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Estudo Direito Processual Civil

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ESTUDO DIREITO PROCESSUAL CIVIL – M1
PRINCÍPIOS DO CPC
PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE:
O princípio da efetividade da jurisdição é decorrente do princípio do acesso à justiça. À luz da redação do texto constitucional do inciso XXXV do artigo 5ºda CF extrai-se que não afastará lesão ou ameaça de lesão da apreciação do Poder Judiciário.
5º, XXXV, CF: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Segundo definição de Mauro Cappelletti o acesso à justiça, um princípio explícito do inciso XXXV do artigo 5º da CF, tem duas vertentes básicas: a primeira voltada ao direito de dirigir-se ao Poder Judiciário para solução de conflitos; e a segunda exige que para o litígio apresentado ao Judiciário tem de ser dada uma resposta que o efetivamente solucione.
PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO / CELERIDADE DO PROCESSO
O Princípio da Duração Razoável do Processo no Novo CPC está previsto no seu artigo 4º, mas isso não quer dizer que seja uma novidade no nosso ordenamento jurídico, isso porque a Constituição Federal de 1988 já o previa em seu artigo 5º, LXXVIII. Portanto, o Novo CPC não inova na questão, apenas reforça esse direito.
Art. 5° LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
O Novo CPC veio reforçar essa ideia trazendo uma maior clareza a questão, tendo em vista a expressa menção a solução integral do mérito, fazendo com que a condução do processo priorize sempre a questão principal discutida, além de incluir em seu texto que a solução razoável compreende a atividade satisfativa e não só a fase de conhecimento.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Assim, podemos concluir que o Princípio da Duração Razoável do Processo, ao menos no âmbito civil, ganhou novos contornos ao estabelecer a prioridade em se resolver o mérito da questão, incluindo a entrega do bem da vida pleitado, e não meramente uma decisão favorável, com isso evoluindo de uma duração razoável do processo meramente formal para uma material.
Ademais, entre os poderes do juiz, o art. 139, inciso II, preceitua que lhe incumbe: “velar pela duração razoável do processo”.
Diversos dispositivos do novo diploma processual concedem ao magistrado o poder de controlar e reprimir atos que possam colocar em risco a celeridade processual. Confira-se, e.g., arts.113, § 1º, 672, inciso III, 685, parágrafo único.
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL
O princípio da economia processual encontra-se referido, na Lei 9.099/95, especialmente nos artigos 13 e 17, parágrafo único.
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
Resta clara a intenção do legislador em prestigiar a celeridade, economia processual e instrumentalidade das formas. Ele deseja que o litígio seja solucionado de forma rápida e eficaz, tanto que fez referência ao artigo 2 desta mesma lei, onde estão expressamente elencados os princípios orientadores do procedimento sumaríssimo.
No artigo 17, resta ainda mais clara sua intenção, pois dispensa a contestação formal, peça de defesa de suma importância no processo e garantidora do contraditório e ampla defesa. Ora, se o legislador dispensou a contestação formal, que é peça importantíssima, tal raciocínio se aplica à dispensa da intimação para cumprimento da sentença objeto deste estudo. 
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.
O legislador prestigia claramente os princípios orientadores previstos no artigo 2 da lei 9099/95, visando uma rápida solução do litígio. Ao nosso entender a intimação para cumprimento de sentença é totalmente dispensável e esse entendimento está em sintonia com a intenção do legislador.
O direito a uma razoável duração do processo não é um mero princípio processual, ele é um princípio constitucional, elevado à essa posição com a Emenda Constitucional nº 45 de 08 de dezembro de 2004. 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Processo Civil: Entende-se por processo civil o instrumento pelo qual se obtém a solução imperativa de conflitos envolvendo indivíduos ou grupos de indivíduos acerca de determinados bens da vida (coisas materiais e imateriais que servem de objeto a uma relação jurídica) ou situações jurídicas que gerem, modifiquem ou extingam direitos.
Assim determinada pessoa que tenha seus direitos lesados ou ameaçados de lesão por outrem poderá demandar o Poder Estatal para dar uma solução ao conflito existente, sendo o processo o instrumento utilizado.
Apesar do referido monopólio Estatal são permitidas as soluções alternativas de conflito como a arbitragem, a conciliação e a mediação, arroladas no artigo 3º deste Código e pela lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 que trata da arbitragem.
O processo civil é objeto do direito processual civil que pode ser conceituado como o “conjunto de princípios e normas destinados a reger a solução de conflitos mediante o exercício do poder estatal” (Cândido Rangel Dinamarco)
Princípios
O princípio do devido processo legal é considerado a base sobre a qual todos os demais princípios encontram sustentação, sendo abrangidos por este o princípio da publicidade, da motivação das decisões proferidas no processo, da impossibilidade da utilização da prova obtida por meios ilícitos, da duração razoável do processo, do contraditório e da ampla defesa, do juiz natural, do acesso à justiça, do tratamento isonômico das partes.
Isto porque o devido processo legal, adotado na sua origem como uma garantia apenas processual para assegurar a regularidade do processo, é considerado uma cláusula geral que engloba garantias explícitas e implícitas.
