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Apostila libras

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Prévia do material em texto

Universidade Braz Cubas - UBC
Mogi das Cruzes
2016
Introdução à Língua Brasileira de 
Sinais - LIBRAS
Reitor: Prof. Maurício Chermann
 
EQUIPE DE PRODUÇÃO CORPORATIVA
Gerência: Adriane Aparecida Carvalho
Orientação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda
Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim
Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Taciana da Paz
Coordenação de Edição e Arte: Michelle Carrete
Diagramação: Amanda Holanda
Ilustração: Everton Arcanjo
Impressão: Grupo VLS / Infotec / Jet Cópias
Imagens: Fotolia / Acervo próprio
 
Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total 
responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade. 
Proibida a reprodução total e/ou parcial. 
© Copyright UBC 2016
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar 
CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP
A Braz Cubas
3
A Braz Cubas
Nascida em 1940, na cidade de Mogi das Cruzes, a Braz Cubas, que iniciou 
suas atividades com um pequeno curso preparatório, conta hoje com cerca de 20 mil 
alunos, entre as modalidades presencial e educação a distância. 
Ao longo desses 75 anos no mercado, a instituição passou por diversas 
transformações, abrigando, inclusive, cursos de ginásio, nível médio, comércio, até 
que chegou a Faculdade de Direito, em 1965. 
O ensino superior, estimulado pela política da educação, cresceu em todo 
o País e a Braz Cubas, atendendo às exigências e necessidades do mercado, 
continuou a crescer, tanto no aspecto acadêmico, quanto no social, até que em 1985, 
o Conselho Federal de Educação reconhece a então Federação das Faculdades Braz 
Cubas como Universidade. 
A importante notícia veio valorizar a região de Mogi das Cruzes e premiar 
uma longa carreira de bons serviços prestados à educação brasileira, formando 
profissionais competentes e capacitados ao mercado de trabalho. 
Missão
Valorizar as pessoas, despertando talentos por meio de uma aprendizagem 
diferente para desenvolver hoje o ser humano para o amanhã.
Visão
Ser reconhecida como uma instituição de Ensino centrada na aprendizagem.
Valores
Cidadania, humanização, sabedoria, humildade e transparência.
Sumário
Sumário 
Apresentação 7
A Professora 9
Introdução 11
1Unidade I
Panorama socioeducacional da comunidade Surda 13
1.1 Cenário Histórico da Educação do Surdo no Brasil 13
1.1.1 Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo 16
1.2 Família, cultura e identidade surda 20
Referências da Unidade I 26
2Unidade II
Língua Brasileira de Sinais 27
2.1 Diversidade das línguas de sinais 27
2.2 Cultura e Identidade Surda 32
2.3 Legislações 41
Referências da Unidade II 46
3Unidade III
Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS 47
3.1 Os cinco parâmetros da LIBRAS 48
3.2 Diferenças entre as regras gramaticais da Língua Portuguesa e da LIBRAS 54
3.2.1 Classificador na LIBRAS 55
3.2.2 Pronomes Pessoais 57
Referências da Unidade III 60
4Unidade IV
Acessibilidade e Cultura Surda 61
4.1 Acessibilidade para os Surdos 61
4.2 Educação Especial para os Surdos 66
4.3 Direito ao Trabalho 67
4.4 Tecnologias para Surdos 68
4.5 Situações Cotidianas 70
Referências da Unidade IV 72
Apresentação
7
Apresentação
Prezado(a) Estudante, 
Há diversas disciplinas em sua formação, entre elas temos a disciplina 
Introdução à Língua Brasileira de Sinais, que foi determinada como obrigatória 
para alguns cursos e segue ofertada como optativa a outros. O reconhecimento da 
LIBRAS como uma das línguas oficiais do país aconteceu por meio da Lei 10.436 de 
24 de Abril de 2002. Já o Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005 apresenta a 
obrigatoriedade de aprendermos a Língua Brasileira de Sinais.
Ao aprender a LIBRAS podemos compreender a forma de comunicação e 
interação dos surdos com a sociedade ouvinte. Esta é uma língua com modalidade 
visuoespacial, onde a informação é recebida por meio dos olhos e realizada com o 
uso das mãos e de expressões faciais e/ou movimentos do corpo.
 
Objetivos da Disciplina:
•	 Conhecer	os	aspectos	históricos	da	educação	de	surdos	no	Brasil;
•	 	Conhecer	a	 legislação	educacional	e	outras	pertinentes	à	 inclusão	
das	pessoas	surdas;
•	 	Oferecer	subsídios	práticos,	para	atuar	no	mercado	de	trabalho	in-
clusivo;
•	 	Favorecer	relacionamento	interpessoal	com	a	cultura	surda;
•	 	Valorizar	a	LIBRAS	como	língua	materna	dos	surdos.
Habilidades e Competências da Disciplina:
•	 Desenvolvimento	 da	 comunicação	 básica	 na	 Língua	 Brasileira	 de	
Sinais;
•	 Conhecimento	à	importância	da	língua	de	sinais	na	construção	do	
surdo,	para	sua	acessibilidade	na	área	cultural,	social	e	educacio-
nal;	
•	 Diferenciamento	dos	aspectos	gramaticais	entre	Língua	Portuguesa	
e	Língua	Brasileira	de	Sinais.
O Professor
9
A Professora
Prof.ª Lidiane Helena Reinaldo Franco
Mestre	 em	 Serviço	 Social	 -	 PUC/SP	 (2013),	 título:		
“Língua	 Brasileira	 de	 Sinais:	 uma	 ponte	 de	 amor	
entre	 pais	 ouvintes	 e	 filhos	 surdos”.	 Especialização	
em	 Educação	 a	 Distância	 pela	 Universidade	 Norte	
do	 Paraná	 (2011),	 título:	 “EAD	 -	 um	método	 eficaz	
na	 inclusão	 da	 pessoa	 com	 surdez,	 no	 Ensino	
Superior”.	 Especialização	 em	 Aconselhamento	 pela		
Faculdade	 Teológica	 Batista	 de	 São	 Paulo(2010),	
título:	 “A	 comunicação	 de	 pais	 ouvintes	 e	 filhos	
com	 surdez”.	 Intérprete	 de	 LIBRAS	 (2007)	 com	
Exame	 Nacional	 de	 Certificação	 para	 Tradução	 e	
Interpretação	 da	 LIBRAS/Língua	 Portuguesa	 -	 Pro	
LIBRAS	 –	 MEC/UFSC,	 Graduada	 em	 Serviço	 Social	 -	
Universidade	do	Vale	do	Paraíba	(1997).	
Atua	 na	 Universidade	 Braz	 Cubas	 desde	 2011,		
Coordenadora	do	Curso	de	Serviço	Social	Universidade	
Braz	 Cubas	 -	 UBC	 (2011	 -	 2014)e	 (2016	 –	 atual).	
Coordenadora	 da	 Extensão	 Universitária	 (2013	 -	
2014)		Coordenadora	do	Núcleo	de	Acessibilidade	e	
do	Núcleo	de	Apoio	Psicopedagógico		(2014	-	atual).	
Atuou	como	Professor	/	 Intérprete	de	LIBRAS	(2010-	
2011).	 Membro	 do	 Comitê	 de	 Ética	 em	 Pesquisa	
da	UBC	 (2011	 -	 2015).	 Atou	 como	Assistente	 Social			
da	saúde		no		Centro	Especializado	em	Reabilitação		
Dr.	Arnaldo	Pezzuti	Cavalcanti	-	CER	APC	(2009	-	2014),		
atuou	como	voluntária	no	Conselho	Municipal	para	
Assuntos	da	Pessoa	com	Deficiência	–	CMAPD	(2009	-	
2011),	na	cidade	de	Mogi	das	Cruzes/SP.
Endereço	para	acessar	este	CV:		
http://lattes.cnpq	br/1339209675248915
 
