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5 Contrarrazões ao Recurso contra a sentença de pronúncia Júri Popular 4

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
18ª Promotoria de Justiça de Campo Grande/MS 
Avenida Ricardo Brandão, nº 232, Itanhangá Park, CEP 79003-027, 
Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
EXMO SR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA DE CAMPO GRANDE-MATO GROSSO DO SUL
Autos nº: 0036594-49.2013.8.12.0001
Nº MP: 08.2015.00082313-8
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO 
GROSSO DO SUL, com fundamento na Constituição Federal e Código de 
Processo Penal, vem, por intermédio de sua Promotora de Justiça, à presença de V. 
Exa, ante a interposição de Recurso em Sentido Estrito pelo recorrente THIAGO 
AUGUSTO GARCIA WATANABE, por não concordar com a sentença de 
pronúncia, apresentar as CONTRARRAZÕES AO RECURSO, com fulcro no 
Código de Processo Penal.
Campo Grande/MS, 17 de dezembro de 2015.
Livia Carla Guadanhim Bariani
Promotor(a) de Justiça 
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 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
18ª Promotoria de Justiça de Campo Grande/MS 
Avenida Ricardo Brandão, nº 232, Itanhangá Park, CEP 79003-027, 
Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
CONTRARRAZÕES RECURSAIS
EGRÉGIA TURMA
EMÉRITOS JULGADORES
ÍNCLITO PROCURADOR DE JUSTIÇA
Insurge-se o recorrente contra a decisão de pronúncia de f. 
222-228, a qual decidiu pelo julgamento do acusado THIAGO AUGUSTO 
GARCIA WATANABE perante o Tribunal do Júri como incurso nas penas do art. 
121, “caput” c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal Brasileiro.
1. DOS FATOS
Conforme se depreende da peça acusatória, no dia 01 de agosto de 
2013, por volta das 22h30min, na Rua Serra Negra, n. 287, Bairro Vila Eliane, nesta 
capital, o acusado efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima Márcio Ferreira 
dos Santos, causando-lhe ferimentos que não foram a causa eficiente de sua morte, 
por circunstâncias alheias a sua vontade.
Extrai-se da denúncia que o acusado mantinha relacionamento 
amoroso com Cecília Renata Gomes, ex-convivente da vítima Márcio Ferreira dos 
Santos. Ocorre que, em razão do termino do relacionamento com Cecília e também 
pelo fato desta estar em novo relacionamento com o ofensor, a vítima Márcio 
Ferreira dos Santos passou a ameaçá-la de morte.
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Avenida Ricardo Brandão, nº 232, Itanhangá Park, CEP 79003-027, 
Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
Consta nos autos que o acusado e Cecília estavam em uma 
lanchonete no bairro Sayonara, ocasião em que a vítima esteve presente e proferiu 
ameaças ao casal, sendo que após tal fato, deixou o local.
Ademais, na data dos fatos, Thiago Augusto e Cecília Renata 
Gomes dirigiram-se até a residência situada na Rua Serra Negra, n. 287, bairro Vila 
Eliane, e neste local iniciou-se uma discussão entre o acusado e a vítima, sendo que 
o réu efetuou disparos de arma de fogo contra Márcio Ferreira dos Santos, 
atingindo-o.
Após a prática delitiva, o acusado fugiu do local e a vítima recebeu 
socorro.
Eis a narrativa contida na denúncia.
O réu apresentou defesa às f. 141-143.
Em audiências (f. 188 e 190), houve a colheita do depoimento das 
testemunhas e interrogatório do réu às f. 200.
A acusação e a defesa apresentaram alegações finais às f. 208-215 e 
f. 219-221 respectivamente, tendo o juízo proferido decisão de pronúncia às f. 
222-228, nos termos da denuncia.
Irresignado, o réu interpôs Recurso em Sentido Estrito contra a 
respeitável decisão de pronúncia, alegando, em síntese, que não há provas nos autos 
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suficientes para pronuncia-lo, tampouco para manter a qualificadora que dificultou a 
defesa da vítima.
