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UNIVERSDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊCIAS AGROVETERIÁRIAS – CAV
DISCIPLINA – OLERICULTURA II
CENOURA (Daucus carota)
ORIGEM E CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS
Espécie de origem asiática (atual Afeganistão), região frias com inverno rigoroso.
Raiz tuberosa é reserva para brotação na próxima primavera. Necessita de frio para a floração.
Planta bienal: 1ª fase vegetativa – forma raiz
 2ª fase reprodutiva – floresce
Na sua região de origem, entre a primeira e segunda fase, a parte aérea morre pelo frio e a raiz permanece dormente (endodormência) para brotar na primavera.
Em cultivos a floração pode ocorrer em função do frio no início do crescimento das plantas, inviabilizando a produção comercial da raiz.
Ciclo da planta varia de 85 a120 dias
Planta da família das apiáceas, onde também encontramos a mandioca-salsa, aipo, salsa, coentro e funcho.
Folhas: Limbo triangular, folíolos recortados, pecíolo longo
Caule: Todas folhas partem do mesmo ponto, logo acima da raiz. 
Raiz Tuberosa: Cilíndrica ou cônica, cores desde amarela até vermelha escura. Sem ramificações laterais. A porção logo abaixo do caule é chamada de “ombro”, que quando exposto a luz pode adquirir cor verde (clorofila) ou vermelha (antocianina).
Características nutracêuticas :
Presença de pró vit. A (beta caroteno), aumenta número de glóbulos vermelhos no sangue (anemia). Suco é indicado para crianças, tem efeito laxante, estimula o apetite e facilita ação intestinal (prisão de ventre). Combate enfermidades do fígado, favorece a lactação e é indicada para avitaminoses (contém 26,8 mg de ac. asc./ 100 g de raiz).
Encontram-se relatos de efeitos positivos contra tuberculose, vermes, enfermidades infecciosas, colesterol elevado e efeitos positivos para embelezamento da pele e redução de manchas e rugas. 
REGIÕES PRODUTORAS e COMERCIALIZAÇÃO
Moires regiões produtoras no Brasil :
São Gotardo, Carandaí e Andradas - Cerrado (MG.)
Piedade e Ibiúna - São Paulo.
É possível produzir cenoura durante todo o ano no Brasil e também em Santa Catarina. Para isto deve-se encontrar a combinação ideal entre clima e exigência de cada cultivar. Regiões tropicais e baixas podem ser cultivadas de abril a outubro. Regiões altas ou de clima subtropical mais ameno podem ser cultivadas de dezembro a março.
Em Santa Catarina 60% das áreas são plantios de verão e primavera, no planalto (Campos Lages, campos Curitibanos, colonial Serrana) – Alcançam melhores cotações por dois motivos:
Clima 
Tipo de produtor
Clima : Devido a dificuldade de formação do estande de plantas em regiões com temperaturas acima de 29o C, somente regiões acima de 900 m no Sul do Brasil e acima de 1200 m no Centro-Oeste permitem semeaduras de verão (entre dezembro e março). A colheita destas raízes será nos meses de março a maio, aumentando os preços neste período
Tipo de produtor : A cenoura colhida neste período é cultivada no Planalto Catarinense e comercializada por poucos atacadistas no setor Box do CEASA de São José, ou diretamente para supermercados. No restante do ano a maior parte da comercialização é realizada por pequenos (e muitos) produtores da Grande Florianópolis, no setor Pedra deste CEASA. Portanto, o volume comercializado neste CEASA varia pouco, mas o preço varia muito. Os comerciantes do primeiro grupo são em menor número e mais organizados do que o segundo grupo, podendo influir mais diretamente na formação do preço desta hortaliça.
O restante (40 %) é produzido principalmente nas regiões baixas do estado: Sul, Vale do Itajaí e grande Florianópolis.
Há uma tendência de estabilização da oferta, com menores variações nos preços pagos ao produtor no decorrer do ano. A cenoura apresenta características de pós-colheita que permite o transporte a grandes distâncias. Como resultado, encontramos no Brasil hortas extensivas desta hortaliça a grandes distâncias dos centros consumidores. A demanda é considerada pouco variável para esta hortaliça.
CULTIVARES : Grupos
Nantes: É considerada o padrão de consumo para cenoura em todo o mundo.
Cilíndrica, 13-18 cm comprimento., lisa, reta, sem radículas laterais, brilhante, boa coloração int./ext. 
Somente para climas amenos : ideal 16 a 20°C.
Alta suscetibilidade a queima das folhas, causada por por três patógenos : Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris
Kuroda: Cônica, aspecto mais grosseiro, alaranjado intenso, para climas mais quentes e úmidos. Apresenat menor valor comercial do que as cultivares do grupo nantes. Alta resistência a queima das folhas. Shin Kuroda, Kuronan, Nova Kuroda, Kuroda Nacional.
Brasília: Material genético selecionado a partir de Kuroda no R.S. Lançada pelo CNPH em 1980.
	Cilíndrica, com boa aparência, mas de qualidade pouco inferior a Nantes.
Assemelha-se a Kuroda na resistência a doenças.
	Em 1999 foi lançada a nova Brasília, praticamente igual a Nantes, com a mesma rusticidade, porém forma raízes com melhor aparência do que a Brasília, e apresenta menor volume de folhas.
Várias cultivares tem sido lançadas nos últimos anos, sempre buscando o padrão comercial da Nantes, com viabilidade de cultivo para verões amenos e com menor volume de folhagem do que a Brasília.
Mini cenouras (Baby Carrot) : Alto valor agregado (acima de $ 4,00 por Kg)
São “raízes” com 5 a 6 cm de comprimento.
