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De escola para escola fórum de experiências no ensino médio


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Ministério da Educação 
Secretaria de Educação Média e Tecnológica 
Fórum de experiências no ensino Médio 
Brasília DF 18 a 20 de setembro 2001 
Fernando Henrique Cardoso 
Paulo Renato Souza 
Luciano Oliva Patrício 
Ruy Leite Berger Filho 
Avelino Romero Simões Pereira 
Presidente da República 
Ministro de Estado da Educação 
Secretário Executivo 
Secretário de Educação Média e Tecnológica 
Coordenador-Geral de Ensino Médio 
Ruy Leite Berger Filho Caro Professor, 
sucesso de nossos esforços em direção à construção de um novo ensino médio que atenda às necessidades 
de nossos adolescentes e jovens depende sem dúvida de nossa capacidade de oferecer oportunidades vari-
adas e inovadoras de formação continuada a nossos profissionais da educação. 
Para identificar experiências bem sucedidas em escolas de ensino médio e promover a apresentação, discussão 
e divulgação das mesmas, além de apoiar as Unidades Federadas na constituição de redes de apoio às escolas, orga-
nizamos o De Escola para Escola - Fórum de Experiências no Ensino Médio, com seis estados, que depois repe-
tirão a dinâmica em fóruns regionais. Iniciaremos o processo com: Bahia, Distrito Federal, Pará, Pernambuco, 
Santa Catarina e São Paulo. 
Acreditamos que este Fórum criará condições para que os profissionais e as escolas se ajudem mutuamente, 
através da divulgação e da troca de experiências inovadoras e afins às Diretrizes Curriculares Nacionais para o 
Ensino Médio, contribuindo para que cada unidade escolar construa seu projeto pedagógico próprio. Essa rede de 
ajuda e troca de experiências deverá propiciar aos profissionais e às escolas a superação das dificuldades e dos 
desafios postos pela nova concepção curricular do ensino médio. 
Há muitos professores em nossas escolas que estão desenvolvendo trabalhos interessantíssimos e de qualidade 
e que gostariam de uma oportunidade para mostrá-los aos outros. Um deles é você, que está hoje aqui conosco. 
E, por isso, estamos abrindo esse espaço. O que esperamos de você, na volta a sua escola, é que multiplique essa 
experiência, divida suas idéias com seus colegas e continue no caminho do estudo e da inovação. 
O Fórum terá a duração de três dias, durante os quais as experiências serão divulgadas e comentadas. Além 
das atividades com as experiências, a programação contará com eventos culturais. Estes eventos fazem parte de 
uma política de valorização dos profissionais do ensino médio. Contaremos, também, com espaços para exposição 
de materiais, relatos e produtos. 
Esperamos que você goste e aproveite. Que aprenda para que possa continuar aprendendo e ensinando. E que 
se divirta com essa tarefa. 
Bom proveito. 
RUY LEITE BERGER FILHO 
Secretário 
O 
Eny Marisa Maia A Construção da Escola Jovem: Um processo desafiador 
Introdução: 
s experiências escolares apresentadas no 1o Fórum Nacional nos permitem afirmar que os professores, diri-
gentes e técnicos de educação estão enfrentando o desafio de construir uma nova escola para os jovens do país. 
O programa desse Fórum, apresentado pela Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC) como 
parte da política de implementação das Diretrizes e Parâmetros Curriculares do Ensino Médio, baseia-se na premissa 
de que nenhuma mudança educacional de fato se efetiva se não ocorrer nas salas de aula, isto é, se os conceitos e 
princípios que orientam esta reforma não forem assumidos pela escola. 
Destacar a unidade escolar e as salas de aula como as instâncias essenciais nesse processo significa reconhecer 
que somente o coletivo escolar, constituído também pelos alunos e comunidade, é capaz de estabelecer uma 
dinâmica que rompe com o estabelecido porque cria a possibilidade de diálogo, de interesse e de apoio mútuo. 
A leitura dos projetos escolares representativos do trabalho de seis estados das diferentes regiões do país é uma 
demonstração do que afirmamos acima. Algumas escolas enfrentaram dificuldades relativas à formação dos pro-
fessores, à estrutura curricular inadequada, à ausência de recursos pedagógicos e financeiros, ao acesso às novas 
tecnologias, mas não esmoreceram. Os obstáculos foram tratados como problema; não provocaram imobilismo, 
mas sim a busca de alternativas . 
É preciso também reconhecer a mobilização das instâncias administrativas para dotar as redes de ensino médio 
de melhores condições de trabalho. Porém, é preciso admitir que são muitos os problemas a serem enfrentados uma 
vez que o ensino médio só na década de 90 coloca-se, de fato, na agenda político-educacional do país. 
As equipes escolares que estão desenhando uma nova escola para os jovens merecem a valorização do seu tra-
balho. A distinção que será concedida pelo MEC a trinta delas, por ocasião do Fórum, deve contribuir para fomen-
tar os Projetos dessas Escolas. Além de representar a possibilidade de compartilhar a experiência com professores 
que atuam em diferentes contextos, é uma forma despretensiosa de dar visibilidade ao esforço dos que fazem a 
educação do século XXI. 
A 
1. Caminhos para repensar a Escola 
"Administrar, gerenciar, dirigir, supervisionar, ensinar, trabalhar em uma 
instituição pode se constituir em um obstáculo quando não se sabe nada sobre 
a mesma ou quando o que se sabe não passa de um conhecimento difuso, não 
sistematizado" . 
São inúmeras as possibilidades de introduzir inovações que mudem gradati-
vamente o modo de trabalhar na escola de ensino médio. A Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (1996), as Diretrizes do Conselho Nacional de 
Educação (1998) e os Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio (1999) 
apresentam princípios e orientações que dão margem a mudanças estruturais na 
organização das escolas. 
O ponto de partida, certamente, é o conhecimento que se tem da escola, 
instituição cuja função primordial é promover o desenvolvimento dos alunos, 
considerada a sociedade e o contexto sócio-político em que se insere. 
Como decidir sobre o que é prioritário para aperfeiçoar o trabalho escolar? 
Como iniciar um processo de mudança? 
Podemos responder baseando-nos nas experiências apresentadas neste Fórum. 
É possível afirmar que a sensibilidade das equipes escolares - informada 
pelo conhecimento sobre o padrão de desenvolvimento dos alunos nas áreas 
cognitivas, sociais e em suas expectativas; sobre a qualificação dos professores; 
as características da comunidade; os recursos pedagógicos e tecnológicos 
disponíveis - permite "captar" o que é mais adequado e possível. O "bom 
senso" indica que a melhor proposta, do ponto de vista da formação de equipe 
e de acumulação de conhecimento é, antes de mais nada, aquela que se pode 
executar. Um dos critérios decisivos para o sucesso de uma proposta de inovação 
é o seu realismo, que assegura a viabilidade da mesma. 
Uma proposta aparentemente grandiosa que sequer consegue passar do 
papel para o cotidiano escolar resulta em muita frustração e em descrença. 
Outro critério essencial: a proposta de inovação deve surgir da comunidade 
escolar, ou ser por ela adotada, com autonomia. Os projetos escolares se con-
solidam à medida que as propostas, mesmo quando aparentemente simples, for-
talecem o trabalho coletivo, integram os alunos como protagonistas e permitem 
refletir sobre outras alternativas para o aperfeiçoamento do trabalho escolar. 
A complexidade da inovação em uma escola complexa 
As escolas são instituições muito mais complexas do que por vezes a nossa 
experiência docente e mesmo alguns estudos conseguem apreender. Por quê? 
Para justificar a afirmação podemos apontar uma situação singular: para que 
servem as escolas? A resposta não exige muito esforço intelectual: para promover 
o desenvolvimento dos alunos - o objetivo maior dessa instituição é o aluno e os 
resultados dessa instituição se avaliam também pelo aluno que se quer plenamentedesenvolvido. Numa linguagem empresarial diríamos que o nosso "cliente" é o 
'aluno e o nosso "produto" também é o aluno. 
Como atrair e manter na escola um jovem que se quer protagonista de um 
processo de desenvolvimento próprio, mas que para alcançar o sucesso precisa de 
esforço, disciplina, interesse, participação, capacidade de organização, empenho? 
Não é uma tarefa corriqueira. 
Quando se pensa em promover mudanças estruturais em uma instituição his-
toricamente tradicional, num contexto de incertezas característico da "sociedade 
do conhecimento" da chamada "revolução tecnológica", a questão ganha outras 
dimensões. O que está em jogo é o novo papel da escola nesta sociedade, é o papel 
dos jovens que passam a ser "agentes" e não mais "pacientes" , do papel do pro-
fessor que se modifica, do conceito de educação e de cidadão educado. Trata-se 
sem dúvida de uma tarefa complexa. 
Não há como modificar a escola sem considerar a articulação entre todos os 
elementos que a constituem, tanto no plano material quanto no humano. É assim 
que vem acontecendo e pudemos constatar a partir da análise das experiências 
escolares apresentadas a esse Fórum. 
Os resultados dos primeiros movimentos indicam que todo o conjunto começa 
a se "abalar" quando, efetivamente, a proposta é assumida pelo coletivo esco-
lar, mesmo que o objeto da ação escolar represente uma parte desta totalidade 
que estamos chamando de Escola Jovem. Quando a equipe escolar, ou parte 
dela, decide assumir uma proposta de interatividade para o trabalho em sala 
de aula, utilizar novos materiais pedagógicos, modificar o sistema de avali-
ação, entender outros espaços, além da sala de aula, como espaços educa-
tivos, fazer uso de recursos tecnológicos e audiovisuais, trabalhar de forma 
contextualizada com os conhecimentos científicos, promover experimen-
tações, dar voz aos alunos observa-se que os alicerces da escola tradicional 
começam a balançar. 
Investir em projetos específicos: uma possibilidade de mudar o todo? 
A reforma do ensino médio coloca exigências que nos levam repensar a escola 
como um todo desde os princípios filosóficos à organização curricular. 
