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Direito Processual Penal 
Prof. Flavio Cardoso 
Matéria: Competência: em razão da matéria (continuação); do cargo/função e do lugar. 
16/05/2011 
 
Normas da Competência (Regras): 
As regras da competência são analisadas sobre 3 critérios: 
1. Em razão da matéria – “Ratione Materiae”; 
2. Em razão do cargo/função – “Ratione Personae”; 
3. Em razão do lugar – “Ratione Loci”. 
 
1. - Em razão da matéria – “Ratione Materiae”: 
1.1 Justiça Especial: 
a) Justiça Eleitoral (aula passada); 
b) Justiça Militar (aula passada); 
1.2 Justiça Comum: 
a) Justiça Federal: O Art. 109, da CF apresenta o rol de hipóteses da competência da 
Justiça Federal, são elas: (continuação da aula passada). 
 
6º Crimes contra o Sistema Financeiro e a Ordem Econômico Financeira, quando 
determinados em lei. 
Será da competência da Justiça Federal quando a lei dispor, ou seja, não basta a natureza 
do crime. 
 
Ex.: Lei 7.492/86, apresenta os crimes financeiros contra o sistema nacional. Esta lei 
dispõe de um artigo expresso – quanto a competência para julgar da Justiça Federal. 
 
Ex.: Lei 8.137/90, apresenta os crimes contra a ordem tributária, porém não apresenta um 
dispositivo expresso quanto a competência. Portanto, deve-se analisar se a União foi 
vítima destes crimes – Justiça Federal, mas se ela não for vítima – Justiça Estadual. 
 
7º Crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, exceto as militares. 
Obs.: Aeronovae militar – competência da Justiça Militar. 
 
9º Crimes de ingresso e permanência irregular de estrangeiro no Brasil. 
Ex.: Visto vencido, previsto no Estatuto do Estrangeiro – competência da Justiça Federal. 
 
Art. 109 – “Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, 
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou 
pessoa domiciliada ou residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou 
organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços 
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas 
as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a 
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou 
reciprocamente; 
V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, 
contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o 
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a 
outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, 
excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da 
Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta 
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas 
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas.” 
 
b) Justiça Estadual. 
A justiça estadual também é conhecida por justiça residual, ou seja, o que não for de 
competência eleitoral, militar ou federal – será de competência da Justiça Estadual. 
 
Informações: 
Tribunal do Júri: Tem competência constitucional para julgar crimes dolosos contra a 
vida, conforme o Art. 5º XXXVIII, da CF. 
 
Art. 5º. XXXVIII – “é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a 
lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.” 
 
Portanto, a CF outorgou ao tribunal do júri a competência para o julgamento dos 
chamados crimes dolosos contra a vida (Arts. 121 “homicídio”, 122 “induzimento, 
instigação ou auxílio a suicídio”, 123 “infanticídio”, 124 “aborto provocado pela gestante 
ou com seu consentimento”, 125 “aborto provocado por terceiro” e 126 “provocar aborto 
com o consentimento da gestante”, do CP) + os conexos, inclusive os tentados. 
 
 
Porém, essa competência do tribunal do júri popular para o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida não é absoluta. Vale dizer, nem todo o crime doloso contra a vida 
será julgado pelo tribunal do júri, como já deixou assente o Supremo Tribunal Federal. 
 
STF Súmula nº 603 - Competência - Processo e Julgamento - Latrocínio 
“A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do 
Tribunal do Júri.” 
 
Obs.: Temos o Tribunal do Júri nas duas esferas – Estadual e Federal. 
 
Jecrim/Juizados Especiais Criminais – Lei 9.099/95. 
O Jecrim tem competência para julgar as infrações de menor potencial ofensivo, ou seja, 
os crimes cuja a pena máxima for de até 2 anos, bem como as contravenções. 
 
