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Direito do Trabalho - 5

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Direito do Trabalho 
Prof. Andre Veneziano 
Matéria: Trabalhadores Excluídos da Jornada/ Intervalos – Intrajornada, Interjornada, 
Descanso Semanal e Férias (próxima aula). 
27/05/2011 
 
 
Trabalhadores Excluídos da Jornada: 
- Os que exercem cargo de confiança. Sendo que, para ser considerado o cargo de 
confiança, deverá deter poderes de comando (gestão) – poderes internos (ex.: ter 
subordinados, carta branca para contratar empregados, dar advertência etc.) e poderes 
externos. Obs.: Este cargo normalmente é ocupado por coordenadores, diretores, chefes 
de departamento ou filial etc (Art. 62 da CLT). 
- Ademais, deverá ter salário diferenciado dos outros empregados. Caso haja gratificação 
de função de confiança, esta deve ser de pelo menos = + 40%. 
 
Art. 62 – “Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário 
de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência 
Social e no registro de empregados; 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos e gestão, aos quais se 
equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou 
filial. 
§ único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados 
no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a 
gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo 
acrescido de 40%.” 
 
Obs.: Não basta que tenha apenas os poderes de comando, deverá perceber 
necessariamente o salário diferenciado. Trata-se de 2 requisitos cumulativos para ser 
configurado o cargo de confiança. 
 
- Trabalhador externo (sem controle). 
Trabalha fora das dependências da empresa, razão pela qual não estão sujeitos à jornada 
de trabalho permanecendo excluídos da obrigação de manter controle de horário. 
 
Intervalos: 
A lei estabelece algumas regras sobre o horário de trabalho, tendo por finalidade garantir 
o período de descanso e alimentação do trabalhador. 
Existem descansos intrajornadas e interjornadas: aqueles que devem ocorrer dentro da 
jornada de trabalho ou entre duas jonardas de trabalho. 
 
 
 
 
Espécies de Intervalos: 
- Dentro de um dia: Intrajornada; 
- Entre um dia e outro dia: Interjornada; 
- Descanso da semana: Desncanso semanal; 
- Descanso anual: Férias. 
 
1. Intrajornada: 
O intervalo intrajornada, consiste no intervalo para refeição e descanso do empregado. 
O Art. 71, da CLT regulamenta as chamadas pausas obrigatórias, que são intervalos 
existentes durante a jornada de trabalho, estabelecendo que para o trabalho contínuo, cuja 
duração: 
-Exceda 6 hrs, é obrigatória a concessão de um intervalo de descanso – que varia de 1 hr 
à 2 hrs. 
- Superior a 4 hrs até 6 hrs, é obrigatória a concessão de um intervalo de descanso – de 15 
minutos. 
 
Art. 71 – “Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é 
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no 
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não 
poderá exceder de 2 (duas) horas. 
§ 1º – Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um 
intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.” 
 
Se não for concedido o intervalo, o empregador é obrigado a remunerar o respectivo 
perído, ou seja, a hora é paga com o acréscimo de 50% da hora normal, conforme o Art. 
71, p.4º, da CLT. 
Art. 71 § 4º – “Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, 
não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período 
correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o 
valor da remuneração da hora normal de trabalho.” 
*Pode haver redução do intervalo? 
Resp.: Sim, através da autorização de um fiscal do trabalho (membro do Ministério 
Público do Trabalho). Sendo que, para ocorrer esta autorização será verificada as 
seguintes condições: 
- Se a empresa tem refeitório; 
- Se o empregado não está realizando horas extras (trabalhando além do limite). 
 
Obs.: Trata-se de 2 requisitos cumulativos para a concessão da redução do intervalo. 
O empregado com a redução do intervalo – irá sair mais cedo do trabalho. 
 
Intervalos Especiais: 
Os intervalos especiais são obrigatórios e remunerados pelo empregador. 
- Digitador (mecanógrafo/datilografo): Tem 10 minutos de intervalo a cada 90 minutos 
trabalhados (Art. 72, da CLT). 
 
Art. 72 – “Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou 
cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá 
um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.” 
- Mulher: Dois intervalos de 30 minutos cada um, concedidos após o parto, durante o 
período de 6 meses (Art. 396, da CLT). Obs.: Este intervalo tem por finalidade à 
amamentação, sendo que na prática poderá ser unido os dois intervalos. 
 
Art. 396 – “Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 meses de idade, a 
mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 descansos especiais, de meia 
hora cada um. 
§ único - Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 meses poderá ser dilatado, a 
critério da autoridade competente.” 
 
- Mulher: Terá o intervalo de 15 minutos, após a realização da jornada normal e antes do 
início das horas extras. 
 
- Minas de Subsolo: Existe um intervalo de 15 minutos a cada 3 horas trabalhadas (Art. 
298, da CLT). Obs.: Este intervalo é realizado dentro da mina. 
 
Art. 298. “Em cada período de três horas consecutivas de trabalho, será obrigatório 
uma pausa de quinze minutos para repouso, a qual será computada na duração normal 
de trabalho efetivo.” 
 
- Câmaras Frias: Tem 20 minutos de intervalo a cada 1h40min trabalhados (Art. 253, da 
CLT). 
 
Art. 253. “Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e 
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-
versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuos será assegurado um 
período de vinte minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho 
efetivo.” 
 
2. Interjornada: 
Os descansos intrajornadas correspondem ao período de, no mínimo, 11 hrs entre duas 
jornadas (Art. 66, da CLT). 
 
Art. 66. “Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) 
horas consecutivas para descanso.” 
 
Obs.: Conforme, súmula do TST – os professores também gozam dos descansos 
intrajornadas. 
Por analogia ao Art. 71 – deve pagar a hora como extra (+50%) se não for completado o 
intervalo de 11 hrs de um dia para o outro subsequente. 
 
 
 
Art. 71 § 4º “Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não 
for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período 
correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o 
valor da remuneração da hora normal de trabalho.” 
 
3. Descanso Semanal: 
O direito ao repouso semanal vem assegurado no Art. 7º, XV, da CF, e, é, regulado pelo 
Art. 67, da CLT. 
O período do descanso semanal será de 24 horas e deverá ser concedido 
preferencialmente aos Domingos, salvo se for estipulado dia diverso. 
O descanso semanal será remunerado (pago) quando: 
- O empregado tenha sido assíduo no trabalho (não tenha faltado) e; 
- Tenha sido pontual. 
 
Obs: São 2 requisitos cumulativos. 
 
Art. 7º XV – “repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.” 
 
Art. 67. “Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) 
horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade 
imperiosado serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.” 
 
Ausência do descanso – gera o pagamento do dia + em dobro, com 100% de acréscimo. 
 
Férias (próxima aula). 
 
Salário (próxima aula).

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