Entendemos, porém, que as mudanças devem ocorrer de forma gradativa. 
Existe, sem dúvida, uma relação intrínseca entre as mudanças parciais e as 
diretrizes mais gerais que orientam o Plano Escolar. A concepção de educação 
das escolas deve se expressar em todas as ações, garantindo a articulação entre 
o todo e as partes. Este princípio vale tanto para a elaboração de projetos 
pedagógicos quanto para outras situações que, aparentemente, são "um valor por 
si mesmas" como, por exemplo, a aquisição de materiais didáticos e a trans-
formação de espaços físicos. As mudanças processadas na escola ou estão a 
serviço da implementação do Plano Escolar ou acabam se constituindo em 
ações isoladas que não consolidam o processo . 
Não há como introduzir um elemento novo sem modificar a concepção do todo. 
Um exemplo que nos faz pensar 
Grandes mudanças já ocorreram em outras áreas do conhecimento e da 
sociedade através do tempo. É possível que, neste momento, o leitor já tenha 
em mente uma série de exemplos de transformações que geraram conseqüências 
até imprevisíveis. 
Como observadores, em alguns casos, como participantes ativos em outros, é 
bem possível que não nos tenhamos detido para registrar todas as conseqüências 
dessas mudanças, a não ser as mais importantes ou as mais óbvias. 
Consideremos, por exemplo, uma mudança específica ocorrida na Sétima 
Arte, o Cinema, nas primeiras décadas do século passado, com a introdução 
da voz nos filmes que até então eram mudos. Nos dias de hoje, com avanços 
tecnológicos que permitem criar cenários e personagens virtuais, essa trans-
formação é pouco lembrada como inovação de impacto. No entanto, ela criou 
uma revolução na forma de se fazer cinema. 
O que acontece com o cinema quando se introduz a voz, isto é, quando se 
passa do cinema mudo para o cinema falado? 
Muda basicamente a estrutura narrativa, a percepção sobre os diferentes modos 
de contar uma história. Os elementos estruturais da narrativa: personagens, 
narrador, espaços, cenários, o tempo, o sequenciamento e, como é fácil inferir, 
a relação entre esses elementos, é profundamente modificada. Os atores precisam 
mudar as formas de representar, os textos precisam assumir outra natureza. 
Há um outro aspecto a considerar, que se apresenta como exterior à produção de 
filmes, mas indispensável para que o espetáculo aconteça da melhor forma possível. 
Para a introdução do cinema falado é necessário modificar a concepção de 
"salas de cinema". O espaço é modificado de forma radical, colocam-se portas para 
impedir que outros ruídos prejudiquem a compreensão do que se está apresentan-
do. Torna-se necessário rever a acústica, colocam-se caixas de som, os alto-falantes, 
como eram conhecidos. 
Os proprietários de salas de cinema não tem como resistir: ou se adaptam, ou 
perdem o público. Outras possibilidades dos filmes, até então não exploradas, con-
siderando a situação anterior, passaram a se constituir em propostas inovadoras: 
surge o cinema documental e o cine jornal, por exemplo. A introdução de um ele-
mento novo modificou a concepção do todo. 
Também no que se refere à construção de uma nova escola, a introdução de uma 
pequena inovação, quando implementada e absorvida no cotidiano, termina por 
dinamizar o Projeto da escola em seu conjunto. Por outro lado, quando não há 
abertura para se repensar constantemente a concepção de escola e de aprendizagem, 
todos os materiais e iniciativas, por maior potencial de inovação que possam repre-
sentar, correm o risco de ser assimilados e incorporados de forma tradicional. 
(Re) construindo a escola: um processo onde o conflito faz parte do avanço 
Diversas experiências apresentadas neste Fórum revelam que o processo de 
mudança não se deu sem conflitos. Até mesmo as experiências que possam parecer 
restritas a poucos professores ou a uma área de conhecimento, por exemplo, não 
avançaram sem que diferentes pontos de vista e interesses se confrontassem. Também 
foi preciso lidar com "resistências" que mais se devem ao "não saber fazer" do que 
a uma indisposição para o trabalho diferenciado. Quando esses elementos foram 
explicitados, discutidos e enfrentados o processo avançou. 
Não há decisão coletiva que se fortaleça sem o reconhecimento da ambigüidade 
presente nas decisões, principalmente, quando dizem respeito à situações que não 
se vivenciou ou sobre as quais não se pode garantir o controle que, supostamente, 
se tem quando atuamos da forma que nos é conhecida, familiar. 
As decisões sobre o que, como e quando inovar, certamente, podem não con-
vencer a todos. Isto não deve ser um impedimento para que se pense naquilo que 
a escola pode se transformar, não se limitando a admirar aquilo que já está sendo 
realizado. 
No processo de mudança é preciso lidar de forma criativa e não defensiva, 
com pessoas em diferentes estágios no que se refere à disposição para aceitar 
inovações: os que entendem a necessidade de impulsionar o processo, aceitando 
o risco de pensar em uma nova escola, os que precisam mais tempo para arricar-
se a experimentar e os que se negam a fazê-lo. 
Quando os problemas são nossos parceiros... 
O que falta para as escolas de ensino médio se modificarem? 
Para responder a pergunta não é necessário fazer uma pesquisa extensiva, se 
pudermos considerar os projetos apresentados neste Fórum como uma amostra 
significativa do que acontece de mais promissor em cada estado. 
As respostas que aparecem com maior freqüência, em termos de obstáculos 
à mudança nas escolas, podem ser alinhadas admitindo-se que dizem respeito a 
contextos desiguais: 
• Escassez de Recursos financeiros 
• Escassez de Materiais didáticos: desde o acervopara a formação das 
bibliotecas aos softwares, vídeos, computadores, etc. 
• Insuficiente Capacitação para os professores 
• Problemas de disciplina e de violência 
• Desinteresse dos alunos, expresso nos índices de evasão e repetência. 
Afastamento da comunidade 
• Contexto caracterizado pela pobreza e ausência de estímulos culturais 
• Desconhecimento e/ou desvalorização da cultura local 
• Dificuldades em áreas específicas principalmente Linguagens e Códigos, 
Matemática e Ciências da Natureza. 
• Dificuldades relativas à integração dos alunos; problemas de discriminação. 
Os elementos destacados acima aparecem no relato das escolas, indicados, em 
geral, como a origem dos projetos pedagógicos e de gestão escolar. Ou seja, as 
dificuldades problematizadas, estimularam a busca de soluções e nesta perspectiva 
colocaram-se como problemas. 
Conforme Macedo, "existe um problema quando se transforma uma queixa 
em desafio a ser superado. Às vezes um bom problema começa com uma queixa. 
Então o desafio é o de transformá-la em um problema. E isso também é prob-
lemático! Transformar uma queixa em problema é sair da posição em que esses 
fatores funcionam como adversários ou competidores de nossos objetivos para 
uma posição em que se tornam cooperativos e participativos, ou seja, adquiram 
uma função construtiva" . 
2. Refletir, Compartilhar, Priorizar: as características de uma 
decisão coletiva. 
"Como todos aqui têm suas raridades eu, para não me sentir diferente, 
peguei minha fortuna e comprei uma raridade. Fui comprá-la longe na 
Austrália. E agora sou igual a todos, também tenho minha raridade. Comprei 
um Canguru Branco. Não serve para nada, não faz nada, mas é uma raridade. 
E muitos me invejam e admiram"6 . 
Suponhamos que o primeiro problema apontado na lista do item anterior 
fosse resolvido mesmo que temporariamente, isto é, que a escola recebesse 
recursos financeiros capazes de impulsionar o Projeto Pedagógico. Como decidir 
onde aplicar os recursos? 
Se estivermos comprometidos com a construção da Escola Jovem, isto impli-
ca que, na prática, precisamos fazer valer os princípios que orientam as relações 
na escola, criando uma dinâmica de integração e participação. As decisões não 
podem ser de responsabilidade de um único profissional, isoladamente. 
O mesmo problema pode suscitar diferentes análises e propostas de solução, 
dependendo da experiência e dos valores de cada um dos integrantes da escola, 
incluídos os alunos e a comunidade. 
A sensibilidade dos professores pode estimular uma série de ações que exigem 
o repensar das relações na escola, em situações que, muitas vezes, revelam dis-
criminação e violência. A compra de um equipamento qualquer, sem consultar 
e levar em conta as pessoas responsáveis pelo fazer pedagógico, em médio 
prazo pode se revelar tão inútil quanto o Canguru Branco da epígrafe. 
Se contarmos com recursos financeiros, certamente, inúmeras questões vão se 
apresentar como prioritárias, dependendo da compreensão de cada segmento 
escolar. A decisão coletiva exige mais tempo e, deve ser organizada de tal forma 
que a mediação esteja garantida pelo dirigente escolar e/ou um dos participantes 
da equipe. Nesta situação, o tempo joga a favor da integração do grupo e do 
consenso, mesmo quando relativo. 
A possibilidade de coesão e de comprometimento com as propostas da 
escola cresce quando assumida pelo grupo. 
O que é principal e o que é secundário? 
A questão só pode ser bem equacionada quando referida aos objetivos 
da escola no contexto do desenvolvimento dos alunos. Como são os jovens 
que estudam nessa escola? Que conhecimentos dominam e em que áreas 
precisam de maior estímulo? Quais os seus interesses? Que projetos e/ou 
ações pedagógicas têm potencial para fazê-los superar as dificuldades? 
Como são os professores dessa escola? Em que áreas precisam de apoio 
para mudar a gestão de sala de aula? 
Os projetos escolares selecionados para o 1o Fórum Nacional nos oferecem 
elementos para pensar sobre o processo de decisão, nesta perspectiva. Por 
vezes, a ausência de recursos financeiros se colocou, num primeiro momento, 
como obstáculo à realização de estudos do meio, por exemplo. Tratava-se do 
deslocamento dos alunos e de outras medidas que daí decorrem. 
Esses projetos se desenvolveram, buscando-se parcerias com a sociedade 
civil e/ ou com o executivo/legislativo local, por exemplo. 