Conforme, o Art. 60. p.ú, se houver conexão entre um crime (que não seja de 
competência do Jecrim) e uma infração de menor potencial ofensivo, ou seja, havendo 
conexão entre eles – o crime mencionado é levado para a Vara Criminal e a infração de 
menor potencial ofensivo é aplicada a composição civil e a transação penal. 
 
Art. 60. “O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, 
tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de 
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, 
decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os 
institutos da transação penal e da composição dos danos civis.” 
 
Obs.: Temos Jecrim Estadual e Federal. 
 
Havendo concurso material entre Justiça Estadual e Justiça Federal (conexão entre os 
crimes), prevalece a Justiça Federal (Súmula 122/STJ). 
 
STJ Súmula nº 122 - Competência - Crimes Conexos - Federal e Estadual - Processo e 
Julgamento: “Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes 
conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, II, "a", 
do Código de Processo Penal.” 
 
Lei 9.605/98, apresenta os crimes ambientais. 
Cabe salientar, que os crimes ambientais não são exclusivamente de competência da 
Justiça Federal. Portanto, para estes deve-se analisar: se a União foi vítima – Justiça 
Federal, mas se ela não for vítima – Justiça Estadual. 
 
Lei 9.613/98, apresenta os crimes de lavagem de dinheiro. 
O Art. 2º, desta lei, dispõe a competência será da Justiça Federal quando o crime 
antecedente for de competência da Justiça Federal, caso contrário obedecem às 
disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão, da 
competência do juiz singular. 
 
2. Em razão do cargo/função (pessoa) – “Ratione Personae”: 
Referida competência também é denominada por foro de prerrogativa de função ou foro 
privilegiado. 
Cabe ressaltar, que o privilégio, outrora citado, não se dá em razão da pessoa, mas sim 
em razão da função que esta pessoa exerce (cargo de relevância, p. ex: Governador, 
Deputado etc) – julgado por Orgão Colegiado (Tribunais). 
 
Julgados originariamente pelo STF: 
- Presidente da República; 
- Vice Presidente; 
- Membros do Congresso Nacional (Deputado e Senador); 
- Ministrosde Estado; 
- Seus próprios Ministros (STF); 
- Ministros dos Tribunais Superiores; 
- Procurador Geral da União; 
- Advogado Geral da União; 
- Membros dos Tribunais de Contas da União; 
- Comandantes das Forças Armadas; 
- Chefes de Delegações Estrangeiras de caráter permanente (Embaixadores); 
- Todos os cargos equiparados a Ministros (interpretação extensiva) – Ex.: Presidente do 
Bco Central. 
 
Julgados originariamente pelo STJ: 
- Governadores dos Estados/DF; 
- Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados/DF; 
- Desembargadores dos Tribunais Regionais Federais, Eleitorais e do Trabalho; 
- Membros dos Tribunais de Contas dos Estados; 
- Membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas dos Municípios; 
- Membros do Ministério Público da União que atuem perante Tribunais. 
 
Julgados pelo TRF: 
- Juizes Federais; 
- Membros do Ministério Público Federal que atuem em 1ª instância. 
 
Julgados pelo TRE: 
- Juizes Eleitorais; 
- Promotores Eleitorais. 
 
Julgados pelo TJ: 
- Juizes Estaduais; 
- Membros do Ministério Público Estadual; 
- Prefeitos (Art. 29, X, da CF). 
 
Art. 29. X – “julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça.” 
 
 
 
Obs.: Conforme a CF, a competência para julgar prefeitos é do Tribunal de Justiça, mas o 
STF realizou uma interpretação extensiva com relação aos prefeitos – Sumúla 702/STF. 
- Crime estadual – competência TJ; 
- Crime federal – competência TRF; 
 
STF Súmula nº 702 - Competência Originária - Julgamento de Prefeitos: 
“A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de 
competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária 
caberá ao respectivo tribunal de segundo grau”. 
 
