno trouxe a respeito dos conteúdos 
discutidos, facilitou a criação de situações reais e concretas para o 
desenvolvimento da atividade, tornando o trabalho pedagógico 
consistente contribuindo para que os alunos (as) se tornassem capazes de 
interagir em seu meio escolar numa perspectiva crítica. Neste caso o 
aluno (a) pode perceber a contribuição que cada um pode dar ao trabalho 
comum, extrapolando, inclusive, para sua vida.
Finalizando, os resultados encontrados foram muito positivos e corroboram 
com a visão de que existe um grande envolvimento e aceitação por parte dos alunos 
em relação aos Jogos e Brincadeiras. Porém, é evidente que as preferências giram 
em torno dos esportes. Dessa maneira, como sugestão, propõe-se que novas 
condutas sejam tomadas, e para que o trabalho com Jogos e Brincadeiras contribua 
para o desenvolvimento de sujeitos críticos e emancipados, os professores de 
Educação Física não devem hesitar em planejar, organizar e propor atividades 
construídas em função de objetivos pedagógicos, e que também proporcionem a 
participação efetiva dos alunos na atividade e na busca constante da reflexão da 
realidade em que estão inseridos. A amostra aqui apresentada não pretende esgotar 
22
o assunto. Sendo necessários outros trabalhos de professores de Educação Física 
e/ou interessados no assunto, a fim de aprofundar o tema aqui abordado.
2. Referências bibliográficas
ANGULSKI, C.M. Jogos, brinquedos e brincadeiras: uma construção coletiva. 
Parte do texto integrante do Caderno Temático produzido pela SEED/PR, 2005. Não 
publicado.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São 
Paulo: Cortez, 1992.
JUNIOR, Luiz Gonçalves. Atividade Recreativa na Escola: uma Educação 
Fundamental (de Prazer). Parte integrante do texto: A Motricidade Humana no 
Ensino Fundamental, 2003.
KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física 1. Rio Grande do Sul: Unijuí, 1998.
_______. Didática da Educação Física 2. Rio Grande do Sul: Unijuí, 2002.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de 
Educação Física para os Anos Finais do Ensino Fundamental e para o Ensino 
Médio. Curitiba: SEED-PR, 2008. 
Disponível em www.diaadia.pr.gov.br acesso Dia 03/03/2008
3. SITES RELACIONADOS
http://www.brasilescola.com/educacaofisica/jogo-queimada.htm
data do acesso: 22/02/2009
http://criancas.hsw.uol.com.br/cinco-marias2.htm
data do acesso: 25/02/2009
http://pt.wikipedia.org/wiki/Peteca
data do acesso: 02/03/2009
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23
Data do acesso: 25/03/2009
http://www.faberludens.com.br/pt-br/node/767
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http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7985
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24

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