Princípio Da Primazia E Do Exame Do Mérito
Quando a parte ingressa na Justiça tem ela interesse de obter, e dentro de um prazo razoável, a solução do mérito de seu pedido. Acontece que, no caminho percorrido para o alcance da satisfação do pedido, existem diversas questões a serem apreciadas pelo juiz antes de ingressar no mérito, ou relativas a pressupostos extrínsecos, ou exceções e incidentes, que retardam de forma relevante a decisão, quer no primeiro grau, quer nos recursos, inclusive extraordinários. O novo CPC apresenta como um de seus princípios, visando a celeridade processual, e sobre ele dispondo em vários artigos, a primazia da solução de mérito.
Assim, expressa seu artigo 4º:
"As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa."
Nesse sentido o novo CPC concentra a defesa numa só peça, cria institutos como o incidente de resolução de demandas repetitivas, aprimora as figuras já existentes do julgamento de recurso especial e extraordinário repetitivos, imprimindo maior eficiência ao Judiciário e reforçando a celeridade no julgamento dos processos.
Na mesma trilha diz o artigo 6º que,
"Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva."
Vê-se que o objetivo a ser alcançado pelo CPC é a satisfação do pedido em tempo razoável, mediante a decisão de mérito, sendo que o princípio da cooperação, ou seja, da ação de boa-fé das partes, deve ser apreciado no interesse de todos. A ideia de cooperação, conforme Teresa Arruda Alvim Wambier e outros, em "Primeiros Comentários ao Novo CPC", 3ª tiragem, é a de que deve ela atingir não só às partes, mas a própria sociedade que se faz presente, por meio dos amicus curiae ou mesmo grupos que participam das audiências públicas, que são marcadas quando a questão a ser decidida pelo Judiciário tem grande repercussão social. 
Esse princípioda primazia da resolução de mérito, para alguns doutrinadores, seria sem juridicidade porque promete mais do que é possível cumprir e citam, no próprio Código, o artigo 485 que traz hipóteses em que o juiz não pode decidir o mérito, por variados motivos, dentre os quais a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, a existência de litispendência ou de coisa julgada, a falta de legitimidade ou interesse processual, a existência de convenção de arbitragem e a morte da parte nas ações intransmissíveis.
De fato, o artigo 4º exprime três princípios norteadores do processo civil, quais sejam: Duração razoável do processo, efetividade do processo e primazia da decisão de mérito.
Hoje, iremos abordar tão somente o princípio da primazia da decisão de mérito.
Em resumo o referido princípio busca assegurar às partes o direito à solução de mérito na demanda, ou seja, o juiz só não vai julgar quando não tem mais jeito mesmo.
São algumas consequências desse princípio:
O dever do juiz de determinar o saneamento dos vícios processuais (previsão do art. 139, IX);
Determinação de emenda da inicial nos casos de não cumprimento de seus requisitos (art. 321);
Possibilidade do Relator do recurso determinar o saneamento do vício ou complementação da documentação exigível (art. 932, parágrafo único).
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
Além disso, toda apelação contra sentença que extingua processo sem resolução do mérito admitirá a retratação do juiz, nos termos do art. 485, § 7º.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável (Art. 5° LXXVIII) a solução integral do mérito (princípio da primazia do exame de mérito), incluída a atividade satisfativa.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. (Boa fé objetiva – aquela em que não se olha a intenção, mas sim o comportamento que se espera da outra parte)
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. (Este princípio reduz o protagonismo do juiz e eleva a importância das partes. Não se trata de uma novidade, pois decorre do princípio da boa-fé. 
Deveres da cooperação:
- Esclarecimentos
- prevenção – evitando vícios que extinguam o feito
- Consulta as partes
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. (Princípio do contraditório e da não surpresa)
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: (rol exemplificativo, ex: art. 854 NCPC)
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
Ex: Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
ORDEM CRONOLÓGICA DA SENTENÇA
Julgamento em ordem cronológica
Os processos devem ser julgados por ordem de chegada ao magistrado por meio da conclusão, que é o ato processual que prepara o processo para a posterior prolação da decisão judicial. Na ordem de chegada somente são admitidas as preferências legalmente previstas.
O próprio artigo prevê algumas exceções que são:
as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; julgamentos de tese jurídica firmada em incidente de resolução de demandas repetitivas ou em recurso repetitivo; apreciação de pedido de tutela de urgência e de evidência e de efeito suspensivo ou antecipação da tutela recursal; julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; as preferências legais como a dos idosos e deficientes do artigo 1.048 do CPC, habeas corpus, mandado de segurança, tutelas envolvendo menor,entre outros.
A lista elaborada é para dar publicidade à ordem de chegada dos processos para julgamento, possibilitando um controle sobre as preferências e sobre os próprios processos conclusos para decisão judicial.
Na elaboração da lista o magistrado e seus auxiliares devem observar o grau de complexidade da demanda e a sua repercussão social e econômica para que possa seguir a ordem cronológica.
O objetivo é privilegiar a razoável duração do processo, o devido processo legal e a efetividade da tutela jurisdicional evitando-se tratamentos diferenciados e injustificáveis.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
Teoria dos Isolamentos dos Atos Processuais
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Atos e termos processuais
Atos processuais
São ações praticadas no andamento de um processo, tendo por efeito a constituição, a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a cessação da relação processual, com vistas a observar os procedimentos, a classificação, a forma e os requisitos dos atos processuais.