A Constituição Federal permite que a Constituição Estadual traga seu rol de prerrogativas 
próprias para a competência do Tribunal de Justiça, ou seja, trata-se da ampliação do rol, 
desde que atenda ao princípio da simetria. 
 
Obs.: Quanto ao Delegado de Polícia – ADIN 2.587 – Supremo julgou inconstitucional a 
prerrogativa criada pelo Estado de Goiás, razão pela qual o Delegado de Polícia não tem 
previsão de prerrogativas de função para nenhum Estado, pois esta ação direta de 
inconstitucionalidade tem efeito “erga omnes”. 
 
No crime doloso contra a vida, se o agente gozar de prerrogativa, prevista na CF – será 
julgado pelo Tribunal respectivo, porém se a prerrogativa estiver presente em uma 
Costituição Estadual – será julgado pelo Tribunal do Júri. 
 
STF Súmula nº 721 - Competência Constitucional do Tribunal do Júri - Prevalência - 
Foro por Prerrogativa de Função - Constituição Estadual 
 “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por 
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.” 
 
Concurso de Agentes e Prerrogativas: 
Caso alguém que tenha prerrogativas de função juntamente com outra pessoa que não 
tenha tais prerrogativas – cometa um crime (concurso) – esta ação irá se concentrar no 
foro de quem detenha prerrogativa, conforme a Súmula 704/STF. 
Ex.: Caso mensalão. 
 
STF Súmula nº 704 - Garantias do Juiz Natural - Ampla Defesa - Devido Processo 
Legal - Atração por Continência ou Conexão - Prerrogativa de Função: “Não viola as 
garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por 
continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um 
dos denunciados.” 
 
Ademais, o que determina as prerrogativas de função é o tempo em que o agente ocupa o 
cargo/função (não o tempo em que o crime foi praticado). 
Obs.: Enquanto estiver no cargo – tem prerrogativas de função (saiu do cargo – fim da 
prerrogativa). 
 
 
 
3. Competência Territorial (em razão do lugar – “ratione loci”): 
Regra – Lugar do crime (onde o crime foi praticado é que se encontra a repercursão 
social). Sem dúvidas, o lugar do crime é o ideal para a apuração dos fatos pela maior 
facilidade de colheita de provas acerca dos fatos e circunstâncias do delito. 
O que define o lugar e a competência territorial – é a consumação do crime. 
 
Obs.: Juizado Especial Criminal (JECRIM), contém regra diversa – lugar, onde foi 
praticado a infração, ou seja, prevalecendo doutrinariamente a Teoria da Ubiguidade. 
 
Variáveis da Regra de Competência Territorial: 
- Consumação fora do Brasil: prevalece o último ato de execução. 
- Regra: Se o último ato da execução também for no exterior: Competente no Brasil o 
lugar onde ocorreu parte do resultado ou deveria ter acontecido o resultado. 
 
Crime sem Consumação (forma tentada): 
Na tentativa: O último ato de execução, define a competência. 
 
Art. 70 – “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução.” 
 
Se houver 2 ou mais foros igualmente competentes/Hipóteses: 
- Na divisa entre 2 Municípios; 
- Incerta a divisa entre 2 Municípios; 
- Crime permanente; 
- Crime continuado. 
 
Adota-se como regra: a prevenção (2 ou mais foros competentes e um juiz toma 
conhecimento ou realiza um pré-questionamento processual – este será o juiz compente 
para a causa). 
 
Competência pelo domicílio/residência do réu: 
Não sendo conhecido o lugar - a competência será a do lugar do domicílio ou residência 
do réu (regra subsidiária). 
Caso o réu tenha mais de uma residência (2 ou mais domicílios – prevenção). 
Se o réu não tiver residência certa, ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o 
juiz que primeiro tomar conhecimento formal do processo. 
 
Art. 72 – “Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo 
domicílio ou residência do réu. 
§ 1º - Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
§ 2º - Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.”

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