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Imperfeições em Sólidos Aula 06 Prof. Me. Rodrigo S. Fontoura rodrigo.fontoura@unialfa.com.br Tipos de imperfeições • Defeitos pontuais; • Defeitos de linha (discordâncias); • Defeitos de interface (grão e maclas); • Defeitos volumétricos (inclusões, precipitados). Defeitos Pontuais – Lacunas e Autointersticiais Lacunas ou Vazios ● Envolve a falta de um átomo; ● São formados durante a solidificação do cristal ou como resultado das vibrações atômicas (os átomos deslocam-se de suas posições normais); ● Todos os sólidos cristalinos possuem lacunas. Lacunas, Vacâncias ou Vazios O número de vazios aumenta exponencialmente com a temperatura: NL = N exp (- QL/ k*T) NL = Número de lacunas em equil./quant. de material; N = número total de sítios atômicos; QL= energia necessária para a formação de uma lacuna; T = temperatura em Kelvin; k = constante de Boltzman = 1,38x10-23J/átomo*K ou 8,62x10-5 eV/ átomo*K. PS.: k da origem a R (8,314 J/mol*K), prove!! Lacunas, Vacâncias ou Vazios Cálculo do número total de sítios atômicos: N = (NA *ρ)/AA NA = N° de Avogadro = 6,022*1023 átomos/mol; ρA = Massa específica do material; AA = Peso atômico do elemento. Exercício: Calcule o n° de lacunas em equilíbrio, por metro cúbico de cobre, a 1000°C. A energia para a formação de uma lacuna é de 0,9 eV/átomo; o peso atômico e a massa específica (a 1000°C) para o cobre são de 63,5 g/mol e 8,4 g/cm3, respectivamente. Resp.: 2,2 * 1025 lacunas/m3 Intersticiais • Envolve um átomo extra no interstício (do próprio cristal); • Produz uma distorção no reticulado, já que o átomo geralmente é maior que o espaço do interstício; • Este defeito é menos provável que uma lacuna. Intersticiais Átomo intersticial pequeno Átomo intersticial grande Gera maior distorção na rede Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) ● Na maioria das aplicações de engenharia, a necessidade de propriedades específicas, faz com que o uso de materiais metálicos nem sempre esteja restrito aos metais puros; ● Na verdade, apenas em um número bastante limitado de aplicações, os metais podem ser encontrados na forma pura ou quase pura; ● Por exemplo, o cobre de alta pureza (99,99%) é usado na confecção de fios elétricos devido a sua elevada condutividade elétrica. Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) ● Por outro lado, a maioria dos materiais metálicos usados em engenharia, estão combinados com outros metais ou não-metais; ● Estas combinações, denominadas de ligas metálicas, têm o objetivo de aumentar a resistência mecânica, a resistência à corrosão ou melhorar outras propriedades . Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) ● Um exemplo bastante comum de liga metálica pode ser observado no aço, em que as estruturas CFC e CCC do ferro abrigam átomos de carbono. ● Esta combinação permite obter um material extremamente versátil, com aplicações bastante diversificadas. Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) ● Já o soluto intersticial é o que fica nos "vãos" da matriz. Estes vãos ou vazios são chamados de interstícios. ● As soluções sólidas intersticiais são formadas quando um átomo é muito maior que o outro. Por exemplo, o ferro a 1000º C apresenta estrutura CFC com o maior vão de diâmetro igual a 1,0 A; ● Assim estes "buracos" abrigam facilmente o hidrogênio (d=0,9 A), o boro (d=0,92 A). Entretanto, o carbono (d=1,5 A) tem certa dificuldade; ● Portanto, em virtude dessa diferença, um máximo de 2,08 % em peso de carbono pode ser dissolvido intersticialmente no ferro a 1148°C. Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) Interstícios na rede Cúbica (C-Fe) Interstícios nas redes cúbicas: (a) Interstício do tipo ¼ , ½ , 0 na rede CCC, (b) interstício ½ , 0 , 0 na rede CFC, (c) Interstícios do centro do cubo ½ , ½ , ½ e do centro da aresta ½ , 0 , 0 em metais CFC. Fonte: Donald R. Askeland; Pradeep P. Phulé - The Science and Engineering of Materials, 4th ed. Defeitos pontuais: (a) lacuna, (b) átomo intersticial, (c) átomo substitucional pequeno, (d) átomo substitucional grande, (e) defeito de Frenkel, (f) defeito de Schottky. Todos estes defeitos perturbam o “perfeito”arranjo atômico dos átomos vizinhos. Fonte: Donald R. Askeland; Pradeep P. Phulé - The Science and Engineering of Materials, 4th ed. Mecanismos de difusão 1 Impurezas em sólidos Impurezas nos sólidos • Um metal considerado puro sempre tem impurezas (átomos estranhos) presentes; 99,9999% = 1022-1023 impurezas por cm3 • A presença de impurezas promove a formação de defeitos pontuais; Ligas metálicas • Impurezas são adicionadas intencionalmente com a finalidade: - aumentar a resistência mecânica; - aumentar a resistência à corrosão; - Aumentar a condutividade elétrica. • A adição de átomos de impurezas a um metal irá resultar a formação de: D Soluções