Na avaliação das escolas, entretanto, ressalta uma outra questão que nos 
parece central: a ausência de material de consulta: livros, revistas especializadas 
e vídeos, por exemplo. A dúvida entre o que é principal e o que é secundário se 
dilui neste exemplo. 
Como proceder a um planejamento criterioso, envolvendo todos os alunos 
na ação, se não contamos com material básico para a estimulação e a formulação 
de questões pertinentes ao tema? 
A concepção de aprendizagem em nada se modifica quando saímos com os 
alunos do espaço escolar para que conheçam e analisem determinadas questões 
sem ter tido a oportunidade de se preparar e sem contar com materiais que 
permitam a sistematização posterior. A ampliação dos espaços educativos é 
desejável, mas deve servir à aprendizagem, ao desenvolvimento dos alunos. A 
otimização dos espaços existentes é uma exigência para promover mudanças 
que façam diferença no aprendizado dos alunos. A biblioteca é essencial. Como 
vamos organizá-la, com quem contamos para enriquecê-la, como selecionar o 
acervo, como dinamizar o seu uso é algo desafiador. Precisamos de um profis-
sional apenas para fazê-la funcionar ou a utilização é parte integrante dos tra-
balhos de sala de aula? 
As decisões têm conseqüências... 
A observação acima parece de uma obviedade até incomoda, mas 
baseamo-nos no personagem de Machado de Assis, o Conselheiro Acácio, que 
em sua empostada sabedoria afirmava com toda a pompa: as conseqüências 
sempre vêm depois... 
Determinadas escolhas precisam ser avaliadas, em sua relação com as 
demandas que trazem, o que não significa que devam ser abandonadas, mas 
que exigem planejamento para que os objetivos sejam alcançados. 
A compra de computadores, de softwares, e a organização de uma 
sala própria para informática podem exigir capacitação dos professores, a 
reorganização dos tempos de aula, e a seleção de softwares que efetivamente 
sirvam a nossos propósitos. É possível viabilizar este espaço, considerando 
todas essas exigências? Claro que sim, mas é necessário organizar os pro-
cedimentos, informar-se e principalmente discutir sobre a utilização dos 
materiais na perspectiva, por exemplo, da contextualização e da interdis-
ciplinaridade. 
Trabalhar com um software que permita aos alunos construírem cidades 
virtuais, enfrentando problemas que vão da ecologia à administração de 
finanças, permitindo compará-las com as cidades em que vivem, escrever 
sobre a história local e imaginar a história da cidade que construíram é muito 
mais instigante do que utilizar jogos do tipo combate mesmo considerando 
que os últimos possam servir à recreação. 
O mesmo se pode dizer de softwares que permitem reproduzir de forma 
virtual experiências nas áreas de Matemática e Ciências da Natureza e a partir 
dos quais é possível facilitar a compreensão de conceitos básicos estruturantes 
das disciplinas. 
A compreensão dos movimentos na área de Artes que revolucionaram as 
concepções da época, como a 1a semana de Arte Moderna, tão criativa e 
modestamente resolvida por uma das escolas inscritas nesse Fórum, pode se 
valer da aquisição de softwares ou de coleções impressas de obras de arte. 
Em suma, há que ter disposição para planejar e para pesquisar, uma atitude 
esperada de uma escola que se quer diferente. 
Os materiais didáticos: uso e desuso 
A seleção de materiais didáticos remete a uma questão central: quais são os 
mais adequadospara incrementar a aprendizagem dos alunos? 
Considerando que os materiais didáticos promovem diferentes possibilidades 
de acesso ao conhecimento, pois permitem a criação de situações de aprendizagem 
que utilizam diferentes linguagens e formas de interação, é preciso avaliar quais 
são os mais importantes para nossos propósitos. É uma tarefa para a qual não 
se tem uma resposta precisa e exige observação e experimentação. 
É evidente a diferença entre o efeito do uso do retroprojetor e/ou do pro-
jetor de slides e do filme ou vídeo. Os primeiros trabalham com a imagem 
estática e os demais com o movimento. Enquanto o retroprojetor pode ser um 
valioso auxiliar para apoiar a exposição do professor, para apresentar imagens 
ou ilustrações que facilitem a compreensão de um conceito, os filmes, vídeos, e 
os softwares que trabalham com o movimento podem ser utilizados quando se 
trata de discutir processos, mudanças e transformações. 
Há, entretanto, diferenças consideráveis no trabalho com filmes e no trabalho 
com o computador. Enquanto na utilização de filmes e vídeos e/ou no trabalho 
com programas de televisão, o aluno espectador pode, em alguns casos, per-
manecer passivo; na utilização do computador é o aluno que dirige o processo. 
Mas, é preciso esclarecer o que se está chamando de "passividade". O filme, 
o vídeo ou mesmo um programa de televisão suscitam emoções, pensamentos, 
transmitem conhecimentos, esclarecem e podem provocar a compreensão de 
situações relacionadas à experiência pessoal do aluno que não se poderia 
prever e que, por vezes, fogem ao controle. 
As características dos materiais não podem "amarrar" o professor quando 
decidir por sua utilização. O retroprojetor pode ser um precioso auxiliar na 
comunicação entre os alunos quando estes sejam estimulados a elaborar o 
material e a expor suas idéias. Da mesma forma, a televisão, o filme e o vídeo 
não são apenas um convite à contemplação, mas ao debate e ao conhecimento 
de situações distantes do contexto em que o aluno transita. 
Contar com estes materiais pode ser o início de uma mudança radical no 
modo de trabalhar da escola? Sim e Não. Adquirir materiais considerados 
modernos e nada modificar na sala de aula e nos demais espaços educativos é 
a comprovação mais evidente da "vitória da rotina". 
Pode-se dar ao computador, via Internet, o mesmo (des) uso equivocado que 
orientou um procedimento, até então inovador, de acesso ao conhecimento: as 
atividades de pesquisa, por exemplo. Solicitar aos alunos que pesquisem sobre 
determinados temas quando sequer se formulam questões que justifiquem o 
interesse e a busca de respostas adequadas pode simplesmente substituir a cópia 
das páginas dos livros pela cópia das páginas da Internet. 
É possível utilizar um filme da mesma forma enganosa com que, por vezes, 
se trabalha com os livros didáticos. Basta apresentar após a exibição um longo 
questionário para avaliar a compreensão e quem sabe, atribuir uma nota... 
Considerações Finais 
As experiências apresentadas no De Escola para Escola - Fórum de Experiências no 
Ensino Médio são representativas dos muitos caminhos possíveis para a construção de 
uma escola que se quer diferente. Uma escola que incorpore o novo paradigma 
- a concentração na aprendizagem, o que significa dar prioridade aos jovens, 
buscando oferecer situações estimulantes e diversificadas, tornando-o protagonista 
de seu próprio desenvolvimento. Objetivo que, apesar de sua complexidade, 
pode ser alcançado. 
Certamente ainda há muito a conquistar, mas a construção da Escola Jovem 
dá os primeiros passos, explorando diferentes possibilidades com um entusiasmo 
que surpreende aos que sabem pouco sobre os professores do país. 
Seguem-se os Fóruns Regionais no segundo bimestre de 2002. Esta 
primeira inserção junto às escolas com o objetivo de organizar o Fórum 
Nacional e o Seminário sobre a TV Escola nos surpreendeu pelo que de 
criativo pudemos constatar. 
Consideramos como um dos objetivos principais para a organização dos 
fóruns Regionais a democratização do conhecimento sobre o trabalho das 
demais escolas. Sugerimos que seja realizada uma ampla divulgação do proces-
so seletivo que ocorrerá em cada região, estimulando a participação do maior 
número possível de experiências. 
Não se trata apenas de organizar um Fórum, mas de reconhecê-lo como um 
momento de capacitação, de aprendizagem profissional, visto que é uma opor-
tunidade para que os conceitos e princípios orientadores da reforma sejam 
mais bem compreendidos no processo de adaptação e aplicação à realidade de 
cada unidade escolar. 
Nesse processo, aprendem as escolas que, exercendo sua autonomia, 
ousam enfrentar o diferente, e aprendemos todos nós com a possibilidade 
de acompanhar a evolução desses projetos, garantindo a sistematização do 
conhecimento, o que certamente significa facilitar e estimular iniciativas de 
outros grupos. 
Se pudemos nos valer de um personagem de Machado de Assis, que 
com muita propriedade dizia o óbvio, com muito mais propriedade 
podemos nos apropriar da experiência do autor sobre o seu "modo" de 
conhecer as novas idéias: " Não sei se já alguma vez disse ao leitor que as 
idéias, para mim, são como nozes, e que até hoje não descobri melhor 
processo para saber o que está dentro de umas e de outras senão quebrá-las" . 
1 A propósito do tema, veja o vídeo "Onde Estamos?" da série Ciência Nua e Crua do programa 
da TV Escola, "Como Fazer Escola?" 
2 Graciela, Frigerio (org.) De Aqui e de Allá. Textos sobre la institución Educativa y su dirección. 
Editora Kapelusz. Buenos Aires. 1993 
3 Menezes, Luis Carlos. Dossiê Educação. IEA (Instituto de Estudos Avançados) Usp. 2001 
4 A respeito da importância de se começar a inovar na escola a partir de projetos específicos e 
realistas, veja "Projeto Facilitando Mudanças Educacionais : Pequenos Passos rumo ao êxito para 
todos", Boudewijn van Velzen et alii, SEE-SP/ APS, 1997 
5 Lino Macedo. Eixos teóricos que estruturam o ENEM. MEC/INEP 1999. 
6 As duas laranjas. Oswaldo França Júnior 
7 Machado de Assis. Os Melhores Contos. Editora Global. 1987. 
Bahia 
Distrito Federal 
Pará 
Pernambuco 
Santa Catarina 
São Paulo 
Cidade: Bom Jesus da Lapa 
Estado: Bahia 
Expositores: 
Tatyana di Lissandra Magalhães Neves de Souza 
Rosângela de Araújo Bezerra 
Lucimária Regina Fernandes de Souza 
Lucidalva Alves da Costa 
Silvino Francisca de Jesus 
Caracterização da escola 
Ensino Médio: desde 1999; 1370 alunos, 3 turnos, 36 turmas; 41 professores, 21 efetivos. (obs: o número de 
alunos cresceu: 1063 em 2000 e o número de professores efetivos diminuiu: 23 em 2000) 
Projeto: Projeto Arte, cultura e preservação da capital baiana da fé. 
