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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO GABINETE DO MINISTRO REUNIÃO DOS MINISTROS DE EDUCAÇÃO DOS PAÍSES IBERO-AMERICANOS NA COLÔMBIA HEDIM CÉSPEDES Ministro da Educação da Bolívia MURÍLIO HINGEL Ministro da Educação e do Desporto CARLOS HOLMES TRÚJILLO GARCIA Ministro da Educação da Colômbia EDUARDO PENA TRIVIÑO Ministro da Educação do Equador ALBERTO VARILLAS MONTENEGRO Ministro da Educação do Peru PEDRO BEAUPERTHUY Ministro da Educação da Venezuela • Reconhecem: o significativo avanço realizado pelos países ibero-americanos no desenvolvimento de processos de desconcentração, descentralização ou ambos, mediante instrumentos estabelecidos em função da realidade de cada um deles. • Concordam somar-se às comemorações que em hon- ra de Tiradentes realiza a Nação brasileira e reco- menda que nos manuais escolares dos países ibero- americanos se ressalte sua figura e seu exemplo. • Retomam o projeto da Universidade do Amazonas- UNAMAZ. "É certo que a enorme tradição centralizadora, herança do processo colonizatório, sempre se colocou como um forte obstáculo às tentativas inovadoras de descentralização educativa". Ministro da Educação e do Desporto Prof. Murílio Hingel Sumário DISCURSO DO MINISTRO MURÍLIO HINGEL............................................ 9 DECLARAÇÃO DE SANTA FE DE BOGOTÁ SOBRE DESCENTRALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ................................................19 MOÇÕES DA II CONFERÊNCIA IBERO- AMERICANA SOBRE TIRADENTES..............25 ATA DA REUNIÃO INFORMAL SOBRE COOPERAÇÃO ENTRE PAÍSES AMAZÔNICOS .................................................27 Discurso A DESCENTRALI- ZAÇÃO EDUCA- TIVA NO BRASIL Ministro Murílio Hingel O Brasil aspira a um sistema descentralizado de educação desde a primeira metade do século XIX. Es- sa aspiração, em sucessivos movimentos de avanços e recuos, foi ganhando forças até atingir o estágio atual de irreversibilidade. A dimensão continental do país e a sua diversidade econômica e cultural apontaram e apontam insistentemente para a instauração de uma pedagogia da diferença. E certo que a enorme tradição centralizadora, he- rança do processo colonizatório, sempre se colocou como um forte obstáculo às tentativas inovadoras de descentralização educativa. Esta herança concorreu de forma acentuada para o fortalecimento do poder cen- tral e de práticas de clientelismo político. Apesar dos obstáculos, que historicamente surgi- ram para a formação de uma progressiva consciência da necessidade de maior comprometimento das bases locais na luta por patamares mínimos de desenvolvi- mento social, o país foi gradativamente incorporando avanços no plano político-administrativo em termos de maior autonomia aos estados e municípios na condu- ção e execução de políticas públicas de desenvolvi- mento. No caso da área educacional, tanto a Constitui- ção Federal de 1934 quanto a de 1946, como também as Leis números 4.024/61 e 5.692/71. deram importan- tes passos, não só em termos pedagógicos como tam- bém administrativos, no fortalecimento do papel dos estados e municípios. Todavia, caberia à Constituição Federal de 1988, que teve trajetória bem sucedida de ampla participação da sociedade civil, em sua elabora- ção, registrar avanços no plano do financiamento da educação. A partir de sua promulgação, estados e mu- nicípios passaram a contar com maior aporte de recur- sos. Além disso, a Constituição de 1988 explicitou mais claramente a função educativa do município, de- terminando de forma prioritária a sua atuação no ensi- no fundamental e na educação pré-escolar. "A decisão política de reformar o Estado, diminuir seu tamanho e aumentar sua eficiência, são perspectivas concretas em direção à descentralização da educação. A descentralização que se busca precisa tornar as escolas e os órgãos regionais de ensino os verdadeiros centros de decisão." Decorridos quatro anos desse diploma legal, os seus efeitos no campo educacional já são visíveis atra- vés de inúmeros exemplos de iniciativas inovadoras que se verificam hoje no município brasileiro. Pode-se