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QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 1 Administração de Recursos Humanos QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 2 SUMÁRIO AULA 1 - INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ....................... 6 1 DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS .................................... 6 1.1 Contexto Histórico da Administração de Recursos Humanos ..................................... 6 1.2 Fases Evolutivas do perfil do profissional de RH ........................................................ 8 1.3 O Papel do Gestor de RH Atual ................................................................................ 10 1.4 Postura do Gestor de RH ......................................................................................... 11 1.5 Modelo de Competência de Recursos Humanos ..................................................... 11 1.5 A função de Recursos Humanos nas Organizações .................................................. 12 1.6 Gestão de Pessoas ................................................................................................... 13 AULA 2 - FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ......................... 14 2 FUNÇÕES DA ARH ..................................................................................................... 14 3 SUBSISTEMA DE PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS .......................................... 14 3.1 Recrutamento e Seleção .......................................................................................... 14 3.1.1 Recrutamento ................................................................................................................... 14 3.1.2 Fontes de Recrutamento .................................................................................................. 15 3.1.3 Seleção de Pessoal ........................................................................................................... 15 3.2 Desenvolvimento de Recursos Humanos ................................................................. 17 3.2.1 Treinamento de Pessoal ................................................................................................... 17 3.2.2 Processo de Treinamento ................................................................................................. 17 3.2.3 Desenvolvimento de Pessoal ............................................................................................ 18 3.2.4 Desenvolvimento Gerencial ou de Talentos ...................................................................... 19 3.2.5 Desenvolvimento Organizacional (D.O) ............................................................................ 20 3.3 Aplicação de Recursos Humanos ............................................................................. 20 3.3.1 Avaliação de Desempenho ............................................................................................... 20 3.3.2 Métodos de Avaliação de Desempenho ............................................................................ 21 3.3.3 Auditoria em Recursos Humanos ..................................................................................... 22 3.4 Manutenção de Recursos Humanos ........................................................................ 23 3.4.1 Cargos e Salários ............................................................................................................. 23 3.4.2 Análise de Cargo .............................................................................................................. 23 3.4.3 Descrição de Cargo .......................................................................................................... 23 3.4.4 Plano de Cargos e Salários .............................................................................................. 25 3.4.5 Avaliação de Cargos ........................................................................................................ 25 3.4.6 Métodos de Avaliação de Cargos ..................................................................................... 26 AULA 3 - DIREITO DO TRABALHO ................................................................................ 28 4 TRABALHO ................................................................................................................ 28 4.1 A Constituição e a CLT ............................................................................................ 28 5 DEPARTAMENTO PESSOAL ....................................................................................... 29 5.1 Obrigações com a Fiscalização Trabalhista .............................................................. 29 5.2 Contrato de Trabalho .............................................................................................. 29 5.2.1 Contrato de Experiência ................................................................................................... 30 5.2.2 Contrato por Prazo INDETERMINADO .............................................................................. 30 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 3 5.2.3 Contrato por Prazo DETERMINADO ................................................................................. 31 5.2.4 Contrato em Regime de Tempo Parcial ............................................................................ 32 5.3 Estágio .................................................................................................................... 32 5.4 Duração do Trabalho ............................................................................................... 32 3.5 Admissão ................................................................................................................ 33 5.5 Carteira de Trabalho ............................................................................................... 34 5.6 Livro ou Ficha de Registro dos Empregados ............................................................ 35 5.7 Exame Médico ......................................................................................................... 35 5.7.1 Exame Admissional ......................................................................................................... 35 5.7.2 Exame Periódico ............................................................................................................... 35 5.7.3 Exame de Mudança de Função ........................................................................................ 36 5.7.4 Exame de Retorno ao Trabalho ........................................................................................ 36 5.7.5 Exame Demissional .......................................................................................................... 36 5.8 Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (CAGED) ................................... 36 5.9 Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) .......................................................... 36 5.10 Trabalho do Menor ................................................................................................ 37 6 MANUTENÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ................................................................37 6.1 Higiene, Segurança e Medicina no Trabalho (HSMT) ................................................ 37 6.2 Segurança do Trabalho ........................................................................................... 37 6.2.1 Preceitos Legais ............................................................................................................... 38 6.2.2 Normas Regulamentadoras (NRs) .................................................................................... 38 6.3 Acidentes de trabalho .............................................................................................. 41 3.9 Higiene e Medicina do Trabalho ............................................................................... 42 6.4 Mapa de Risco ......................................................................................................... 44 AULA 4 - JORNADA DE TRABALHO .............................................................................. 47 7 JORNADA DE TRABALHO .......................................................................................... 47 7.1 Quadro de horários ................................................................................................. 