Nesse sentido, as condutas humanas que não produzem efeitos sobre o ato, ou seja, não extinguem, criam ou modificam situações jurídicas não podem ser consideradas atos jurídicos processuais, pois não possuem relevância no mundo jurídico.
Atos processuais são as condutas ou manifestações de vontade realizadas por qualquer dos sujeitos da relação processual dentro do processo que, de alguma maneira, venham a produzir efeitos no processo. Os atos realizados fora do ambiente processual, que porventura venham a produzir efeitos dentro do processo não são propriamente atos processuais. São exemplos de atos processuais, a petição inicial, contestação, requerimento de produção de prova, sentença, etc.
Termos Processuais
É a expressão do ato processual, expressa, escrita, a redução a escrita do termo processual, a reprodução gráfica de um ato processual, levar para o papel aquilo que é dito. Ex: no setor de alternação, a parte comparece para ajuizar uma reclamação, e o que é dito oralmente pelo reclamante, é reduzido a termo. Os termos processuais é o modo de documentação de um ato processual, normalmente praticados pelos serventuários do poder judiciário, como por exemplo, os termos de juntada de petição, a remessa dos autos para conclusão, ao representando do MP, etc. 
Art. 188 - Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. 
Forma dos Atos Processuais
Primeiramente, torna-se relevante esclarecer o conceito de forma, sendo esta, um aglomerado de solenidade que precisam ser verificados para a plena eficácia do ato jurídico. Desta feita, entende-se que é em razão da forma que a vontade alcança a realidade, se transformando em um ato jurídico processual.
A forma dos atos processuais possui um capítulo próprio no NCPC, tendo início no artigo 188 e concluindo com o artigo 199. Em linhas gerais o aludido artigo 188 do novo Código, assevera que:
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
A doutrina classifica os atos processuais quanto à formaem solenes e não solenes. Os atos processuais solenes são aqueles na qual a lei prevê a sua validade, submetendo-se na maioria das vezes a forma escrita, a tempo e lugar previsto em lei. Já os atos não solenes, possuem a forma livre, ou seja, não há previsão específica na lei quanto a sua forma, possuindo as partes a liberdade para escolher como lhes for adequada, como por exemplo, a produção de prova de maneira lícita.
Assim, pode-se verificar que o direito processual, é um direito formal, com a finalidade de assegurar e regulamentar a evolução do processo e dos direitos das partes. Em se tratando dos atos processuais solenes, caso estes não sejam praticados de acordo com a forma preestabelecida em lei, e não alcance o seu objetivo, estes serão considerados nulos, à exemplo de nulidade encontra-se o caso de citação, artigo 280 do CPC\15.
Slide: Liberdade da forma – O art 188 do ncpc, manteve a orientação do cpc de 73 de não especificar uma forma determinada para os atos processuais, demonstrando maior preocupação com o seu conteúdo do que com o modo como é exteriorizado. A forma dos atos processuais em sentido amplo é um conjunto de fatores que envolvem a exteriorização processual, já no seu sentido estrito é o modo de expressão do ato, bem como o tempo e lugar em que o ato é praticado. 
SLIDE
Princípios Conexos – Princípio da Instrumentalidade das formas, da finalidade e da economia. Referidos princípios garantem que os requisitos formais do ato processual sejam utilizados apenas para que alcancem o propósito da lei, 
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS 
Pelo princípio da instrumentalidade das formas, temos que a existência do ato processual é um instrumento utilizado para se atingir determinada finalidade. Assim, ainda que com vício, se o ato atinge sua finalidade sem causar prejuízo às partes, não se declara sua nulidade.
As petições iniciais, por exemplo, inauguram a fase postulatória e criam o caminho do processo com objetivo de resolver um conflito. Por conta da importância dessa peça, algumas formalidades são essenciais para sua elaboração, mas que nem sempre são seguidas à risca.
Em resumo, o princípio da instrumentalidade das formas pressupõe que, mesmo que o ato seja realizado fora da forma prescrita em lei, se ele atingiu o objetivo, esse ato será válido.
Art. 154 - “Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial (...)"
Art. 244 - “Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade."
Os processos judiciais são compostos por uma sequência de atos não solenes, que não exigem uma forma determinada. Porém, em algumas situações, a lei traz regras gerais quanto a maneira de se montar a peça e que precisa ser seguida sob pena de, eventualmente, ocorrer a nulidade do ato.
Não existe só uma maneira ou um único caminho no processo, mas vários caminhos que levam à mesma finalidade. Por isso, a instrumentalidade das formas é importante para que se resolvam os conflitos, mesmo que haja falta de solenidades.
Princípio da finalidade
Segundo o princípio da finalidade, a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige. Deve-se ressaltar que o que explica, justifica e confere sentido a uma norma é precisamente a finalidade a que se destina. A partir dela é que se compreende a racionalidade que lhe presidiu a edição. Logo, é na finalidade da lei que reside o critério norteador de sua correta aplicação, pois é em nome de um dado objetivo que se confere competência aos agentes da Administração. É preciso examinar à luz das circunstâncias do caso concreto se o ato em exame atendeu ou concorreu para o atendimento do específico interesse público almejado pela previsão normativa genérica.