Autos ao Ministério Público para oferecimento de contrarrazões.
Após a síntese do necessário, passa-se a postular:
Preenchidos os requisitos básicos de admissibilidade do recurso em 
tela, e, consequentemente, havendo o seu conhecimento, vale destacar, com a 
devida vênia, que o mesmo não merece provimento, por total improcedência das 
razões aduzidas.
A decisão invectivada deve ser mantida em seus próprios 
termos nos tópicos combatidos, tendo em vista a argumentação exposta pelo 
juízo a quo.
2. DOS FUNDAMENTOS
A defesa fundamenta em suas razões recursais a ausência de provas 
capazes de pronunciar o réu, bem como alega ser descabida a qualificadora do 
recurso que dificultou a defesa da vítima.
Aduz que, não há nos autos indícios suficientes que demonstrem 
que o acusado tentou contra a vida da vítima de forma livre e consciente, bem como 
alega que nenhuma das testemunhas ouvidas nos autos trouxeram provas que o 
incriminasse, visto que não presenciaram os fatos e apenas escutaram o barulho de 
disparo de arma de fogo.
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Por fim, alega que o réu não agiu por meio de traição ou 
emboscada, pois ele e a vítima se encontraram no local dos fatos e acabaram por se 
agredir mutuamente.
Entretanto, não assiste razão ao Recorrente.
Primeiramente, cumpre ressalvar que em momento nenhum, 
durante a persecução penal, foi aventada a tese de que o réu tivesse agido de 
forma a dificultar a defesa da vítima, tampouco por meio de emboscada ou 
traição, conforme explanado pela defesa em Recurso em Sentido Estrito, 
demonstrando que suas alegações são descabidas e desconexas de todo o 
fato probatório dos autos, querendo induzir o juízo a erro, devendo portanto 
ser afastada qualquer alegação intentada pela defesa neste sentido.
Em outra de suas teses descabidas, a defesa alegou que a decisão de 
pronúncia foi manifestamente contrária à prova dos autos, desprezando a função de 
fiscal da lei exercida pelo Ministério Público e maculando a atuação perseverante e 
abalizada do douto magistrado a quo, que não apenas acompanhou o trâmite 
processual, como, de forma fundamentada e abalizada nas provas dos autos, 
pronunciou o réu.
Há prova valorada, legítima e apta a fundamentar a decisão 
prolatada pelo juízo a quo, que pronunciou o recorrente pelo crime de homicídio 
tentado.
Isto porque, não prospera a alegação de que a decisão de pronúncia 
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teria sido manifestamente contrária às provas dos autos, haja vista a presença de 
elementos mínimos que constatam o indício de autoria e a materialidade do 
crime em tela. 
Nesse sentido, impende destacar o artigo 413 do CPP, que explana 
quanto à decisão do juiz no procedimento do Tribunal do Júri, dispondo:
“Art.413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se 
convencido da materialidade do fato e da existência de indícios 
suficientes de autoria ou de participação.” (grifo nosso).
Em análise ao artigo supracitado, vislumbra-se que a decisão de 
pronúncia deve ser fundamentada em indícios suficientes de autoria e indicação 
de materialidade, por meio de provas produzidas pelo crivo do contraditório, 
sempre que o juiz estiver convencido.
Ademais, em sede de pronúncia, na qual vigora o princípio do 'in 
dubio pro societate', pairando qualquer dúvida quanto à materialidade ou autoria 
do fato criminoso, deve o acusado ser levado a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Neste sentido, são os entendimentos:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. PRONÚNCIA POR HOMICÍDIO TENTADO. 
RECONHECIMENTO DE LEGÍTIMA DEFESA. AUSÊNCIA DE 
PROVA INCONTESTÁVEL. IN DUBIO PRO SOCIETATE. 