49 7.2 Marcação de ponto .................................................................................................. 49 7.3 Períodos de descanso .............................................................................................. 50 7.4 Jornada Noturna ..................................................................................................... 50 7.5 Repouso Semanal Remunerado(RSR) ...................................................................... 51 7.6 Licença maternidade ............................................................................................... 52 7.7 Licença por acidente de trabalho ............................................................................. 53 7.8 Suspensão disciplinar ............................................................................................. 54 7.9 Greve ...................................................................................................................... 55 4.3 Prorrogação da Jornada de Trabalho ....................................................................... 56 7.10 Cálculo das horas extras ....................................................................................... 56 7.10.1 Reflexo sobre extras ....................................................................................................... 57 7.11 Compensação da Jornada de Trabalho .................................................................. 58 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 4 7.12 Férias .................................................................................................................... 58 7.12.1 Período Aquisitivo........................................................................................................... 59 7.12.2 Período Concessivo ........................................................................................................ 59 7.12.3 Período de Gozo ............................................................................................................. 59 7.12.4 Pagamento das Férias ................................................................................................... 59 AULA 5 - REMUNERAÇÃO ............................................................................................ 61 8 REMUNERAÇÃO ........................................................................................................ 61 8.1 Importância de Remunerar Adequadamente ............................................................ 61 8.2 Salário .................................................................................................................... 61 8.2.1 Salário “in natura” ........................................................................................................... 63 8.2.2 Pró-Labore ........................................................................................................................ 63 8.3 Seguro Desemprego ................................................................................................. 64 8.4 Reajuste Salarial ..................................................................................................... 65 8.4.1 Redução de salário .......................................................................................................... 65 8.5 Negociação coletiva.................................................................................................. 65 8.6 Adicionais ............................................................................................................... 66 8.6.1 Adicional de Periculosidade ............................................................................................. 66 8.6.2 Adicional de insalubridade .............................................................................................. 67 8.6.3 Adicional de transferência ............................................................................................... 68 AULA 6 - CÁLCULOS TRABALHISTAS ........................................................................... 69 9 VALE-TRANSPORTE (VT) ............................................................................................ 69 9.1 Exemplos ................................................................................................................ 69 10 VALE REFEIÇÃO/ ALIMENTAÇÃO ........................................................................... 70 10.1 Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) .................................................... 71 11 SALÁRIO FAMÍLIA .................................................................................................... 72 12 FGTS ........................................................................................................................ 72 12.1 SEFIP e a Conectividade Social .............................................................................. 73 12.2 PIS / PASEP .......................................................................................................... 73 13 ENCARGOS E CONTRIBUIÇÕES .............................................................................. 74 13.1 Previdência Social - INSS....................................................................................... 74 13.2 Imposto de renda retido na fonte - IRRF ................................................................ 75 13.2.1 Deduções que podem ser feitas para a obtenção da base de cálculo: ........................... 75 AULA 7 - DEMONSTRATIVOS DE PAGAMENTO ............................................................ 76 14 DEMONSTRATIVO DE PAGAMENTO DE SALÁRIO – CONTRACHEQUE ................... 76 15 CÁLCULO DAS FÉRIAS ............................................................................................ 77 15.1 13º salário ............................................................................................................. 78 AULA 8 - FOLHA DE PAGAMENTO E RESCISÃO TRABALHISTA ................................... 81 16 FOLHA DE PAGAMENTO .......................................................................................... 81 17 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ............................................................. 83 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R SO S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 5 17.1.1 Rescisão por Pedido de Dispensa antes de completar um (1) ano de serviço ................ 83 17.1.2 Rescisão por pedido de dispensa com mais de um (1) ano de serviço (empregado solicitou dispensa do aviso prévio) ............................................................................................ 83 17.1.3 Rescisão por dispensa sem justa causa antes de completar um (1) ano de serviço. ..... 84 17.1.4 Rescisão por dispensa sem justa causa com mais de um (1) ano de serviço ................ 84 17.1.5 Morte do empregado antes de completar um (1) ano de serviço. ................................... 84 17.1.6 Morte do empregado com mais de um (1) ano de serviço .............................................. 85 17.1.7 Culpa recíproca .............................................................................................................. 85 17.1.8 Rescisão por dispensa com justa causa com mais de um ano de serviço ..................... 86 17.1.9 Dispensa indireta ........................................................................................................... 87 17.1.10 Extinção da empresa ................................................................................................... 87 17.1.11 Aposentadoria do empregado ...................................................................................... 87 REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA INDICADA ................................................................. 89 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 6 AULA 1 - INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 1 DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Administração de Recursos Humanos (ARH) refere-se às práticas e às políticas necessárias para conduzir os aspectos relacionados às pessoas no trabalho de gerenciamento: contratação, treinamento, avaliação, remuneração, oferecimento de um ambiente bom e seguro aos funcionários da empresa. 