Caracterização da experiência (vivida ou em andamento): 
Origem do Projeto: O projeto teve origem em maio de 2000, por iniciativa dos professores das áreas de Linguagens, 
Códigos e suas Tecnologias, e Ciências Humanas por compreenderem a necessidade da valorização da história local, 
do patrimônio cultural e artístico e da integração da comunidade e da escola. Com o apoio da direção da escola, 
foram feitas reuniões com os professores, alunos e membros da comunidade que aderiram à proposta de projeto. 
Características do Projeto: 
• Envolvimento de todos os alunos independetemente da séries e turnos. 
• Envolvimento de todas as disciplinas das áreas de Linguagem e Ciências Humanas e suas Tecnologias. 
• Ampliação do envolvimento da área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias previsto para 
o ano de 2002. 
• O projeto consta de estudos e atividades desenvolvidos pelos alunos em sala de aula e fora dela e prevê a 
publicação de uma revista (mesmo nome do projeto) e ainda, estuda a criação do Arquivo público de 
Bom Jesus da Lapa. 
Questões centrais: 
Tempo/ espaço: O tempo e o espaçode realização das atividades detalhados no projeto, serão realizadas dentro 
da sala de aula no tempo previsto para cada disciplina (estudo dirigido, leitura, trabalho com bibliografia e vídeos 
indicados, preparação dos roteiros das pesquisas e entrevistas, elaboração de relatórios etc) enquanto outras se 
realizam fora do período escolar (palestras, entrevistas, passeatas, shows etc). Portanto, o projeto transpõe os 
limites da sala de aula em termos de tempo e espaço. 
Currículo: É feita a seleção de conteúdo para cada disciplina e de forma pertinente com a proposta de 
problematização: a vida cotidiana numa comunidade que tem a atividade religiosa como centro da vida 
social. A contextualização é entendida como história local. As competências envolvidas, se relacionam aos 
conteúdos das disciplinas. 
Sistematização do trabalho em sala de aula: O trabalho específico em sala de aula será feito com o estudo 
dirigido articulando os conteúdos das diversas disciplinas intereagindo-os com o seu meio. 
Avaliação: Baseada no nível do envolvimento dos alunos, na participação nos eventos e atividades e na entrega 
dos trabalhos solicitados (pesquisas de campo, roteiros para entrevistas, relatórios, seminários, debates, leituras 
e trabalhos com textos e vídeos). 
• Problematização da realidade em que vivem e percepção de que ela pode ser o ponto de partida para o 
desenvolvimento dos estudos nas diferentes disciplinas. 
• Conteúdos selecionados para as disciplinas. 
• Competências relacionadas aos conteúdos trabalhados. 
• Transposição do espaço e tempo da "aula" tradicional. 
• Utiliza recursos didáticos diversos. 
• Avaliação ampla. 
• Perspectivas de criação de um espaço de divulgação impressa (revista) e da criação do Arquivo histórico e público. 
• Envolvimento de todos os alunos . 
• O envolvimento de outra área e disciplinas aparece como decorrência do desenvolvimento do projeto. 
Endereço: Av. Antonio Carlos Magalhães, s/n 
Telefone: (7 1 ) 7 2 0 - 1 1 2 0 
Município: Castro Alves-Bahia 
Diretoria: Direc. 4 
Estado: Bahia 
Expositores: 
Aldo de Oliveira Andrade Júnior 
Ednalva Costa de Almeida 
Hamilton Ribeiro Souza 
Maria do Carmo de A . Nascimento 
Rita de Cássia Barreto Sá 
Caracterização da escola 
Número total de alunos: 1.270 
Número de alunos do ensino médio: 1.007 
Turnos em que funciona: Matutino, Vespertino e Noturno 
Número de classes de ensino médio: 23 
Quantos professores são efetivos: 27 
Caracterização da Experiência: (vivida ou em andamento) 
Qual a origem da experiência? O que a motivou? É sabido que a maioria da população brasileira não cultua o hábito 
da leitura e assim também acontece na nossa comunidade. Por meio de observações, análises e constatações nas dis-
cussões e debates realizados em sala de aula, pudemos notar que nossos educandos, em sua maioria, não possuem 
o hábito de ler. Tal problema não se restringe apenas aos livros, mas, a jornais e revistas e, para nossa surpresa sequer 
os noticiários de TV suscitavam atitudes de questionamento, de crítica. 
Considerando esses dados propusemos o Projeto Bate Papo Legal, como forma de melhor utilizar os sábados letivos, 
dias críticos em relação a freqüência, e como forma de levar o educando a construir sua identidade pessoal e cole-
tiva a partir de sua identificação com a escola e elevar a sua alta estima. 
Este projeto se insere no PDE - Plano de Desenvolvimento da Escola-na medida em que os temas selecionados são 
extensões do mesmo e visam o aprofundamento do processo ensino-aprendizagem. 
Qual o objetivo da experiência? Os objetivos principais são: 
• Desenvolver e/ou ampliar o senso crítico dos educandos em relação a questões e assuntos relevantes do cenário 
local, nacional e mundial. 
• Estimular o hábito de leitura de livros, apostilas, revistas e jornais, além do acompanhamento do noticiário da 
TV, através de atividades em classe e nos demais espaços educativos que a escola e a comunidade propiciam. 
• Desenvolver o hábito do debate, do questionamento e da argumentação, visando estimular a expressão de 
opiniões e pensamentos próprios e a desenvolver atitudes de respeito pelas opiniões dos demais participantes. 
Quantos alunos envolve? Todos os 1.275. 
Quantos professores envolve? 34 professores (Efetivo mais Reda). 
Quais as disciplinas trabalhadas? Todas. 
Quando iniciou? Em 2000. 
Que recursos pedagógicos estão sendo utilizados? Pesquisas, palestras, seminários, pesquisas de campo, trabalho 
em grupo. 
Descreva o. desenvolvimento da experiência com detalhes: 
1. Escolha dos temas com os alunos, professores, coordenadores e direção, adequando-os ao calendário escolar. 
2. Distribuição das atividades de preparação do Bate-papo Legal por todos os participantes, relacionando as tarefas 
específicas, no que se refere ao conteúdo, entre as respectivas áreas. 
3. Escolha do período para o desenvolvimento das atividades. 
A escolha recaiu nos sábados letivos (as atividades aos sábados fazem parte do calendário escolar). O sábado 
foi indicado pela maioria como o dia mais apropriado porque temos problemas de freqüência, principalmente, 
nesse dia devido a moradia de parte dos alunos, na zona rural, e ao fato de trabalharem em feiras livres e no 
comércio local. 
A partir do Bate-Papo Legal notamos um crescente interesse dos alunos que passaram a freqüentar a escola aos 
sábados e a participar das aulas preparatórias durante a semana. Seleção dos temas que foram apresentados 
sob forma de perguntas elaboradas pelos alunos sob a orientação dos professores. 
Problemáticas levantadas para o BATE PAPO de 2001: 
• Sou cidadão e sou ético? 
• O que é público não é apenas meu, é nosso. Então, conserve. 
• É possível fazer política no Brasil de maneira ética? 
• Eu sou dono da natureza ou apenas um inquilino? 
• Crises ambientais ou crises de responsabilidade: água e energia vão faltar? 
• ENEM: chegou a minha vez de entrar na universidade? 
• Quem sou eu, cidadão brasileiro? 
• Você tem preconceitos? Por Quê? 
• Eu, cidadão Castro-alvense, produzo cultura? 
• O que eu gostaria de saber sobre sexo, mas tenho vergonha de perguntar aos meus pais? 
• Drogas: o que eu preciso saber para não cair nessa armadilha? 
• Violência: vivemos em sociedade ou em guerra? 
• O que eu tenho feito para ser um cidadão da Paz ? 
• Eu sou um cidadão pleno ou apenas um cidadão votante? 
• Estou preparado para o mercado de trabalho? 
• A Mídia manda em mim? 
A pesquisa e a discussão preliminar nos grupos de trabalho realizou-se nas salas de aula. 
O Bate-Papo Legal, é assim realizado: 
1. Escolha dos assuntos juntamente com alunos, professores, coordenadores e direção, adequando-os ao 
calendário escolar segundo o Projeto Pedagógico. Porem, não é uma arrumação rígida dependendo do 
interesse geral dos alunos. 
2. Divisão das atividades de preparação (cartazes, convites, atestado de participação, arrumação do espaço 
etc) do Bate-Papo Legal por área do conhecimento. 
3. Escolha dos convidados para o evento e divulgação na escola através de atividade de classe, anúncios no 
sistema de sonorização, cartazes e outros. 
4. Engajamento de todas as áreas para estimular participação dos alunos. 
5. Realização do Bate-Papo nos três turnos, sempre aproveitando os sábados letivos. 
6. Emissão dos atestado de participação. 
Pontos Positivos: 
• Maior engajamento, integração e participação dos professores nas atividades propostas pela escola; 
• Maior interesse e participação dos alunos nas aulas e nas atividades propostas pela escola; 
• Ampliação de laços de afetividade entre professores e alunos, alunos e alunos e alunos e escola, isto é, o projeto 
contribui para criar a identificação do aluno com a escola como local de aprendizagem e desenvolvimento. 
• Desenvolvimento do senso de criticidade em relação á sociedade e a si mesmo, compreendendo assim o seupapel na sociedade. Constituição da identidade pessoal. 