mesmo afirmar que a reforma educacional brasileira está se iniciando pelos municípios. Experiências de gestão educacional, de organização de cooperativas de pais e/ou de professores, de ciclos básicos de alfabeti- zação para superar o problema crônico da repetência, de atenção integral à criança mediante projetos inte- grados de saúde, educação, alimentação, esporte, cul- tura.... com mobilização das comunidades para a parti- cipação, e tantas outras iniciativas, estão em curso hoje nos municípios brasileiros. O estágio atual de descentralização educativa no Brasil se promissor por um lado, por outro, apresenta ainda uma longa trajetória a percorrer. A tradição cen- tralizadora do Estado brasileiro é ainda muito forte, existindo uma complexa burocracia que emperra e compromete a qualidade da administração pública da educação. Embora seja crescente a consciência política sobre a importância de conferir maior autonomia às instâncias que executam a política educacional des- centralização e desconcentração ainda se confundem em muitos casos no Brasil. No entanto, a decisão política de reformar o Es- tado brasileiro, diminuir seu tamanho e aumentar sua eficiência são perspectivas concretas em direção a um novo cenário de descentralização no campo da educa- ção. A descentralização que se busca como já obser- vou uma estudiosa da educação brasileira, "precisa sair da retórica dos discursos para efetivamente tornar as escolas e os órgãos regionais de ensino - estaduais e municipais - os verdadeiros centros da decisão, com autonomia orçamentária, pedagógica e administrativa. observadas as diretrizes gerais de uma política educa- cional flexível, que reconheça a diversidade nos pon- tos de partida e assegure a equidade nos pontos de chegada. Descentralizar enfim significa, trocando em miúdos, delegar decisão e competência, garantir recur- sos e autonomia e cobrar a responsabilidade avaliando os resultados" (1). Isto não significa, contudo, diminuição da res- ponsabilidade do Governo Federal. Ao contrário, pela primeira vez na história da educação brasileira, o Go- verno chama a si a tarefa maior de liderar o processo de construção da cidadania brasileira pela adoção de políticas efetivas de atenção integral à criança e aos adolescentes, e de transferência de recursos financei- ros destinados aos programas de alimentação escolar e de capacitação de recursos humanos, entre outros. O que se tem em vista, no período que se inicia, com amplo respaldo da opinião pública e dos poderes Le- gislativo e Judiciário, é a necessidade, que tende a se concretizar, de uma responsabilidade compartilhada entre a União, os estados, o Distrito Federal e os mu- nicípios, com forte participação da sociedade civil, em combate organizado e substantivo à crise crônica que assola a educação básica brasileira, representada por alarmantes índices de repetência e de fracasso escolar: de 1.000 crianças que ingressam na 1ª série do ensino fundamental obrigatório de 8 anos, apenas 45 chegam ao fim dessa etapa mínima sem nenhuma repetência. "A descentralização só produzirá seus efeitos plenos tendo, por princípio, a prática de uma democracia participativa. A política de educação básica procura mobilizar a comunidade para uma participação que tenha desdobramentos importantes, como definir as metas da escola e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Dessa forma, a descentralização que se busca não representa um fim em si mesma, mas uma estratégia de articular as três esferas de governo - federal, estadual e municipal - na formulação das políticas de educação e na distribuição de competências e responsabilidades. Neste novo paradigma, a sociedade civil tem um papel fundamental a cumprir. Quanto mais ela participar e exigir dos poderes públicos equidade e qualidade da educação básica, tanto mais se apressará a edificação de um sistema educacional capaz de assegurar à crian- ça a atenção integral que ela necessita como direito natural à conquista de uma cidadania plena. A Declaração de Guadalajara. reafirmada pela Declaração de Guadalupe de que "la contribución al fortalecimiento de la democracia en nuestra