1.1 Contexto Histórico da Administração de Recursos Humanos A chegada da máquina a vapor, da eletricidade, da eletrônica, do transistor e, mais recentemente do chip, alavancou as mudanças na tecnologia, nos processos de produção e na metodologia de pesquisa. A história da evolução da Administração de Recursos Humanos teve sua origem com o movimento da Administração Científica de Frederick W. Taylor, nos E.U.A., que teve como objetivo fundamentar cientificamente as atividades administrativas, substituindo a improvisação e o empirismo. O Taylorismo deu ênfase à tarefa. Na França, Henri Fayol contribuiu para a Administração Científica, formulando a teoria estrutural da organização, derivando daí o princípio administrativo: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Outra contribuição significativa para a Administração de RH vem de Henry Ford, pioneiro da indústria automobilística americana. Ford afirmava que, para diminuir custos, a produção deveria ser em massa, em grandes quantidades e aparelhada com tecnologia capaz de desenvolver ao máximo a produtividade dos operários. Afirmava também que o trabalho deveria ser altamente especializado, realizando cada operário uma única tarefa. Propunha também boa remuneração e jornada menor para aumentar a produtividade dos operários. O Histórico da área de RH começou com a necessidade de “contabilizar” os registros dos trabalhadores, com ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, faltas e atrasos para efeitos de pagamento ou de descontos, tal qual se faz hoje. Nesse campo pouco ou nada mudou. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 7 Surge, então, o profissional especializado nesta necessidade, que já no início do século XIX vinculava o pagamento de salário com as horas feitas pelo trabalhador. O “Capo del personale”, “personnel chief” ou “chefe de pessoal” do início do Século XIX tinha em comum, tanto na Itália quanto nos E.U.A. e no Brasil, as mesmas características que o definiram por muitos anos: um sujeito inflexível, seguidor das leis e dono de uma frieza incalculável na hora de demitir alguém. Dessa forma, ser enviado ao departamento pessoal foi por muitos anos sinônimo de estar sendo chamado para receber o “bilhete azul”. Por muitos anos os funcionários tiveram este sentimento, e, talvez, em muitas empresas ainda o tenham. Para o empresário, o trabalhador era tão somente um instrumento a mais na busca dos resultados da empresa. O que importava era que o trabalhador tivesse boa saúde física e a maior dedicação possível ao trabalho em jornadas que podiam estender- se até 18 horas diárias. Era uma função geralmente vista pelos empregados como “de confiança” do patrão e revestida de poder coercivo muito grande, já que eram suas ações punitivas em nome da empresa. A A.R.H. teve seu desenvolvimento marcado também pela Escola das Relações Humanas. A partir de Elton Mayo e a pesquisa de Hawthorne, em Chicago, que teve como objetivo inicial o estudo das influências da iluminação na produtividade, índice de acidentes e fadiga. No entanto, os resultados vieram a demonstrar influências dos fatores psicológicos e sociais no produto final do trabalho. A partir da pesquisa de Elton Mayo e da Escola das Relações Humanas, passou-se a valorizar as relações humanas no trabalho. Assim, temas como comunicação, motivação, liderança e tipos de supervisão passaram a ser também considerados na Administração de Pessoal. Quadro 1- Áreas de responsabilidade da Função de Pessoal Chefe de Pessoal Gerente de Relações Industriais Gerente de Recursos Humanos Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 em diante Controle da frequência Controle da frequência Controle da frequência Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Pagamentos Pagamentos Pagamentos Admissões e demissões Admissões e demissões Admissões e demissões QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 8 Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Serviços gerais Serviços gerais Medicina e higiene Medicina e higiene Segurança patrimonial Segurança patrimonial Segurança industrial Segurança industrial Contencioso trabalhista Contencioso trabalhista Cargos e salários Cargos e salários Benefícios Benefícios Recrutamento e seleção Recrutamento e seleção Treinamento Treinamento Avaliação de desempenho Qualidade de vida Desenvolvimento gerencial Relações trabalhistas Sindicalismo Desenvolv. Organizacional Estrutura organizacional Fonte: Livro Administração de RH – Jean Pierre Marras. Notamos que com o passar dos anos a área de RH acabou agregando cada vez mais funções, saindo do plano contábil (antes dos anos cinquenta) onde exercia o papel burocrático de admissões e demissões para o plano estratégico (pós 1970), onde se atrela a função de RH com o planejamento estratégico das empresas. 1.2 Fases Evolutivas do perfil do profissional de RH É possível destacar cinco fases na evolução do perfil profissional de RH e suas respectivas épocas, conformea figura a seguir: QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 9 Figura 1 - Fases Evolutivas do Profissional RH ► Fase Contábil (antes de 1930): pioneira da gestão e pessoal, também chamada de “pré- histórica” por alguns autores, caracteriza-se pela preocupação existente com os custos da organização. Os trabalhadores eram vistos exclusivamente sob o enfoque contábil: comprava- se a mão de obra e, portanto, as entradas e saídas provenientes dessa conta deveriam ser registradas contabilmente. ► Fase Legal (1930 a 1950): registrou o aparecimento da função de chefe de pessoal, profissional cuja preocupação estava centrada no acompanhamento e na manutenção das recém criadas leis trabalhistas da era getulista. Uma característica desta fase é que o poder até então unicamente centrado na figura dos feitores (chefes de produção) sobre os empregados passou para as mãos do chefe de pessoal pelo domínio exercido sobre as regras e normas jurídicas impostas pela CLT. ► Fase Tecnicista (1950 a 1965): foi a que implantou no Brasil o modelo americano de gestão de pessoal e alavancou a função de RH ao status de gerência. Foi nessa oportunidade que o presidente J.K. implementou a indústria automobilística no Brasil, momento em que os empresários tiveram que aceitar em seus organogramas a figura do GRI (Gerente Relações Industriais). Foi nessa fase que a área de RH passou a operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros. Entre 1950 a 1965 surgiu o “tecnismo” – foco em treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios. De 1985 até hoje Aumentar o envolvimento dos colaboradores e integrar sistemas de suporte Antes de 1930 Mão de obra “comprada” enfoque contábil De 1930 a 1945 o enfoque era Legal, cumprir com a obrigação trabalhista De 1965 a 1985 Administrativa com foco em indivíduos e suas relações (sindicato sociedade) Administração de RH Gestão de Pessoas QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 10 ► Fase Administrativa ou sindicalista (1965 a 1985): criou um marco histórico nas relações entre capital e trabalho, na medida em que o berço de uma verdadeira revolução que, movida pelas bases trabalhadoras, implementou o movimento sindical denominado “novo sindicalismo”. Nessa fase, registrou-se nova mudança na denominação e na responsabilidade do até então gerente de relações industriais (GRI). O cargo passou a se chamar Gerente de Recursos Humanos (GRH). Pretendia-se com essa mudança transferir a ênfase e procedimento burocráticos e puramente operacionais para as responsabilidades de ordem mais humanística, voltadas para os indivíduos e suas relações (com os sindicatos, a sociedade, etc.). ► Fase Estratégica (1985 a atual): foi demarcada operacionalmente pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico central da organização. Foi nessa fase que se registraram as primeiras preocupações de longo prazo por parte das empresas, com os seus trabalhadores. Iniciou-se uma nova alavancagem organizacional do cargo de GRH, que, de posição gerencial, de terceiro escalão, em nível ainda tático, passou a ser reconhecido como diretoria, em nível estratégico nas organizações. 