Dificuldades encontradas: 
• Deficiências na estrutura física e pedagógica da escola: inexistência de auditório, sala de vídeo, biblioteca, 
laboratório de informática, dificultando assim o desenvolvimento das atividades pedagógicas previstas no 
projeto; 
• Ausência de recursos financeiros para execução de atividades de suporte tal como: xerox, confecção de faixas e 
painéis, realização de palestras; 
• Resistência de alguns alunos na participação das atividades propostas pelo projeto. 
Metodologia: 
• Atividades de discussão em grupo; 
• Pesquisa; 
• Realização de seminários, palestras, debates. 
Avaliação e Acompanhamento do Projeto: O projeto Bate Papo Legal Bate apresentou resultados positivos no 
que se refere à capacidade dos alunos para questionar e estimularam o desenvolvimento de outros temas. Em 
2001, estamos desenvolvendo 4 unidades: 
Unidade 1. A sociedade brasileira hoje: desafios à reflexão ética. 
Unidade 2. Crise ambiental ou crise civilizatória? 
Unidade 3. O ser humano como agente social e cultural. 
Unidade 4. Direitos Humanos, Cidadania, Trabalho e Consumo. 
Cidade: Ilhéus 
Estado: Bahia 
Expositores: 
Josevandro Raimundo Ferreira Nascimento 
Verônica Carine da Silva Melo 
Juliana Santos Menezes 
Maria de Lourdes Moraes Santos 
Marileide Santos de Oliveira souza 
Caracterização da escola 
Características: Ensino Fundamental e Médio (desde 1976); 1405 alunos no total, 1286 no ensino médio, 3 turnos, 
25 turmas; 52 profesores, todos efetivos. 
Projeto: Projeto Redescobrindo o Brasil. 
Caracterização da experiência (vivida ou em andamento): 
Origem do Projeto: Os professores foram sensibilizados pelos alunos para os problemas da discriminação racial 
e sexual. O projeto, portanto, foi organizado em torno do tema da formação étnica e histórica da sociedade 
brasileira e da problemática da identidade cultural. 
Características do Projeto: 
• Participação dos alunos do período verpertino e noturno (800 alunos); 
• Envolve as três áreas do conhecimento; 
• Constitui-se de trabalhos em sala de aula e extra-classe (pesquisas, oficinas, palestras, apresentações); 
• Utilização de recursos e materiais didáticos variados. 
Questões centrais: 
Tempo/ espaço: utilização do espaço da sala de aula e do espaço da escola para apresentação dos resultados dos 
trabalhos em formas variadas (exposições, dramatizações etc). 
Currículo: Conteúdos e conceitos das disciplinas selecionados de acordo com o tema. 
Sistematização do trabalho em sala de aula: O resultado das pesquisas é trabalhado e apresentado em sala de aula, 
onde ocorrem também os debates. O projeto se realiza simultaneamente nos espaços externos e na sala de aula. 
Metodologia: As pesquisas realizadas pelos alunos foram apresentadas por meio de registro/relatórios de trabalho 
e de exposição oral. O material foi trabalhado pelos alunos e professores, utilizando-se outras linguagens: 
• História: foi organizado O Museu Vivo; 
• Geografia: montou-se um painel e desenho retratando a rota do descobrimento; 
• Biologia: organizou a Vitrine Viva; 
• Matemática: trabalhou com gráficos; 
• Língua Portuguesa: exposição de fotos e gravauras, dramatização da história de Ilhéus; 
• Educação Física: apresentou grupos de capoeira, samba de roda, ritual de cultos e danças. 
• Inglês: cartazes com palavras de outras culturas utilizadas no cotidiano. 
• Religião: dramatização dos vários ritos de negro, de índio e de branco 
• Artes: museu vivo e exposição de objetos. 
• Escolha do tema; 
• Seleção dos conteúdos conceitos de disciplinas das três diferentes áreas totalmente relacionados ao tema e a 
problemática centrais do projeto; 
• Tratamento da interdisplinaridade: não há descaracterização das disciplinas (nem dos tópicos de conteúdos 
programáticos ou conceitos). Sendo projeto centrado em um tema da área de ciências humanas, algumas 
disciplinas pertecentes às outras áreas participam com informações adicionais ou complementares 
pertinentes ao seus universos de conhecimentos ou à título de instrumentalização; 
• Contextualização: o tema e a problemática propostas abrem a possibilidade de estudo das realidades local, 
regional e universal; 
• Sistematização do trabalho em sala de aula; 
• Participação dos alunos na definição das questões-problemas que leva a escolha do tema e à problematização; 
• Avaliação: variada, mas baseada nos trabalhos apresentados pelos alunos (sínteses, resenhas, textos produzi-
dos, relatórios etc) e relacionados aos conteúdos e conceitos das disciplinas. Inclui auto-avaliação e freqüência 
dos alunos e avaliação dos professores. 
Regional: Santo Antonio de Jesus 
Endereço: Rua Prof. Navarro de Brito 
s/n. Muritiba 
Telefone: ( 7 1 ) 7 3 6 - 1 1 3 8 
Município: Nazaré 
Estado: Bahia 
Expositores: 
Jacira Silva de Brito 
Neide Costa Moura 
Mariana Souza de Carvalho 
Marília Rocha de Almeida Couto 
Zenaide Costa Fernandes de Almeida 
Caracterização da escola 
Características: Ensino Fundamental e Médio (desde 1997); total de alunos 2251, 1159 no ensino médio, 3 turnos, 
25 turmas; 33 professores, 29 efetivos. 
Projeto: Projeto Concurso artístico cultural "Arte é vida, vida é arte". 
Caracterização da experiência (vivida ou em andamento): 
Origem do Projeto: Iniciativa dos professores preocupados com a aprendizagem, repetência e evasão. Basea-se na 
experiência de um professor de História, em sala de aula. Foi criado um primeiro concurso com o tema: "150 
anos de emancipação política da cidade de Nazaré" e posteriormente o I Concurso Artístico e Cultural "Arte é 
vida, vida é arte", em outubro de 1998, desde então, esse concurso se realiza todos os anos com temas variados. 
Em 2001, acontece a quarta edição do concurso com o tema: "Saúde no mundo globalizado". 
Características do Projeto: 
• Concurso temático envolvendo várias modalidades de manifestações artísticas; 
• Envolve alunos do ensino fundamental e médio; 
• Para 2001, o projeto prevê o envolvimento de todas as disciplinas (nas edições anteriores, participaram apenas 
Língua Portuguesa e História e posteriormente Educação Artística e Educação Física). 
Questões centrais: 
Tempo/ espaço: São mobilizados espaços dentro e fora da escola. 
Currículo: Os conteúdos e conceitos das disciplinas foram selecionados em função de relações com o tema da 
quarta edição do concurso (Saúde no mundo globalizado). 
Sistematização do trabalho em sala de aula: A freqüência às aulas é necessária para que o aluno participe do 
concurso. 
Avaliação: É feita a partir da participação, interesse e desempenho dos alunos. 
Endereço: Cajazeras IV, quadra 03 
Cidade: Salvador 
Telefone: (71) 3 0 9 - 5 2 6 3 
Estado: Bahia 
e-mai l : 
www.edvaldobrandao@ig.com.br 
Expositores: 
Teresa Cristina Silva de Souza Souto 
Sandever Fonseca Barreto 
Silvana Ferreira da Silva 
Ana Lúcia Cerqueira Ramos 
Hilma Cerqueira de Jesus 
Caracterização da escola 
Ensino Médio: (desde 1981); 5.600 alunos: 3 turnos, 99 turmas; 120 professores (80 efetivos, 30 com especializa-
ções, 6 fazendo mestrado, 5 coordenadores-pedagogos). 
Projeto: Projeto Oficinas. 
Caracterização da experiência (vivida ou em andamento): 
Origem do Projeto: O "Projeto Oficinas" foi uma iniciativa dos professores da 1a série do ensino médio e da 
direção da escola, "a partir da constatação de que a aprendizagem não estava ocorrendo de forma satisfatória", 
da necessidade de mudar a "metodologia tradicional, pois os conteúdos eram trabalhados de forma fragmentada 
dificultando o estabelecimento de relações", por parte dos alunos, entre os conhecimentos adquiridos, da baixa 
auto-estima dos alunos e dos altos índices de evasão e reprovação. 
Características do Projeto: 
• Formação de grupos de 40 alunos, divididos nas três áreas do conhecimento(Linguagens, Códigos e suas 
Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias): 
OFICINAS, nas quais estiveram envolvidos 23 professores. 
• Nessas oficinas foram propostas atividades "lúdicas" e, ao mesmo tempo, "reflexivas", por meio das quais os 
alunos puderam utilizar os conhecimentos previamente adquiridos. O projeto adotou como critérios e parâmetros: 
a interdisplinaridade, a transversalidade, o desenvolvimento de habilidades e competências, ruptura do modelo 
hora-aula e a desvinculação com a nota. 
Questões centrais: 
Tempo/ espaço: As oficinas foram realizadas dentro do prédio da escola com a duração de 2 horas, ampliadas, 
posteriormente, após avaliação de desempenho e/ou resultados do projeto, para 4 horas. Foram estabelecidas 
também regras e limites para as inscrições dos alunos nas oficinas. O trabalho se realizou aos sábados. 
Currículo: Como as Oficinas foram organizadas por "área de conhecimento", algumas disciplinas selecionaram 
tópicos de conteúdo a serem explorados e definiram metodologias de abordagem e recursos didáticos (materiais, 
textos, equipamentos etc). 
Sistematização do trabalho em sala de aula: As Oficinas foram "elaboradas" a partir de temas tratados em sala 
de aula. 
Avaliação do projeto: Baseada em textos e trabalhos apresentados pelos alunos e na participação dos mesmos nas 
Oficinas em que se considerou as mudanças de atitude dos alunos. 
• Diagnóstico da realidade socio-econômica da comunidade em que a escola está inserida; 
• Diagnóstico dos principais problemas da escola; 
• Reavaliação constante do projeto tendo em vista melhorias, aperfeiçoamento, ampliação e resolução de problemas; 
• Diversificação de recursos didáticos; 
• Envolvimento de várias disciplinas; 
• Análise comparativa por meio de gráficos. 