región" se debe vincular con el compromiso para conseguir "el acceso general a servidos mínimos en las áreas de sa- lud. nutrición, vivienda, educación y seguridad", re- presenta hoje um compromisso público do Governo brasileiro, tanto no plano interno, com o objetivo de garantir padrões mínimos de qualidade de vida, quanto no externo, em respeito aos compromissos internacio- nais reafirmados. É preciso ter presente, no entanto, que a descen- tralização só produzirá seus efeitos plenos, se ela se instaurar, tendo, por princípio norteador de sua confi- guração operacional, a prática de uma democracia par- ticipativa. Sob esse aspecto, a política brasileira de educação básica procura e tem procurado, por vários meios e estratégias, mobilizar a comunidade para a participação, seja através do estímulo à generalização dos conselhos municipais de Educação, seja pelo for- talecimento da autonomia da escola com a participação de novos atores sociais. Não somente a comunidade de pais. como também de outros segmentos, inclusive dos setores produtivos. Não se trata mais de buscar uma participação camuflada, mas uma participação que te- nha desdobramentos importantes, como ajudar a defi- nir as metas da escola e de seu projeto pedagógico e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. A descentralização educativa complementa-se com um promissor movimento em prol de maior grau de autonomia da instituição escolar. Alguns estados e municípios já executam projetos concretos nesta dire- ção. Esta nova tendência possui uma enorme força inovadora. Parte-se da premissa de que a qualidade de oferta dos serviços públicos de educação requer uma escola que tenha condições mínimas de elaborar e exe- cutar o seu projeto pedagógico, sem precisar submeter o cotidiano da vida escolar a instâncias superiores da burocracia educacional. O maior grau de autonomia que começa a ser praticado é de natureza pedagógica e financeira, condição considerada importante para que a escola amplie a sua liderança e o seu compromisso com a comunidade. O Governo Federal, através do Ministério da Educação e do Desporto, tem procurado estimular es- ses tipos de inovações, nos estados e nos municípios. Não somente incentivar, como também, acompanhar. avaliar e difundir as iniciativas inovadoras que estão em curso. "A descentralização supõe uma política equitativa de financiamento. Uma equidade entre os estados; nestes, entre os municípios; e nos municípios, entre as comunidades. Tudo isso tendo em vista a equidade entre as escolas. Não faz mais sentido uma democracia só do acesso à escola. Precisamos de uma democracia da qualidade." A avaliação de resultados tem importância deci- siva num sistema descentralizado de educação. Esta é uma tarefa que deve estar centralizada no Estado, não necessariamente em sua execução, mas sobretudo em sua coordenação e financiamento. Esta avaliação terá de ser pública. A comunidade precisa conhecer a qua- lidade dos serviços educacionais. Conhecer, discutir e contribuir para a solução dos problemas diagnostica- dos. O Ministério da Educação e do Desporto do Bra- sil está estruturando um sistema nacional de avaliação. através do apoio a centros de excelência e centros emergentes, públicos e privados. A descentralização supõe, ainda, uma política equitativa de financiamento da educação. Uma equida- de entre os estados: nestes, entre os municípios: e nos municípios, entre as comunidades. Tudo isso tendo em vista atingir a equidade entre as escolas, que cosntitui um dos objetivos maiores da política de educação. A descentralização educativa é imprescindível na busca dessa equidade. Não se pode mais ignorar o fato de que uma comunidade de periferia precisa também de uma escola de qualidade. Não faz mais sentido uma democracia só do acesso à escola. Precisamos hoje. e com a maior urgência, de uma democracia da qualida- de. de forma a oferecer a todas as crianças uma opor- tunidade digna de aquisição organizada de conheci- mentos considerados imprenscindíveis ao processo de modernização de que tanto se fala. "Uma descentralização efetiva ensejará melhores oportunidades de levar para o