ACÓRDÃO RECORRIDO EMBASADO EM PREMISSAS 
FÁTICAS. REVISÃO. SÚMULA 07/STJ. I - A pronúncia é decisão 
interlocutória mista, que julga admissível a acusação, remetendo o 
caso à apreciação do Tribunal do Júri. Encerra, portanto, simples 
juízo de admissibilidade da acusação, não se exigindo a certeza da 
autoria do crime, mas apenas a existência de indícios suficientes e 
prova da materialidade, imperando, nessa fase final da formação 
da culpa, o brocardo in dubio prosocietate. II - Afastar a conclusão 
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das instâncias de origem, quanto a não estar efetivamente demonstrada a 
excludente de ilicitude, implica o reexame do conjunto fático-probatório 
dos autos, o que é inadmissível na via do Recurso Especial, a teor da 
Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. III - Agravo Regimental 
improvido.
(STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL AgRg no AREsp 405488 SC 2013/0328926-0 (STJ)
Data de publicação: 12/05/2014)
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - SENTENÇA DE 
PRONÚNCIA - HOMICÍDIO QUALIFICADO, NA FORMA 
TENTADA - PRETENDIDA A IMPRONÚNCIA - INDÍCIOS 
SUFICIENTES DE AUTORIA E PROVA DA MA TERIALIDADE - 
Demonstrada a materialidade e havendo indícios de autoria, 
compete ao Juiz pronunciar o réu, submetendo-o ao julgamento pelo 
juiz natural: o Tribunal do Júri, uma vez que na fase 
de pronúncia vigora o principio do 'in dúbio prosocietate', cabendo 
ao Júri analisá-la. Recurso improvido. 
(TJ-SP - Recurso em Sentido Estrito RSE 30013006720058260099 SP 
3001300-67.2005.8.26.0099 (TJ-SP) - Data de publicação: 05/02/2013)
No caso em tela, o magistrado a quo fundamentou sua decisão nos 
depoimentos prestados em juízo pelas testemunhas e pela vítima, bem como nos 
Laudos de Exame de Corpo de Delito às f. 71-72, de Exame Químico (f. 74-78 e 
115-119) e de ExameFísico-Descritivo e de Pesquisa de Sangue Humano (f. 80-84 e 
120-124), não havendo que se falar que não existem provas nos autos capazes de 
demonstrar indícios de autoria e materialidade que possam incriminar o recorrente, 
conforme quer se fazer crer a defesa. 
E ainda, apesar de o recorrente tentar distorcer em seu favor o 
modo como se deram os fatos, vejamos os depoimentos prestados em juízo e que 
atestam os indícios de autoria:
MP: Sobre esse dia dos tiros que o Márcio levou, o que que o senhor 
sabe?
Testemunha: Ele tinha quebrado a Gameleira naquele dia, a colônia né, 
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18ª Promotoria de Justiça de Campo Grande/MS 
Avenida Ricardo Brandão, nº 232, Itanhangá Park, CEP 79003-027, 
Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
aí nós
tava conversando com ele pra ele voltar, aí ele falou vou lá ver minhas 
filhas, nós vamos voltar, aí o senhor me leva lá. Aí eu escutei os tiros, o 
rapaz atendeu ele atirando, aí pegou um de raspão na cabeça e pegou no 
portão da Graciela, só isso que eu sei. Aí eu peguei ele caído assim no 
chão.
[...]
MP: Cerca de dois minutos após Márcio ter saído de casa o senhor 
ouviu os quatro tiros?
Testemunha: Foi.
MP: E se dirigiu até o local, que avistou Thiago deixando o local na 
motocicleta de Cecília e que encontrou o seu filho Marcio caído no chão 
próximo ao trilho, já na esquina.
Testemunha: Foi, foi verdade
MP: Foi exatamente isso que aconteceu?
Testemunha: Aham, foi.
(Depoimento da testemunha Domingos Ferreira dos Santos em 
juízo
f. 188)
Nesse sentido é o depoimento da vítima:
Juiz: Você tem certeza que foi ele que atirou né?
Vítima: Claro que foi, o cara tava em cima de mim.
Juiz: Eu pergunto porque quando ele prestou depoimento ele disse que 
na verdade ele não atirou contra você, ele deu uma cadeirada na sua 
cabeça.