Avaliação do desempenho dos alunos: 
• Participação autônoma, responsável e construtiva nas atividades escolares; 
• Motivação e competência para dar prosseguimento a própria educação; 
• Habilidade para fazer uso de diferentes fontes de informação; 
• Participação efetiva na escola- diminuição da evasão. 
Regional: Ceilândia 
Endereço: QNP 30 - Área especial 02 
Telefone: 377 2839 
Município: Brasília 
Distrito Federal 
Expositores: 
Márcia Cristina R. Oliveira 
Mari lza Francisco de Oliveira 
Maria do Socorro Ferreira Paixão 
Maria de Fátima de Sousa 
Joel Silva Amaral 
Caracterização da escola 
Número total de alunos de ensino médio: 1800 
Número total de alunos: 1800 
Turnos oferecidos para o ensino médio: matutino, vespertino 
Número de classes de ensino médio: 16 
Quantos professores de ensino médio: 105 
Desde quando o ensino médio funciona na escola? 1994 
Caracterização da experiência Academia Poética 
Por que esta experiência foi selecionada? A experiência foi selecionada por ter solucionado problemas que a 
maioria das escolas, localizadas, principalmente, nas regiões periféricas, têm enfrentado, tais como: 
• Marginalização dos alunos com dificuldades para integrar-se ao contexto da instituição escolar, o quê, de modo 
geral, acarreta evasão; 
• Dificuldade da maioria dos alunos em expressar suas idéias oralmente e de transpô-las para o papel, bem como 
de interpretar textos. 
Assim sendo, os professores da escola optaram por trabalhar, primeiramente, a auto-estima dos alunos, e uti-
lizaram a poesia como forma de sensibiliza-los a mudar a sua forma de ser e de relacionar-se como o outro. As 
várias leituras poéticas, suas interpretações, suas criações, suas dramatizações, seus comentários e opiniões, 
enfim, tudo é valorizado pelos professores, permitindo, dessa forma que os alunos percebam a atitude respeitosa 
desses profissionais em relação aos seus trabalhos e passem a reconhecer o trabalho do próximo. 
Esta experiência envolve tanto o critério específico de gestão escolar, quanto o de integração com a comunidade. 
No que tange ao primeiro critério, podemos observar que a poesia está sendo utilizada para a melhoria da 
aprendizagem e, também, para a melhoria da qualidade de vida desses alunos. 
O segundo critério é contemplado, a medida que as reuniões ocorrem aos sábados, na forma de lazer, e são 
considerados prazerosas, segundo relato dos próprios alunos, em que esses participam de oficinas, liberando 
tensões e ansiedades que são próprias dos adolescentes. Além disso, todos os membros da comunidade escolar, 
alunos, professores, servidores, ex-alunos e pais participam de oficinas de produção, declamação de poesias, 
discutem problemas escolares e conversam descontraidamente. 
A avaliação formativa é feita ao longo do processo pelos professores e pelos alunos. Os alunos costumam 
interpretar e avaliar as produções uns dos outros, numa interação dialógica. 
As próprias competições realizadas são consideradas como um processo de avaliação. A avaliação formativa é a 
chave-mestra na operacionalização do projeto, pois o mesmo não usa mensurações quantitativas (isto é, os 
encontros, as produções poéticas não valem notas, recebem aplausos e, é esta avaliação final que tem o retorno 
nas aulas regulares, pois o estudante passa a não ter temor de escrever). Outro ponto relevante é que a evasão 
escolar é inexistente entre os participantes do projeto (a prova é que ex-alunos continuam associados a ele). 
Qual o objetivo da experiência? Como o projeto já vem sendo desenvolvido há algum tempo, podemos considerar 
que muitos objetivos já foram alcançados dentre eles: diminuição da evasão escolar, maior integração entre os alunos, 
diminuição da violência na escola, cooperativismo mais acentuado, desenvolvimento do prazer de ler. A escola 
alcançou grande humanização, a aversão de produzir um texto está sendo superada e a auto-estima está fluindo. 
O atual objetivo visa aprimorar a proposta da escola "não temer o ato da escrita e da leitura". 
Quantos professores envolvem? Envolve a maioria dos professores, pois o eixo central da proposta político-
pedagógica da escola é o incentivo ao ato de ler e de escrever, uma vez que a maioria dos professores perceberam 
que os alunos não sabiam ler e não conseguiam interpretar as várias questões. 
Os professores que já se declararam produtores de textos diversos, somam dezesseis, das três áreas de conhecimento: 
• Língua Portuguesa: Antonio Maciel 
Márcia Cristina Rocha Oliveira 
Marilza Francisco de Oliveira 
Andréia Lima Madureira 
• Língua Inglesa: 
• História: 
• Geografia: 
• Filosofia: 
• Arte: 
• Filosofia: 
• Biologia: 
Célia Aparecida de Oliveira 
José Carlos da Costa 
Magno Rocha Ramos 
Maria do Socorro Paixão 
Charles Lemos Costa 
Kleber Silva Carvalho 
Luiz Carlos da Silva 
Antonio José Martins 
Pedro de Alcântara 
Izaias Cabral 
Marcelo Antunes 
• Física: Bartolomeu Sousa Lima 
Os demais professores divulgam o trabalho existente na escola, incentivam produção e são leitores e apreciadores 
das criações tanto de seus colegas profissionais, quanto de seus alunos. Portanto, de uma forma ou de outra, se 
envolvem no projeto, principalmente quanto insistem na ação de ler e escrever cotidianamente. 
Quantos alunos envolvem? Podemos considerar que a maioria dos nossos alunos está envolvida no projeto. Uns de 
uma forma mais direta que são os intitulados poetas, declamadores, prosadores e críticos literários, estes participam 
mais intensamente, presentes de forma mais direta e voluntária nos encontros matutinos, aos sábados. Os partici-
pantes indiretos são envolvidos no dia-a-dia na sala de aula. São incentivados a escrever, a dramatizar, a interpretar, 
enfim, são trabalhadas várias habilidades para que o aluno consiga se expressar e transpor suas idéia para o papel. 
Quais disciplinas trabalham? Primeiro, temos que esclarecer que o fazer poético não exige uma disciplina em especial 
ou pertence a uma ou outra área. Elaé inerente ao ser humano que usa por conseqüência uma língua para exteriorizá-
la. É uma inverdade afirmar que a área de códigos e linguagem seja sua patrona. É engano pensar desta maneira. 
O fazer poético participa também do mundo das ciências exatas que o justifica. Penetra as raízes das ciências 
para humanizá-lo e ramifica-se nas linguagens para perpetuá-lo e eternizá-lo. 
Conclui-se, com tais afirmações, que todos os componentes curriculares podem trabalhar este fazer poético e 
que depende da sensibilidade dos profissionais para exercitar-se em poesia. 
É comum, nesta UPE, depararmos com professores de diversas áreas executando um trabalho de produção de texto 
diversos, inclusive poéticos, independente do componente curricular que ministram, desenvolvendo as diversas 
habilidades. 
É de suma importância frisar que poesia, também, ultrapassa o fazer poemas. Poetar é humanizar a produção 
escrita que independe de sua forma. É a comunhão da emoção com a razão. 
Quando iniciou a experiência? A experiência teve início em 1996. 
Há quanto tempo está sendo desenvolvida? Toda a experiência partiu da proposta político-pedagógica da escola: 
"Socializar a leitura, interpretação e produção de textos, em todas as áreas do conhecimento". E foi através deste 
incentivo que a professora Marilza Francisco de Oliveira, em 1996, nesta época assistente pedagógica, idealizou 
o projeto da Academia. Após a realização de uma oficina para a produção de textos em homenagem ao dia das 
mães. Foi um sucesso esta experiência. 
Portanto, a Academia Poética surgiu de uma necessidade político-pedagógica e se tornou mais uma ação dentro 
da proposta central desta UPE. Era vital que os estudantes se apaixonassem pelo ato de ler e escrever e foi com 
essa paixão que as ações foram sendo concretizadas. 
Para a professora Idea, idealizadora do projeto, foi e é fantástico a experiência, pois o Ensino Médio historica-
mente, foi planejado para o tecnicismo e no entanto, no CEM 10 de Ceilândia- DF existe a proposta de humanizar 
a relação conhecimento e emoção. E esta proposta vem sendo aplicada há cinco anos, independentemente de 
influências político-partidárias ou direção. Ela está ancorada na escola e se multiplica desde 1996. 
Um exemplo desta multiplicação, é a escola da rede privada, situada em Taguatinga-DF (Centro de Ensino Circo Criativo 
- Ensino Fundamental) que tomou conhecimento deste projeto e o adaptou à sua realidade, mas com os mesmos 
objetivos, porém atendendo alunos da 1a série em diante, desde o ano passado (2000). 
Que recursos pedagógicos foram utilizados? 
• Textos poéticos de autores renomados que são lidos, apreciados e criticados; 
• As próprias produções dos poetas e escritores da academia (A.D.I.P); 
• Recortes de jornais e revistas para servirem de incentivo a produção; 
• Gravuras, desenhos, pinturas; 
• Uso do vídeo para filmes e/ou documentários. 
Enfim, o que é imprescindível é um espaço amplo e democrático para garantir a liberdade de expressão, assim como, 
um outro recurso indispensável é um professor que possa coordenar as ações do projeto e ajustá-lo constantemente. 
Textos, livros, textos literários. 
Como foi o processo? Origem. Razões. Objetivos. Desenvolvimento. Todo o processo se deu devido à proposta 
político-pedagógico, já descrita anteriormente. 
A razão maior consiste em humanizar o Ensino Médio, deixá-lo mais prazeroso e não só pensar em vestibular. 
O ambiente deverá ser mais harmonioso e todos os envolvidos terem o prazer em participar da escola na qual 
está inserido e nada melhor que proporcionar a liberdade de expressão seja oral ou escrito, seja declamando ou 
poetando, como nos tempos socráticos (aprender pelo prazer). 
Como a experiência vem sendo desenvolvida? Os encontros são realizados aos sábados, onde nos é garantido um 
espaço livre para discussões e elucubrações. E como um "Agora" em pleno século XXI. 