currículo manifestações da cultura regional. É importante admitir um certo grau de regionalização curricular com o objetivo de não se perder a identidade na diversidade que se amplia." Modernizar em educação é colocar ao alcance de todas as crianças os conhecimentos e condições indis- pensáveis à busca de uma cidadania plena, nas dimen- sões individual e social. Não se pode reduzir a moder- nização a uma racionalidade instrumental e, por con- seguinte, parcial. A verdadeira modernidade supõe uma lógica integral, uma concepção de totalidade da vida humana, sem o que. corre-se o risco de mutilar valores básicos, tanto no plano nacional quanto no ci- vilizatório. Daí a importância que assume o princípio da atenção integral à crianças e adolescentes a ser ofe- recida por serviços integrados de defesa de direitos, promoção da saúde, creche, pré-escola, escola, esporte e lazer, cultura e educação para o trabalho, apoiados em ações complementares de alimentação, teleducação e gestão participativa. Assim, a atenção integral supõe alternativas tais como a construção de espaços físicos integrados (sempre que a demanda de serviços sociais o justifique), a ampliação e adequação de espaços físi- cos pré-existentes ou, ainda, a articulação de serviços isolados existentes em determinada comunidade. A ação do Ministério da Educação e do Desporto no Brasil, incluindo também os níveis e graus ulterio- res, orienta-se no sentido da descentralização e na di- reção da integração de esforços e recursos, sustentan- do-se fortemente em recursos humanos capacitados e qualificados - os educadores. Numa discussão dos processos de descentraliza- ção, não pode deixar de ser mencionado, ainda, o pro- blema da identidade cultural. Uma descentralização efetiva ensejará melhores oportunidades de levar para o âmbito do planejamento curricular manifestações próprias da cultura regional. Se isto é desejável, por um lado, por outro, a observação de Casassus. um es- pecialista da UNESCO, é importante. Afirma este es- tudioso que o currículo local não conduz nem à unidade nacional, nem ao acesso aos conhecimentos universais relacionados ao desenvolvimento da ciência. Pelo contrário, tende a limitar a mobilidade do educando, fixando-o em sua cultura local. A multiplicação de programas locais exige uma articulação com o progra- ma nacional, em proporções a serem determinadas (2). Posto isso, é importante admitir um certo grau de re- gionalização curricular com o objetivo de não se per- der a identidade na diversidade que se amplia. Esta te- se é também válida no plano civilizatório. Como dizia Fernando de Azevedo, os fins da educação devem ser também determinados a partir de uma ótica civilizató- ria. no caso, a civilização latina. Por último, uma reflexão se impõe. Ela surge de uma indagação: o que se pode esperar da descentrali- zação educativa? Esta pergunta deverá estar presente nas nossas discussões. Certamente que, para os diver- sos cenários educacionais presentes à Conferência da OEI, as respostas poderão variar. Entretanto, alguns pontos comuns parecem destacar, sobretudo os que, di- retamente, se relacionam com o fato de que, sem uma educação básica de qualidade, o processo de moderni- zação. tanto social quanto econômica, estará compro- metido. Espera-se da descentralização uma contribui- ção decisiva para esse novo cenário em construção. (1) Guiomar Namo de Mello. Social democra- cia e educação. S. Paulo. Cortez/A. Associados, 1990. 2ª ed. pág. 76. (2) Juan Casassus. Descentralização e des- concentração dos sistemas educacionais na América Latina: fundamentos e critica. Cadernos de Pesquisa, número 74. S. Paulo. F. C. Chagas. 