Segredo de Justiça:
ART.189 – Princípio da publicidade - O art. 189 aplica o princípio da publicidade dos atos processuais, que está consagrado em nível constitucional (art. 5º, inciso LX)
SEGREDO DE JUSTIÇA - Por razões de preservação da privacidade, da segurança ou de direitos autorais e conhecimentos estratégicos das empresas, a regra geral da ampla publicidade pode ceder espaço para a tramitação processual em segredo de justiça, hipótese em que os atos processuais deixam de ser de conhecimento público e passam a pertencer ao domínio apenas as partes que atuam no processo.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
ART.190 - NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS 
Negócios jurídicos Processuais- O cpc permite que as partes plenamente capazes transacionem sobre questões relativas ao processo e ao procedimento, realizando assim negócios jurídicos processuais. A primeira dela diz respeito aos processos que permitem as partes formular acordos sobre questões de natureza processual.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
As partes podem firmar acordos previamente ou durante a pendência de uma demanda, mas, em regra, esses acordos somente serão aptos a produção dos efeitos programados se o juiz considera-los válidos. Ao controlar a validade dos negócios jurídicos processuais, o juiz deverá analisar = se as partes que celebram o acordo eram plenamente capazes, se o objeto da demanda permite a celebração de acordos e se o objeto do acordo é licito. 
Interesse e a vontade das partes é fundamental para o processo. A própria existência do processo depende da vontade das partes. O novo cpc trouxe uma clausula geral dos negócios jurídicos processuais, pela qual passe-se a convenções passam a valer come regra processual.
Vale pontuar, contudo, que, de ofício ou a requerimento da parte prejudicada, o juiz aferirá a validade das convenções recusando-lhes aplicação se houver nulidade ou inserção abusiva, na hipótese específica de contrato de adesão, ou, ainda, naquelas situações em que a parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. Nada mais natural, uma vez que essas convenções são destinadas a produzir efeitos dentro do processo. As partes podem firmar acordos previamente ou durante a pendência de uma demanda, mas, em regra, esses acordos somente serão aptos à produção dos efeitos programados se o juiz considerá-los válidos.
Ainda, ao controlar a validade dos Negócios Jurídicos Processuais, o juiz deverá analisar se as partes que celebraram o acordo eram plenamente capazes; se o objeto da demanda permite a celebração de acordos e se o objeto do acordo é lícito, nos termos do que dispõe oartigo 166 do CC.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
O novo sistema admite, portanto, a distinção entre negócios jurídicos processuais típicos e negócios jurídicos processuais atípicos. 
Os negócios processuais típicos tem previsão expressa na lei processual, exemplo a eleição de foro (art. 63, NCPC), a convenção sobre ônus da prova (art. 373, § 3º, NCPC), a suspensão convencional do processo (art. 313, inciso II, NCPC), a desistência do processo, do recurso e a renúncia ao direito de recorrer (arts. 998 e 999 NCPC), e o reconhecimento do pedido, pela renúncia ao direito ou pela autocomposição (art. 487, inciso III, NCPC). 
Os negócios processuais atípicos não têm previsão legal e decorre diretamente da abrangência concedida à autonomia da vontade em matéria processual pelo art. 190 do NCPC. Exemplos o pacto de impenhorabilidade, acordo de rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico, acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso, acordo para não promover execução provisória, pacto de mediação ou conciliação extrajudicial prévia obrigatória, pacto de disponibilização prévia de documentação (pacto de disclosure) e previsão de meios alternativos de comunicação das partes.
Calendário Processual
E, dentro desta possibilidade do negócio processual, no artigo 191 do CPC/2015 possibilidade de um acordo de calendarização, na qual as partes e o juiz estabelecem conjunta e previamente as datas em que os atos processuais deverão ser praticados, vinculando-os a uma agenda procedimental. Assim, ao dispor que o juiz e as partes poderão fixar o calendário processual de comum acordo, percebe-se a clara intenção que o legislador pretendeu estimular o diálogo entre o juiz e as partes, de modo a preservar o contraditório efetivo que a doutrina clássica sempre pregou.
Vale destacar que, uma vez efetuado o acordo de calendarização, fica dispensada a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
Embora a lei fale que o calendário processual vincula as partes e o juiz, certo é que consequências de ordem processual somente podem afetar a posição das partes no processo, ou seja, se uma das partes deixar de praticar um ato previamente previsto no calendário processual, a princípio, perderá a faculdade de praticá-lo, não atingindo tal fenômeno os poderes do juiz, onde o descumprimento do calendário pelo magistrado somente poderá acarretar-lhe consequências nas esferas administrativa e cível, se for o caso.
Ainda, as partes de comum acordo podem pedir ao juiz a alteração do calendário processual, bastando demonstrar ao juiz que haverá uma vantagem nessa alteração. Caso o juiz concorde com essa vantagem, por certo que não estará vinculado ao calendário anterior, já que será do interesse comum de todos realizar a modificação do calendário. Todavia, situação distinta ocorre quando apenas uma das partes pede a alteração do calendário, sem a concordância da outra. Como a parte já está vinculada ao cumprimento dos prazos previamente estipulados, deverá convencer o juiz de que o cumprimento desse calendário é impossível ou quase inviável, e que isso acabará por inviabilizar seu direito de defesa. Não bastará que a parte faça meras alegações ou conjecturas sobre prejuízos hipotéticos que possa vir a ter caso mantido o calendário, pois isso acabaria por inutilizar o instituto.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
Art. 200 - Desistência da ação e homologação
No Processo Civil, o requerimento de homologação de desistência precisa ser fundamentado?
