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Estreptococos Bactérias Gram positivas esféricas que tipicamente formam pares ou cadeias durante o crescimento, estando distribuídos em ampla escala pela natureza; Alguns são membros da microbiota humana normal (mucosa oral e pele), enquanto outros estão associados a doenças humanas importantes, atribuíveis em parte à infecção por estreptococos e em parte à sensibilização a esses microorganismos Patógenos oportunistas; Elaboram uma variedade de substâncias extracelulares e enzimas; As espécies se caracterizam por combinações de peculiaridades: características de crescimento das colônias, padrões de hemólise em ágar sangue, composição antigênica de substâncias da parede celular específicas do grupo e reações bioquímicas; Anaeróbios facultativos – CO2 o crescimento e a hemólise são favorecidos com incubação em CO2 a 10%; Realizam homofermentação produção de ácido lático; Catalase negativos; Sensíveis à penicilina; Microorganismo fastigioso exigente nutricionalmente: ágar sangue, exigência de sangue e soro, colônias puntiformes (0,5 mm). O crescimento dos estreptococos tende a ser deficiente em meios sólidos ou em caldo, a não ser que sejam enriquecidos com sangue ou líquidos teciduais. Classificação: Padrão hemolítico: α: hemólise parcial colônias de coloração marrom; β: hemolítico colônias de coloração amarelada; γ: não hemolítico colônias de coloração mais clara. Propriedades sorológicas: Carboidrato A na parede celular; Reações de aglutinação; Precipitação. Propriedades fisiológicas. Epidemiologia: Patogênicos; Microbiota normal de mucosas (cavidade oral) e pele. Espécies de relevância clínica: Streptococcus pyogenes – A; Streptococcus agalactiae – B; Streptococcus pneumoniae Estreptococos do grupo viridans: Tipicamente, são α-hemolíticos, mas podem ser não-hemolíticos. São membros mais prevalentes da microbiota normal das vias respiratórias superiores e importante para a integridade das mucosas do trato respiratório. Podem alcançar a corrente sanguínea em conseqüência de traumatismo e constituem uma importante causa de endocardite em valvas cardíacas anormais; S. mitis – endocardite; S. mutans – cárie, endocardite; S. anginosus – abcessos cerebrais e cavidade peritoneal. Elementos estruturais: A maioria das cepas dos grupos A, B e C produz cápsulas compostas de ácido hialurônico, que impedem a fagocitose; A parede celular do estreptococo contém proteínas (antígenos M, T, R), carboidratos específicos do grupo, e peptideoglicanos; Fímbrias semelhantes a pelos se projetam através da cápsula dos estreptococos do grupo A, constituídos em parte de proteína M e recobertos de ácido lipoteicoico, importante na fixação desses microorganismos às células epiteliais. Fatores de virulência: Ácido lipoteicoico: favorece a adesão das bactérias às células do hospedeiro; Proteína M: aparece na forma de projeções semelhantes a pelos na parede celular do estreptococo. Na presença dela, são virulentos e, na ausência de anticorpos tipo M específicos, são capazes de resistir à fagocitose por leucócitos polimorfonucleares. Trata-se de uma proteína termo e ácido-estável S. pyogenes (grupo A); Cápsula: proteção antifagocitária; Ácido hialurônico: forma cápsulas que impedem a fagocitose; Estreptolisinas S e O: destroem as membranas de eritrócitos e outras células, matando-as. Logo, são responsáveis por parte da hemólise. Estreptolisinas S aparecem em baixa oxigenação; Estreptolisinas O aparecem em alta oxigenação. Em casos de faringite bacteriana, o paciente apresenta um hálito muito forte devido à multiplicação das bactérias e liberação de estreptolisinas. Exotoxinas pirogênicas: superantígenos que ativam os linfócitos da resposta imune de forma desordenada, causando febre, falência de órgãos e até mesmo choque. Streptococcus pyogenes (Estreptococo β-hemolítico do grupo A): Principal patógeno humano associado à invasão local ou sistêmica e distúrbios imunológicos pós-estreptocócicos; Produz grandes zonas (1 cm de diâmetro) de β-hemólise ao redor de colônias com mais de 0,5 mm de diâmetro; São PYR-L positivos; Em geral mostram-se sensíveis à bacitracina. Patogenia: Infecções piogênicas: faringite, infecções cutâneas – impetigo, pioderma, erisipela, celulite bacteriana, escarlatina, choque séptico, fasciite necrosante (gangrena estreptocócica – necrose extensa da pele e dos tecidos subcutâneos, disseminando-se rapidamente); Infecções não supurativas: Febre reumática: resulta em lesão dos músculos e das valvas cardíacas. Certas cepas de