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Resumo Histofisio

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Glândulas Salivares
- É o órgão responsável pela produção de saliva
- Formadas por um tecido epitelial glandular acinoso 
- Secretam seus produtos no interior de ductos (glândulas exócrinas)
- São de natureza merócrina, ou seja, apenas o produto de secreção é liberado para fora da célula por meio de vesículas
Classificação
- Glândulas salivares maiores: parótida, submandibular e sublingual (localizam-se fora da cavidade bucal)
Parótida: ácinos serosos, secreção serosa, ducto de Stenon
Submandibular: predomínio de ácinos serosos, secreção mista (serosa + mucosa), ducto de Wharton
Sublingual: mucosa e meia lua serosa, sem ácinos serosos, secreção puramente mucosa, conjunto de ductos (Rivinus)
- Glândulas salivares menores: espalhadas pela mucosa bucal, denominadas de acordo com sua localização (bucais, labiais, palatinas e linguais). Unidades secretoras: ácinos mucosos, mistos e serosos
Glândula de Von Ebner: puramente serosa, se localiza abaixo das papilas circunvaladas, são bem liquidas para poderem “limpar” a invaginação das papilas.
Estruturas
- Parênquima (parte funcional): ácinos (produz), ductos (conduz) e células mioepteliais (contraem)
Ácinos: Unidades secretoras terminais, conjunto de células piramidais (mucosas/serosas)
Ácino Seroso: núcleo arredondado, citoplasma corado, secreção rica em proteína, mais aquosa
Ácino Mucoso: núcleo achatado, citoplasma pouco corado, secreção rica em carboidratos, mais viscosa
Ácino Misto: ácino mucoso + meia lua serosa (gianuzzi) = secreção mista
Ductos: Núcleo centralizado, lumem grande
Ducto intercalar (intercalado): epitélio simples cúbico
Ducto estriado: epitélio simples colunar
Ducto excretor (principal): epitélio estratificado pavimentoso
Células Mioepteliais: 
Células de origem epitelial com a característica contrátil das células musculares
Localizam-se nas superfícies das células secretoras
Com a contração, auxiliam na secreção dos produtos dos ácinos 
- Estroma (tec. conjuntivo): células, fibras e substância fundamental amorfa 
Fisiologia Salivar
 Os ductos servem para modificar a composição da saliva, os ácinos secretam a saliva primária, composta de elementos orgânicos, água e eletrólitos provinientes do compartimento intersticial.
Ao passar pelos ductos principalmente o estriado, sofre mudanças na sua composição eletrolítica em função de trocas passivas e ativas que ocorrem entre a luz do ducto e a camada celular da parede ductal, formando a saliva secundária.
A unidade fisiológica do parênquima de uma glândula salivar é conhecida com adenômero, que é constituído por células acinares, por células mioepiteliais circundantes, pelo ducto intercalado e pelo ducto estriado.
Manifestações da saliva adequada:
- Bem-estar bucal ou da mucosa bucal dada pela sua umidade.
- Deglutição praticamente imperceptível.
- Fala realizada sem dificuldade.
- Formação de bolo alimentar de maneira adequada e eficiente, tanto em qualidade quanto em velocidade.
- Volume da saliva oral suficiente para cuspir.
- Manutenção da integridade da mucosa oral e dos dentes.
Múltiplas funções que a saliva exerce no trato digestório superior e, em especial, na boca:
- Limpeza mecânica de restos alimentares e bactérias.
- Lubrificação das superfícies orais.
- Proteção dos dentes e mucosa orofaríngea.
- Neutralização de ácidos orais e diluição de resíduos.
- Atividade antimicrobiana.
- Funções excretoras (metais pesados e uréia); transmissão de vírus.
- Dissolução de compostos para o paladar
- Facilitação da fala, mastigação e deglutição
- Formação do bolo alimentar para deglutição
- Digestão inicial de amido e lipídeos
- Limpeza esofagiana e tamponamento do ácido gástrico após refluxos normais.