“Fabricada” com um torno especial. 
Somente na França é uma pequena cenoura
A “raspa” é vendida por mais de três vezes o valor médio das raízes comuns.
SOLO:
É uma planta muito exigente em condições físicas do solo. Apresenta baixa qualidade da raiz em solos argilosos e/ou compactados. Apresenta melhor crescimento, com raízes lisas e brilhantes em solos friáveis com alto teor de matéria orgânica.
PH ideal próximo de 6,0
Extração de nutrientes é elevada: (Kg/ha) 835k, 268N, 200Ca, 43P, 34S e 32Mg.
A absorção de nutrientes é muito baixa até 55 dias, devido ao crescimento inicial muito lento.
PLANTIO E CULTIVO
A cenoura normalmente é cultivada em canteiros elevados, após grande imobilização e desestruturação de solo. Esta técnica é amplamente utilizada por apresentar uma garantia de boa germinação e estabelecimento de plantas, oferece condições para uma drenagem eficiente e permitir o uso de lâmina na pré-colheita.
A raiz da cenoura é muito propensa a deformações. O canteiro elevado, após imobilização de grande volume de solo, diminui a ocorrência destas deformações.
Os espaçamentos mais utilizados são de 20 a 25 cm entre fila e 5 a 10 cm entre plantas, podendo a densidade variar muito (entre 40 até próximo de 100 plantas/m2).
A semeadura deve ser realizada em profundidade constante de 1 a 2 cm. Raízes formadas a partir de semeadura pouco profunda tendem a ter a parte superior acima do solo, formando o “ombro” verde ou vermelho, conforme a cultivar. Esta característica é indesejada comercialmente.
Perda de plântulas (sementes recém emergidas)
Comum ocorrer morte de plântulas devido a desidratação em dias com ventos e temperaturas acima de 29o C, mesmo com boa umidade no solo. As características associadas a este problema são:
Semente muito pequena.
Plântula recém emergida é muito pequena e desidrata muito facilmente.
Necessidade de alta densidade de plantio com pouco ou nenhum raleio.
Baixo efeito compensatório (a morte de uma planta dificilmente é compensada pelas plantas ao seu lado)
Baixa germinação natural (min. 50%)
Possíveis soluções:
Irrigação no momento de maior perda de água da plântula
Semeadura compatível (maquinário, semente peletizada)
Cobertura do solo com materiais orgânicos.
Escolha de local com clima adequado
Várias bibliografias recomendam a prática do raleio, porém esta é uma prática cara e tediosa, não sendo adotada pela maioria dos produtores. É frequente o uso de densidade de sementes abaixo do ideal de produção, para evitara necessidade do raleio, reduzindo-se a produtividade das raízes. A utilização da semeadura para obtenção de máximas densidades só é possível com maquinário que permita esta prática (colocar uma semente a cada 4 a 6 cm). Considerando o pequeno tamanho e formato alongado das sementes, a mecanização da semeadura torna-se bastante difícil de viabilizar.
DOENÇAS:
A Principal doença é a alternária (Alternaria dauci), ocorrendo também, e com freqüência ao mesmo tempo Cercospora carotae e Xanthomonas campestris. As cultivares brasileiras e japonesas são resistentes e a Nantes é muito sucetível. A recomendação para controle destas doenças é a correta escolha da cultivar.
O nematóide Meloidogyne incognita ocorre principalmente em áreas com sucessivos cultivos. O sintoma é de galhas nos “olhos” das raízes, as folhas se tornam amareladas e o crescimento reduz. Rotação de culturas, uso de plantas com efeito nematicida e manutenção do solo por 2 ou 3 meses sem plantas, são técnicas recomendadas para o controle de nematóides.
A ocorrência, em pós colheita, de bactérias do gênero Erwinia pode ser verificada por uma podridão mole de cheiro forte e desagradável. É facilitada a contaminação durante o verão, onde o inóculo vem do solo ou da água de lavação. O transporte do produto úmido, aquecido debaixo de uma lona em um caminhão, com fonte de inóculo, permite um rápido desenvolvimento da doença, principalmente quando o destino for uma região quente. 
COLHEITA:
A colheita da cenoura pode ser realizada a partir de 85 dias da semeadura. Algumas cultivares podem ser colhidas com 120 dias. No Brasil a colheita é geralmente realizada com 90 a 95 dias da semeadura.
A colheita das raízes é manual. É aconselhável utilizar a lâmina abaixo das raízes para facilitar o trabalho manual da colheita. Não é possível utilizar a lâmina quando o plantio for realizado sem canteiros.
Após a colheita corta-se o prolongamento da raiz bem como as folhas. As raízes são lavadas e embaladas geralmente em caixas K com 23 a 26 kg. O uso de caixas de papelão é dificultado pelo fato de as raízes estarem molhadas quando são colocadas na caixa. Faz-se necessário esperar a secagem destas se forem utilizadas caixas de papelão.
As raízes ideais para o consumo devem apresentar entre 15 e 22 cm de comprimento, com aparência lisa e brilhante, sem a presença de “ombro”, rachaduras, quebras e preferencialmente de formato cilíndrico.
As maiores perdas em pós-colheita ocorrem devido a presença de raízes rachadas, bifurcadas e com aparência não lisa. Todas estas características devem ser manejadas durante o cultivo desta hortaliça, não sendo possível evitar na pós-colheita.
Uma lavoura bem conduzida, associada a um clima propício, pode produzir até 60 t/ha. As produtividades mais freqüentes encontram-se entre 30 e 50 t/ha.

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