A resposta é depende.
Efetivamente, ao exercitar o direito de ação, o autor dá início ao procedimento (CPC-2015, arts. 2º e 312). Se, depois, o autor não mais quiser dar prosseguimento ao processo, basta ele desistir. A desistência produzirá efeitos a partir da sua homologação pelo juiz (e art. 267, VIII; CPC-2015, arts. 200, parágrafo único, e 485, VIII). Por vezes, há necessidade de o juiz ouvir o réu a respeito da desistência manifestada pelo autor (CPC-2015, art. 485, § 4º).
A desistência é, portanto, um ato unilateral. Rigorosamente, não se pede, nem se requer desistência. Desiste-se, apenas. O que se deve requerer é a homologação da desistência. Nesta linha de raciocínio, poderíamos responder com tranquilidade que o requerimento de homologação de desistência não precisa ser fundamentado e mesmo que o réu não consinta com a desistência, o autor não é obrigado a declinar o motivo do seu ato. Todavia, isto somente é verdade nos casos de processos individuais. Nos processos coletivos, não.
Assim, se o caso for de processo coletivo (ação popular e ação civil pública, por exemplo), a desistência deve ser fundamentada, uma vez que em tais processos está presente o interesse público. Em razão desse contexto, nos processos coletivos, a desistência deve ser sempre motivada e, caso o motivo apresentado não a justifique, devem ser adotadas providências para que o autor seja sucedido no processo por quem quer que possua legitimação para atuar como parte autora num processo coletivo.
Desistência da ação e homologação - A desistência da ação é o ato pelo qual o autor desiste de exigir do poder judiciário uma resposta para sua pretensão. Ela gera extinção do processo sem resolução do mérito.
Preclusão consumativa - a impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato decorre da circunstância de haver ele praticado um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar. Exemplo: art.1013, 276 CPC. 
Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Preclusão Lógica - a impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato decorre da circunstância de outro ato, incompatível com o ato que ele quer praticar, haver sido anteriormente levado a cabo por ele próprio. Exemplo: art. 355-356, julgamento antecipado/improcedente por falta de prova.
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
Atos praticado pelo juiz
Ao tratar do juiz o art. 23 do cpc e seus parágrafos definem os conceitos de sentença, decisão interlocutória e despacho com a precípua finalidade de organizar o sistema recursal. 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados deofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Como se verifica foi adotado para a sentença um conceito restritivo é a decisão que resolve ou não o mérito mas que cumulativamente poê fim ao processo sendo ele ordinário ou de execução, ou alguma de suas fases, fase de conhecimento ou execução. 
Tempo Lugar e Prazos Processuais Art. 212 a 235
O próprio processo eletrônico já excepciona a diretriz, pois sabemos que o ato pode ser realizado até as 24 horas do dia fatal, o que já aumenta em algumas horas, ao tempo em que permite a realização dos atos processuais a qualquer tempo.
E não é diferente a questão do lugar, em que regra geral os atos se realizam dentro da sede do juízo, contudo podem ser feitos fora do foro, justamente quando se verificar uma necessidade de maior proteção do direito material e outras situações.
Tempo, lugar e prazos processuais – Em processos não eletrônico tinha que ser respeitado o horário de funcionamento do judiciário para praticar os atos processuais, já no meio eletrônico a lei 11.419/2006 não tem incidência, pois não dependem de horário de funcionamento do órgão jurisdicional, sendo considerada tempestivas a petição transmitida até as 24h do dia limite para a prática do ato. Para a determinação do último dia do prazo, o chamado dies ad quem, há que se levar em conta as regras previstas no art 231, que regulamentam o dies a qua, marco inicial do prazo, bem como o seu curso e, dias uteis, ou seja, aqueles em que há expediente forense consoante o regramento do art 216 que estabelece assim o último dia do prazo para praticar o ato poderá ser até as 24h do dia.
Doutrinariamente para ser considerada tempestiva a petição ela deve ser protocolada no dia limite até as 23hr59mine59seg, porém a jurisprudência considera tempestivo o ato praticado eletronicamente até as 0h00. Caso haja algum problema de motivo técnico do sistema, o prazo será levado para o primeiro dia útil subsequente a solução do problema. {1ª 224 CPC
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
O essencial é o que o ato seja praticado antes do termo final para que o processo tramita mais aceleradamente. Wambier destaca que “por vezes, antes mesmo de ser formalmente intimada, [...] se a parte toma ciência espontânea de um ato do processo, a partir de então ela tem o direito de reagir a ele pelas vias cabíveis, no exercício do contraditório.” (art. 218, § 4º, CPC) Em outras palavras, firmando esta questão, “a vigilância da parte deve ser valorizada, até mesmo em atenção ao princípio da economia processual, eis que, interpondo o recurso antes da intimação, nenhum prejuízo acarreta para a parte contrária ou para a administração da justiça.” 
Atualmente, a regra de contagem dos prazos em dias úteis (segunda à sexta-feira), alcança somente os prazos processuais. De forma a resultar em um alargamento dos prazos.
Este sistema, não se aplica aos prazos materiais (prazos prescricionais e decadenciais) as quais são contados em dias corridos, então continuam disciplinados de acordo com o respectivo regime jurídico, sem alteração.