estreptococos do grupo A contêm antígenos da membrana celular que exibem reação cruzada (doença autoimune) com antígenos do tecido cardíaco humano. Os sintomas consistem em febre, mal estar, poliartrite não supurativa migratória e evidências de inflamação de todas as partes do coração (endo, mio e pericárdio); Glomerulonefrite: iniciada pela formação de complexos antígeno-anticorpo sobre a membrana basal glomerular, ativação do sistema complemento e reações inflamatórias. Na nefrite aguda, verifica-se a presença de sangue e proteína na urina, com edema, hipertensão e retenção de nitrogênio ureico. Diagnóstico laboratorial: Microscopia – tecidos moles; Sorologia; Teste de catalase e reação do PYR-L (pirrolidonil arilamidase); Teste da antiestreptolisina O: febre reumática ou glomerulonefrite. Tratamento: Penicilina/Cefalosporina de 3ª geração – via oral pacientes alérgicos à penicilina devem ser tratados com vancomicina; Infecção mista: S. aureus – oxacilina/vancomicina; Uso de macrolídeos devem entrar em desuso. Streptococcus agalactiae (grupo B): Membros da miobiota normal do trato respiratório superior e geniturinário feminino, representando uma importante causa de sepse e meningite neonatal (colonização da mucosa vaginal) presente em 10 a 20% das gestantes; São tipicamente β-hemolíticos e produzem zonas de hemólise ligeiramente maiores do que as próprias colônias (1 a 2 mm de diâmetro); Produzem uma resposta positiva no teste de CAMP amostra de S. aureus produtora de β-hemólise, fator CAMP (proteína) – hemólise sinérgica; Resistentes à bacitracina; Patologia: Recém-nascidos: Doença de início precoce: bacteremia, pneumonia/meningite; Doença de início tardio: bacteremia, meningite. Gestantes: Endometrite, infecções de feridas cirúrgicas, febre puerperal. Diagnóstico laboratorial: Microscopia – meningite, pneumonia, infecções de feridas; Cultivo: caldo seletivo – gestante; Tratamento: Penicilina G; Infecções graves: penicilina + aminoglicosídeos; Pacientes alérgicos à penicilina: vancomicina. Streptococcus pneumoniae: Diplococos Gram+; São pneumococos α-hemolíticos; Seu crescimento é inibido pela optoquina e as colônias são solúveis em bile; Apresentam uma cápsula de polissacarídios que permite a tipagem com anti-soros específicos; Habitantes normais das vias respiratórias superiores de 5 a 40% dos seres humanos; Fatores de virulência: cápsula, adesinas, pneumolisinas e proteases IgA-1. Patogenias: otite média/sinusite, pneumonia (aguda ou crônica), meningite e bacteremia; Exames laboratoriais: teste de optoquina e presença de cápsula; Tratamento: Penicilina G às cepas sensíveis; Combinação de fluorquinolona, vancomicina e cefalosporina de 3ª geração; Prevenção: Imunização: Meningite C – 7 valente: crianças aos 2 anos; Vacina 23 valente: adultos. Resistência do pneumococo à Penicilina: Natureza cromossômica; Aquisição por transformação/mutação; Mecanismo: alteração PBP 2b; PBPs: enzimas envolvidas na síntese da parede bacteriana; Resistência progressiva. Streptococcus do grupo viridans: Microorganismos fastidiosos exigentes nutricionalmente; Membros da microbiota normal da cavidade oral; Patogenia: S. mitis: endocardite; S. mutans: cárie, endocardite; S. anginosus: abcessos cerebrais, cavidade peritoneal. Tratamento: penicilina e cefalosporina de 3ª geração; Identificação: série bioquímica; Diagnóstico microbiológico: Diversos espécimes clínicos; Cultivo primário:ágar sangue; Identificação: Coloração de Gram; Teste de catalase; Identificação quanto à produção de hemolisinas: Beta-hemólise; Alfa-hemólise; Gama-hemólise; Teste bioquímico. Endocardite infecciosa: Endocardite aguda: durante a bacteremia, os estreptococos podem instalar-se em valvas cardíacas normais ou previamente deformadas, ocasionando endocardite aguda. A rápida destruição das valvas frequentemente resulta em insuficiência cardíaca fatal em questão de poucos dias ou semanas, a não ser que possa inserir uma prótese durante a terapia antimicrobiana; Endocardite subaguda: com frequência, afeta as valvas cardíacas anormais. Embora qualquer microorganismo que atinja a corrente sanguínea possa instalar-se em lesões trombóticas que se desenvolvem no endotélio lesado em conseqüência de estresse circulatório, essa doença é mais frequentemente causada por membros da flora normal das vias respiratórias e do trato gastrointestinal que acidentalmente alcançaram o sangue. Geralmente ocorre como complicação de extração dentária ou formação de biofilme nos dentes (cárie).
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