Introdução
11
Introdução
 
	
Caro(a)	aluno(a),	estamos	juntos	neste	momento	de	aprendizado.	Temos	uma	disciplina	
bem	interessante,	convido-o	à	seguinte	reflexão:
Que	novos	desafios	os	surdos	e	os	ouvintes	podem	compartilhar?
Seria	esta	língua	uma	língua	de	segredos?	Ou	uma	língua	de	sonhos?
Seria	esta	uma	língua	que	permite	falar,	ver	e	ouvir	com	as	mãos?
Aprender	uma	nova	língua	é	possível	e	não	importa	qual	idade	você	tenha...
Ela	te	fará	despertar	para	um	mundo	novo,	te	fará	mais	humano	e	mais	verdadeiro.
Permita-me	que	lhe	apresente	a	Língua	Brasileira	de	Sinais	–	LIBRAS.
Profa.	Ms.	Lidiane	Franco
Introdução
12
Esperamos que você aproveite bem esta oportunidade e conheça a Língua 
Brasileira de Sinais - LIBRAS, introduzida no nosso país por meio da Lei N.º 10.436 de 
24 de abril de 2002, que reconhece como meio legal de comunicação e expressão da 
comunidade surda. 
LIBRAS é a língua materna dos Surdos Brasileiros.
Nosso desafio está em construir em seu cotidiano pessoal e profissional um 
novo olhar para as pessoas com deficiência, em especial para os surdos. Estamos 
participando do processo de formação de novos profissionais nas mais diversas 
áreas. Aprender a LIBRAS será um diferencial para você, esta nova língua poderáoportunizar mediações e fazê-lo conhecer o indivíduo surdo em sua historicidade e 
totalidade.
No decorrer da disciplina teremos as unidades com seus direcionamentos 
e explanações, você ampliará seu conhecimento por meio do livro didático, das 
videoaulas, de links, filmes, artigos, realização de atividades e muito mais. Então, 
estamos juntos para esta nova caminhada.
Unidade 1Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
13
1Unidade I
Panorama socioeducacional da comunidade Surda 
1.1 Cenário Histórico da Educação do Surdo no Brasil
Iniciamos nossos estudos citando que desde o período da Antiguidade até à 
Idade Média os sujeitos surdos eram, de modo geral, rejeitados pela sociedade e, 
posteriormente, eram isolados nos asilos para que pudessem ser protegidos, pois 
não acreditavam que poderiam ter uma educação em função da sua anormalidade, 
ou seja, por um total desconhecimento de causa naquele momento histórico e social. 
O filósofo Aristóteles acreditava que “a linguagem é que fornecia ao indivíduo 
a condição humana”, assim, o surdo sem linguagem não teria a possibilidade de 
desenvolver faculdades intelectuais.
Unidade 1 Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
14
Vejamos o que nos diz a autora Moura1 sobre este período:
Os ouvintes, na antiguidade consideram que os surdos não eram 
seres humanos competentes. Isto decorria do pressuposto de 
que o pensamento não podia se desenvolver sem linguagem 
e que não se desenvolvia sem a fala. Desde que a fala não se 
desenvolvia sem a audição, quem não ouvia, não falava e não 
pensava, não podendo receber ensinamento e, portanto, 
aprender. Este argumento era usado pelos gregos e romanos 
para aqueles que nasciam surdos. Os que perdiam a audição 
após terem adquirido linguagem, por falarem, não entravam 
nesta categorização (MOURA, 2000, p.16)
Nesse contexto entendemos que o surdo foi muito prejudicado em seu 
desenvolvimento social, intelectual e pessoal. A compreensão de que ele seria 
humanizado somente se utilizasse a língua falada, caracterizava incapacidade 
para ações cotidianas, tais como: assinar documentos, fazer testamentos (eram 
considerados como deficientes mentais). Essas pessoas não tinham autonomia para 
responder por seus atos, não tinham direito aos bens familiares. Para se ter ideia até 
o século XII não podiam se casar e não frequentavam reuniões familiares.
As autoras Kojima & Segala (2002, p. 6) apresentam por meio da ilustração 
“O grande calvário dos surdos” um pouco da História da evolução da comunidade 
Surda. 
 
 
1 A profa. Dra. Maria Cecília Moura, no livro “O Surdo: Caminhos para uma nova identidade” nos trouxe 
esclarecimentos sobre a diferenciação para uso de Surdo e surdo. O termo Surdo com letra maiúscula 
para se referir aos indivíduos que fazem uso da Língua de Sinais e estão inseridos na comunidade Surda. 
Utilizaremos ainda o termo ‘surdo’ com letra minúscula, para a condição audiológica de não ouvir e o termo 
‘deficiente auditivo’ para os casos de indivíduos com baixo grau de perda auditiva.
Unidade 1Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
15
Disponível em: <http://falandocomasmaos.webnode.com.br/news/o-grande-calvario-dos-surdos/> 
Acessado em 04/01/2016
Conheça mais:
Para	ampliar	 seu	 conhecimento	 indicamos	a	 leitura	do	Artigo	da	Profa.	Dra.	Karin	 Strobel,	 que	 é	 surda:		O início da história da educação do surdo no Brasil.	O	arquivo	está	disponível	em	sua	plataforma.
 
Unidade 1 Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
16
Na Idade Moderna, no início do Século XVI, foi admitido que o surdo 
pudesse aprender através de procedimentos pedagógicos adequados às suas 
necessidades. O primeiro médico que se preocupou com a saúde dos surdos foi o 
Dr. Gerolamo Cardano, afirmando que a surdez não era motivo para impedir a 
instrução aos surdos. De acordo com Honra (2014), o Dr. Cardano realizou uma 
pesquisa e detectou que a escrita era uma representação dos sons da fala.
Na Espanha, no século XVII, são encontrados os primeiros educadores de 
surdos. O primeiro professor foi Dom Pedro Ponce de León, porém há poucos dados 
sobre os métodos de educação utilizados nesta época. Ele dedicou a maior parte de 
sua vida a ensinar os surdos filhos de nobres, ensinando-os a ler, a escrever, a rezar 
e as doutrinas do Cristianismo. 
Um importante representante na abordagem gestualista foi o método 
francês de educação para surdos do abade Charles-Michel de L’Epeé. Foi fundador 
da primeira escola pública para surdos no ano de 1760, o Instituto para 
jovens Surdos e Mudos, com uma filosofia manualista e oralista. Foi a partir deste 
momento que os surdos adquiriram o direito a uma língua própria. Educadores de 
surdos criaram metodologias para ensiná-los, com a oportunidade da educação 
individual, alguns basearam apenas na língua oral, ou seja, na língua auditiva 
oral, outros pesquisaram e defenderam a língua de sinais, que é uma língua 
visuoespacial. Procurando promover a educação dos surdos, a língua escrita 
desempenhava um papel fundamental. Quando L’Epeé faleceu, já haviam sido 
fundadas 21 escolas para surdos na França e na Europa. 
1.1.1 Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo
A seguir apresentamos abordagens educacionais da comunidade Surda no 
Brasil, a partir do Século XVIII. Precisamos entender o contexto para, posteriormen-
te, compreendermos as lutas sociais e políticas que envolvem os surdos.
 
Oralismo
Os surdos, nos seus primórdios educacionais no Brasil, já foram proibidos de uti-
lizar sinais, nas escolas eram castigados, tinham suas mãos amarradas para trás e 
muitos sofreram com a palmatória. Os surdos tinham dificuldades de se comunicar 
por meio da fala, devido à articulação e a forma de pronunciar as palavras.
Unidade 1Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
17
Para Capovilla e Raphael (2001) mesmo com esforços do Método Oralista, as 
habilidades de leitura e escrita tendiam a se limitarem, assim como todas as outras 
áreas do conhecimento. 
Alexander Graham Bell
Fonte da imagem: <https://www.google.com.br/
search?q=imagem+telefone+grambel&espv=2&biw=1366&bih>.
 
Conheça mais:
Aí	 vai	 uma	 curiosidade	 do	 Período	 do	 Oralismo.		
De	 acordo	 com	 Honora	 (2014),	 Alexander	 Graham	
Bell,	 famoso	 inventor	 do	 telefone,	 era	 filho	 de	 uma	
surda	 e	 casado	 com	 uma	 surda.	 Foi	 considerado		
inimigo	dos	surdos	por	acreditar	que	a	surdez	era	um	
desvio,	os	surdos	deveriam	estudar	com	ouvintes,	não	
como	um	direito,	mas	para	 evitar	 que	os	 surdos	 se	
conhecessem,	se	casassem,	pensando	ser	um	perigo	
à	sociedade.	Criou	o	telefone	em	1876,	tentando	criar	
um	aparelho	de	audição	para	os	Surdos.	
 
Unidade 1 Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
18
A seguir marcos importantes sobre oralismo:
Tabela 1: 
1878 1880 1971
I Congresso Internacio-
nal sobre a Instrução de 
surdos, foi defendido que 
falar era melhor que usar 
sinais. Aconteceram deba-
tes sobre a importância do 
papel da família na educa-
ção e integração social do 
surdo e ganhos civis, onde 
os surdos passaram a ter 
o direito de assinar docu-
mentos.
II Congresso Mundial de 
Surdos-Mudos, em Mi-
lão, Itália, foi organizado 
por maioria oralista com 
propostas de mudanças 
na educação dos surdos, 
apontando a valorização 
da língua oral.
Congresso Mundial de 
Surdos em Paris foi re-
tomado o valor e impor-
tância da língua de sinais 
e o início da inserção da 
Comunicação Total.
Comunicação Total
Utilizou-se não somente a língua oral, mas todo e qualquer meio possível de se fazer 
compreender, a utilização de qualquer recurso linguístico, seja a língua de sinais, a 
língua oral ou códigosmanuais, ritmo, dança etc., para facilitar a comunicação com 
as pessoas Surdas.
 
 
Conheça mais:
Dorothy	Shifflet,	professora	secundária,	mãe	de	uma	
menina	 surda,	 estava	 descontente	 com	 os	métodos	
oralistas	 e	 começou	 a	 utilizar,	 em	 uma	 escola	 na		
Califórnia,	 um	 método	 que	 combinava	 sinais,	 fala,		
leitura	 labial	 e	 treino	 auditivo	 denominando	 seu		
trabalho	de	Total	Approach	–	Abordagem	Total.		
 
 A Comunicação Total foi desenvolvida no século XX, após o fracasso do 
Oralismo puro para muitos surdos, que não tiveram o sucesso esperado na leitura 
de lábios e na emissão de palavras.
Unidade 1Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
19
O uso simultâneo da língua de sinais, na prática, demonstrou ser viável, pois 
ambas são diferentes, percebeu-se, então, a riqueza da variedade dos sinais, abrindo 
um canal para o Bilinguismo. 
 