1.3 O Papel do Gestor de RH Atual Os papeis hoje assumidos pelos profissionais de RH são múltiplos: devem desempenhar papeis operacionais e ao mesmo tempo estratégicos. Precisam ser políticos e parceiros simultaneamente. Em outros termos, para que a área de RH possa direcionar valor à organização, servir aos seus objetivos e criar vantagens competitivas ela precisa desempenhar papeis cada vez mais múltiplos e complexos, a saber: ► Administração de Estratégias de RH: como o RH pode ajudar a impulsionar a estratégia organizacional. ► Administração da Infraestrutura da Empresa: como o RH pode oferecer uma base de serviços à organização para ajudá-la a ser eficiente a eficaz. ► Administração da Contribuição dos Funcionários: como o RH pode ajudar no envolvimento e comprometimento dos funcionários, transformando-os em agentes empreendedores, parceiros e fornecedores para a organização. ► Administração da Transformação e da Mudança: como o RH pode ajudar na criação de uma organização criativa, renovadora e inovadora. O profissional de RH atual precisa ir muito além do que o conhecimento das leis. Precisa conhecer o cenário econômico atual, estar atento às taxas de desemprego, QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 11 acompanhar as mudanças na tecnologia (programas e atualizações sobre legislação), e até mesmo a qualidade de vida no trabalho dos empregados. Qualquer mudança dentro do ambiente organizacional interfere na Administração de Recursos Humanos. Do ponto de vista estratégico, o Gestor de RH, deve estar alinhado aos demais Gestores, para que os objetivos da empresa e dos colaboradores sejam alcançados. 1.4 Postura do Gestor de RH Define-se “Postura” como conjunto de características cognitivas1 e atitudinais que fazem com que uma pessoa seja vista de uma determinada maneira. A postura de um gestor de RH está diretamente relacionada ao seu perfil cognitivo e cultural, no seu sentido mais amplo (valores, crenças, caráter, traços de personalidade emocional). Atualmente o padrão para esse quadro pede um profissional preferencialmente: graduado em administração de empresas, com especialização em RH, visão holística2, perfil de planejamento estratégico e com estilo de liderança situacional. É essencial que o profissional tenha não só uma formação humanista, mas, principalmente esteja dotado de uma empatia profunda para estabelecer relações proveitosas tanto com os executivos da empresa como com os trabalhadores operacionais. 1.5 Modelo de Competência de Recursos Humanos Afinal o que o profissional de RH, deve ter? 1 Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem e ação. 2 Visão Holística - Significa totalidade. Analisar o todo levando em consideração as partes e suas interrelações. VAMOS REFLETIR? QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 12 Quadro 2 - Competências do Profissional de RH Domínio do Negócio Tino para os negócios Orientação para o cliente Relações externas. Profissional de Recursos Humanos Domínio do RH Recrutamento e Seleção Treinamento e desenvolvimnto Avaliação de desempenho Sistemas de recompensas Comunicação Estrutura da empresa. Credibilidade Pessoal Confiança Relações pessoais Valores vividos Coragem. Domínio das Mudanças Habilidades interpessoais e influência Habilidade de solução de problemas Sistemas de recompensas, Criatividade e inovação. 1.5 A função de Recursos Humanos nas Organizações Vejamos a seguir um quadro da Administração de Recursos Humanos nas Empresas. Quadro 3 - ADM RH Normalmente, o setor de RH, refere-se à rotinas das Relações Humanas e o setor de DP ao subsistema burocrático, algumas empresas podem ter ambas rotinas e utilizar uma única denominação, como RH. O mais indicado quando a empresa tem condições de Siglas utilizadas Exemplos de atribuições Exemplos de aplicação RH – Recursos Humanos Recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, avaliação de desempenho. Pequenas, médias e grandes organizações, podendo ser terceirizado para agências de emprego. DP – Departamento Pessoal Admissão, controles de frequência, controles de pagamentos, prazos, leis, acordos, folha de pagamento, contribuições. Pequenas, médias e grandes organizações, podendo ser terceirizado para escritórios de contabilidade. GP - Gestão de Pessoas Cooperação para o alcance de objetivos. Médias e Grandes organizações, atribuições do DP e do RH, formam a GP. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 13 absorver as demandas tanto do RH quanto do DP, é denominar esse setor ou divisão de Gestão de Pessoas. 1.6 Gestão de Pessoas É a função gerencial que visa a cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos, tanto organizacionais, quanto individuais. ► Percebemos que a Administração de Recursos Humanos teve influência das principais escolas da Administração. ► Qual a diferença entre RH e DP? Geralmente o RH trata dos assuntos mais relacionados aos subsistemas de Provisão, Manutenção e aplicação. Já o DP, na maioria das empresas tem papel burocrático. Algumas organizações utilizam apenas um deles para denominar o setor, mesmo este exercendo os dois papeis. ► Além de ter domínio em RH, o profissional da área deve ter domínio do negócio, para assim contribuir efetivamente no alinhamento de estratégias da empresa. ► O profissional de RH geralmente tem formação em administração, especialização em RH e empatia. RESUMO! QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 14 AULA 2 - FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 2 FUNÇÕES DA ARH O Sistema de ARH, organicamente, compõe-se de um conjunto de subsistemas que respondem individualmente a cada uma das funções da ARH. Dependendo do formato organizacional de uma empresa, essa poderá desenhar o seu sistema de ARH dividindo-o nos seguintes subsistemas: Quadro 4 - Subsistemas de RH PROCESSO DE RH SUBSISTEMA DE RH Agregar de RH Recrutamento e Seleção Aplicação de RH Avaliação de Recursos Humanos Recompensação de RH Recompensas e Remuneração Benefícios e Serviços Desenvolvimento de RH Treinamento e Desenvolvimento Manutenção de RH Segurança do Trabalho Monitoração de RH Auditoria de RH 3 SUBSISTEMA DE PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS 3.1 Recrutamento e Seleção Os processos de provisão estão relacionados com o suprimento de pessoas para a organização. São os processos responsáveis pelos insumos humanos e envolvem todas as atividades relacionadas à pesquisa de mercado, recrutamento e seleção de pessoas. Os processos de aprovisionamento representam a porta de entrada das pessoas no sistema organizacional. Trata-se de abastecer a organização dos talentos humanos necessários a seu funcionamento. 3.1.1 Recrutamento Recrutamento de Pessoal é uma atividade de responsabilidade do sistema de ARH que tem por finalidade a captação de recursos humanos (interno e QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 15 externo), objetivando municiar o subsistema de seleção de pessoal no seu atendimento aos clientes internos da empresa. Recrutar significa reunir um grupo de pessoas potencialmente aptas para preencher os cargos disponíveis de uma empresa. A partir deste grupo é que é feita a seleção do candidato que irá preencher a vaga, portanto um recrutamento bem feito facilita o trabalho do profissional de RH. 3.1.2 Fontes de Recrutamento Fontes INTERNAS de recrutamento Fontes EXTERNAS de recrutamento Consiste em prover as vagas abertas na empresa com os empregados que já estão dentro da mesma. É um estímulo para os empregados que desejam uma eventual promoção. A convivência com a empresa já existe tornando muito mais rápido o processo de adaptação ao novo cargo. Não havendo a possibilidade de recrutamento interno, é preciso executar o recrutamento externo, ou seja, de pessoas de fora da empresa. Abaixo, as principais fontes de recrutamento externo: ► Indicação entre as chefias de empregados para promoção, ou transferência interna. ► Apresentação de candidatos pelos próprios empregados. ► Banco de candidatos (talentos), nos arquivos da empresa. ► Arquivo de candidatos. ► Cartazes na portaria da empresa. ► Apresentação de empregados (indicações). ► Recrutamento em escolas, universidades, cursos técnicos. ► Anúncio em jornais e revistas. ► Agências de emprego (inclusive virtuais). ► Contatos com outras empresas. ► Internet. 3.1.3 Seleção de Pessoal A seleção de pessoal é de responsabilidade do setor de RH da empresa e vai apontar dentre os candidatos recrutados, o mais apto a desempenhar as funções pretendidas pela empresa. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 16 Basicamente o processo de seleção busca atender as exigências do cargo. É traçado um perfil do candidato para o cargo em aberto. O candidato que apresentar o conjunto de conhecimentos, habilidades mais próximo do procurado é selecionado. Após a análise profissiográfica3 do candidato, a entrevista objetiva obter dados e informações que possam ajudar na avaliação do candidato. Considerada hoje muito importante no processo seletivo, a entrevista pode ser: ► ESTRUTURADA: com as questões previamente determinadas ► NÃO ESTRUTURADA: sem planejamento anterior, onde as perguntas são feitas a partir da resposta a pergunta anterior. Vários testes são utilizados no processo de seleção, tais como: ► Testes práticos – avalia conhecimentos e habilidades do candidato em determinada tarefa. ► Testes psicológicos – determina as características específicas do candidato, mostrando seu perfil comportamental e as áreas em que este perfil mais se adapta. ► Testes situacionais – avalia o candidato diante de situações práticas do dia a dia. Outra técnica de seleção bastante utilizada é a Técnica de Dinâmica de Grupo. Esta técnica consiste em reuniros candidatos em uma sala onde são submetidos a algumas situações e exercícios que permitam ser avaliados por profissionais que estão presentes no local. Este tipo de teste de seleção é muito interessante, pois é possível avaliar como o candidato se relaciona dentro de um grupo, o que os testes anteriores (individuais) não captavam com clareza. Vejamos algumas vantagens no uso de dinâmicas de grupo: ► Acelera o processo de escolha do candidato. ► Aproxima o requisitante do R.H. 3 A análise profissiográfica e o mapeamento de competências visam a definir qual o perfil mais adequado para o exercício de determinado cargo QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 17 ► Clarifica a imagem do selecionado, confirmando ou excluindo algumas hipóteses levantadas na entrevista. ► Maior índice de assertividade, pois está sendo observado por mais de um selecionador. ► Seleção feita em ambiente informal, o que proporciona maior espontaneidade para agir. 3.2 Desenvolvimento de Recursos Humanos 3.2.1 Treinamento de Pessoal O treinamento consiste em buscar ensinar ao empregado conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados com a função que um funcionário irá desempenhar dentro da empresa. Figura 2 - Treinamento Já o desenvolvimento se difere do treinamento basicamente em uma coisa: no objetivo. Enquanto que o treinamento se concentra na realização de tarefas específicas, o desenvolvimento visa objetivos a médio e longo prazo, despertando em seus funcionários toda a sua potencialidade para que alcancem os resultados desejados pela empresa. 3.2.2 Processo de Treinamento O treinamento é um processo cíclico e contínuo composto de quatro etapas: 1. Diagnóstico: é o levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 18 2. Desenho: é a elaboração do programa de treinamento para atender às necessidades diagnosticadas. 3. Implementação: é a aplicação e condução do programa de treinamento. 4. Avaliação: é a verificação dos resultados do treinamento. Na realidade, as quatro etapas do treinamento envolvem o diagnóstico da situação, a decisão quanto à estratégia para a solução, a implementação da ação e da avaliação e o controle dos resultados das ações de treinamento. O treinamento não deve ser confundido com uma simples questão de realizar cursos e proporcionar informação. Ele vai muito mais longe. Significa atingir o nível de desempenho almejado pela organização através do desenvolvimento contínuo das pessoas que nela trabalham, visando à mudança de comportamentos por parte dos treinados. Para tanto, é desejável uma cultura interna favorável ao aprendizado e comprometida com as mudanças. Figura 3 - Esquema: Passos para o Levantamento de Necessidade de Treinamento 3.2.3 Desenvolvimento de Pessoal Inicialmente, é preciso rever que TREINAMENTO e DESENVOLVIMENTO não é a mesma coisa. São dois caminhos distintos: embora ambos possam utilizar técnicas em comum, na verdade perseguem objetivos bem diferentes. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 19 O TREINAMENTO prepara o homem para a realização de tarefas específicas, enquanto um programa de DESENVOLVIMENTO normalmente é contínuo e oferece ao treinando uma macrovisão do business (negócio, trabalho), preparando-o para voos mais altos, a médio e longo prazo. 3.2.4 Desenvolvimento Gerencial ou de Talentos A expressão “desenvolvimento gerencial” é muito utilizada na prática, no dia a dia das organizações, contudo para designar essa atividade é preferível o emprego da expressão “desenvolvimento de talentos”. Em primeiro lugar, porque as empresas montam programas de desenvolvimento não somente para o seu corpo gerencial, fazem-no, também, por exemplo, para diretores, supervisores etc. Podem fazê-lo igualmente para empregados que estejam ocupando no momento posição hierárquica de menor destaque na estrutura da empresa: pessoas “interessantes”, do ponto de vista empresarial, com características pessoais e potenciais que estimulem a organização a investir no seu desenvolvimento para o futuro na empresa. Em segundo lugar, porque o título do cargo pouco importa nesse processo; o que realmente importa saber no processo decisório da escolha dos participantes de um programa de desenvolvimento é o nível de talento dos indivíduos potencialmente aptos a serem desenvolvidos. Obviamente que a organização irá investir, a médio e longo prazo, naquele que ela acredita sejam as “peças-chave” do seu amanhã. Entre os diversos fatores que as organizações adotam para fazer sua escolha, temos os seguintes itens: ► Quociente de Inteligência - QI ► Nível de inteligência emocional ► Qualidade educacional ► Identificação com a cultura organizacional ► Nível motivacional ► Habilidade em negociação, técnica e/ou decisória ► Espírito de liderança ► Trajetória estável QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 20 O processo de desenvolvimento de talentos está centrado nas pessoas e não nos processos. Pressupõe-se que o homem deseja crescer e se desenvolver intelectualmente para assumir novas e maiores responsabilidades (McGregor). Um programa de desenvolvimento de talentos é desenhado em conformidade com: 1. O traçado das metas de resultados de médio e longo prazo da organização, de acordo com sua cultura, tecnologia e estágio de desenvolvimento. 2. O interesse pessoal do indivíduo em seguir determinado caminho profissional, conforme parte dos seus projetos pessoais de desenvolvimento. 3.2.5 Desenvolvimento Organizacional (D.O) O DO desempenha importante missão da ARH: diz respeito às responsabilidades de planejar e acompanhar o crescimento organizacional, no seu todo, ao longo do tempo, garantindo que os objetivos estratégicos traçados mantenham-se no rumo. A) Conceito DO é o processo estratégico de mudança planejada, portanto de longo prazo – cujo objetivo é alavancar a organização a estágios cada vez mais avançados, ao mesmo tempo em que integra metas individuais, grupais e empresariais. B) Processo de DO Todo processo de desenvolvimento de uma empresa deve estar sustentado na análise dos seguintes fatores: 1. Interação de interesses (individual / organizacional) 2. Saúde organizacional no sentido macro 3. Momento organizacional 4. Análise e o gerenciamento das mudanças 3.3 Aplicação de Recursos Humanos 3.3.1 Avaliação de Desempenho Avaliação de desempenho é um instrumento gerencial que permite ao administrador de RH mensurar os resultados obtidos por um funcionário ou por um grupo, em período e área específicos (conhecimentos, metas, habilidades, etc.) A Avaliação deDesempenho foi criada basicamente para acompanhar o desenvolvimento cognitivo dos funcionários QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 21 durante sua permanência na organização e especificamente pra medir seu nível de “CHA” (Conhecimento, Habilidades e Atitudes). Porque avaliar? Entre as diversas utilidades encontradas na aplicação do instrumento de avaliação de desempenho, estão as seguintes, entre as mais utilizadas, dependendo da perspectiva que se assume: ► Identificar aqueles funcionários que necessitam de aperfeiçoamento ► Definir o grau de contribuição (individual ou grupal) nos resultados da empresa ► Descobrir o surgimento de novos talentos na organização ► Facilitar o autodesenvolvimento dos funcionários ► Fornecer feedback aos funcionários ► Subsidiar programas de mérito, promoções e transferências. 