Em suma de modo geral, prazos são intervalos de tempo ou espaços cronológicos, fixados nas normas legais, a fim de que dentro deles, sejam praticados atos jurídicos, ou seja, atos em conformidade com o Direito.
Férias Forenses e Feriados
Férias forenses – essa expressão será utilizada com o fechamento dos fóruns e tribunais no período de recesso.
Feriados – Quanto aos feriados, são assim considerados os dias em que não há expediente forense, e que podem ser feriados nacionais ou judiciários. É importante destacar que cabe a parte comprovar a tempestidade do ato quando ocorrer período de recesso durante o curso do prazo para sua prática.
Os atos que podem ser praticados no recesso (período de férias) do fórum ou nos dias em que não há expediente ou feriados são a pratica de citações, intimações e penhoras, bem como os atos de concretização de tutela de urgência. Também não poderão ter seu curso suspenso pela superveniência de férias ou recesso forenses, os atos de concessão de alimentos provisórios, a remoção de tutores e curados, bem como as causas que a legislação determinar.
Podemos dizer então que nas datas de 20 de dezembro a 20 de janeiros os prazos ficarão suspensos salvo nas atividades acima citadas. 
Também não se suspendem por decorrência de férias ou do recesso forenses as causas que se tratam de ação de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório de locação, revisionais do aluguel e renovatórios de locação, as causas relativas a acidentes de trabalho, as desapropriações, bem como as causas de competência dos juizados especiais. 
RECESSO FORENSE
No recesso forense NÃO HÁ expediente, para o Poder Judiciário da União, conforme previsto na lei 5.010/66.
O período equivalente ao recesso para os órgãos do Poder Judiciário da União corresponde ao feriado previsto no inciso I do art. 62 da Lei 5.010/66.
Neste período, entre os dias 20 de Dezembro e 06 de Janeiro, por óbvio, são suspensos os prazos processuais, bem como as publicações de acórdãos, sentenças, decisões, intimação de partes ou de advogados, na primeira e segunda instâncias, exceto com relação às medidas consideradas urgentes. (Art. 2º Resolução Nº 244 do CNJ).
Sendo assim, só trabalharão em regime de plantão.
"CONSIDERANDO que o caráter ininterrupto da atividade jurisdicional é garantido, ainda que suspenso o expediente forense, no período noturno, nos fins de semana e nos feriados, por meio de sistema de plantões judiciários"(Res. Nº 244 do CNJ)
Art. 62. Além dos fixados em lei, serão feriados na Justiça Federal, inclusive nos Tribunais Superiores:
I - os dias compreendidos entre 20 de dezembro e 6 de janeiro, inclusive;
II - os dias da Semana Santa, compreendidos entre a quarta-feira e o Domingo de Páscoa;
III - os dias de segunda e terça-feira de Carnaval;
IV - os dias 11 de agosto, 1º e 2 de novembro e 8 de dezembro. (Redação dada pela Lei nº 6.741, de 1979)
APESAR da lei 5.010 se referir apenas ao poder judiciário da união, a resolução do CNJ em seu artigo 1º dispõe que os Estados também poderão, a seu critério e conveniência, estabelecer o recesso, pelo mesmo período e nos mesmos moldes.
SUSPENSÃO DOS PRAZOS (Art. 220 do CPC)
Já a suspensão dos prazos processuais, previsto no Art. 220 do CPC, em todos os órgãos do Poder Judiciário, dos dia 20 de Dezembro a 20 de Janeiro, além de suspender os prazos processuais NÃO SERÃO REALIZADOS AUDIÊNCIAS E SESSÕES DE JULGAMENTO (Inc. 2º, do Art. 220 CPC)
Mas HAVERÁ expediente, onde todos os Juízes, membros do MP, Defensoria Pública, Advocacia Pública e os Auxiliares da justiça voltarão a exercer suas atividades, salvo nas férias individuais e os feriados. (Inc. 1º, do Art. 220 CPC)
Neste período os processos poderão ser decididos, despachados, organizados e analisados.
São dias úteis os dias da semana de segunda a sexta-feira, que não sejam feriados, excluídos, portanto, o sábado e o domingo, como esclarece o artigo 216. 
A Lei 9.093/95 estabelece que são feriados civis:
I – os declarados em lei federal;
II – a data magna do Estado fixada em lei estadual;
III – os dias do início e do término do ano do centenário de fundação do Município, fixados em lei municipal.
São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão.
São feriados nacionais os dias 1o de janeiro, 21 de abril, 1o de maio, 7 de setembro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro (Lei 662/1949, alterada pela Lei 10.607/2002.
Para efeitos processuais, considera-se feriado qualquer dia emque não haja expediente forense (art. 216).
De regra, os atos processuais são praticados em dia útil e no horário compreendido entre as 6 e 20 horas, admitindo-se, porém, que o ato iniciado tempestivamente prossiga além das 20 horas, para não prejudicar, por exemplo, a unidade da audiência, ou para evitar grave dano (art. 212).
O dispositivo acrescentou intimações, ao lado de citações e penhoras, e aboliu expressamente a necessidade de autorização do juiz para que o ato processual posa ser realizado fora dos dias uteis ou horário normal. Assim pode ser decidida diretamente pelo serventuário da justiça responsável pelo cumprimento do ato processual de citação, intimação ou penhora.