Bilinguismo
Tem como objetivo levar o surdo a desenvolver habilidades primeiramente na 
língua de sinais natural e depois na língua escrita, ambas de seu país.
Vejamos a afirmação apresentada pelo autor Sacks referente ao Bilinguismo: 
As crianças surdas precisam ter contato primeiro com pessoas fluentes 
na língua de sinais, sejam seus pais, professores ou outros. Ao aprender 
a comunicação por sinais, crianças podem ser fluente aos três anos de 
idade, tudo então pode decorrer: livre intercurso de pensamento, livre 
fluxo de informações, aprendizado da leitura e escrita e, talvez, da fala. 
Não há indícios de que o uso de uma língua de sinais iniba a aquisição 
da fala. De fato, provavelmente ocorre o inverso (...) (SACKS, 2002, p.56).
Iremos detalhar mais sobre o Bilinguismo e sobre a cultura surda nas próximas 
unidades.
INES – Instituto Nacional de Educação e Integração dos Surdos
Localizado no Rio de Janeiro, desenvolveu como o passar dos anos o 
caráter profissionalizante, atendendo alunos do sexo masculino e feminino. 
Em 1993 passou a ser um centro nacional de referência na área da surdez. É um 
órgão do Ministério da Educação – MEC, com a missão institucional de proteção, 
desenvolvimento e divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos na 
área da surdez, subsidiando a política nacional de educação, promovendo o 
desenvolvimento global da pessoa surda e a plena socialização e o respeito de 
suas diferenças, no INES foram capacitados os primeiros e principais divulgadores 
da LIBRAS.
Unidade 1 Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
20
Conheça mais:
Acesse	o		site	do	Instituto	e	c
onheça	um	pouco	mais	
do	seu	belo	trabalho.	http://w
ww.ines.gov.br/
 
 
D.	 Pedro	 II	 tinha	 um	 neto	 surdo,	 filho	 da	 Princesa	 Isabel.	 Ele	 convidou	
o	 professor	 francês	 Hernest	 Huet,	 surdo,	 para	 vir	 ao	 Brasil	 e	 fundar	 o		
Instituto	de	Surdos	Mudos	no	Rio	de	 Janeiro	em	1855	e,	posteriormente,	
passou	a	ser	denominado,	em	1957,	de	Instituto	Nacional	de	Educação	de	
Surdos	 (INES),	ao	ter	contato	com	os	surdos	brasileiros	 foi	dado	 início	a	
Língua	Brasileira	de	Sinais	-	LIBRAS.	Nossa	língua	de	sinais	originou-se	da	
Língua	Francesa	de	Sinais.
1.2 Família, cultura e identidade surda
No contexto de família, muitos idealizam e buscam ser o porto seguro, o local 
de amor, de respeito, de aconchego, de proteção psicossocial, ou seja, o princípio da 
socialização, porém, bem sabemos que por vezes a realidade das famílias segue ca-
minhos diferentes. As crianças crescem em busca de referenciais identitários, assim 
Unidade 1Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
21
também acontece com os surdos.
Santos (2012) descreve que a família é a primeira instituição social, considera-
da como base da sociedade. Quando se ensina cultura está se ensinando formas de 
agir com os outros, formas de lidar com o mundo, perpassando pelo contexto em 
que a criança está inserida e pela forma de se comunicar, mesmo com palavras, com 
gestos ou com vestimentas.
Anteriormente, a descoberta da surdez acontecia, geralmente, de forma tardia, 
quando as mães e/ou responsáveis em geral na primeira infância, ou mesmo em 
idade escolar, pais ou professores, observavam detalhes como: limitação na 
interação da criança, a falta de atenção em algumas atividades, a quietude quando 
chamada, a porta que ao bater não a assustava, o sinal sonoro da escola, a tampa 
da panela que ao cair não provocava espanto, o som alto que não incomoda, dentre 
outras situações. 
Já a geração de crianças surdas dos últimos anos, tem um complemento na 
legislação na área da saúde no Brasil, a Lei Nº 12.303, de 2 de agosto de 2010, que 
torna obrigatória a realização gratuita do exame chamado Emissões Otoacústicas 
Evocadas, conhecida como “Teste da Orelhinha”, em todas as crianças nascidas em 
hospitais e maternidades e o procedimento é simples.
Quando há constatação de alguma alteração no exame da criança, a famí-
lia deve ser orientada e encaminhada para um serviço de diagnóstico, onde serão 
realizadas avaliações otorrinolaringológicas e exames complementares. Com o 
resultado do tipo e do grau da perda auditiva, o bebê precisa ser encaminhado 
para um programa de intervenção e orientação à família, preparando-os para a 
necessidade do uso de aparelhos de amplificação ou até mesmo de implante coclear 
e terapia de fonoaudiologia. O profissional fonoaudiólogo tem papel fundamental 
durante todas as fases do processo de detecção, diagnóstico e intervenção precoce 
nas alterações auditivas. 
Pesquisas sobre o implante coclear tiveram início na França por volta de 
1957 e nos Estados Unidos foram utilizadas a partir de 1970. No Brasil a partir de 
1988 o Grupo de Implante Coclear do Hospital das Clínicas e FMUSP (Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo) iniciou suas atividades e tem acompanhado 
os pacientes implantados. 
 
 
Unidade 1 Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
22
 
Aparelho utilizado para implante coclear.
Fonte: <http://implantecoclear.net/images/processor%20on%20ear.jpg> 
 
Há casos em que o implante não é indicado e a família segue para o aprendiza-
do da língua de sinais e da oralização.
Vamos imaginar a realidade de famílias com filho surdo. Pais ouvintes que con-
vivem com filhos ouvintes dialogam livremente, ensinam quando estão sentados à 
mesa, brincam e interagem sobre a constituição familiar, podem dirigir e conversar 
com seu filho, eles cantam ou brincam na hora de dormir. E para os pais ouvintes 
com filhos surdos? Eles irão precisar de novos recursos para desenvolver a comuni-
cação, bem como apoio de profissionais como otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, 
psicólogo, assistente social, pedagogo e talvez outros profissionais. 
Observa-se que o primeiro recurso utilizado pelas famílias são gestos, mímicas 
e sinais próprios realizado em família, depois ao iniciarem o contato e o aprendizado 
da Língua de Sinais conhecem o alfabeto manual, os números e sinais básicos e a 
cultura surda.
Unidade 1Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
23
Dica de Filme:
“And Your Name Is Jonah”	(Tradução	para	Português:	Meu	nome	é	Jonas),	
filme	produzido	nos	Estados	Unidos	da	América	no	ano	de	1979,	onde	o	
pequeno	Jonas	permaneceu	 internado	em	uma	instituição	para	crianças	
consideradas	deficientes	mentais.	 Ao	descobrir	o	 erro	médico,	 seus	pais	
o	retiram	do	ambiente	hospitalar	e	o	levam	para	casa.		Ocorrem	diversas	
questões	que	são	pontuadas	em	nossa	atualidade	em	relação	às	famílias	
ouvintes	com	filhos	surdos,	e	somente	depois	ao	final	quando	acontece	o	
acesso	à	comunidade	surda	e	o	contato	da	criança	com	seus	pares	pode-
mos	observar	o	início	da	construção	do	processo	de	identidade.	
https://www.youtube.com/watch?v=jPHlDcPxjx8Exemplos de sinais básicos
 
 
Casa Eu Não Tchau
Há o outro lado da história... Quando os pais são surdos e os filhos nascem 
ouvintes. Na família estará presente a cultura surda e a cultura ouvinte, os filhos se 
apropriam de duas línguas, a oral e a língua de sinais. Crescem em meio à diversida-
de sociocultural e linguística. Mesmo sem compreender plenamente se tornam os 
pequenos intérpretes de seus pais. 
Temos pesquisadores que estudam sobre o CODA (Children	 of	 deaf	 adults	 –		
Filho de pais surdos). Leia o artigo e assista aos vídeos indicados e disponibilizados 
na sua plataforma, eles trarão novos conhecimentos a você. 
Na próxima Unidade você irá conhecer mais sobre a cultura e identidade do 
Surdo, as legislações que estão vigentes em nosso país e novos vocabulários.
 