A importância da saliva é bem ilustrada em indivíduos que têm hipofunção das glândulas salivares quando manifestam:
- Dor
- Aumento da incidência de cáries
- Infecções oportunistas tais como por Candida albicans, entre outros
- Complicações orais p. ex., do Diabetes Mellitus (causa possível: degeneração neural)
Ex: Periodontites e gengivites, Hiposalivação (xerostomia), Cáries, Candidíase, Síndrome da ardência bucal (estomatodínia), Abcessos periodontais, Edentulismo (perda dos dentes)
Glandulas salivares: Três pares de glândulas extrínsecas conectadas à cavidade oral por ductos: parótidas, submandibulares e sublingüais. Pequenas glândulas intrínsecas encontradas sob a membrana mucosa da boca, lábios, bochechas e língua – secretam em taxa relativamente constante
- Parótidas: alto conteúdo de H20, eletrólitos e enzimas; Ducto de Stenon
- Submandibulares: secreção mista; Ducto de Wharton emerge na papila sublingüal ao lado do frênulo. 
- Sublingüais: secreção mucosa; ducto de Bartholin que emerge nas pregas sublingüais
- Glândulas salivares menores (orais)
Informaçoes gerais sobre a salivação:
- Produção diária: 1,0 - 1,5 L
- pH (variável com o fluxo): 6,2 – 7,2
- 80-90% da produção diária ocorre por estímulos durante a alimentação (paladar, olfação e forças mastigatórias)
- Baixa secreção: sono
Histologia das glândulas salivares anexas:
- Células acinares (serosa, mucosa ou sero-mucosa)
- Células ductais (intercalar, estriado e excretor)
- Células mioepiteliais localizadas entre a membrana basal e as células acinares.
As células mioepiteliais das glândulas salivares: Quando estimuladas pelo SNA (Parassimpático e Simpático), contraem-se, “ordenhando” os ácinos e promovendo a ejeção da saliva pré-formada (Glândulas Mamárias).
Composição da saliva: Água (98-99%), Produtos Inorgânicos e Orgânicos
Produtos organicos, compostos por proteínas salivares de 4 tipos:
- Proteínas enzimáticas:
Amilase: Inicia a hidrólise do amido e glicogênio da dieta mas com ação limita já que é inativada pel acidez gástrica.
Lactoperoxidase: ação antibacteriana; destrói microorganismos ao catalizar peróxido de oxigênio.
Lisozima: ação antibacteriana; inibe o crescimento bacteriano.
- Proteínas ricas em prolina:
Mucinas: capacidade de formar uma pseudomembrana sobre superfícies; tem função protetora.
- Proteínas Aromáticas:
Gustina: que acentua o paladar
Estaterina: que produz remineralização e evita a precipitação ou cristalização de sais de fosfato de cálcio supersaturado nos ductos salivares.
Histatina: que se liga à hidroxiapatita.
Lactoferrina: que retarda o crescimento bacteriano.
Albumina: que produz enlaces aromáticos.
- Imunoglobulinas (IgA)
Produtos inorgânicos: Cálcio, Flúor, Sódio, Potássio, Bicarbonato, Fosfato, Cloro, Magnésio, etc.
Formação da saliva: O processo secretor inicia-se nas células acinares que formam inicialmente um fluido primário isotônico ao plasma e que depois sofre reabsorção de Na+ e Cl- e secreção de K+ e de HCO3- nos ductos, deixando a saliva hipotônica e menos ácida.
Secreção das glândulas salivares: A ritmos máximos de secreção, as glândulas salivares podem secretar até 1 ml por minuto por grama de tecido, isto é o próprio peso por minuto. 
Reflexos incondicionados: São aqueles que estimulam a salivação sem que haja o aprendizado (p. ex., apresentação de comida a um indivíduo faminto). Necessitam de experiência prévia, repetitiva e associativa entre alimentação e olfação/visão.
- Ex: uma criança lactente não reage (salivando) como um adulto.
Controle da secreção salivar
- O sistema parassimpático é fundamental na regulação da função salivar.
- Origina-se no bulbo, nos núcleos salivares superiores e inferiores, ligados a neurônios motores do glossofaríngeo e facial.
- Do núcleo salivar superior, emergem fibras eferentes do facial que, através do nervo lingual e corda do tímpano, vão inervar as glândulas submandibular e sublingual.
- Do núcleo salivar inferior, saem fibras motoras do glossofaríngeo, que fazem sinapse no gânglio ótico e inervam a glândula parótida
- O nervo corda do tímpano e glossofaríngeo fazem parte do sistema parassimpático e determinam a estimulação das glândulas salivares.
- A inervação simpáticaé derivada do gânglio cervical superior e segue os vasos sanguíneos para dentro de todas glândulas. Esta inervação está distribuída para os ácinos e ductos intercalados e estriados, mas não nos ductos excretores. 