3.3.2 Métodos de Avaliação de Desempenho ► Escalas Gráficas: trata-se de um sistema simples e relativamente fácil de ser construído. São definidos fatores de desempenho a serem avaliados, mensurando tanto a qualidade quanto a quantidade do trabalho. A escala vai do mínimo ao máximo, de acordo com os parâmetros da empresa e cada grau dessa escala tem um valor em pontos que permite ao avaliador chegar a um total numérico que identifica o desempenho final do trabalhador. ► Incidentes Críticos: concentra-se em determinar os grandes pontos fortes e fracos de quem está sendo avaliado, apontando comportamentos extremos e sem analisar especificamente traços de personalidade. ► Comparativo: utiliza-se de uma análise comparativa entre um e outro empregado ou entre o empregado e o grupo onde ele atua. ► Escolha Forçada: surgiu da necessidade de um instrumento mais objetivo, que neutralizasse o subjetivismo e, as influências dos avaliadores e outras interferências indesejáveis. Consiste em avaliar o desempenho ou a atuação do indivíduo por meio de frases descritivas de determinado tipo de desempenho do empregado, em relação às tarefas que forem atribuídas. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 22 ► 360 graus: trata-se de um modelo em que o avaliado é focado por praticamente todos os elementos que tenham contato com ele: subordinados, superiores, pares, clientes internos e externos, fornecedores, etc. Empresas que não avaliam o desempenho de seus colaboradores sabem decidir quem será promovido ou desligado da empresa? A empresa no qual você trabalha, avalia o seu desempenho? 3.3.3 Auditoria em Recursos Humanos Auditoria sistema de revisão e controle sistemático e formal para informar à administração sobre a eficiência e a eficácia da Gestão de Pessoas, principalmente quando ela é descentralizada (passado, futuro, benchmarking). Finalidade melhorar a Qualidade dos programas e serviços oferecidos pela Gestão de Pessoas. Auditoria de RH análise de políticas e práticas de pessoal de uma organização, e avaliação do seu funcionamento atual, seguida de sugestões para melhoria. Objetivo Principal mostrar como o programa está funcionando, localizando práticas e condições que são prejudiciais à organização ou que não estão compensando o seu custo, ou práticas e condições que devam ser acrescentadas. Figura 4 - Charge sobre auditoria de RH VAMOS REFLETIR? QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 23 3.4 Manutenção de Recursos Humanos 3.4.1 Cargos e Salários As necessidades de recursos humanos das organizações são definidas a partir do desenvolvimento aprimorado da análise de cargos. Daí deriva a descrição e a especificação de cargos, que fornecem o alicerce para sua avaliação, da qual resultam a fixação dos salários e a política salarial da empresa. Elaboração do Perfil: consiste na identificação dos requisitos necessários para o desempenho das tarefas ou atribuições de um cargo. Ela abrange as aptidões, os conhecimentos, as habilidades e as responsabilidades que o ocupante do cargo deve possuir bem como as condições de trabalho e risco que o envolvem. 3.4.2 Análise de Cargo É o estudo que se faz para obter informações sobre as tarefas e atribuições de um cargo. Vejamos alguns métodos de coleta para Análise de Cargo: Entrevistas: estas podem ser individuais (com cada funcionário); em grupo (com grupos de funcionário); com supervisores (com um ou mais supervisores que possam detalhar o cargo a ser analisado). Questionários: pode-se também pedir aos funcionários que preencham questionário para descrever suas responsabilidades e atribuições no trabalho Observação: a observação direta é útil em especial quando o trabalho consiste principalmente de atividades físicas observáveis (porteiro, operário de linha de montagem, balconista, etc.). Sua utilidade não é aconselhável para atividades que ocorrem esporadicamente (ex.: enfermeira que atende emergências). 3.4.3 Descrição de Cargo A Análise de Cargo precisa fornecer as bases para a realização de uma Descrição de Cargo. A Descrição de Cargo é o estabelecimento escrito sobre o que o funcionário faz, como faz e em que condições o trabalho é desenvolvido. Essa informação é, por sua vez, usada para escrever uma elaboração do perfil que apresenta o conhecimento, a habilidade e a capacidade necessários para desempenhar o trabalho satisfatoriamente. Fazem parte de uma descrição de cargo: Identificação do Cargo: é a seção de identificação do cargo; contém o título do cargo, que pode especificar títulos como: supervisor, gerente, vendedor etc. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 24 Resumo do Cargo: deve descrever a natureza do trabalho em geral, listando apenas as principais funções e atividades. Relacionamentos: essa parte mostra os relacionamentos do ocupante do cargo com outros dentro e fora da organização. Responsabilidades e Atribuições: é a cerne (base) da descrição de cargo e apresenta uma lista detalhada das suas responsabilidades e atribuições. Cada uma das atribuições mais importantes deve ser listada separadamente e descrita com algumas frases. Autoridade: define os limites da autoridade do cargo. Condições de Trabalho e Ambiente Físico: são listas das condições gerais de trabalho envolvidas no cargo. Elas incluem nível de ruído, periculosidade, calor e outras condições. Quadro 5 - Exemplo de Descrição de Cargo Logo Empresa Perfil de Cargos Página 1 1. Identificação do Cargo Título: Assistente Administrativo II Lotação: Administrativo Subordinação: Gerência Executiva Subordinados: - 2. Autoridade Nenhuma 3. Responsabilidade Assessorar gerencia executiva; auxiliar nas atividades do setor de eventos. 4. Principais Tarefas Assessorar a gerência executiva, auxiliar na organização e divulgação de eventos; auxiliar nas atividades de eventos: reserva de hotéis, passagens aéreas e terrestres, confirmar presenças,organizar materiais técnicos pertinente aos eventos. 5. Requisitos Exigidos Educação: Técnico Administrativo Experiência: 3 anos na função Habilidades: discrição, pró-atividade, organização, responsabilidade, negociação, fluência verbal, sigilo, diplomacia, bom humor. Saber trabalhar em equipe, ter eficiência no atendimento ao cliente. Treinamentos: Informática Avançada 6. Requisitos Desejáveis Educação: Superior Incompleto (Administração de Empresas, Relações Públicas) Experiência: 3 anos em entidade de classe, preferencialmente na área de serviços Habilidades: capacidade criativa, Treinamentos: Cerimonial e Protocolo, etiqueta 7. Condições de Trabalho Necessárias Sala coletiva, computador, telefone. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 25 3.4.4 Plano de Cargos e Salários A definição de cargos e salários dentro de uma empresa é de vital importância. É através de um programa de definição de cargos que se pode atribuir um salário justo para cada trabalhador da empresa. Inicialmente a empresa precisa saber como fará a implantação da politica de cargos e salários, para tanto ela pode: Nomear uma equipe interna ou Contratar uma assessoria externa especializada. No caso da empresa decidir pela nomeação de uma equipe interna, deve ter o cuidado de escolher pessoas que tenham conhecimento dos fluxos e funções da empresa. No caso da empresa decidir pela contratação de uma assessoria externa especializada, é importante que a empresa designe um funcionário para o acompanhamento dos trabalhos feitos pela assessoria, pois quando o trabalho de implantação acabar, se faz necessário dar a continuidade correta para a política de cargos e salários. Hoje existem no mercado vários programas de computador para a implantação de cargos e salários, tornando mais rápido e confiável o processo de implantação. Tomada a decisão de quem fará a implantação da política de cargos e salários, deve-se começar o programa pela análise criteriosa das funções que compõem o cargo. Para tanto é importante que o profissional responsável vá até o funcionário que ocupa o cargo e converse com ele a fim de extrair o máximo de informações para compor o perfil do cargo. 