Unidade 1 Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
24
 
Conheça mais:
Pensando	no	contexto	familiar,	a
ssista	ao	vídeo	indi-
cado	para	conhecer	uma	pouco	m
ais.
	 “Sourds	 et	 Malentendus”	 (Surd
o	 e	 Incompreendido	
-	Tradução	para	Português:	Sou
	surdo	e	não	sabia).	
Documentário	 produzido	na	 Fra
nça	 em	2009,	 apre-
senta	a	história	verídica	de	Sand
rine	Herman,	surda	
de	nascença,	 filha	de	pais	 ouvin
tes,	 seu	diagnóstico	
foi	tardio,	porém	havia	algo	de	p
recioso	na	família:	o	
carinho,	afeto,	o	contato,	a	prox
imidade	que	existiu	
desde	o	início,	mas	quando	rece
beram	o	diagnóstico	
da	surdez	tudo	se	desmoronou,	
seus	pais	não	foram	
os	mesmos,	havia	uma	tristeza	em
	seus	rostos,	depois	
compreendeu	a	decepção	de	seu
s	pais,	a	filha	Sabri-
ne	passou	a	ser	uma	“Grande	Or
elha”.	O	filme	ainda	
levanta	a	discussão	sobre	a	conv
eniência	do	implante	
coclear,	da	oralização	de	criança
s	surdas	e	da	língua	
dos	sinais.		O	link	do	filme	está	di
sponível	em	seu	AVA.	
Em	 08/04/1864	 foi	 fundada	 a	 primeira	 faculdade	 para	 Surdos,	 em		
Washington,	 nos	 Estados	 Unidos	 –	 Universidade	 Gallaudet,	 tem	 como		
língua	 oficial	 	 American	 Sign	 Language	 (ASL).	 A	 Língua	 de	 Sinais	 Ameri-	
cana	em	2014	completou	150	anos.	Acesse	o	material	disponível	em	seu	
AVA.	
Unidade 1Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
25
Aprendemos que:
Ao	finalizarmos	esta	Unidade	você	aprendeu	um	pouco	sobre	a	história	
dos	 surdos,	 suas	 lutas	e	 conquistas,	 sua	cultura	e	o	quanto	a	 língua	de	
sinais	 é	 necessária	 para	 o	 desenvolvimento	 deste	 indivíduo.	O	 acesso	 à	
comunicação	é	direito	de	todos.		Ao	assistir	as	vídeoaulas	você	terá	a	opor-
tunidade	de	aprender	o	alfabeto	manual,	os	números	e	sinais	básicos	para	
sua	comunicação.		Utilize	bem	este	material,	pois	somos	seres	sociais	e	a	
inclusão	pode	 efetivamente	 ser	 realizada	por	meio	de	 cada	profissional	
que	tem	o	olhar	e	o	respeito	à	diversidade.
Atenção	para	seus	estudos,	estamos	na	Unidade	I	e	temos	muito	a	apren-
der.	Na	próxima	Unidade	compartilharemos	sobre	a	 importância	de	co-
nhecermos	a	Língua	Brasileira	de	Sinais,	cultura	e	identidade,	e	legislações	
que	fazem	valer	os	direitos	das	pessoas	com	deficiência	e	em	especial	a	
comunidade	Surda.	
Até	lá,	esperamos	você!
Dica de Leitura:
Indicação:	 Revista Fundação Otorrinolaringologista – Implante Co-
clear – teste da orelhinha	 	 http://gforl.forl.org.br/Content/CKEditor/ou-
vir1-635598693653568576.pdf1ª.	Edição
Aprenda	mais	com:	Dra. Mara Gandara,	otorrinolaringologista	e	professo-
ra	de	Otorrinolaringologia	da	USP	que	apresenta	as	principais	causas	da	
surdez.	Acesse:	https://www.youtube.com/watch?v=QQeEc_3rmME/			Lucia-
na	Ferreira	-		Jovem	Pan	Online
http://www.implantecoclear.org.br/textos.asp?id=6
Unidade 1 Panorama Histórico da Educação do Surdo no Brasil
26
Referências da Unidade I
CAPOVILLA, C.F. e RAPHAEL, W.D. Enciclopédia Ilustrada Trilíngüe – Língua Brasi-
leira de Sinais. Vol. I e II. São Paulo: São Paulo, 2001.
GOLDFELD, Márcia. A criança surda. Linguagem e cognição numa perspectiva 
sociointeracionista. 3ª. Edição. São Paulo: Plexus, 2002.
IBGE. Brasil, Disponível em: www.ibge.gov.br/apps . Acesso em 10 out de 2015.
HONORA, Márcia. Inclusão educacional de alunos com surdez: concepções e alfa-
betização: ensino fundamental. São Paulo: Cortez, 2014.
KOJIMA, C. K.; SEGALA, Sueli Ramalho. LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – A 
imagem do Pensamento. Volume 2. São Paulo: Livros Escala, 2002.
LACERDA, Cristina B.F. Um pouco da história das diferentes abordagens na edu-
cação dos surdos. Campinas: Cad.CEDES.1998, vol.19,n.46.
MOURA, M. C. de. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: 
Revinter. 2000.
SA, Nidia Regina Limeira de. Cultura, Poder e Educação de Surdos: A questão da 
(s) identidade (s) surda (s).1.ed. Manaus: Universidade Federal do Amazonas, 2002. 
SACKS, O. W. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução Laura 
Teixeira Mota. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
SANTOS, C. S. L. S.Transmissão de Valores na Família: Uma abordagem a partir 
da teoria da comunicação. PUC/SP. São Paulo, 2012. Especialização em Terapia Fa-
miliar e de Casal.
SILVA, A. C.; NEMBRI, A. G. Ouvindo o silêncio. Surdez, linguagem e educação. Por-
to Alegre: Mediação, 2008.
SKLIAR, Carlos. A Surdez um olhar sobre as diferenças: Múltiplas identidades 
surdas.3.ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
27
2Unidade II
Língua Brasileira de Sinais
 
2.1 Diversidade das línguas de sinais
Caro(a) aluno(a), este deve ser um momento de grandes descobertas para 
você, então vamos em frente. Afinal, de qual língua estamos falando? A língua do 
SURDO-MUDO? Pense em sua vida cotidiana, você já viu ou ouviu alguém dizer: “Co-
nheço um surdo-mudo”, “no meu trabalho tem uma moça surda-muda” ou “lá vai 
o mudinho”. Queremos esclarecer que este é um erro frequente da comunidade 
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
28
ouvinte, pois não necessariamente os surdos são também mudos. 
No Brasil os surdos utilizam a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. É o meio de 
comunicação da pessoa surda com perda auditiva profunda. De acordo com Gesser 
(2009), trata-se de uma língua de modalidade visuoespacial; ou seja, a língua, quando 
sinalizada, fica mais palpável e visível. Por meio dos sinais os surdos expressam seus 
sentimentos, suas dúvidas, suas propostas, suas intenções etc. Esse modo possibilita 
a saída do mundo fechado, causado pela falta do som, para a abertura do processo 
de sociabilização e inserção no mundo sociocultural dos ouvintes. 
Uma informação importante para aprendermos e socializarmos. Pereira (2011) 
relata que cada país tem sua língua de sinais, como tem sua língua na modalidade 
oral, as línguas de sinais são naturais, ou seja, nasceram naturalmente nas comuni-
dades. A língua de sinais não é UNIVERSAL. 
Os seres humanos podem utilizar uma língua de acordo com a 
modalidade de percepção e produção desta: modalidade oral
-auditiva (português, francês, inglês etc.) ou modalidade visuoes-
pacial (língua de sinais brasileira, língua de sinais americana, lín-
gua de sinais francesa etc.)” (QUADROS & KARNOPP, 2004, p.24).
 
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
29
Alfabeto Manual da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
 
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
30
Veja alguns exemplos da diversidade das línguas de sinais:
Alfabeto manual de outros países:
 
LIBRAS
Americano
Francês
Italiano
Você poderá visualizar o alfabeto manual completo de outros países na sua 
plataforma.
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
31
Para Quadros & Karnopp (2004), as línguas de sinais são distintas e há também 
os dialetos, comoem outras línguas orais.
Seus parâmetros fonológicos são locação, movimento e configu-
ração de mãos.		(QUADROS & KARNOPP, 2004, p.51).
A Professora e Fonoaudióloga Dra. Maria Cecilia Moura (2006), explica que 
dentro da sociedade ouvinte, eles (os surdos) construíram uma comunidade própria, 
com sua cultura, sua língua e tentaram se estabelecer como grupo minoritário que 
pudesse ser aceito numa visão multicultural.
Numa visão multicultural podemos pensar em diferenças cul-
turais que podem se revelar nos aspectos relacionados aos 
comportamentos, valores, atitudes, em que a surdez não é vista 
como doença, mas como uma diferença; de estilos cognitivos, 
que talvez pudéssemos considerar como diferentes por serem 
gerados por uma forma de perceber o mundo pela via visual e 
de práticas sociais que se estabelecem pela sua forma de lingua-
gem. (MOURA, 2000, p.66)
 
Conheça mais:
Em	sua	plataforma	disponibili
zamos	o	vídeo:	“Quem	é	
a	pessoa	surda?”	da	ONG	Vez	
da	Voz,	em	que	a	Profa.	
Dra.	Maria	Cecília	Moura	–	Fo
noaudióloga,	Pesquisa-
dora	e	Docente	da	PUC/SP	-	P
aullo	Vieira	–	surdo	–	e	
Fabiano	Campos	–	Intérprete	
de	LIBRAS	–	mostram	o	
que	é	a	LIBRAS	feita	por	um	su
rdo.	
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
32
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a deficiência auditiva é entendida 
como um tipo de privação sensorial, onde o sintoma comum é a reação anormal 
diante do estímulo sonoro. Do ponto de vista médico, a surdez é considerada um 
déficit sensorial que acarreta uma incapacidade de ouvir, empobrecendo a comuni-
cação. 
Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, 
por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de 
experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da 
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Parágrafo único. Considera-se defi-
ciência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um de-
cibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 
1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. (Decreto 5.626 de 22/12/2005.)
2.2 Cultura e Identidade Surda
Como você se sentiria se fosse transferido para a China, sem nunca ter tido 
contato com a língua falada, a língua escrita, com a cultura, com os hábitos, enfim, 
com a forma de viver daquele povo? 
O mesmo acontece com o surdo quando se depara com a realidade da cultura 
ouvinte. Será que é fácil? Então, quando se relacionar com um surdo pense nas difi-
culdades e obstáculos diários que ele precisa superar para conviver e se comunicar. 
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
33
Karin Strobel (2008), surda, esclarece que a cultura surda é o jeito de o sujeito 
surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável, 
ajustando-os com as suas percepções visuais que, contribuem para a definição das 
identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas. 
Veja que interessante...
Dentro da cultura da comunidade surda, além do seu nome civil, cada surdo 
recebe uma espécie de ‘batismo’ de seu nome com um sinal que o identifique. 
Veja abaixo.
Este é o JOÃO. Ele foi batizado (em Língua de 
Sinais) com o sinal da letra “J”, em LIBRAS, realizada à 
frente do corpo com a mão direita.
Os amigos ao se referirem a este João, utilizam o sinal com o qual foi batizado. 
E ele, ao se apresentar, faz seu sinal, ou seja, seu ‘novo nome em LIBRAS’.
Esta é uma forma de facilitar sua identificação, para que não seja necessária a 
soletração de seu nome, usando o sinal direto conforme batizado pelo surdo. 
Os ouvintes em contato direto com os outros surdos, ou que fazem parte de 
seu convívio em família, ou por amigos, escola e professores também recebem de 
‘presente’ um sinal dos surdos para sua identificação pessoal. 
Conhecer sobre a língua de sinais nos possibilita conhecer e acessar uma nova 
língua, que manifesta um novo costume e uma nova cultura. Assim, podemos fazer 
acontecer realmente a inclusão, deixando para traz o preconceito, a exclusão, a falta 
de integração social e outras questões.
Por isso a informação, a conscientização e o conhecimento são de grande valia 
para todos. Você pode e deve ser um multiplicador deste novo saber.
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
34
Veja que interessante o que diz o Fonoaudiólogo Dr. Carlos Bernardo Skliar 
(2009) quando explica que dentro da comunidade dos Surdos, o mundo é visto como 
sendo dividido entre o mundo dos surdos e o mundo dos ouvintes. 
De acordo com Skiliar (2009) no mundo dos Surdos não existem incapazes, 
mas simplesmente a utilização de uma linguagem diferente, sendo visual/gestual. 
Assim, é correto afirmar que as pessoas que falam línguas de sinais expressam sen-
timentos, emoções e quaisquer ideias ou conceitos abstratos. A diferença está no 
canal de comunicação, o qual é visual.
Bernardino (2000), faz uma importante observação nas funções da língua, 
apresentando-a como via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as 
esferas do conhecimento, pois desempenha a função de suporte do pensamento 
e estimula o desenvolvimento cognitivo e social, também expõe que a Língua Oral 
não preenche todas as funções, sendo imprescindível o aprendizado de uma língua 
visual-sinalizada desde a primeira infância. 
“Não é a surdez que compromete o desenvolvimento do sur-
do, e sim a falta de acesso a uma língua. A ausência dela tem 
consequências gravíssimas: tornar o indivíduo solitário, além 
de comprometer o desenvolvimento de suas capacidades 
mentais (GESSER, 2009, p.76)”.
 
