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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxx, com sede na Rua xxxx, por seu advogado infra- assinado, com escritório ..., endereço que indica para os fins do artigo 77, inciso v do Código de Processo Civil, vem propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCOSTITUCIONALIDADE com fundamento no artigo 102, inciso I, alínea “a” da Constituição Federal e na Lei n. 9.868/99, em face da lei do Estado KWY, elaborada pelo Governador do Estado e pela Assembleia Legislativa, conforme especificará ao longo desta petição, nos termos e motivos que passa a expor. I. DA LEGITIMIDADE ATIVA ESPECIAL DA CONFEDERAÇÃO A Confederação Nacional do Comércio é legitimada ativa para a propositura da ADI, de acordo com o artigo 103, inciso IX da Constituição Federal. Ademais, a Autora possui representantes em pelo menos nove Estados da Federação, como determina o artigo 8º da Lei 9.9096/95 e os interesses dos seus membros são homogêneos. A pertinência temática também é comprovada pela relação harmoniosa entre o objeto da ação – uma lei que afeta os interesses do Comércio – e os membros que compõe a referida organização coletiva. II. DOS FATOS O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade dos estacionamentos privados vinculados a estabelecimentos comerciais, como supermercados, hipermercados, shopping centers. A referida norma estabeleceu também a imposição de multas pelo descumprimento e gradação nas punições administrativas, além de delegar ao PROCON local a responsabilidade pela fiscalização dos estabelecimentos relacionados no instrumento normativo. No entanto, resta evidente que tal norma viola expressamente o que é preconizado pela Constituição Federal, a matéria em comento é reservada a competência privativa da União, razão pela qual não resta outra alternativa aos estabelecimentos a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade através da entidade que lhes representa, qual seja Confederação Nacional do Comércio. III. DOS FUNDAMENTOS Primeiramente, resta salientar que o artigo 5º, inciso XXII da Constituição Federal garante o direito de propriedade. E a propriedade, por ser um direito real pleno e exclusivo, admite que o seu titular estabeleça as condições para que a coisa possa ser desfrutada por parte de terceiros. Sendo assim, do mesmo modo que o proprietário do apartamento locado está autorizado a cobrar aluguéis do inquilino, também o empresário tem o direito de exigir dos seus clientes o pagamento de uma quantia pelo o uso do estacionamento. Entretanto, de acordo com o artigo 22, inciso I da Constituição Federal compete privativamente à União legislar sobre direito civil. E o contrato de estacionamento, que envolve características de depósito, locação e prestação de serviço, é um instituto típico de direito civil, a impedir, consequentemente, possa ter seus efeitos regulamentados através da lei estadual. Assim existir que tais vagas permaneçam compulsoriamente vinculadas a um regime de gratuidade é flagrantemente inconstitucional. Portanto Excelência, caracterizada a violação à competência da União e à propriedade privada, presentes estão os requisitos para a propositura da presente ação que pretende seja declarada a inconstitucionalidade da norma. IV. DA TUTELA DE URGÊNCIA Encontram-se cabalmente preenchidos os requisitos da relevância do fundamento, conforme artigo 10 da Lei 9.868/99, no qual o fumus boni iuris reside no fato da flagrante inconstitucionalidade verificada em face da violação do artigo 22, inciso I da Constituição Federal. Quanto ao periculum in mora se encontra no fato que se for proferida decisão somente ao final, esta então, estará colocando em risco a propriedade privada dos estabelecimentos comerciais, restando evidente os prejuízos que serão suportados pelos estabelecimentos comerciais em caso de manutenção da norma inconstitucional. V. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer à Vossa Excelência: 1. A concessão da medida liminar para suspender a norma ... editada pelo Estado KWY; 2. A citação do Estado KWY e da Assembleia Legislativa Estadual, na forma de seu representante legal, para que prestem informações no prazo de trinta dias conforme o artigo 6º, parágrafo único da Lei n. 9.868/99; 3. A intimação dos interessados para se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias quanto ao mérito da questão; 4. Seja intimado o Advogado-Geral da União e o Procurador Geral da República, conforme dispõe o artigo 8º da Lei 9.868/99; 5. Que seja julgado procedente o pedido para declarar a inconstitucionalidade da norma impugnada. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins procedimentais. Termos em que, Pede deferimento. Local, data, ano. Advogado OAB/UF
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