sólidas < limite de solubilidade; D Segunda fase > limite de solubilidade; • A solubilidade depende : D Temperatura; D Tipo de impureza; D Concentração da impureza. lustração de fases e solubilidade: (a) As três formas da água: sólida, líquida e gasosa; (b) água e álcool têm solubilidade ilimitada; (c) Sal e água possuem solubilidade limitada; (d) Água e óleo não possuem solubilidade. Fonte: Donald R. Askeland; Pradeep P. Phulé - The Science and Engineering of Materials, 4th ed. ● Elemento de liga ou Impureza soluto(< quantidade) ● Matriz ou Hospedeiro solvente (>quantidade) Soluções Sólidas Substitucionais SUBSTITUCIONAL ORDENADA SUBSTITUCIONAL DESORDENADA • Relembrando: os átomos do soluto ou átomos de impurezas tomam o lugar dos átomos hospedeiros ou os substituem. Fatores que influem na formação de soluções sólidas substitucionais • Raio atômico deve ter uma diferença de no máximo 15%, caso contrário pode promover distorções na rede e assim formação de nova fase; • Estrutura cristalina mesma • Eletronegatividade próximas • Valência mesma ou maior que a do hospedeiro Cu + Ni são solúveis em todas as proporções Cu Ni Raio atômico 0,128nm=1,28 A 0,125 nm=1,25A Estrutura CFC CFC Eletronegatividade 1,9 1,8 Valência +1 (as vezes +2) +2 Defeito de linha Discordâncias É um defeito linear ou unidimensional em torno do qual alguns dos átomos estão desalinhados; • As discordâncias estão associadas com a cristalização e a deformação (origem: térmica, mecânica e supersaturação de defeitos pontuais); • A presença deste defeito é a responsável pela deformação, falha e ruptura dos materiais; • Podem ser: - Aresta - Hélice - Mista Discordâncias É um defeito linear ou unidimensional em torno do qual alguns dos átomos estão desalinhados; • As discordâncias estão associadas com a cristalização e a deformação (origem: térmica, mecânica e supersaturação de defeitos pontuais); • A presença deste defeito é a responsável pela deformação, falha e ruptura dos materiais; • Podem ser: - Aresta - Hélice - Mista Vetor de Burgers (b) • Dá a magnitude e a direção de distorção da rede; • Corresponde à distância de deslocamento dos átomos ao redor da discordância. Discordância Aresta • Envolve um meio - plano extra de átomos; • O vetor de Burger é perpendicular à direção da linha da discordância; • Envolve zonas de tração e compressão. ● O cristal perfeito em (a) é cortado e um meio plano atômico extra é inserido (b); ● A extremidadeda parte inferior do plano extra é uma discordância aresta (c); ● O vetor de Burgers b é necessário para fechar um circuito de igual espaçamento atômico ao redor da discordância. Discordância Hélice • Produz distorção na rede devido a tensão de cisalhamento; • O vetor de Burgers é paralelo à direção da linha de discordância. ● O cristal perfeito (a) é cortado e cisalhado em um espaçamento interatômico, (b) e (c); ● A linha ao longo da qual ocorre o cisalhamento é uma discordância em hélice; ● Um vetor de Burgers b é requerido para fechar o circuito de igual espaçamento interatômico ao redor da discordância. Discordância mista 1 . - Linha da discordanc.ia ... - - - --.... ..... Como se observa as discordância • Diretamente microscopia eletrônica de transmissão (MET); • Indiretamente microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia óptica (após ataque químico seletivo). DISCORDÂNCIAS NO MET Discordâncias e deformação plástica Discordâncias e deformação plástica Considerações Gerais • A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser controlados pelo grau de deformação (conformação mecânica) e/ou por tratamentos térmicos; • Com o aumento da temperatura há um aumento na velocidade de deslocamento das discordâncias favorecendo o aniquilamento mútuo das mesmas e formação de discordâncias únicas; • Impurezas tendem a difundir-se e concentrar-se em torno das discordâncias formando uma atmosfera de impurezas. Bibliografia Callister Jr., W. D. Ciência e engenharia de materiais: Uma introdução. LTC, 5ed., cap 3, 2002. Notas de aula da Profª. Dra. Daniela Becker Imperfeições em Sólidos Tipos de imperfeições Slide 3 Lacunas ou Vazios Lacunas ou Vazios Slide 6 Exemplo Intersticiais Intersticiais Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Interstícios na rede cúbica (C --- Fe) Slide 20 Slide 21 Mecanismos de difusão Slide 23 Impurezas nos sólidos Ligas metálicas A adição de átomos de impurezas a um Slide 27 Slide 28 Soluções Sólidas Substitucionais Fatores que influem na formação de são solúveis em todas as proporções Defeito de linha Discordâncias Slide 34 Vetor de Burger (b) Discordância Aresta Slide 37 Discordância Hélice Slide 39 Discordância mista Como se observa as discordância DISCORDÂNCIAS NO TEM Discordâncias e deformação plástica Slide 44 Considerações Gerais Bibliografia
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