 Dentro da cultura Surda existe ainda a questão das variações próprias das 
regionalidades, espécies de ramificações, que propicia a criação e variação de sinais 
que são específicos da mesma maneira como utilizamos na língua oral, como exem-
plo:
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
35
- o sinal da palavra AVIÃO. 
 
Sinal de avião em SP Sinal de avião no RJ
A comunidade linguística surda é minoritária comparada à comunidade linguís-
tica ouvinte, isso, de certa forma, os leva a se organizarem em grupos e associações 
e a estabelecerem condutas e valores próprios. Como em qualquer outra cultura, os 
membros compartilham valores, crenças e comportamentos comuns, e o principal, 
uma língua própria, diferente da maioria.
Você pode pesquisar sobre a Federação Nacional de Educação e Integra-
ção dos Surdos (FENEIS) – é uma entidade filantrópica com finalidade sociocultural, 
assistencial e educacional. Tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da 
Comunidade Surda Brasileira. O seu maior propósito tem sido divulgar a LIBRAS – 
Língua Brasileira de Sinais. A FENEIS busca ampliar seus convênios com diversas 
empresas a fim de possibilitar a contratação dos surdos pelo mercado de trabalho. 
A FENEIS está representada nos Estados do Amazonas, Minas Gerais, Ceará, São 
Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco.
A língua de sinais é o símbolo de identidade para os surdos e pertencer a uma 
comunidade surda se dá pelo domínio da língua de sinais e pelo sentimento de 
pertencimento, pois na comunidade, a surdez é vista como uma diferença e não 
deficiência.
O principal meio de integração social utilizada pelos surdos é a língua de sinais, 
seja na família, na escola ou nos grupos de amigos. Nesse grupo, o tido como normal 
é, justamente, ser surdo!
Vamos conhecer algumas características no processo de comunicação e 
interação social dos surdos.
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
36
 
O TOQUE FEEDBACK CONTATO VISUAL
É uma forma de chamar 
a atenção. Como as pes-
soas surdas não ouvem 
alguém que se aproxima 
por tráspara chamá-lo é 
necessário, por exemplo, 
que, com um toque, você 
chame a sua atenção. 
Atenção! O toque deve ser 
leve e dado no braço ou 
antebraço, nunca em ou-
tra parte do corpo, princi-
palmente na cabeça.
Há uma grande preocupa-
ção por parte do surdo de 
que a(s) outra(s) pessoa(s) 
entenda(m) o que ele está 
dizendo, por isso, é co-
mum ele reforçar mais 
de uma vez a informação 
passada, perguntando se 
entendeu, por exemplo.
O contato visual é extre-
mamente valorizado, pois 
toda sua comunicação 
está diretamente relacio-
nada ao campo da visão 
(desde que não seja sur-
do-cego1, nesses casos há 
outra forma de interação). 
Para algumas pessoas 
(ouvintes) manter um con-
tato visual nem sempre é 
fácil.
Dicas importantes na interação com surdo:
1
Não desvie o olhar, o contato visual para o surdo é fundamental. Caso 
isso não ocorra ele pode se sentir desrespeitado, ignorado, ou achar 
que você não tem interesse na conversa;
2
Virar de costas é um insulto. Não dê as costas ao surdo quando estive-
rem interagindo. Caso precise se virar, o avise;
3
Cumprimento, tanto na chegada, como na despedida os surdos são mais 
formais, dispendem atenção total à pessoa cumprimentada. Por isso, 
retirar-se silenciosamente, sem se despedir é uma indelicadeza;
4
Falar pausadamente. Alguns surdos são capazes de fazer leitura labial, 
habilidade adquirida ao longo do tempo com treino, ou por ter perdido 
a audição após um período como ouvinte.
5
Se duas pessoas surdas estiverem conversando, e você quiser falar 
com uma delas, posicione-se ao lado da pessoa com a qual quer con-
versar e aguarde ela olhar para você. 
 
1 LIBRAS – Tátil - É a LIBRAS realizada na palma de uma das mãos de pessoas surdo-cegas por meio de 
um profissional identificado como guia-intérprete, que ao sair acompanhado(a) de uma pessoa surdo-
cega para fazer compras, pagar contas, cumprir compromissos profissionais etc., se utiliza de diversos 
recursos de comunicação. Além da LIBRAS Tátil, um outro recurso é o método Tadoma.
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
37
Veja alguns sinais que podem ajudá-lo na interação com os surdos.
OI Obrigado
Desculpa Tchau
 
Aprenda	 outros	 sinais	 como:	 Bom	dia!	 Boa	 Tarde!	 Boa	 noite!	 Assistindo	
nossas	aulas.
 
 Para complementar, vamos apresentar os sinais referentes a dias da semana 
e meses do ano, vai que alguém te pergunte que dia da semana é hoje, ou em qual 
mês você faz aniversário...
Vamos começar com os DIAS DA SEMANA
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
38
 
Segunda-feira
 
dedo indicador e 
médio
Terça-feira
 
dedo indicador, 
médio e anular
Quarta-feira
 
dedo indicador, 
médio, anular e 
mínimo
Quinta-feira
 
dedo indicador, 
médio, anular e 
mínimo 
 
Sexta-feira
 
dedo indicador 
flexionado em X
Sábado
 
a configuração começa 
em C e termina em S
Domingo
 
dedo configurado em D, na 
frente do rosto com o movi-
mento circular 1x
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
39
MESES DO ANO
Importante! O sinal referente ao mês sempre é feito antes do nome do mês.
 
Sinal referente ao mês. 
Representa o sinal “1” antes do nome do mês.
Janeiro
Março
Fevereiro
Abril
Maio Junho
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
40
Julho
Setembro
Novembro
Agosto
Outubro
Dezembro
A seguir falaremos sobre legislações que foram aprovadas em nosso país e que 
contemplam as pessoas com deficiência.
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
41
2.3 Legislações
VOCÊ SABIA QUE LIBRAS É A SEGUNDA LÍNGUA DO NOSSO PAÍS?
O Brasil reconheceu a Língua Brasileira de Sinais por meio da Lei Nº 10.436 de 
24/04/2002. Desde este período temos novos direcionamentos legais específicos à 
população que necessita de acessibilidade e integração social por meio da língua de 
sinais. Com tal reconhecimento a pessoa Surda pode vivenciar uma maior inclusão 
social, ampliando as possibilidades de vencer as barreiras da falta de comunicação e 
socialização, estabelecendo níveis importantes de cidadania.
Outra conquista da comunidade surda foi o Decreto 5.626 de 22/12/2005 que 
determinou que a Língua Brasileira de Sinais recebesse proteção e respeito no uso 
corrente das comunidades surdas. Ele assegura a presença de profissionais intérpre-
tes nos espaços formais e institucionais, como na administração pública direta e in-
direta e a inclusão do ensino da LIBRAS nos cursos de formação e educação especial, 
tais como: fonoaudiologia, magistério e profissionais intérpretes sendo optativo para 
o aluno e obrigatório para a instituição de ensino.
Além disto, o Decreto dispõe sobre a inclusão de LIBRAS como disciplina cur-
ricular regular para os cursos de Licenciatura, Fonoaudiologia e cursos de Educação 
Especial. Para os cursos de ensino superior e na educação profissional constitui-se 
como disciplina curricular optativa, bem como apresenta em seu Capítulo II, Art. 6º, 
inciso III que: os serviços de atendimento para as pessoas com deficiência auditiva, 
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
42
sejam, prioritariamente, prestados por intérpretes ou pessoas capacitadas em Lín-
gua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Considerando a Portaria do MEC 976/2006, encontramos os artigos abaixo:
Art. 1° - Os eventos, periódicos ou não, realizados ou apoiados, 
direta ou indiretamente, pelo ministério da Educação e por suas 
entidades vinculadas deverão atender aos padrões de acessibili-
dade do decreto n° 5.296/2004.
Art. 3° - A contratação de serviços de organizações, apoio e reali-
zação dos eventos pelo Ministério da educação e entidades vin-
culadas deverá prever e prover: I - disponibilização de serviços 
de tradutores e intérpretes de Língua Brasileiras de Sinais – LI-
BRAS para pessoas surdas ou com deficiência auditiva.
Podemos ressaltar que a comunidade surda tem se mobilizado por meio de 
movimentos, manifestações, reuniões junto com as federações de surdos, com 
intuito de discutirem e reivindicarem o acesso a Educação Bilíngue. 
 
