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Direito das Sucessões III – Da sucessão Testamentaria Artigos 1897 a 1911 • Sucessão Testamentária é aquela em que a transmissão hereditária se opera por ato de última vontade, revestido da solenidade requerida por lei. Em outras palavras, é a sucessão que se faz por meio de um testamento. Permite a instituição de herdeiro (sucessor a título universal) ou legatário (sucessor a título singular). Como já vimos, tem certas limitações, pois deve respeitar a legítima (que é a parte que cabe aos herdeiros necessários). • Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se pura e simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por certo motivo. • Herdeiro e Legatário • Pura e simplesmente Condição • Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. • Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. • Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: • I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; • II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; • III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. Encargo • Impõe um ônus ou obrigação ao beneficiário Certo motivo • Dar o motivo do porquê • Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. • Art. 1.898. A designação do tempo em que deva começar ou cessar o direito do herdeiro, salvo nas disposições fideicomissárias, ter-se-á por não escrita. • Impede a nomeação de herdeiro a termo. • Disposições Fideicomissárias: Art. 1.951. • Art. 1.901. Valerá a disposição: • I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado; • II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar o valor do legado. • Art. 1.902. A disposição geral em favor dos pobres, dos estabelecimentos particulares de caridade, ou dos de assistência pública, entender-se-á relativa aos pobres do lugar do domicílio do testador ao tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, salvo se manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra localidade. • Parágrafo único. Nos casos deste artigo, as instituições particulares preferirão sempre às públicas. • Art. 1.903. O erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa legada anula a disposição, salvo se, pelo contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador queria referir-se. • Artigo:1904 – Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros, sem discriminar a parte de cada um ,partilhar-se-á por igual entre todos, a porção disponível do testador Se o autor da herança tem herdeiros necessários, só pode testar a porção disponível. Atribuindo-se a dois ou mais herdeiros, sem especificar as quotas respectivas, efetuar-se-á a partilha por igual, entre todos. • Art. 1.905. Se o testador nomear certos herdeiros individualmente e outros coletivamente, a herança será dividida em tantas quotas quantos forem os indivíduos e os grupos designados A hipótese do testador nomear alguns herdeiros individualmente (Renata e Luciana, por exemplo) e outros coletivamente (os filhos de Vanda). Nesse caso, a herança será dividida em três partes: Renata e Luciana, indicadas individualmente, receberão uma quota cada uma, enquanto a dos filhos de Vanda será dividida entre todos eles, salvo se, comprovadamente, outra era a intenção do testador. • Art. 1906 . Se forem determinadas as quotas de cada herdeiro, e não absorverem toda a herança, o remanescente pertencera aos herdeiros legítimos, segundo a ordem da vocação hereditária. Se as disposições testamentarias não alcançarem toda a porção disponível do testador, o remanescente vira pra a sucessão legitima, dividindo segundo a ordem da vocação hereditária. • Artigo – 1907.Se forem determinados os quinhões de uns e não de outros herdeiros, distribuir-se-á por igual a estes últimos o que restar, depois de completas as porções hereditárias dos primeiros. As quotas determinadas serão, assim, atendidas primeiro, não podendo ser desfalcadas sob pretexto de haver outros herdeiros instituídos, sem quota determinada. Art. 1910 - Código Civil/2002 A ineficácia de uma disposição testamentária importa a das outras que, sem aquela, não teriam sido determinadas pelo testador. Exemplo: O testamento doa a: I- Astolfo R$ 10.000,00. II- R$ 5.000,00 para dividir entre os dois filhos deste acima citado. O testador conhecia 3 pessoas com o nome ‘Astolfo’ e todos eles tinham dois filhos. Com base no Art. 1900 CC/02, o item I é nulo, e se tal é nulo, torna nulo o item II, já que sem aquele é impossível interpretar este. Art. 1911 - Código Civil/2002 A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. Parágrafo único. No caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência econômica do donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto da venda converter-se-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros. Exemplo: O testamento torna inalienável um violão no valor de R$ 5.000,00 e o beneficiado(B) tem uma dívida deste exato valor. Os outros bens em nome do beneficiado são a casa onde habita e um carro que usa para levar sua mãe doente ao hospital todos os dias, logo, não possui outro recurso para quitar seu débito, inclusive porque encontra-se desempregado. Com o intuito de quitar a dívida, B recorre ao judiciário pedindo autorização para que possa vender o bem outrora defeso pela cláusula em questão. Com fulcro no parágrafo único deste artigo o magistrado concede a referida autorização e transfere a um ou mais bens a cláusula de inalienabilidade. Sendo importante considerar que os novos bens clausulados devem ter no mínimo o valor da venda do primeiro bem.
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