1990. pág. 18. CONSIDERANDO: RECONHECEM: Declaração de Santa Fe de Bogotá sobre Descentralização da Educação Os Ministros de Educação e Chefes de Delega- ção dos países Ibero-Americanos, reunidos na II Con- ferência Ibero-Americana de Educação convocada pelo Ministério da Educação da Colômbia e a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, celebrada em Santa Fe de Bogotá. Colômbia, nos dias 4 a 6 de novembro de 1992. As ações destinadas a incrementar a cooperação ibero-americana para modernização das administrações educativas mediante programas de "descentralização educativa", definidas na Conferência Ibero-Americana de Ministros de Educação realizada em Guadalupe (Espanha) entre 19 a 21 de junho de 1992. O compromisso com a democracia e a necessida- de de buscar um desenvolvimento equilibrado e justo com benefícios que alcancem a todos, ratificado pelos Chefes de Estado e de Governo na Segunda Reunião de Cúpula Ibero-Americana, reunida em Madrid nos dias 23 e 24 de julho de 1992. O significativo avanço realizado pelos países ibe- ro-americanos no desenvolvimento de processos de desconcentração, descentralização ou ambos, mediante instrumentos estabelecidos em função da realidade de cada um deles. MANIFESTAM: A responsabilidade que corresponde à educação na consolidação da democracia, na integração das co- munidades e no aprimoramento social, político e eco- nômico dos povos. A intenção de melhorar as estruturas e procedi- mentos das adminstrações educativas com o fim de conseguir uma maior eficácia e eficiência na gestão e uma efetiva participação das sociedades na educação. Ambos os objetivos são premissas indispensáveis para elevar os níveis de qualidade da educação em todos os seus aspectos. A necessidade de manter e fortalecer a vontade de cooperação entre os países ibero-americanos para enfrentar solidariamente as inovações que os sistemas educativos requerem. A validade dos princípios fundamentais da con- centração e descentralização, sem que esses processos constituam modelos ideais de organização para sua aplicação generalizada. Nesse sentido, as opções ado- tadas por alguns países não constituem modelos trans- feríveis mecanicamente a contextos distintos. Todo o processo de desconcentração e descen- tralização requer uma adequação no montante, distri- buição e aplicação dos recursos que se destinam à educação. A firme decisão de avançar nos processos de desconcentração e descentralização, para lograr incre- mentos quantitativos e qualitativos, através de enten- dimentos entre os distintos agentes sociais. Que, paralelamente ao processo de descentraliza- ção, se devem fortalecer os mecanismos de articulação e coordenação que garantem a unidade nacional, e de seu sistema educativo assim como a igualdade de oportunidades e possibilidades. O interesse por modernizar os sistemas de gestão da educação em suas diferentes estruturas, modalida- des e níveis. A intenção de implantar estratégias para a efetiva vinculação das comunidades, de acordo com as carac- terísticas específicas de cada país, para a identificação dos problemas e a busca de soluções com suas neces- sidades e aspirações. A necessidade de adotar e reforçar metodologias participativas nos distintos aspectos da gestão educati- va. A desconcentração e descentralização devem constituir instrumentos para a equidade e qualidade na prestação do serviço educativo. A importância de formular programas de racio- nalização de recursos de todo tipo que façam possível sua ótima utilização. Igualmente, deve-se estimular a participação regional e local no financiamento dos ser- viços educativos. A conveniência de incrementar recursos técnicos e financeiros para estabelecer, consolidar e coordenar sistemas de informação, que facilitem a tomada de de- cisões em todas as instâncias políticas e técnico-admi- nistrativas. A necessidade de identificar e consolidar meca- nismos de coordenação inter-setorial com o objetivo de promover planos integrais de desenvolvimento, que otimizem os recursos e incorporem ações para o me- lhoramento da qualidade de vida. O processo de descentralização para ser completo requer o fortalecimento da instituição escolar, no sen- tido de dispor das condições que lhe permitam o de- senvolvimento de seu projeto pedagógico. RECOMENDAM À SECRETARIA- GERAL DA OEI: * Assumir e implementar todas as recomendações formuladas nas reuniões sub-regionais de consulta so- bre o tema, realizadas até o presente. * Facilitar a cooperação bilateral e multilateral entre os países dessa área, promovendo o intercâmbio de informações e experiências. * Dar assistência e cooperação