A professora Marilza participa como regente durante a semana e coordena o projeto e o encontro aos sábados, faz os 
planejamentos e organiza a ADIP (Academia Dez da Imortalidade Poética), como forma de complementação de 
carga horária. O resultado dos que participam são evidentemente percebidos, pois há uma mudança de compor-
tamento e, até do resultado de rendimento. 
Problemas detectados e como foram resolvidos? Em nenhum momento, no recinto escolar nós tivemos nenhum 
problema, sempre fomos apoiados tanto pelas direções anteriores, quanto pela atual. Em todos os recursos possíveis 
fomos atendidos, porém no tocante ao "sonho" dos poetas que é a publicação de uma primeira obra, ficou, até o 
momento, adiada. 
Recorremos a alguns órgãos competentes desde 1996 e sempre obtivemos a resposta: "Estamos sem verba", "não 
temos condições". E como a nossa clientela não possui recursos próprios, permanecemos como os poetas dos anos 
70 "marginais", ora digitando e afixando nos murais da escola, ora organizando folhetins de homenagens, depen-
dendo do evento organizado pela escola. 
Resolver este problema ainda é uma incógnita, pois gostaríamos que algum órgão público se encarregasse de 
publicar nosso livro, para garantir a independência do projeto. 
Como tem sido o envolvimento do aluno? Os alunos, "a priori", são o cerne do projeto, uma vez que este foi 
idealizado para equacionar um problema que atingia a eles. Hoje, percebemos que o grau de envolvimento 
dos alunos é muito grande, pois onde há prazer, o resultado sempre é favorável. 
Pelo simples fato do número de participantes vir crescendo, constantemente, devido a propaganda feita 
pelos professores e alunos, isso demonstra indicador favorável do envolvimento existente na escola. 
Os alunos sentem-se envaidecidos quando chamados como "poeta vivo", quando é publicado em murais um de 
seus textos ou utilizados em provas e exercícios. O grande avanço é o respeito conquistado, como, também, não 
vincular nota ao que produz, pois a avaliação é formativa. 
Quais os indicadores de aprendizagem? Desde 1996, quando se deu o início o projeto, foi perceptível a melhoria 
em todos os aspectos dos envolvidos, diretamente, tais como: 
• Aumento da auto-estima; 
• Alunos e professores desinibidos quanto a produzir e a apresentar suas criações; 
• A relação humana ficou prazerosa entre todos, pois na Academia não há servidor, nem professor, nem pai, 
nem aluno, há poeta, todos em igualdade de condições; 
• Respeito pelos poetas e escritores da própria escola; 
• Comprometimento maior dos alunos na Academia quanto a seus estudos regulares; 
• Ambiente escolar mais sensibilizado com o "fazer poético"; 
• Crescimento do número de pessoas com maior interesse em participar do projeto (mesmo não fazendo 
parte da comunidade escolar); 
• Escola da Rede Privada aplicando este projeto no ensino fundamental; 
• Os alunos valorizarem a participação no projeto, sem o vínculo de notas ou conceitos. 
Quem apresentará? 
• Três professores, sendo: 
- Coordenadora pedagógica: Márcia Cristina Rocha Oliveira 
- Coordenadora do Projeto Interdisciplinar: Maria do Socorro F. da Paixão 
- Coordenadora da Academia: Marilza Francisco de Oliveira 
• Alunos escolhidos pelos seus pares. 
• Dois professores poetas: 
- Marcelo Antunes 
- Antonio Maciel 
Recursos necessários para apresentar: 
Retro-projetor; Data-show; Telão. 
Regional: GRE de Santa Maria 
Endereço: CL 4 0 4 conj A lote 01 
Telefone: (61) 393 1011 
Município: Brasília 
Distrito Federal 
Expositores: 
Maria de Fátima A. Mesquita 
Joana Lima de A. Rodrigues 
Maria Vanderli Lopes 
Zuleide Moura e Silva 
Maria Aparecida Alves 
Caracterização da escola 
Numero total de alunos: 3015 
Turnos oferecidos para o ensino médio: matutino, vespertino e noturno 
Número de classes de ensino médio: 67 
Número de professores têm vínculo efetivo com o estado: 50 
Desde quando o ensino médio funciona na escola? 1999 
Caracterização da experiênciaPor que esta experiência foi selecionada? A experiência foi selecionada porque permite um enfoque interdisciplinar, 
centrado na resolução de problemas significativos, em que o aluno passa a conhecer a sua realidade ambiental, 
resgatando e valorizando a cultura do cerrado, desenvolvendo, assim, a sua identidade. Durante o desenvolvi-
mento da experiência o aluno é visto como sujeito ativo que constrói e reconstrói o seu conhecimento. 
Esta experiência desenvolve algumas competências elencadas no currículo da Educação Básica do Ensino Médio 
do DE, dentre as quais podemos citar: 
Componente Curricular de Língua Portuguesa: 
- Organizar, interpretar, divulgar informações e argumentar, saber falar e saber ouvir idéias, opiniões e 
informações. 
- Resgatar as produções artísticas — literatura, escultura, pintura, música, moda, etc.— Comparando 
os diferente momentos históricos e buscando compreender as transformações sociais por meio de 
sua interpretação. 
- Compreender que a linguagem, em seus vários usos: argumentação, discussão, fundamentação de idéias e 
pontos de vistas, ajuda a construir a identidade do indivíduo que se utiliza dela. 
- Habituar-se à pesquisa, ampliando conhecimentos sobre a linguagem a fim de aceder com mais facilidade 
às múltiplas fontes de informação e conhecimentos, compreendendo sua flexibilidade segundo mudanças 
sociais, políticas e econômicas. 
Componente Curricular de Arte: 
- Reconhecer o ambiente e a comunidade escolar como produtores de arte e cultura com identidade própria 
e a possibilidade de analisar e conhecer profundamente essa comunidade, objetivando uma reflexão 
consciente de seus problema, talentos e potenciais de articulação cultural. 
- Conhecer e compreender elementos das nossas matrizes culturais, investigando, analisando esses elementos 
em produções artísticas culturais. 
Conhecer e compreender as articulações dos elementos estudados, estabelecendo relações entre os elementos 
formais e expressivos (forma e conteúdo) em produções próprias, locais, nacionais e universais na atualidade 
e em outros momentos históricos. 
Conhecer e compreender as diversas manifestações da arte em suas múltiplas funções, meios e técnicas nos 
diferentes grupos sociais e étnicos, ao analisar e refletir sobre sua evolução histórica. 
Respeitar, preservar e valorizar as diversas manifestações de artes visuais regionais como patrimônio nacional, 
resgatando sua importância para o fortalecimento da identidade cultural brasileira. 
Reconhecer, a partir dos conhecimentos adquiridos na escola, os aspectos fundamentais para a compreensão, 
análise e reflexão da sociedade na qual está inserido, pesquisando e utilizando-os para elaborar propostas de 
intervenção solidária na realidade. 
Componente Curricular de Biologia: 
- Relacionar os diversos aspectos das interações dos seres vivos entre si e com o meio. 
- Identificar e interpretar criticamente as diversas fases do desenvolvimento biológico humano, relacioná-las 
a manifestações psicológicas e socioculturais. 
- Compreender que as espécies sofrem transformações, ao longo do tempo, gerando a diversidade, segundo 
seleções, adaptações e extinções. 
- Reconhecer o homem como co-participante das transformações do ambiente e responsável pela preservação 
da biosfera. 
Componente Curricular de Física: 
- Elaborar propostas que visem o bem-estar social, fundamentadas no conhecimentos de fenômenos físicos. 
Componente Curricular de Química: 
- Compreender o comportamento dinâmico do equilíbrio químico. 
Componente Curricular de História: 
- Analisar os fenômenos históricos, concebendo-os a partir de uma perspectiva abrangente e articulada. 
- Situar-se ante os fatos atuais, a partir de uma perspectiva abrangente e articulada. 
- Entender os ritmos entre as mudanças sociais e as diversas culturas presentes na constituição do Brasil, ao 
reconhecer sua contribuição no processo de construção da identidade nacional. 
- Construir a identidade social e pessoal na dimensão histórica, a partir do conhecimento do papel do indivíduo 
nos processos históricos, simultaneamente como sujeito e como produto do mesmo. 
Componente Curricular de Geografia: 
- Avaliar as singularidades e as generalidades de diversos contextos, na perspectiva dialética das relações existentes 
entre a dinâmica social, as transformações do espaço e os fenômenos naturais. 
Componente Curricular de Sociologia 
- Compreender como os diversos discursos sôbre a realidade social são produzidos em um contexto de diferenças 
culturais e de desigualdades sociais. 
- Compreender e analisar as contradições nas relações indivíduo-sociedade. 
- Ampliar a compreensão da vida cotidiana, a visão de mundo e o horizonte de expectativas nas relações com 
os vários grupos sociais. 
Componente Curricular de Filosofia 
- Debater, tomando uma posição, defendendo-a e argumentando. 
- Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica, quanto em outros planos: o 
pessoal-biográfico; o entorno sociopolítico, histórico e cultural; o horizonte da sociedade científico-tecnológica 
e sua relação com a natureza. 
A quais critérios específicos atende? Atende ao critério de integração com a comunidade, já que a escola 
desenvolve ações, como: 
- Conscientização da importância de se preservar o meio ambiente e despoluição do córrego Santa Maria e 
Cachoeira do Tororó em parceira com a Administração Regional. Participantes desta fase do trabalho: alunos, 
comunidade e funcionários da região administrativa. 
- Desenvolvendo formas alternativas de alimentação e fonte de energia que possa beneficiar os moradores da localidade. 
Estes foram alguns momentos de culminância dos trabalhos desenvolvidos em parceria com a comunidade. 
Formamos parceria com a Embrapa, Ibama e Sematec o que permitiu uma maior contextualização das habilidades 
do Currículo de Educação Básica do Ensino Médio. Durante o desenvolvimento do trabalho é permitido ao aluno 
a construção e reconstrução de seus conhecimentos, a partir das experiências vividas por eles. ' 
Qual o objetivo da experiência? 
