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Peça Agravo em Execucao

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO
Processo nº. xxx
NAPOLEÃO SANTANA, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado e procurador, que a esta subscreve nos autos supramencionados, com endereço profissional em XXX, onde recebe notificações e intimações, com fundamentos no Art. 197, Lei de Execuções Penais, não se conformando com a respeitável decisão que negou o pedido de desconto dos dias trabalhados na cozinha do estabelecimento prisional no total de pena ainda a cumprir, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência interpor, tempestivamente, o presente:
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Requer que o presente recurso seja recebido e encaminhado a superior instância para o devido processamento e julgamento, com os fatos e fundamentos anexos.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 26 de Agosto de 2017.
__________________________________
Advogada, OAB/XX Nº xxx. Xxx
RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÃO
Processo nº. xxx
RECORRENTE: NAPOLÃO SANTANA
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Colenda Câmara,
1. DOS FATOS
O Recorrente foi sentenciado a cumprir 06 anos de reclusão e 600 dias-multa, no valor de 1/30 do salário mínimo à época do crime, em regime inicialmente fechado pelo tipo já acostado nos autos, nos quais foram encaminhados à Vara de origem, sendo concedido o Livramento Condicional, que restou cumprido em 30 de junho de 2017.
Após cumprir as condições impostas até o dia 30 de Junho, como auxiliar de limpeza do estabelecimento prisional, ou seja, 1/3 da pena se o condenado, por ser reincidente em crime doloso e apresentar bons antecedentes. Desde então, Napoleão retomou a sua vida e começou a buscar novas oportunidades de emprego, e não mais se apresentou para cumprir as condições, pois já havia cumprido com todos os seus deveres.
Entretanto, em 21 de Agosto de 2017, após manifestação do Ministério Público, o juiz titular da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro determinou a revogação do Livramento e expediu o mando de prisão em desfavor do Recorrente, o que gerou uma série de preocupações e implicações a nova vida profissional do recorrente. Logo, diante dos fatos narrados na presente demanda, insurge-se a Agravante contra r. decisão impugnada, que merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir elencados. 
2. DO DIREITO
Data maxima venia, não há qualquer razão concreta exposta nos autos capaz de evidenciar que o apenado, no presente momento, não ostenta responsabilidade e autodisciplina para a fruição do LIVRAMENTO CONDICIONAL. Ao revés, trata-se de penitente que, apesar de negligenciada pelo Poder Público, ostenta comportamento carcerário classificado como “Bom”, sem qualquer transgressão disciplinar, ou seja, Exas., de acordo com o próprio Enunciado nº 07 da VEP, mostra-se merecedor de ser contemplado com o LIVRAMENTO CONDICIONAL pleiteado.
Cumpre ainda esclarecer o aspecto relativo ao descumprimento do preconizado pelo artigo 143 da LEP quando da revogação do livramento, que na época em que ocorreu a revogação do livramento condicional em  razão de nova condenação, não foi possibilitado o contraditório ao agravante,  com o que remanesceu violado o artigo 143, in fine, da LEP: “ouvido o liberado...”
No mesmo sentido é a mais abalizada jurisprudência, digna de transcrição:
HC. Execução da pena. Jurisdicionalização. Livramento condicional. 
Suspensão. Revogação. A Lei de Execução Penal consagrou a 
jurisdicionalização da pena. O condenado deixou de ser objeto - e passou  a - sujeito - da execução. Assim, o contraditório (Const., art. 5.°, LV) não  pode ser olvidado. Compreende tanto o processo judicial como o  administrativo. A suspensão do livramento condicional antecede a
sentença condenatória trânsita em julgado. A revogação, contudo,
depende de sentença firme. Em qualquer caso, porém, impõe-se o direito  de defesa. (RSTJ 65/122) AGRAVO EM EXECUÇÃO - REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL - AUSÊNCIA DE OITIVA PRÉVIA DO LIBERADO - CASSADA A DECISÃO. RECURSO PROVIDO. A revogação do livramento condicional dependerá, sempre, da prévia oitiva do sentenciado e, a inobservância desse dispositivo causa a nulidade da decisão, por evidente cerceamento de defesa e violação ao princípio do contraditório. (Agravo de Execução Penal nº 0694301-04.2010.8.13.0000, 6ª Câmara Criminal do TJMG, Rel. Furtado de Mendonça. j. 01.03.2011, unânime, Publ. 23.03.2011).
Concessa maxima venia, preenchidos os requisitos legais, é direito subjetivo do apenado a obtenção do LIVRAMENTO CONDICIONAL. Admitir a concessão do benefício como faculdade do juiz, e não direito subjetivo do apenado, é violar a noção de Estado Democrático de Direito, na medida em que submete o exercício de direito com repercussão direta na liberdade de locomoção à discricionariedade do julgador. 
Ao revés, o princípio da legalidade estrita, positivado no art. 5º, XXXIX, da Constituição da República, impõe que as normas com reflexo nos direitos fundamentais sejam interpretadas de forma restritiva, como corolário do reconhecimento do condenado como pessoa. Destarte, considerando o que dispõe os artigos 1º e 5º da Lei de Execução Penal, ou seja, a função social da pena e a finalidade de integração social do condenado, o que lhe retira o caráter meramente retributivo, e, de outro lado, que a execução penal será orientada pela individualização, o que implica em adaptá-la e concretizá-la a um determinado indivíduo, deve ser encontrada a solução adequada para proporcionar ao sentenciado condições para sua harmônica reinserção social. Ou seja, o Ilustre Magistrado de piso, data maxima venia, não agiu com o senso de JUSTIÇA, com a sensibilidade, que devem permear as decisões do Juízo da VEP. 
Por derradeiro, vale dizer que a ressocialização, meta de maior amplitude, não se ensina no cárcere, pois não se aprende a viver em liberdade na prisão. Portanto, a respeitável decisão não merece prosperar, devendo ser suspensa.
3. DOS PEDIDOS
Por todas estas razões expostas requer:
a) o conhecimento e provimento do presente Agravo em Execução, uma vez atendidos todos os pressupostos exigidos à sua espécie;
b) a reforma da decisão agravada com o objetivo conceder ao apenado o Livramento Condicional, por ser medida que melhor atende aos anseios de EQUIDADE e JUSTIÇA.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 26 de Agosto de 2017.
Advogada
OAB/XX Nº xxx. Xxx

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