para a evolução e o seguimento sistemático dos processos de desconcen- tração e descentralização e de outros aspectos do pro- cesso educativo, relacionados com os mesmos que realizam os Estados Membros. * Propiciar a organização de atividades para a formação, capacitação e atualização de funcionários e especialistas em administração da educação nos pro- cessos de descentralização e desconcentração educati- va. * Colaborar na busca de financiamento e apoio técnico de diferentes organismos internacionais, agên- cias de cooperação e governos para os países dessa área que implementam processos de desconcentração e descentralização educativa. * Coordenar com outros organismos internacio- nais e intergovernamentais ações de cooperação em matéria de desconcentração e descentralização. * Criar um banco de informações documental e bibliográfico sobre o tema da desconcentração e des- centralização à disposição dos países Ibero-America- nos. * Realizar reuniões técnicas e ministeriais cen- tradas na apresentação e análise de planos, programas, projetos e atividades que demonstrem os esforços por desconcentrar e descentralizar a sua incidência no melhoramento da qualidade da educação. Moções da II Conferência Ibero -Americana sobre Tiradentes Considerando a exemplar união e a identidade histó- rica verificada desde sempre entre os povos ibero-ame- rícanos; Considerando que o estudo da história deve consti- tuir-se em fator de união e de integração entre os po- vos; Considerando que Joaquim José da Silva Xavier (vulgarmente conhecido por "Tiradentes") é uma figura preponderante na tomada de consciência da impor- tância da educação como forma de progresso e desen- volvimento dos povos; Considerando seu papel destacado de representante dos ideais de ilustração que teve "Tiradentes" entre os povos da língua portuguesa; Considerando a importância de "Tiradentes" no pro- cesso da emancipação americana; * Concorda somar-se às comemorações que em honra de "Tiradentes" realiza a Nação brasileira e recomen- da que nos manuais escolares dos países ibero-ameri- canos se ressalte sua figura e seu exemplo. Ata da Reunião Informal sobre Cooperação entre Países Amazônicos Os Ministros de Educação dos Países Signatários do Tratado de Cooperação Amazônica, presentes à Se- gunda Conferência Ibero-Americana de Educação, realizada em Santafé de Bogotá entre os dias 3 e 6 de novembro de 1992, reuniram-se para intercambiar pontos de vista sobre a cooperação em matéria educa- tiva na região amazônica. Os Ministros de Educação coincidiram em assinalar a relevância das culturas autóctones e dos ecossistemas amazônicos do ponto de vista da sua diversidade bio- lógica, bem como na necessidade de conservá-los e desenvolvê-los. Assinalaram, igualmente, a importância da Associação de Universidades Amazônicas-UNAMAZ como enti- dade que tem permitido a intensificação dos contatos entre as instituições de ensino e pesquisa e o desen- volvimento dos recursos humanos nas universidades e institutos de pesquisa da região amazônica. Nesse sentido, expressaram a conveniência de se estu- dar a criação, no âmbito do Tratado de Cooperação Amazônica, de uma Comissão Especial de Educação, a exemplo das que já existem em outras áreas (Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Saúde, Turismo, As- suntos Indígenas, Transportes, Comunicações e Infra- Estrutura), iniciativa que será submetida às instâncias competentes. Os Ministros de Educação manifestaram seu interesse para que se desenvolva um sistema de bolsas de estudo no nível de pós-graduação, que inclua o intercâmbio de docentes e pesquisadores dos países amazônicos. Concordaram em continuar apoiando a UNAMAZ na criação de programas destinados a capacitar e a formar professores de espanhol e de português, sem prejuízo do desenvolvimento das línguas nativas. Manifestaram, ademais, seu interesse na realização de estudos e pes- quisas de caráter multinacional, prioritariamente nas áreas de história, geografia, antropologia, linguística. literatura e ecologia amazônicas. Santa Fe de Bogotá, 5 de novembro de 1992.
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