- Desenvolver as competências mencionadas. 
- Resgatar a cultura do cerrado nos seus diversos aspectos; físicos, culturais, econômicos e sociais. 
- Conscientizar a população da importância de sua participação no contexto social, tornando-a cada vez mais crítica. 
Quantos alunos envolve? Todos os alunos dos períodos: matutino, vespertino e noturno 
Quantos professores envolve? Todos os professores do ensino médio. 
Quais os componente curriculares trabalhados? Língua Portuguesa, Arte, Biologia, Química, História, Geografia 
e Sociologia. 
Quando iniciou? Em maio de 1999. 
Há quanto tempo está sendo desenvolvida? Já está sendo desenvolvida há dois anos 
Que recursos pedagógicos foram utilizados? Textos atuais, livros textos, jornais, vídeos. 
Como foi o processo? 
Origem/razões: Ocorreu a partir da aula de Biologia, onde os alunos apresentavam desinteresse pelo assunto 
que estava sendo tratado - o Bioma Cerrado. A professora, então, procurou contextualizar o assunto, de forma 
que os alunos pudessem realizar a aprendizagem de forma mais significativa. À medida que os alunos desen-
volviam os conhecimentos, a partir das suas experiências, outros eram reconstruídos. E, dessa forma, a exper-
iência foi tomando maiores dimensões. 
Objetivos: 
• Desenvolver e aprofundar o conhecimento sobre a importância do Cerrado em seus aspectos físicos, culturais, 
econômicos e sociais. 
• Tornar a população mais crítica e consciente de seu papel como agente na formação e transformação do meio em 
que vive. 
Problemas/soluções: As maiores dificuldades encontradas são: financeiras para desenvolvimento de algumas 
ações e a dificuldade de material (confecção de trabalhos; equipamentos de registro; aquisição de mudas para 
o trabalho de plantio,como já ocorreu e t c . ) Na maioria das vezes, as parcerias que fizemos nos ajudou a 
solucionar esses problemas. 
Quais são os indicadores de aprendizagem? A mudança de comportamento dos alunos e da comunidade com 
relação à preservação ambiental. Essa observação pode ser constatada pelo ambiente escolar, onde não mais 
encontramos "pichações". Hoje os moradores são bem mais críticos quando ocorre propostas de mudanças para 
a comunidade. Temos menor evasão escolar. Os alunos passaram a se envolver com questões da comunidade na 
busca de melhor qualidade de vida. 
Como tem sido o envolvimento dos alunos? O desenvolvimento do projeto elevou o nível de aproveitamento dos 
alunos, pelo interesse que demonstram por atividades contextualizadas, interdisciplinares e extra-classe, porque 
eles se vêem diretamente envolvidos com questões de sua realidade cotidiana, diretamente relevantes para sua 
qualidade de vida. 
Como essa experiência será apresentada? A experiência será apresentada pela professora Maria de Fátima. 
Quais os recursos necessários? Painéis para exposição de fotografias, projetor multimídia, painel para exposição 
de fotografia. 
Regional: GRE de Planaltina 
Endereço: Rod. BR 251 KM 40 
Telefone: 500 2198 e 9983 -6383 
Município: Brasília 
Distrito Federal 
Expositores: 
Sandra Terezinha Borges Cenci 
Elena de Souza Oliveira 
Robledo Gregório Trindade 
Denise Teixeira Bonato 
Caracterização da escola 
Número total de alunos: 1229 (turno mat./vesp.); 150 (turno noturno) 
Número total de alunos de ensino médio: 281 
Turnos oferecidos para o ensino médio: matutino e vespertino 
Número de classes de ensino médio: 08 
Quantos professores têm vínculo efetivo com o estado? 14 
Desde quando o ensino médio funciona na escola? Desde 1986 
Caracterização da experiência (vivida ou em andamento) 
Por que esta experiência foi selecionada? Esta experiência foi selecionada levando-se em conta alguns fatores, 
tais como: 
• Maior integração entre os alunos, visto que a 3a série A (ano letivo 2000) era constituída de 43 alunos, oriundos 
de localidades diversas, com "culturas" diferenciadas, havendo uma enorme rivalidade entre elas. Ao final do 
projeto, o que se pode observar foi maior senso de solidariedade, companheirismo e responsabilidade. 
• A prática da interdisciplinaridade, envolveu as seguintes disciplinas: Arte, Língua Portuguesa (Literatura), História, 
Sociologia, Filosofia, Criação Literária. 
• A constatação da melhoria do rendimento escolar, verificado ao término do ano letivo, visto que o índice de 
aprovação foi visivelmente melhor que no ano anterior. Dados estatísticos em anexo. 
• A melhoria da auto-estima dos alunos, que se envolveram de "corpo e alma" no projeto, sentindo-se sujeitos 
na busca do conhecimento e não meros objetos receptores do saber pronto do professor. 
A quais critérios específicos atende? 
• Gestão do Projeto escolar: O projeto apresentado vem ao encontro do Projeto Educativo da Escola, cujos prin-
cipais objetivos são: Trabalhar os conhecimentos de forma contextualizada e adaptada a realidade da comunidade; 
despertar o sentimento de justiça social e fraternidade, despertar o senso crítico, promover a arte e respeitar a plu-
ralidade cultural, visando assim à melhoria da aprendizagem e à preparação para o exercício da cidadania. 
• Integração com a comunidade: O Projeto Educativo da Escola desenvolve ações que visam à integração com a 
comunidade. E o projeto "Semana de Arte Moderna" não poderia ter sido diferente, já que sendo a nossa uma 
escola do meio rural não dispondo de muitos recursos, a contribuição da comunidade é fundamental. Nossa 
experiência contou com a participação da comunidade, a princípio de forma discreta. Algumas mães nos aju-
daram na confecção de cortinas e na produção do figurino (emprestando e adaptando roupas para a peça teatral), 
outras, que trabalham em granjas da região, obtiveram e doaram placas de papelão com as quais foram confec-
cionadas as molduras das reproduções das obras da época e, também, os adereços da peça teatral. Outra con-
tribuição foi a doação de copos vazios de requeijão da série "A Popularização da Arte", nos quais são repro-
duzidas obras de pintores modernistas. Porém, essa integração foi mais visível no momento de culminância do 
projeto, quando foi montada a exposição com as reproduções de obras de artistas modernistas - em que houve 
a preocupação de se fazer algo próximo do real, onde o visitante (membro da comunidade) se sentisse numa 
galeria, inclusive acompanhado por guias (alunos) para informa-lhes sobre as obras expostas e seus autores. 
Esses momentos foram de grande empatia entre alunos e membros da comunidade, que são carentes de certas 
informações e conhecimentos, logo saíram dali mais enriquecidos culturalmente e entrosados à vida da escola. 
Qual o objetivo da experiência? 
• Levar o aluno a reconhecer a linguagem artística como forma de interação com o meio; 
• Contextualizar a linguagem artística; 
• Reconhecer a arte como meio de expressão de pensamentos e sentimentos em relação ao mundo em que está inserido. 
• Desenvolver a autonomia dos alunos durante pesquisa, montagem de textos, montagem de peças... 
Quantos alunos envolve? Envolveu diretamente 43 alunos da turma (única) de 3a série e indiretamente toda comu-
nidade escolar (contribuição com recursos materiais e humanos, visitação exposição e a encenação da peça teatral). 
Quantos professores envolve? A princípio envolveu diretamente cinco professores. 
Quais as disciplinas trabalhadas? Arte, Língua Portuguesa, (Literatura), Criação Literária, História, Filosofia e Sociologia. 
Quando iniciou? A elaboração iniciou-se em junho. O desenvolvimento iniciou-se em agosto e culminou em 
outubro, com a Feira Interdisciplinar. 
Há quanto tempo está sendo desenvolvida? Aproximadamente, há 10 meses (este ano - 2001 - com o tema Brasil 
Barroco) 
Que recursos pedagógicos foram utilizados? 
• Livros 
• Revistas 
• Reproduções de pinturas modernistas 
Metodologia: 
• Pesquisa em livros e revista 
• Visita à Biblioteca da UnB; 
• Análise de vídeos. 
Como foi o processo? Originou-se da necessidade de os professores trabalharem habilidades e competências de forma 
concreta e contextualizada, através de projetos interdisciplinares, em consonância com os PCNS. Após várias dis-
cussões com toda a comunidade escolar, chegou-se à conclusão de que um projeto ideal seria sobre Meio-Ambiente e 
Agricultura Orgânica, devido a escola estar localizada no meio rural e estes temas serem de interesse dos alunos. Seria 
um projeto para todos os níveis de ensino, havendo a culminância na Feira Interdisciplinar, que além do plantio de 
hortas orgânicas, contaria com a apresentação de trabalhos de todas as turmas. Tal proposta foi aceita por todos; 
porém uma das turmas, a 3a série A optou por um outro tema: A Semana de Arte Moderna. 
Mas, por que Semana de Arte Moderna? O Modernismo é um dos períodos das Artes e Literatura Brasileira com 
que os alunos mais se identificam, em especial com a Semana de Arte Moderna, pelo seu caráter polêmico de rup-
tura com o passado, busca de uma literatura e artes nacionais colocando como tema e objeto principais o povo, de 
forma a retirar das elites o monopólio dos bens culturais. 
A adolescência é marcada por instabilidade, as quais as ciências por vezes têm como objeto de estudo, devido a 
mudanças fisiológicas, na visão de mundo, na relação consigo e com os outros e de forma geral, com a sociedade. 
Nesta busca pela formação e afirmação de identidade, o jovem é capaz de mover "mundos e fundos" na defesa dos 
valores nos quais acredita - todos deveríamos desenvolver mais intensamente esta capacidade. Por vezes, tal atitude 
é taxada pelos mais conservadores como: "rebeldia, fruto da falta de princípios, coisa de vândalos e baderneiros". 
O jovem está preparado