3.4.5 Avaliação de Cargos A Avaliação de Cargos consiste no estabelecimento do valor relativo de cada cargo, com o objetivo de ordená-lo de acordo com sua importância na empresa. É por meio desse processo que a empresa estabelece um sistema para determinar os salários a serem pagos. Constitui, pois, a avaliação de cargos o instrumento mais utilizado para promover o equilíbrio interno dos salários. Essa é uma tarefa que deverá ser realizada entre os membros da equipe do comitê de salários e a área de ARH (preferencialmente pela área, acompanhado do analista de Cargos e Salários). QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 26 3.4.6 Métodos de Avaliação de Cargos Os métodos tradicionais de avaliação de cargos podem ser distribuídos em dois grupos: quantitativos e não-quantitativos. Os métodos não quantitativos permitem rápida elaboração e fácil aplicação, porém não garantem um resultado final de boa quali- dade, devido à subjetividade de avaliação. Já os métodos quantitativos permitem maior precisão e objetividade, demandando entretanto, maior tempo e maior custo durante a implantação. Para pequenas empresas, talvez o mais recomendável seja utilizar métodos não-quantitativos, enquanto que empresas maiores, mais complexas e com muitos cargos diferenciados, deveriam utilizar métodos quantitativos. É importante fazer uma pesquisa no mercado atual de salários praticados para cargos similares para a elaboração de uma política salarial. A política salarial vai definir parâmetros para a remuneração dentro de uma empresa. Várias empresas hoje em dia utilizam a política de “pontos”. Neste sistema o funcionário recebe conforme seus pontos. Na assinatura da carteira de trabalho, já fica estabelecida a quantidade de pontos que o funcionário recebe mensalmente. O valor unitário do ponto é calculado mensalmente com base em percentual variável aplicado sobre o faturamento da empresa. Vejamos um exemplo: em um determinado mês de uma empresa qualquer temos os seguintes cargos: Tabela 1 - Exemplo de pontuação de cargos Cargo Pontos Valor do ponto Remuneração Operador de loja I 450 1,50 R$ 675,00 Operador de loja II 500 1,50 R$ 750,00 Operador de loja III 600 1,50 R$ 900,00 Observe que de operador I para operador II existe uma diferença de 50 pontos, mas de operador II para operador III a diferença de pontos é de 100. Este é o trabalho feito na implantação de cargos e salários dentro de uma empresa. Enquanto que o operador de loja I possui tarefas que exigem uma carga menor de conhecimento, experiência e escolaridade, o operador III é certamente o que mais vai necessitar dessa bagagem. No caso do valor do ponto calculado pela empresa ficar muito baixo, é garantido ao trabalhador receber o salário profissional da categoria. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 27 O Recrutamento é o ato de captar pessoas, de acordo com o perfil desejado. A captação de recursos humanos pode ser feita dentro da empresa, através das promoções ou transferências de setor, ou externa, quando a empresa decide qual a melhor forma de anunciar. Dentre os candidatos a vaga, o RH deve selecionar aqueles que melhor atendem as necessidades da empresa e convidá-los a participar do processo seletivo. A empresa pode utilizar programas de treinamento, tanto para novo funcionário quanto para os que já fazem parte da empresa, basta haver a necessidade. A Avaliação de Desempenho é um instrumento que visa fornecer informações relevantes para tomadas de decisão, tanto corretivas quanto estratégicas. É importante as empresas descreverem os cargos que compõem seu quadro funcional, é com base nessa descrição que o processo de recrutamento tende a ter mais assertividade. RESUMO! QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 28 AULA 3 - DIREITO DO TRABALHO 4 TRABALHO Para que possamos produzir bens (alimentos, roupas, casas, automóveis, etc.) que possam suprir nossas necessidades, o homem desenvolve uma sistemática de exploração dos recursos naturais através do trabalho. Portanto o trabalho é um importante fator de riqueza de uma sociedade. A formação da riqueza social depende de alguns fatores produtivos: Terra ou natureza – recursos naturais que podem ser utilizados e transformados pelo homem. Trabalho – são recursos humanos aplicados nas atividades de utilização e transformação de recursos naturais para transformá-los em bens de uso e consumo. Capital – são as matérias primas, o dinheiro, equipamentos aplicados na produção com a finalidade de gerar riquezas. 4.1 A Constituição e aCLT Em 1988, nossa Constituição Federal já assegurava no artigo 7° dos Direitos Sociais vários direitos ao trabalhador, como seguro desemprego, fundo de garantia por tempo de serviço, salário mínimo, 13° salário, salário família, entre outros. Já a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi criada em 1943 na gestão de Getúlio Vargas, tendo como função estabelecer os direitos e os deveres tanto de empregados como de empregadores. A CLT dita as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho. Na CLT é definido, por exemplo, a jornada de trabalho e quando é considerado trabalho noturno entre outros aspectos das relações trabalhistas. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 29 5 DEPARTAMENTO PESSOAL O DP faz parte dos subsistemas da ARH, e tem por objetivo efetivar todos os registros legais e necessários para a administração burocrática exigida pelas práticas administrativas e pelas legislações que regem a relação “capital e trabalho”. As responsabilidades básicas do DP deram origem a atual ARH. Entre as funções mais importantes do DP citamos: Processo de admissão de novos empregados Processo de Demissões de empregados Registros legais em controles diversos Aplicação e manutenção das leis trabalhistas e previdenciárias Elaboração da folha de pagamento (férias, 13º salário, etc.) Normas disciplinares. 5.1 Obrigações com a Fiscalização Trabalhista A tabela a seguir contempla alguns prazos em que se deve conservar a documentação em bom estado, a disposição da fiscalização trabalhista. Quadro 6- prazos da documentação Documentos Prazo de guarda Folha de pagamentos, recibos de salário família. 10 anos Recibos salários, 13º, férias e comprovantes de pagamento sindical. 5 anos Exames médicos. 20 anos Documentos relativos ao FGTS 30 anos Livro de atas da CIPA Indeterminado 5.2 Contrato de Trabalho Para que aconteça um contrato de trabalho, é necessário que existam duas partes contratantes: empregador e empregado. EMPREGADOR EMPREGADO QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 30 O contrato de trabalho deve ser celebrado na própria carteira de trabalho ou ainda em contrato redigido à parte, a título de complementação. No contrato deve constar a função do empregado, seu salário, o tipo de contrato. É importante frisar que mesmo não havendo registro do contrato de trabalho, o empregado pode configurar o vínculo empregatício desde que prove a existência de prestação de serviços não eventuais. A rescisão dos contratos de trabalho dos empregados que contarem com mais de um (1) ano de serviço só será válida quando feita com a assistência do respectivo sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho (MT). 5.2.1 Contrato de Experiência Tipo de contrato de trabalho onde o empregador pode testar o desempenho do empregado em suas atividades e até a sua capacidade de adaptação ao ambiente de trabalho. O prazo máximo de duração é de 90 dias, onde é permitida uma única prorrogação que não deve exceder os 90 dias. Ao término do prazo do contrato por experiência o empregador pode decidir em manter o empregado em seu quadro de funcionários ou não. No caso de haver acordo de compensação de horas de trabalho, relativas ao dia que recaia após o término do contrato, deve-se impedir que o empregado faça a compensação. Ex.: término do contrato na 6ª feira. O empregado não deverá trabalhar além do horário normal para compensar a jornada de sábado. Caso o empregador resolver não continuar com o trabalhador, será devido: Saldo de salário Férias proporcionais 1/3 sobre férias 13° salário proporcional FGTS sobre as verbas rescisórias. 5.2.2 Contrato por Prazo INDETERMINADO É regra geral em nosso direito trabalhista, como medida de inteira proteção ao próprio trabalhador. O contrato por prazo indeterminado tem um limite mínimo de 30 dias, sem data previamente estipulada para terminar a relação. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 31 Por ser contratado para prestar serviços por um período indeterminado de tempo, se faz necessário na hora da rescisão contratual a concessão do aviso prévio (30 dias), onde uma das partes informa a outra da sua intenção de romper o contrato. 