Não se confunde o tempo dos atos processuais (entre as seis e 20 horas) com o horário de funcionamento dos órgãos do Poder Judiciário, designado tradicionalmente como horário de expediente forense. Os tribunais e fóruns funcionam em horário previsto na lei de organização judiciaria e este pode ser inferior ao período entre 06 e vinte horas.
Nos Juizados Especiais estaduais, os atos processuais podem realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana (Lei 9.099/95, art. 64).
Citações, intimações e penhoras podem realizar-se a qualquer tempo, respeitada a casa que, nos termos do artigo 5o, XI, da Constituição, constitui asilo inviolável do indivíduo, nela só podendo penetrar o oficial de justiça durante o dia e por determinação judicial. Não é nula, pois, a citação ou intimação feita durante as férias forenses, mas o prazo correspondente só começará a ocorrer no primeiro dia útil subsequente ao término das férias. Casa não é apenas o lugar de residência, compreendendo, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, também o local de trabalho do advogado, o consultório médico e o quarto de hotel em que alguém esteja hospedado, etc. Da desobediência à norma constitucional decorre a nulidade do ato. Havendo justo motivo, pode o juiz autorizar a prática de outros atos processuais em dia e hora proibidos, vedada, porém, em termos absolutos, a penetração em casa do indivíduo durante a noite.
As petições devem ser entregues na sede do foro ou do tribunal durante o horário de expediente. Resta claro, portanto, que o prazo para recorrer por petição não termina à meia-noite do último dia do prazo, mas no momento em que se encerra o expediente. O escrivão não está, pois, autorizado a receber petição fora do horário de expediente.
No processo eletrônico, porém, os atos processuais podem ser praticados até as 24 horas do último dia do prazo, como estabelece o artigo 213. Seu parágrafo único, ao determinar que se considere o horário vigente no juízo perante o qual é praticado o ato, leva em conta o fuso-horário. Assim, pode ser interposto recurso perante tribunal superior até as 24 horas do último dia do prazo, considerado, porém, o horário de Brasília.
Não se praticam atos processuais durante as férias forenses, período de tempo, estabelecido em lei, durante o qual não há expediente no foro, para fins de descanso principalmente dos juízes e advogados. Nos termos do artigo 93, XII, da Constituição, incluído pela Emenda Constitucional n. 45/2004, são vedadas férias coletivas nos juízos, isto é, nos órgãos de 1o grau, e nos tribunais de segundo grau, devendo funcionar juízes em plantão permanente, nos dias em que não haja expediente forense normal.
Ainda assim, dispõe o Código que, nos juízos de primeiro grau, a paralisação durante as férias não é total, não atingindo a tutela de urgência, as citações, intimações e penhoras (art. 212, § 2o), e processando-se durante as férias a ação de alimentos; os processos de nomeação ou remoção de tutor; os necessários à conservação de direitos e os de jurisdição voluntária (art. 215).
Para fins de suspensão ou não durante as férias, o critério a ser observado é o legal, isto é, são de jurisdição voluntária os apontados como tais pelo Código, no capítulo próprio.
Equiparam-se às férias forenses os períodos de “recesso”, como, na Justiça Federal de 1ograu, os dias compreendidos entre 20 de dezembro e 6 de janeiro, inclusive e os dias da Semana Santa, compreendidos entre a quarta-feira e o Domingo de Páscoa (Lei 5.010/66, art. 62, I e II).
Quanto ao lugar dos atos processuais, estabelece o Código que, de regra, os atos processuais são praticados na sede do juízo, admitindo, porém, exceções, por variados motivos (art. 217).
A Constituição Federal (art. 107, § 2o, incluído pela Emenda Constitucional n. 45/2004), impõe aos Tribunais Regionais Federais a instalação de justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
Tipos de Prazos
Prazos legais, prazos judiciais e prazos convencionais
Os prazos legais são aqueles que vêm estabelecidos em lei. Um exemplo, é legal o prazo para a apresentação de contestação, segundo o artigo 335 do CPC/2015 é de quinze dias. Os prazos judiciais são aqueles que não estão fixados na lei, mas sim pelo juiz, “segundo critérios de razoabilidade.” Exemplo sobre este tipo de prazo, é as datas de audiências. Os prazos são em regra, legais como prescreve o art. 218 do CPC/2015 “os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei”. Excepcionalmente quando a lei não tratar um prazo a respeito, o juiz fixará, como determina o art. 218, § 1º “Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. ” 
Na falta de previsão específica e de fixação pelo juiz, a lei aplica um prazo legal geral de cinco dias para a prática do ato (art. 218, § 3º do CPC/2015). Cabe notar, que a lei não é totalmente omissa, quando prescreve uma regra geral propondo um prazo, como por exemplo o § 2º do mesmo artigo. “Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas”.
Sob este aspecto é importante ressaltar que os prazos legais e judiciais somente serão contados em dias úteis.
Prazos dilatórios e prazos peremptório
Na distinção clássica, os prazos dilatórios são aqueles fixados pela lei. Estes prazos eram os que poderiam ser alterados pela à vontade das partes e também pelo juiz. Ao contrário dos peremptórios que são os prazos indicados pela lei e não poderiam serem alterados pelas as partes ou pelo juiz.