- O fluxo é controlado pela estimulação nervosa, sendo que geralmente considera-se que a estimulação beta-adrenérgica (simpática) induz os mecanismos de secreção protéica, enquanto a alfa-adrenérgica e a colinérgica regulam a secreção de água e de eletrólitos.
- A saliva produzida durante o período digestivo é predominantemente serosa e caracterizada por ser fluída, volumosa, rica em bicarbonato de sódio e pH alcalino. Este é o tipo de saliva produzido pela estimulação do ramo parassimpático do S.N.A
- Nos períodos interdigestivos, ocorre uma secreção basal contínua de saliva, com volume menor, porém mais viscoso e protêico. A estimulação simpática aumenta a viscosidade da saliva tornando-a mais pegajosa e com tendência de acidificação. Um fator secundário que também afeta a secreção é o suprimento sangüíneo das glândulas, uma vez que a secreção sempre requer nutrição adequada. É que o processo de salivação dilata indiretamente os vasos sangüíneos, proporcionando, assim, maior nutrição, quando necessária. Parte do efeito vasodilatador é ocasionado pela calicreína secretada pelas células salivares ativadas; por sua vez, a calicreína é convertida no sangue em bradicinina, um forte vasodilatador.
Os principais componentes envolvidos na ativação neural das glândulas salivares:
Estimulação pelos diversos receptores, dentre eles os quimioreceptores das papilas gustativas e mecanorreceptores dos ligamentos periodontais. A inervação aferente transmite impulsos para o “centro da salivação” (núcleos salivatórios) no bulbo e ponte: nervos facial, glossofaríngeo e vago (paladar) e trigêmio (mastigação). Olfação e distensão do estômago são outras aferências que podem iniciar a salivação.
A visão, olfação e o pensamento podem levar à formação de alguma saliva, dependendo do estado motivacional. Os “núcleos salivatórios” também recebem aferências de outras regiões do SNC que podem resultar em efeitos estimulatórios ou inibitórios sobre a salivação, dependendo, por exemplo, do estado emocional. 
Inervação responsável pela estimulação da secreção salivar:
Mecanismo de ativação salivar (ácinos): nervos cranianos
O SN Simpático também inerva os vasos sangüíneos provocando vasoconstrição (receptores -adren.), diminuindo conseqüentemente o fluxo sangüíneo com subseqüente esgotamento metabólico das glândulas salivares.
Influencia circadiana: A secreção salivar diminui com a diminuição do alerta e durante o sono (paralelamente à diminuição da freqüência de deglutição 
Controle humoral (endócrino): Secundário ao controle neural. Hormônios antinatriuréticos (aldosterona, corticosterona e ANGII): saliva pobre em água e Na+ e rica em K+ e H+ (pH)
Fisiologia salivar:
Fluxo:
- Aumenta com a acidez do sangue.
- Distensão do esôfago e alimentos no estômago aumentam a salivação.
- Xerostomia, irritações (dentes ou próteses) alteram o fluxo.
Volume 
O volume varia em função de estímulos bucais (gustativos, ato mastigatório), gastrintestinais (acidez, irritação) e cefálicos (reflexos condicionados)
- 99% de saliva é água
- 600 a 1200 ml em 24 horas
- No sono: quase nula (10ml)
- Formada na porção secretora com um componente macromolecular (das céls. acinosas) e um componente fluido, derivado do sangue.
- Em média 1ml por minuto, na estimulação máxima: 4ml por minuto
Funções Exócrinas:
- Lubrificação: Presença de mucina. A atropinização (droga anticolinérgica) que promove secura, provocando alteração na deglutição, fala e lubrificação.
- Digestão: (alfa-amilase ou amilase salivar ou ptialina) que rompe as ligações 1,4-glicosídeas dos carboidratos, provocando um pH = 6,8, iniciando a digestão.
- Excretora: (orgânicos e inorgânicos) – vírus da AIDS, raiva, poliomielite e gripe. Gotículas de Pflüger.
- Proteção: barreira pela lubrificação. Bacteriolítica: (lisozima/lactoferrina), que conferem propriedades opsonizantes e leucotáxicas. A lisozima e conhecida como antibiótico fisiologico, 
- Saturação iônica: Ca, P, F
- Limpeza: água dissolve substâncias, que estimulam os corpúsculos gustativos,mantendo a secreção salivar (feedback positivo.
