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HAMILTON, Alexander. Report On Manufactures. December 5, 1791. Alexander Hamilton foi um grande escritor e teórico norte-americano foi o primeiro secretário de tesouro dos Estados Unidos. Ele contribuiu para a expansão econômica dos Estados Unidos. Hamilton escreve a obra “Relatório sobre manufaturas” por encomenda do congresso americano e tinha como objetivo promover mudanças econômicas no setor agrícola e manufatureiro do país. Nessa obra, o autor expõe princípios econômicos que promoveriam o crescimento da industrialização, e também da nação. Em sua obra, ele indica pontos favoráveis e desfavoráveis do setor agrícola e do setor manufatureiro enfatizando que, a melhor forma de crescimento é a partir do investimento no setor industrial manufatureiro. Para defender o incremento da manufatura, Alexander Hamilton tem em vista o momento econômico da época, visando à longo prazo a prosperidade econômica da nação estadunidense. Ele argumentava que para os Estados Unidos assegurarem a independência era necessário ter uma sólida política de industrialização. O autor vai defender o investimento em manufaturas sem deixar de lado a agricultura – que naquele momento era o produto que garantia segurança econômica aos Estados Unidos e também por ser um fator essencial na sobrevivência do homem. Dessa forma, Hamilton aponta sete causas principais que irão demonstrar por quais motivos investir em manufaturas não só aumentaria o produto e a receita da sociedade como também contribuiria para tornar os Estados Unidos um país maior. As causas propostas por ele são: Divisão do trabalho; Extensão do uso da maquinaria; Emprego adicional para classes da comunidade; Promoção de emigração de países estrangeiros; Fornecimento de maior alcance para a diversidade de talentos e disposições que discriminam os homens uns dos outros; Fornecer um campo mais amplo e variado para a empresa; A criação, em alguns casos, de uma nova e, ao mesmo tempo, garantindo uma demanda mais segura e constante pelo excedente de produção do solo. Hamilton acredita que ao optar pela industrialização, você opta por uma maior divisão do trabalho, pois ao permitir o nascimento de novos setores da economia, você possibilita ao trabalhador maior destreza e logo, economiza de tempo, o que aumenta a sua produtividade. Sobre o uso da maquinaria, atividades manufatureiras seriam mais suscetíveis ao uso do maquinário que as atividades agrícolas e a aplicação de máquinas também aumentariam a produtividade, o que nos leva ao terceiro ponto, a geração de mais emprego. A geração de emprego – terceiro ponto proposto – Hamilton argumenta que, ao incentivar a criação de novos setores, a industrialização do país geraria empregos para classes da sociedade, que comumente, têm um tempo ocioso e não se dedicam a produzir. Já o quarto ponto proposto, visa a questão do incentivo a migração. Na época em que “Relatório sobre manufaturas” fora escrito, os Estados Unidos era um país pouco habitado, e Hamilton, argumenta que, um país industrializado fomentaria a imigração e consequentemente, o povoamento de áreas ainda não habitadas. No quinto ponto, o autor fala sobre o desenvolvimento de talentos, ele acredita que ao diversificar as atividades industriais, você incentiva a criatividade dos indivíduos e também beneficia seu uso em prol da sociedade. No sexto ponto, o autor propõe a abertura de um campo mais amplo e variado para as empresas, segundo ele, diversificar mais a economia, expandiria o campo para o desenvolvimento do “espírito de empresa”. Em seu sétimo – e último ponto – Hamilton fala sobre a garantia e criação de maior demanda para os produtos agrícolas, ele propõe que em lugar de prejudicar a agricultura – que é o que tinham em mente aqueles que eram contra a industrialização – esta, ao contrario, poderia beneficiar a agricultura ao servir de demanda para seus produtos. Hamilton acreditava que não só a riqueza, mas também a independência e a segurança de um país estariam intimamente ligadas à prosperidade das manufaturas. Para o mesmo, o maior obstáculo para a industrialização de um país majoritariamente agrícola era o protecionismo das nações industriais. Portanto, a ação do Estado visando à industrialização significaria, de um lado, adoção de medidas de proteção à indústria e de outro, a intervenção interna visando a criação de condições que favorecessem a industrialização do país. Dessa forma, o autor propõe algumas medidas protecionistas que foram elaboradas pelo mesmo com o intuito de auxiliar o desenvolvimento da economia norte-americana: Tarifas alfandegárias sobre produtos estrangeiros rivais de produtos nacionais; Proibição de produtos rivais ou tarifas que equivalem a uma proibição; Veto a exportação de matérias-primas necessária para se fazer produtos nacionais; Subsídios pecuniários à produção local; Prêmios para recompensar quando houver uma superioridade especial ou esforços extraordinários; Isenção tarifária para importação de matérias-primas que sejam necessárias para a produção de produtos nacionais; Reintegração das tarifas cobradas sobre as matérias primas para manufaturas; Fomentar novos inventos e descobertas no próprio país e introdução dessas descobertas em outros países (principalmente se forem inventos ligados a maquinaria); Normas prudentes para a inspeção de bens manufaturados a fim de garantir a qualidade do seu produto; Agilização das remessas monetárias de um lugar a outro por meio de um sistema bancário a nível nacional; Agilização do transporte de mercadorias; O protecionismo de Hamilton tinha como objetivo favorecer a industrialização norte-americana e também aumentar a produtividade e a produção de mercadorias – o que condensaria a riqueza. Por fim, podemos inferir que é necessário um equilíbrio entre a economia industrial e a economia agrária para que a nação possa evoluir economicamente. A aplicação de tarifas ao mercado externo é uma forma de proteger e estabilizar o mercado interno. Letícia Cunha – Acadêmica de Relações Internacionais (4° semestre)
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