Wambier sustenta que não há mais prazos peremptórios nesse sentido. Pois o art. 222, § 1º do CPC/2015 declara que os prazos peremptórios são aqueles que não podem ser reduzidos pelo juiz sem o consentimento das partes. Significando que há flexibilidade extrema dos próprios prazos peremptórios. Verifica-se que:“(a) pode ser reduzido pelo juiz com a aprovação das partes (art. 222, § 1º do CPC/2015); (b) pode ser ampliado ou diminuído por iniciativa da próprias partes, com a chancela do juiz (art. 191 do CPC/2015); (c) pode ser ampliado pelo juiz, independentemente se assentimento das partes (art. 139, VI, do CPC/2015).” Como a lei aponta expressamente esta classificação, isso significa que há distinção contrária deste, sendo, os prazos dilatórios os que podem serem: “(a) [...] até reduzido pelo juiz sem a anuência das partes (desde que o faça previamente, deixando isso claro as partes, e não reduza o prazo a ponto de inviabilizar ou dificultar extremamente a prática do ato pela parte);(b) [...] diretamente alterado pelas partes, sem depender de uma chancela do juiz.” 
Neste ponto, parece possível manter o critério tradicional da distinção clássica.
Prazos próprios e impróprios
Os Prazos próprios são aqueles fixados para as partes de cumprir um determinado ato processual. Expirando esta prática, a parte que competia a execução perde o direito de fazê-lo, tendo em consequência a preclusão temporal que trataremos logo mais, como declara o art. 223 do CPC/2015“ Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado,porém, à parte provar que não o realizou por justa causa. ” Exemplos a ser destacados são: (a) se o réu não cumpre o prazo para contestar, acaba ocorrendo à revelia e acarretando uma situação desconfortante de que alegações do fato formuladas pelo autor serão presumidas verdadeiras (art. 344 do CPC/2015); se a parte não apela contra a sentença que lhe foi desfavorável, haverá o trânsito em julgado, onde é extinto a possibilidade de recurso contra o pronunciamento.
Os prazos impróprios são aquelas concedidas ao juiz (arts. 22 e 227 do CPC/2015) e aos demais auxiliares de justiça para a concretização do ato processual (art. 228 do CPC/2015) são impróprios, pois seu descumprimento não acarreta a preclusão nem outras consequências processuais. Mas a falta de comprimento pode haver decorrências disciplinares aplicáveis aos serventuários e aos juízes, conforme o art. 223 e 325 do CPC/2015).
De acordo com a exclusividade, os prazos são (c.1) próprios ou particulares, quando fluem em proveito de um sujeito determinado, isoladamente, e (c.2) comuns, quando fluem simultaneamente em favor de diversos sujeitos, inclusive quando no processo ocupem posições antagônicas (autor e réu)
PRECLUSÃO
O presente texto tem por finalidade esclarecer um instituto jurídico que traz causas de situações desconfortantes ao sujeito que não cumpre a prática do ato no momento certo, tendo determinadas consequências processuais negativas, sendo uma determinada espécie de preclusão a temporal.
No que se entende neste instituto é a impossibilidade da realização do ato processual em virtude do prazo estabelecido ultrapassado para a sua concretização. Porém, “veiculada na a ideia de que, passo a passo, os atos processuais vão acontecendo subsequência no processo [...] e de seu destino inexorável, que é o de extinguir-se, para dar lugar à solução concreta.” 
Portando, o processo deve andar para a frente e se desenvolver em direção do seu fim. O efeito da preclusão deriva do fato do autor ou réu ter ou não praticado um ato processual no prazo em que deve ser realizado.
Há neste instituto, outras espécies de preclusão a consumativa e a lógica, que iremos destacá-los.
Preclusão consumativa
O essencial da prática do ato processual é ser concluído antes do termo final, para que o processo tramita mais aceleradamente. Assim, haverá a preclusão consumativa que nada mais é o cumprimento de um ou mais atos processuais no devido prazo e não podendo ser repetido.
Preclusão lógica
A preclusão também ocorre quando a parte pratica ato processual incompatível com outro que poderia praticar. Para o cumprimento em um prazo, tende-se ser observado e interpretado de maneira correta para a sua conclusão efetivo, pois poderá ocorrer frustrações ou resultados desconfortantes ao término decorrido, havendo preclusão lógica que nada mais é o cumprimento de um ou mais atos processuais no devido prazo, mas de atuação da sua prática foi contrária. “Exemplo dessa situação é o do réu, condenado em ação de reparação de danos que, no prazo para o recurso de apelação, espontaneamente comparece em juízo e, sem qualquer ressalva, paga o valor da condenação.” 
Preclusão temporal
Novamente ressaltamos que é essencial a prática de atos processuais antes do dies ad quem, assim o processo tramitará ao seu fim razoavelmente. “Não sendo realizado no prazo determinado o ato, ocorrerá a perda da faculdade de sua realização. A esse fenômeno denominamos de preclusão temporal, que evita o desenvolvimento infinito e arbitrário da processo. Em outra palavras, o não cumprimento ou conclusão em momento errado, a parte que compete a prática do ato perde o direito de ônus à respectiva consequência, havendo preclusão temporal.
Em suma, ultrapassado o limite de tempo estabelecido para prática de um ato processual, este não poderá ser praticado.

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