5.2.3 Contrato por Prazo DETERMINADO O empregado é contratado para prestar serviços ao seu empregador por um período definido de tempo. Isso pode acontecer em serviços que justifiquem a predeterminação de prazo. O contrato de experiência é uma modalidade de contrato por prazo determinado, mas se não for rescindido no seu final, se torna automaticamente indeterminado. Observemos algumas regras: O contrato por prazo determinado não pode ultrapassar 2 anos. Quando estipulado por prazo inferior, permite-se uma única prorrogação, até atingir o limite máximo. Havendo mais de uma prorrogação, o contrato passará a vigorar sem determinação de prazo. Para celebração de um novo contrato com o mesmo empregado, é necessário um intervalo mínimo de 6 meses. Inexistência de cláusula de rescisão antecipada- art. 481 da CLT. Por se tratar de um contrato em que o empregado já sabe na sua admissão o dia do término do contrato, não se faz necessário o aviso prévio. No caso de rescisão antecipada: indenização prevista nos arts. 479 e 480 da CLT De iniciativa do empregador: pagamento de 50% do que é previsto de ganho até o final do contrato do empregador para o empregado. De iniciativa do empregado: indenização para a empresa. Mas não pode ser maior do que aquela que o empregado receberia se estivesse sendo dispensado. Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo. Ex.: Empresa adquire um equipamento industrial, cuja montagem requer a contratação de técnico especializado. Faz-se um contrato determinado a prazo pelo período de montagem (serviço específico). Terminado o serviço os próprios empregados trabalharão com o novo equipamento. Atividade empresarial de caráter transitório Ex.: Aumento da produção para atendimento de pedido considerável, com necessidade de aumentar o número de empregados para atendimento a esta situação. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 32 5.2.4 Contrato em Regime de Tempo Parcial Considera-se trabalho em regime de tempo parcial, aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco (25) horas semanais. Com isso, os empregados em regime de tempo parcial acabam recebendo um salário proporcional à sua jornada de trabalho. É vetado neste regime de contrato a prestação de horas extras. 5.3 Estágio Tendo como finalidade o aprimoramento da teoria aprendida nas escolas, no estágio o estudante exerce sua profissão enquanto ainda estuda. Por ser de competência da entidade de ensino, o estágio não cria vínculo deemprego entre o estagiário e a empresa, por consequência não deve ser registrado no livro de registro de empregados e demais documentos de escrituração trabalhista. Deve haver sim, um instrumento jurídico vinculado à instituição de ensino. Dos encargos sociais incidentes sobre o estágio remunerado, apenas o imposto de renda (IR) na fonte deve ser descontado quando o limite for atingido. O estágio tem sido largamente utilizado nos dias de hoje principalmente pela não criação do vínculo empregatício. Funciona também como um processo de integração do funcionário mais alongado dentro da empresa, onde pode se verificar a adaptação do mesmo. 5.4 Duração do Trabalho Da CLT, vamos observar os dois artigos abaixo: CLT Art. 58. “A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.” CLT Art. 59. “A duração normal do trabalho poderá ser acrescido de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.” Nestes dois artigos fica estabelecido que em regra geral, a duração normal do trabalho é de 8 horas diárias, podendo ser acrescidas ainda mais 2 horas suplementares, perfazendo um máximo de 10 horas. Veja que no artigo 58 existe a expressão “desde que não seja fixado previamente outro limite”. Isto quer dizer que está aberto aqui um precedente para que existam QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 33 acordos de sindicatos que estabeleçam uma jornada diária maiores do que 8 horas diárias, por exemplo, alguns regimes de escalas 12x36 horas, onde o funcionário trabalha 12 horas seguidas e descansa 36 (normalmente utilizado por empresas de vigilância). 3.5 Admissão Uma vez findo o processo seletivo, pela área de recrutamento e seleção da empresa, o candidato escolhido é enviado ao DP para receber a lista de documentos legais necessários para seu registro na empresa. Documentos Necessários: Fotografia 3x4 Certificado de reservista (p/homens) Título de eleitor Exame médico admissional Comprovante de inscrição no PIS Cópias do CPF e carteira de identidade Cópia do comprovante de residência Certidão de casamento (se for o caso) Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos (se for o caso) Comprovante de frequência escolar para filhos maiores de 7 anos Cartão da criança (vacinação). Com esses documentos o DP está habilitado a emitir uma Ficha de Empregado – registro oficial de sua entrada na organização – e a fazer as devidas anotações em sua carteira de trabalho. Representando a empresa, o DP deve preencher: Carteira de trabalho Ficha de registro ou livro de registro dos empregados Formulário de opção pelo vale transporte Contrato de trabalho QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 34 Declaração para dependentes do imposto de renda Ficha de salário família O registro do empregado deve ser feito imediatamente, pois é expressamente proibido manter funcionários sem o devido registro. 5.5 Carteira de Trabalho Na carteira de trabalho e previdência social (CTPS) registra-se um resumo da vida profissional de um empregado, contando informações sobre contratação, atividades exercidas, tempo de serviço em cada emprego ou atividade, entre outros. A carteira de trabalho é emitida por uma delegacia regional do trabalho ou por órgãos federais, estaduais e municipais mediante convênio. A empresa possui 48 horas para fazer as anotações na carteira de trabalho. O primeiro procedimento do funcionário de DP/RH ao admitir o empregado é fazer as anotações referentes ao contrato de trabalho na carteira de trabalho. Atualmente as Delegacias do Trabalho só emitem a carteira de trabalho mediante a negativa do PIS, ou seja, o empregado quando receber sua carteira de trabalho vai encontrar já impresso o seu nº de inscrição no PIS. É importante salientar que a carteira de trabalho e previdência social serve de prova fundamental em uma reclamatória trabalhista, portanto seu preenchimento deve ser cuidadoso. Além da admissão do empregado, existem outros momentos em que se devem fazer anotações na carteira de trabalho a título de atualização. São eles: Nas férias Quando houver aumento salarial ou troca de função Quando houver afastamento por doença Quando houver afastamento por acidente de trabalho No desligamento É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua carteira de trabalho e previdência social. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 35 5.6 Livro ou Ficha de Registro dos Empregados Juntamente com as anotações na carteira de trabalho, o livro ou ficha de registro dos empregados também deve ser preenchido contendo as seguintes informações do trabalhador: Nº da carteira de trabalho Data de admissão e desligamento Cargo ocupado na empresa Remuneração Anotação de férias Local e horário de trabalho Ocorrências (se houverem) Identificação da conta vinculada do FGTS Atualmente os empregadores podem optar por fazerem os registros dos empregados pelo sistema informatizado. Para tanto, devem atender a Portaria MTPS nº 3.626/91 que trata dos dados armazenados pelo sistema. 5.7 Exame Médico Obrigatoriamente as empresas devem fazer exames médicos admissional, periódico, de mudança de função, de retorno ao trabalho, demissional e complementares. 5.7.1 Exame Admissional O exame médico admissional é feito antes que o empregado inicie seus trabalhos na empresa. É através deste exame que o médico do trabalho vai atestar se o empregado está apto ou não a desempenhar determinada função em uma empresa. 5.7.2 Exame Periódico Este exame deve ser feito com intervalos que dependem de alguns fatores: Quadro 7 - intervalo do exame CIRCUNSTÂNCIA INTERVALO DO EXAME Trabalhadores entre 18 e 45 anos de idade 2 anos Trabalhadores menores de 18 anos e maiores de 45 anos de idade 1 ano QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS A D M IN IS T R A Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 36 Portadores de doença crônica, expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem em desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional A cada ano ou a intervalos menores a critério do médico encarregado 5.7.3 Exame de Mudança de Função Este exame deve ser realizado sempre que o empregado ao mudar sua atividade fique exposto a um risco diferente ao que era exposto anteriormente. Deve ser realizado antes da mudança de função. Vai atestar se o funcionário está apto para desempenhar sua nova função. 5.7.4 Exame de Retorno ao Trabalho Este exame deve ser realizado sempre que o empregado for afastado por ocorrência
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