Vítima: Lógico que foi, a minha ex mulher tava nas costas dele, eu vi a 
cara dela no ombro dele.
Juiz: Você chegou a ser agredido com a cadeirada ou não?
Vítima: Não, negócio só foi a arma só. Ele atirou em cima de mim e 
acabou
história.
Juiz: Você tem certeza que ele atirou na sua direção né? Não atirou pra 
cima?
Vítima: Foi, eu vi o cano do revolver, não consegui nem correr rapaz, 
paralizado, não sabia se eu corria...
Juiz: Um projétil pegou de raspão na sua cabeça?
Vítima: Foi.
Juiz: Foi isso?
Vítima: Isso.
Juiz: Tá, e quantos disparos ele deu mais?
Vítima: Acho que foi uns três, que eu corri ele deu mais uns dois ainda, 
pegou lá no portão de uma outra vizinha.
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Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
(Depoimento da vítima Márcio Ferreira dos Santos em juízo f.
188).
Desta forma, resta evidente que o recorrente agiu impelido do 
animus necandi em sua conduta, tendo desferido tiros contra a vítima, atingindo-lhe 
na cabeça e empreendendo fuga em seguida.
Ademais, tal versão é sustentada pelo Laudo Pericial de Exame 
Químico no boné da vítima (f. 74-78), o qual constatou haver vestígio compatível 
com fragmento de chumbo, evidência esta similar àquelas observadas em amostras 
obtidas quando de disparo de arma de fogo, bem como pela fotografia do portão de 
Graciela Amarilla, o qual tem uma perfuração, pois também foi atingido por um dos 
disparos de arma de fogo efetuados pelo recorrente, às f. 40.
Cabe salientar que, ainda que a defesa tenha alegado que os 
depoimentos de Anna Maria e Graciela Amarilla não trouxeram nenhuma prova que 
incriminasse o réu, por não terem presenciado os fatos, afirmam que escutaram 
barulho de disparo de arma de fogo, tendo, inclusive, um deles perfurado o portão 
de Graciela, conforme já mencionado.
Assim, verifica-se que as razões apresentadas pelo recorrente são 
falaciosas quando afirma que não há qualquer elemento mínimo nos autos que 
sejam capazes de culminar em sua pronúncia.
Por fim, constata-se que estão presentes nos autos indícios 
suficientes de autoria e prova da materialidade, os quais recaem sobre a pessoa do 
recorrente, tornado-se imperiosa sua pronúncia.
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Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
3. DO PREQUESTIONAMENTO
Desde já, esta representante do Ministério Público Estadual há por 
bem pré-questionar, para efeito de eventual interposição de Recurso Especial e/ou 
Extraordinário, pela Egrégia Procuradoria Geral de Justiça, com base no artigo 5º, 
inciso LV e art. 93, inciso IX, ambos da Constituição Federal, pois não houve 
ofensa aos referidos artigos ao sentenciar esse processo.
Ainda, pertinente pré-questionar, o artigo 5º, inciso XXXVIII, 
alínea c, da Constituição Federal, que diz:
“XXXVIII- É reconhecida a instituição do júri, com a organizaçãoque lhe der a 
lei, assegurados:
c) a soberania dos veredictos.”
Assim, vê-se que a decisão do magistrado deve ser mantida, pois se 
encontra de acordo com o ordenamento jurídico.
4. DO PEDIDO
Ante ao exposto e por tudo mais que dos autos consta, espera o 
Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, seja conhecido, mas 
IMPROVIDO O RECURSO INTERPOSTO PELA DEFESA, mantendo-se a 
r. decisão de pronúncia em seus termos, pois mostrou-se de acordo com os ditames 
legais e ensinamentos principiológicos do Direito.
Nestes termos, espera deferimento.
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Avenida Ricardo Brandão, nº 232, Itanhangá Park, CEP 79003-027, 
Campo Grande/MS, fone (67)3317-4026
Campo Grande-MS, 17 de dezembro de 2015.
Livia Carla Guadanhim Bariani
Promotor(a) de Justiça
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