Identificação Assunto e Link (acesso direto ao aluno)
Lei Nº 10.098 de 
19/12/2000
Lei de Acessibilidade – LIBRAS como idioma das comunidades Surdas 
do Brasil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm
Lei Nº 10.436 de 
24/04/2002
Lei que reconhece a Língua Brasileira de Sinais 
http://www.planalto.govw.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm
Ato portaria 
Nº 2.073 de 
28/09/2004
Institui a Política de Atenção à Saúde Auditiva 
http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/PORTARIA_2073.
pdf
Decreto Nº 5.626 
de 22/12/2005
Regulamenta a Lei no 10.436, que dispõe sobre a Língua Brasileira 
de Sinais - LIBRAS, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro 
de 2000
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/
D5626.htm
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
43
Lei Nº 11.796 de 
29/10/2008
Institui o Dia Nacional dos Surdos - 26 de Setembro de cada ano
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/
L11796.htm
Lei Nº 12.319 Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasilei-
ra de Sinais – LIBRAS
Lei Nº 12.319 de 
01/11/2010
LIBRAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/
L12319.htm
Decreto Nº 7.611 
de 17/11/2011
Dispõe sobre Educação Especial - Atendimento Educacional Especia-
lizado – AEE
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/
d7611.htm
Decreto 7.612 de 
17/11/2011
Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Pla-
no Viver sem Limite 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7612.htm
Portaria Nº 793 
de 24/04/2012
Institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do 
Sistema Único de Saúde 
http://www.conass.org.br/index.php?option=com_content&view=ar-
ticle&id=713:ci-n168-publicada-pt-gm-n793-que-institui-a-rede-de-
cuidados-a-pessoa-com-deficiencia-no-ambito-do-sus&catid=6:co-
nass-informa&Itemid=14
Lei Nº 13.146 de 
06/07/2015
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Esta-
tuto da Pessoa com Deficiência
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/
L13146.htm
Independente	 da	 sua	 área	 de	 formação	 e	 atuação	 consulte	 as	 leis	 que	
apresentamos	–	estão	disponíveis	no	seu	AVA,	pois,	o	conhecimento	é	de	
grande	valia	e	possibilita	nos	apropriarmos	dos	direitos	já	adquiridos	na	
área	da	pessoa	com	deficiência.
 
 Vale citar que há municípios, estados ou regiões contemplados com Centros 
de Referência ou de Reabilitação dedicados ao atendimento à pessoa com deficiên-
cia. Pesquise em sua região e se informe sobre esses locais. 
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
44
Conheça mais:
Os	surdos	podem	ser		
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2015
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SCx91Ok
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Tetamanti	–	DUDU	TETA
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bx_480g
A Braz CubasUnidade 2Língua Brasileira de Sinais
45
Aprendemos que:
Os	surdos	estão	inseridos	em	uma	cultura	própria.	A	língua	de	sinais	não	é	
universal,	há	língua	de	sinais	específica	de	cada	país,	e	há	sinais	diferentes	
por	regionalidade,	ainda	que	no	mesmo	país.	A	LIBRAS	foi	reconhecida	em	
nosso	país	em	2002.	Aprendemos	sobre	algumas	leis,	Decretos	e	Portarias	
que	estão	aprovadas	e	precisam	ser	implantadas.
Na	 Unidade	 III	 compartilharemos	 sobre	 a	 Estrutura	 Gramatical	 da		
Língua	 Brasileira	 de	 Sinais	 e	 você	 irá	 descobrir	 as	 características		
da	 modalidade	 gestual-visual-espacial,	 a	 construção	 e	 a	 formação	 da		
LIBRAS,	 compreendendo	 	a	 importância	da	 configuração	de	mãos	nesta	
língua	e	muito	mais.	
Dica de Leitura:
Cartilha de LIBRAS 
http://pt.slideshare.net/Partido_Verder_SP/cartilha-de-LIBRAS	
https://www.youtube.com/watch?v=zVHSrfgH9ik
Ressoar - TeleLIBRAS 107 - O primeiro telejornal inclusivo
(o	link	é	extenso,	por	favor		deixar	o	acesso	por	3	min.04)
Revista Sentidos 
http://revistasentidos.uol.com.br/inclusao-social/0/surdo-219280-1.
asp
Livro: “LIBRAS – Conhecimento além dos sinais”.	
Disponível	em	nossa	Biblioteca	Virtual
A Braz CubasUnidade 2 Língua Brasileira de Sinais
46
Referências da Unidade II
BERNARDINO, E.L. Absurdo ou lógica? Os surdos e sua produção linguística. Belo 
Horizonte: Profetizando Vida, 2000. 
GESSER, Audrei. LIBRAS: Que língua é essa? Parábola Editora – São Paulo 2009. 
PERLIN,G.T. Histórias de vida surda: Identidades em questão. Dissertação Mes-
trado - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 1998.
QUADROS, R. M. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: 
Artmed, 1997.
QUADROS, R.M. & KARNOPP, L.B. Língua de Sinais Brasileira – Estudos Linguísti-
cos. Porto Alegre: Artmed, 2004
QUADROS R.M. e PERLIN, G (Org.) Estudos Surdos I. Petrópolis, RJ. Arara Azul, 2006. 
SKLIAR, C. (Org.) A atualidade da educação bilíngue para surdos: processos e pro-
jetos. Porto Alegre: Mediação, 2009.
A Braz CubasUnidade 3Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
47
3Unidade III
Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
A partir de agora vamos nos aprofundar ainda mais nas questões linguísticas 
e gramaticais da língua de sinais. É uma língua que se compõe de todos os aspectos 
como qualquer outra língua, falada ou escrita.
As pessoas estão acostumadas a relacionar língua apenas com o dom da fala. 
Assim,	quando	 falamos	em	 língua	de	 sinais,	 que	 exige	uma	asso-
ciação	de	língua	com	sinais,	normalmente	as	pessoas	apresentam	
concepções	equivocadas.	(QUADROS,	1997,	p.46).
A língua de sinais tem uma estrutura própria e existem algumas regras do portu-
guês que são totalmente incompatíveis. Pode-se citar, por exemplo, o uso de artigo,co-
mumente utilizada no português, mas não utilizado na língua de sinais.
A Braz CubasUnidade 3 Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
48
Como toda língua, a língua de sinais é viva, dessa forma, ao longo do tempo, fo-
ram e são incorporados novos vocábulos/sinais a ela; assim, quando há a necessidade, 
a comunidade surda, com base em estudos e discussões, decide por um novo sinal e, 
desde que se torne aceito pela comunidade surda, será então divulgado e incorporado 
à LIBRAS.
Lembrando: Cada país tem a sua própria língua, embora possa haver semelhan-
ça entre um e outro país. 
 
O alfabeto manual é utilizado para soletrar, essa soletração chama-se datilo-
logia. É usada para expressar nomes de pessoas, lugares e outras palavras que não 
possuem sinal.
3.1 Os cinco parâmetros da LIBRAS
Para sinalizar ou fazer os sinais é necessário que utilizemos os cinco 
parâmetros que compõem a Língua Brasileira de Sinais. De acordo com o MEC 
(2007), podemos encontrar os seguintes parâmetros: Configuração	 de	 Mãos	 (CM),		
Ponto	 de	 Articulação	 (PA),	 Movimento	 (M),	 Orientação	 (OR),	 Expressão	 Facial	 e/ou		
Corporal	(EF/C).
A Braz CubasUnidade 3Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
49
1. Configuração de Mãos (CM):
São formas das mãos, que podem ser da datilologia (Alfabeto Manual) ou outras 
formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros), ou pelas duas 
mãos do emissor ou sinalizador. Os sinais APRENDER e LARANJA têm a mesma 
configuração de mãos. 
 
 
Aprender Laranja
Nesse caso, a diferença está na localização da mão, pois a configuração de 
mãos (letras “C” + “S”) são iguais.Para sinalizarmos a palavra APRENDER a mão é 
posicionada sobre a testa e para a palavra LARANJA a mão deve estar sobre a boca. 
Importante, o movimento é o mesmo para as duas palavras.
A Braz CubasUnidade 3 Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
50
 
Configuração de Mãos
 
A Braz CubasUnidade 3Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
51
2. Ponto de Articulação (PA):
É o lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta tocar 
alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do 
corpo até a cabeça) e/ou horizontal (à frente do emissor). Os sinais ÁRVORE e 
TRABALHAR são feitos no espaço neutro.
Árvore Trabalhar
Já os sinais “PESSOA” e “APRENDER” são feitos na testa.
 
Pessoa Aprender
A Braz CubasUnidade 3 Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
52
3. Movimento (M):
Os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima tem 
movimento. 
O sinal, EM-PÉ, não tem movimento.
 
Já o sinal CAIR tem a mesma configuração de mãos, com o movimento. 
Entendemos então que uma pessoa caiu.
 
4. Orientação (OR):
Os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode significar ideia de 
oposição, contrário ou concordância. 
 