 O próprio fluxo salivar ajuda a remover as bactérias patogênicas, bem como as partículas alimentares que lhes fornecem a sustentação metabólica. A saliva contém íons tiocianato e enzimas proteolíticas como a lisozima, que atacam as bactérias,e ajudam os íons tiocianato a penetrar nas bactérias, tornando-os bactericidas. Os íons tiocianato digerem partículas alimentares, ajudando ainda mais a remover a sustentação metabólica das bactérias.
A saliva contém quase sempre quantidades significativas de anticorpos capazes de destruir as bactérias orais, incluíndo as que promovem cárie dental. Consequentemente na ausência de salivação, os tecidos orais sofrem ulceração e são infectados, e as cáries dentárias ocorrem com grande facilidade. Outros fatores como a idade, hábito alimentar, mastigação, hormônios e algumas doenças também podem alterar a função das glândulas salivares, provocando mudanças tanto no fluxo (sialorréia, hipossalivação, xerostomia) como na composição da saliva, promovendo alterações no ambiente bucal e causando o aparecimento de processos mórbidos (aftas, cáries, descamação, ardência e queimação).
Funções Endócrinas:
As variações de volume e composição devem-se a fatores controladores da secreção salivar, sendo fundamentais o sistema nervoso autônomo (tanto o simpático como o parassimpático influem sobre a formação da saliva, mas o parassimpático é mais importante) e o sistema endócrino.
A retirada da glândula tireóide, em pacientes com hipertireoídismo, provoca atrofia glandular das glândulas salivares, especialmente da porção estriada, e diminuição definida do fluxo salivar.
As glândulas salivares apresentam dimorfismo sexual, que desaparece quando no macho é injetado estradiol-OH 17 (hôrmonio feminino) e a fêmea tratada com testosterona. Estes fatos indicam a ação da tireóide e das gônadas sobre a função salivar.
Parotina: 
Hormônio que provoca aumento dos leucócitos circulantes, Reduz teor de cálcio no sangue, Provoca maior mineralização, Desenvolvimento do tecido elástico.
A parotina é também usada para o tratamento de afecções do tecido conjuntivo, como artrites deformantes.
Fator de crescimento nervosa (NGF):
 Sua produção eleva a formação de gânglios simpáticos e dos nervos sensoriais e consequentemente de neurônios, que atingem sua maturidade mais velozmente. A glândula sub-mandibular é a sua mais rica fonte de produção.
Fator de crescimento epidérmico (EGF):
Também produzido na glândula submandibular, possui importante papel na proliferação de células odontogênicas, especialmente no período fetal; já que na gravidez aumenta a produção de EGF. Além dos fatores maternais, o próprio feto teria produção de EGF endógena
Relação de algumas drogas anti-psialogênicas de ação destacada:
Anti-colinérgicos, anti-adrenérgicos, anti-depressivos, anti-psicóticos, ansiolíticos, sedativos, anti-histamínicos, anti-parkinsonianos, anti-hipertensivos, diuréticos, anti-espasmódicos.
Glândulas salivares maiores:
Parótida: 
- 4 e a 6 SVIU (semana de vida intra-uterina)
- 100% serosa, secreção serosa, aquosa e muito protêica.
- Canal (ducto) de Stenon 
- 14 a 28g 
- 25% da saliva - pH 5-4.5 estimulada – 7-8 
- Grânulos de prolina, rica em amilase
- Ductos intercalares numerosos e extensos
- Nos lados da face, em frente às orelhas
Sublingual: 
- 8 SVIU
- Mista, secreção mucosa, saliva mais viscosa
- 2g
- 5% da saliva – lactoferrina e amilase
- Ductos estriados esparsos e intercalares quase ausentes
Glândulas salivares menores: Labiais, Linguais, Bladin-Nuhn (mucosa), Bucais, Von Ebner (serosa), Palatinas, Weber (mucosa), Glossopalatinas 
Alterações da fisiologia salivar com aidade: Menor atividade, Degenerações gordurosas e fibrosas, Fisiológicas: diminuição do fluxo, Patológicas: provocadas pelo uso de drogas
Considerações clinicas da fisiologia salivar: Fluxo noturno 10 ml (alterações no ambiente bucal), Infecções bacterianas e viróticas, Alterações do fluxo e concentrações (cálculo)

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