 Para Ferreira-Brito (1995)a orientação é um parâmetro fundamental, pois a 
disposição das mãos pode ocorrer com a mão dominante ou não, ou as mãos podem 
ser utilizadas juntas para formar um determinado sinal.
Vale explicar que quando fazemos um sinal, precisamos atentar para a posi-
ção do sinal, afim de que ele não represente outra palavra que não esteja dentro do 
contexto.
Veja:
A Braz CubasUnidade 3Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
53
Querer Não Querer
 
5. Expressão Facial e/ou Corporal (EF/C): 
Transmite de modo coerente a ideia sinalizada e dá ênfase à comunicação. 
A expressão facial precisa ser compatível com o que está sendo transmitido.
 
 Vejamos alguns exemplos:
Expressão facial de afirmação e negação Expressão facial de 
bravo
De modo geral as expressões faciais são formas de comunicação, um sinal 
feito sem a devida atenção, pode alterar totalmente seu significado, veja a tamanha 
importância da expressão facial.
Neste caso, as expressões aqui mostradas estão ligadas a sentimentos ou 
emoções.
A Braz CubasUnidade 3 Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
54
Alegre Orgulhoso Desconfiado Admirado
Muitos sinais, além dos parâmetros mencionados acima, têm como traço 
diferenciador, também, a expressão facial e corporal.
 
Leia	 e	 veja	 mais	 exemplos	 sobre	 aspectos	 fonológicos	 no	 livro:		
LIBRAS – Conhecimento além dos sinais.	 Este	 livro	 está	 disponível		
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3.2 Diferenças entre as regras gramaticais da Língua 
Portuguesa e da LIBRAS
Como na Língua Portuguesa, na Língua Brasileira de Sinais também 
temos substantivos, verbos, pronomes, adjetivos e advérbios na construção da 
comunicação.
Na LIBRAS os verbos são utilizados no infinitivo. Já em Português, o verbo é 
uma palavra de forma variável que representa o tempo (passado, presente e futuro) 
em que está ocorrendo a ação.Na LIBRAS, a construção das frases não utiliza artigos 
e a ordem da composição é diferente.
Vamos relembrar: o Surdo é visual
Veja o exemplo:
A Braz CubasUnidade 3Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
55
Português: JOÃO BATEU O CARRO.
 
 
 SUJEITO VERBO ARTIGO OBJETO
LIBRAS: CARRO JOÃO BATEU.
 
 
 OBJETO SUJEITO VERBO
Carro João bateu
 
Assista	 ao	 vídeo:	 “Estrutura Gramatical em LIBRAS”	 -	 Trecho	 da		
entrevista	 com	 Sueli	 Ramalho	 Segala	 no	 programa	 Provocações,	 da		
TV	Cultura,	disponível	em	sua	plataforma.
3.2.1 Classificador na LIBRAS
Na LIBRAS os classificadores são incorporados ao sinal e tem como 
característica atribuir uma qualidade a um objeto, pessoa ou animal, funcionam 
como marcadores de concordância, eles podem ser animados ou inanimados, 
pode ser um recurso quanto à forma, tamanho ou movimento ou pode auxiliar na 
A Braz CubasUnidade 3 Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
56
forma de descrever a maneira como esse objeto é segurado e/ou se comporta na 
ação verbal.
Muitos classificadores são icônicos em seu significado pela semelhança entre 
a sua forma ou tamanho do objeto a ser referido. As vezes o CL refere-se ao objeto 
ou ser como um todo, outras refere-se apenas a uma parte ou característica do ser. 
(FERREIRA-BRITO, 1995).
Exemplo: 
a) João pintará a casa. (Português)
b) Casa João pintar (classificador = rolo de pintura). (LIBRAS)
 
Casa 
Objeto
João
Sujeito/Sinal
pintar
Verbo/ Indicação 
de movimento de 
pintar com rolo é 
o Classificador 
Importante: O posicionamento do corpo auxilia no entendimento do contexto 
da comunicação, que pode expressar tempo, espaço, lugar, pessoa(s).
Atenção!!! Trabalharemos este item em uma de nossas aulas. Assista!
A seguir vamos conhecer... 
A Braz CubasUnidade 3Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
57
3.2.2 Pronomes Pessoais
Os pronomes, na língua de sinais, são expressos utilizando-se o dedo indicador, 
na forma de apontar. Em Língua Portuguesa, e em nossa educação formal, aprende-
mos que é “feio e inadequado” apontar, porém em LIBRAS, nesse caso é necessário. 
Fique tranquilo!
 
Eu Você Nós
 
Ele ou Ela
A Braz CubasUnidade 3 Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
58
Vocês dois
Vocês três
Grupo
A Braz CubasUnidade 3Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
59
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Aprendemos que:
Nessa	unidade	aprendemos	os	aspectos	da	gramática	da	língua	de	sinais.	
Observamos	 a	 importância	 dos	 parâmetros	 dos	 sinais	 em	 comparação	
com	a	língua	portuguesa	e	suas	características.	Os	pares	mínimos	que	são	
elementos	da	Língua	Brasileira	de	Sinais	e	são	caracterizados	quando	há	
a	alteração	de	somente	um	dos	parâmetros	modificando	assim	o	sinal	seu	
significado	e	significante.
Vimos	que	a	construção	de	uma	frase	em	LIBRAS	é	bem	específica,	diferen-
te	do	Português.	Em	destaque	temos	o	tempo	verbal	e	a	não	utilização	de	
artigo.
 
 
LIBRAS	é	uma	língua,	não	uma	linguagem,	e	possui	recursos	infinitos	para	
designar	quaisquer	que	sejam	os	assuntos	a	serem	discutidos.
Os	classificadores	não	são	“mímicas”,	mas	sim	a	atribuição	de	uma	quali-
dade	ou	característica	ao	sinal.
A Braz CubasUnidade 3 Aspectos Linguísticos e Gramaticais da LIBRAS
60
Dica de Leitura:
Prezado	Estudante,	a	Profa.	Dra.	Ronice	Müller	de	Quadros	é	docente	da	
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Surdos,	abaixo	indicamos	o	link		do	livro	I,	eles	estão	disponíveis	on	line.	
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Estudos surdos I /	Ronice	Müller	de	Quadros	(org.).	[Petrópolis,	RJ]	:	Arara	
Azul,	 2006.	 http://servicos.spei.br/site/arquivos/biblioteca/livros/estudos_
surdos_1_A.pdf
Referências da Unidade III
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de línguas de sinais. Rio de Janeiro: 
Tempo Brasileiro: UFRJ, Departamento de Lingüística e Filologia, 1995.
FELIPE, Tanya A; MONTEIRO, Myrna S. LIBRAS em Contexto: curso básico, livro do 
professor instrutor – Brasília : Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, 
MEC: SEESP, 2001.
PIMENTA, Nelson; QUADROS, Ronice Muller de. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro : 
LSB Vídeo, 2006.
QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de Sinais Brasileira: 
estudos lingüísticos. Porto Alegre : Artmed, 2004.
A Braz CubasUnidade 4Acessibilidade e Cultura Surda
61
4Unidade IV
Acessibilidade e Cultura Surda
 
4.1 Acessibilidade para os Surdos
Estamos na reta final!
Vimos um pouco da história da Língua Brasileira de Sinais, entendemos como 
ela é organizada, sua importância, aprendemos sobre a gramática e as diferenças 
entre o Português e a LIBRAS.
Neste momento iremos falar sobre formas de acessibilidade e inclusão dos 
surdos.
O Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, regulamentou a Lei 10.436 de 
24 de Abril de 2002, desde então temos que estar cientes das legislações para aten-
der melhor as necessidades da pessoa com surdez.
O Art. IV do Dercreto 5626, apresenta:DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA 
LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO
A Braz CubasUnidade 4 Acessibilidade e Cultura Surda
62
Art. 14.  As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pes-
soas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos sele-
tivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, 
etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior.
§  1o    Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto 
no caput, as instituições federais de ensino devem:
I -  promover cursos de formação de professores para:§ 1o  Para garantir o atendi-
mento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições fede-
rais de ensino devem:
I -  promover cursos de formação de professores para:
a) o ensino e uso da LIBRAS;
b) a tradução e interpretação de LIBRAS - Língua Portuguesa; e
c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas;
II - ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da LIBRAS e tam-
bém da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;
III - prover as escolas com:
a) professor de LIBRAS ou instrutor de LIBRAS;
b) tradutor e intérprete de LIBRAS - Língua Portuguesa;
c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas 
surdas; e
d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística 
manifestada pelos alunos surdos;
IV - garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos, 
desde a educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em 
turno contrário ao da escolarização;
V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de LIBRAS entre professores, 
alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de 
cursos;
VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua, 
na correção das provas escritas, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a 
singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa;
A Braz CubasUnidade 4Acessibilidade e Cultura Surda
63
VII - desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimen-
tos expressos em LIBRAS, desde que devidamente registrados em vídeo ou em ou-
tros meios eletrônicos e tecnológicos;
VIII - disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de informação e co-
municação, bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos 
ou com deficiência auditiva.
§ 2o  O professor da educação básica, bilíngüe, aprovado em exame de proficiência 
em tradução e interpretação de LIBRAS - Língua Portuguesa, pode exercer a função 
de tradutor e intérprete de LIBRAS  -  Língua Portuguesa, cuja função é distinta da 
função de professor docente.
§ 3o  As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, 
municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste 
artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos 
surdos ou com deficiência auditiva.
Art. 15.  Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de LIBRAS 
e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para 
alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e ins-
trumental, como:
I - atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos 
iniciais do ensino fundamental; e
II - áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino 
fundamental, no ensino médio e na educação superior.
Art. 16.  A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofer-
tada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno dis-
tinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da 
educação, resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa 
modalidade.
 
 Neste contexto os surdos estão amparados para receberem uma educação 
bilíngüe. O Bilinguismo refere-se ao ensino de duas línguas diferentes para o sujeito 
surdo, a primeira, a Língua de Sinais, que é considerada a língua natural dos surdos, 
e a segunda língua, a língua oral utilizada em seu país, no nosso caso A Língua Portu-
guesa. No nosso país o surdo deve conhecer LIBRAS e Português.
A Braz CubasUnidade 4 Acessibilidade e Cultura Surda
64
Apesar de variações entre os profissionais de diferentes países, em relação à 
época em que vai se introduzir as duas línguas e se a segunda língua será a oral ou 
a escrita, o consenso entre todos é a importância do contato da criança surda com a 
língua de sinais desde o nascimento. Por isso a necessidade do diagnóstico precoce.
Aqui no Brasil, concebemos a perspectiva da educação bilíngue a partir da ideia 
de que a LIBRAS é a primeira língua dos surdos, é sua língua natural, e a Língua Por-
tuguesa, em sua modalidade escrita, a segunda língua. É por esse motivo que hoje 
você está estudando esta disciplina!
Para definirmos o bilinguismo precisamos antes considerar as capacidades lin-
guísticas básicas da pessoa falante. Essas capacidades são:
• capacidades de expressão oral: que envolve falar e escutar; 
• capacidades de expressão escrita, que são as capacidades  de ler e escrever. 
Ao falarmos da pessoa surda temos que entender, neste caso, suas capacida-
des linguísticas se manifestam de maneiras distintas. É possível que a pessoa que ad-
quiriu a surdez, antes de desenvolver a linguagem aprenda, mesmo que de maneira 
limitada, a oralizar a língua portuguesa. Isso é possível com a ajuda de seções com 
um profissional fonoaudiólogo. No entanto, visto que existe uma limitação auditiva, 
por não ter a capacidade de escutar, esse surdo, irá entender o falante, da língua 
oral, por ler os lábios e pelas expressões dele.
No caso das capacidades de expressão escrita o surdo irá desenvolver a língua 
oral falada de seu país. Neste segundo caso, pode-se dizer que o sujeito faz uso do 
bilinguismo, pois usa a língua de sinais e a língua oral (português) escrita. 
A educação bilíngue, que é também bicultural, precisa considerar a língua de 
sinais como sendo a primeira língua do surdo, sendo assim, deverá ser nesta língua 
que ele será alfabetizado na língua oral e escrita.
 
 
A Braz CubasUnidade 4Acessibilidade e Cultura Surda
65
Fonte: <http://diariodosurdo.com.br/2015/06/faculdades-tem-de-pagar-interpretes-de-LIBRAS-para-
alunos-surdos-diz-mec/>
Vamos definir os termos utilizados em nossa cultura:
 
“Surdo” se refere ao indivíduo que “apreende o mundo por meio de experiên-
cias visuais”, segundo Quadros (2004), eles têm um impedimento físico para 
condições plenas de audição;
 
“Ouvinte” terminologia utilizada para aqueles que não têm deficiência auditiva;
 
“Surdo oralizado” é aquele que utiliza a Língua Portuguesa em forma oral, por 
meio da leitura labial e vocalização da Língua Portuguesa, o que pode mudar 
de indivíduo para indivíduo, pois é necessário uma série de fatores para isso, 
como: tratamentos ortofônicos, restos auditivos; 
 
“Sinalizar” é fazer uso da língua de sinais.
 
Dica de Filme:
Para	 você	 conhecer	 um	 pouco	 mais	 sobre	 a	 surdez	 e	 os	 métodos	 de		
ensino,	 assista	 aos	 filmes:	 “Mr. Holland: Meu Adorável Professor” e		
“Filhos do Silêncio”.	Os	links	estão	disponíveis	em	sua	plataforma.
A Braz CubasUnidade 4 Acessibilidade e Cultura Surda
66
4.2 Educação Especial para os Surdos
O Estatuto da Pessoa com Deficiência como um todo é de grande importância, 
empenhe-se por ter ciência, vamoscitar alguns capítulos para reflexão com nossa 
temática:
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27.  A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema 
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de 
forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades 
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e 
necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único.  É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da socieda-
de assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo 
de toda forma de violência, negligência e discriminação.
 
 Na educação especial o processo educacional é voltado para pessoas com 
deficiência, buscando desenvolver suas potencialidades cognitivas e considerando 
suas necessidades com relação ao que ele precisa para o desenvolvimento pleno da 
cidadania.
No que se referem às crianças surdas, muitas escolas têm adotado diferentes 
métodos e abordagens para atendê-las integralmente, além de alfabetizá-los, prepa-
rá-los principalmente para o mercado de trabalho.
Convidamos você a conhecer, de forma sucinta, a Política Nacional de Educa-
ção Especial, que assegura a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos 
globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os siste-
mas de ensino para, sendo obrigatório o Atendimento Educacional Especializado 
(AEE):
• Garantir o acesso de todos os alunos ao ensino regular (com participação, 
aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados de ensino);
• Oferecer o AEE;
• Formar professores para o AEE e demais professores para a inclusão;
A Braz CubasUnidade 4Acessibilidade e Cultura Surda
67
• Prover acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, co-
municações e informação;
• Estimular a participação da família e da comunidade;
• Promover a articulação intersetorial na implementação das políticas públi-
cas educacionais.
Os serviços de Educação Especial devem identificar, elaborar e organizar recur-
sos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participa-
ção dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. O AEE complementa 
e/ou suplementa a formação do aluno com vistas à autonomia e independência na 
escola e fora dela.
4.3 Direito ao Trabalho
O Estatuto da Pessoa com Deficiência vem fortalecer e validar legislações exis-
tentes, vejamos o Capítulo VI que trata sobre o Direito ao Trabalho:
 
CAPÍTULO VI
DO DIREITO AO TRABALHO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 34.  A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e acei-
tação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as 
demais pessoas.
§ 1o  As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são 
obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2o  A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as 
demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remune-
ração por trabalho de igual valor.
§ 3o   É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discri-
minação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, 
A Braz CubasUnidade 4 Acessibilidade e Cultura Surda
68
contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, 
ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão ple-
na.
§ 4o  A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, trei-
namentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e in-
centivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades 
com os demais empregados.
§ 5o  É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de for-
mação e de capacitação.
Art. 35.  É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promo-
ver e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no 
campo de trabalho.
Parágrafo único.  Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho 
autônomo, incluídos o cooperativismo e o associativismo, devem prever a partici-
pação da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas de crédito, quando 
necessárias.
 
 Mediante o conhecimento apresentado, o convido para vermos um pouco 
mais sobre essa inclusão formalizada na lei. Assista ao vídeo “Debate a inclusão do 
cidadão surdo e o ensino de LIBRAS” que está disponível na sua plataforma. 
4.4 Tecnologias para Surdos
Os surdos estão em diversas regiões da cidade, estado e país, mas isso não os 
impede de se organizarem para se encontrar. Em várias cidades brasileiras há pelo 
menos um ponto de encontro. Em São Paulo, por exemplo, os locais preferidos são 
os shopping centers ou Associações de Surdos, além disso, a tecnologia é uma forte 
aliada nesse processo de interação, por meio de celulares e aplicativos, eles mantém 
uma grande rede de relacionamento. Por falar em tecnologia, vamos entender como 
ela contribui para a comunidade Surda.
Algumas empresas se especializaram e criaram recursos específicos para 
atender a esse público. Por exemplo:
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Campainha luminosa: quando alguém 
apertar a campainha em uma residência 
com morador(es) surdo(s), em vez de acio-
nar o som, acende uma luz, que deve estar 
em diferentes cômodos da casa.
Babás luminosas: como uma babá eletrônica é 
um dispositivo colocado próximo ao bebê, quan-
do ele chora acende o sinal luminoso chamando a 
atenção dos pais surdos.
 
Relógio vibratório: possui um sistema de 
vibração ao despertar, é indicado para pes-
soas com deficiência auditiva leve ou que te-
nham sono leve ou moderado. Quando co-
locado para despertar ele emite vibrações 
iguais a de um celular comum.
Celular: os aparelhos celulares são mui-
to utilizados para envio e recebimento de 
e-mails, videoconferências, redes sociais, 
envio e recebimento de mensagens.
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Televisão: O uso do Closed Caption 
(legendas) ou tela de intérpretes traz 
conhecimento e acessibilidade para os 
Surdos.
4.5 Situações Cotidianas
Dentro da cultura da comunidade Surda há algumas observações que são va-
liosas para desmistificarmos as limitações e o conceito de deficiente e sim podemos 
vê-los como diferentes. A autora Honora (2014, p. 82 e 83) compartilha algumas si-
tuações:
• Os Surdos conversam embaixo da água, os ouvintes não tem tal facilidade 
na língua oral. Lembramos da comunicação que se apresenta nos cursos 
de mergulho, neste caso terão acesso ....
• Os ouvintes conversam bem no escuro, pois utilizam a língua oral-auditiva, 
já os surdos não tem tanta facilidade, mas podem criam recursos próprios 
para isto;
• Os Surdos ficam confortáveis em ambientes barulhentos, já os ouvintes 
tem que gritar nesta ocasião;
• Para se comunicar por meio do telefone os surdos utilizam de mensagens 
de texto no celular ou precisam de uma pessoa que faça o contato a seu 
pedido;
• Conversar enquanto se alimentam, os surdos estão com as mãos livres, 
enquanto que os ouvintes se tentarem falar serão mal-educados;
• Dirigir e conversar, para os ouvintes este é um procedimento simples, mas 
para os surdos é um risco pois se comunicam com as mãos;
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• Os ouvintes podem realizar suas orações de mãos dadas, já os surdos apro-
ximam os pés, para que possam continuar falando em LIBRAS.

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