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Fenômenos de Transporte CINÉTICA DOS FLÚIDOS Prof. José Pedro Mestre em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas Engenheiro Metalurgista Cinética dos fluidos A cinemática dos fluidos, também chamada de hidrodinâmica, é um ramo da mecânica dos fluidos que estuda os fluidos em movimento. A hidrodinâmica é dividida em duas grandes áreas de estudo: Hidráulica, que estuda os líquidos em movimento Aerodinâmica, que estuda os gases em movimento Cinética dos fluidos Os princípios da cinemática dos fluidos são utilizados, por exemplo: no cálculo das forças de arrasto e de sustentação em aeronaves; no cálculo da vazão de petróleo em um poço ou através de gasodutos; no cálculo da perda de carga em sistemas de bombeamento; na modelagem do escoamento através de um corpo aerodinâmico, como um automóvel etc. Escoamento de um fluido Neste capítulo estudaremos o escoamento de um fluido de acordo com a seguinte classificação: quanto à variação no tempo; quanto à variação da trajetória; quanto à variação no espaço e; Escoamento permanente ou não permanente Dependência com o Tempo Permanente Não Permanente (transiente) Número de Reynolds Osborne Reynolds (1842-1912) foi um matemático e cientista britânico que contribuiu em diversas áreas, como a eletricidade e o magnetismo, além da hidrodinâmica. Em mecânica dos fluidos, ele foi pioneiro no estudo sobre os regimes de escoamento, introduzindo o mais importante número adimensional da mecânica dos fluidos. \ Experiência de Reynolds (1883): Número de Reynolds 7 Número de Reynolds O número de Reynolds (abreviado como Re) é um número adimensional usado em mecânica dos fluídos para o cálculo do regime de escoamento de determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma superfície. É utilizado, por exemplo, em projetos de tubulações industriais e asas de aviões. O seu significado físico é um quociente entre as forças de inércia e as forças de viscosidade. Escoamento ou Regime Laminar (baixas vazões): O corante não se mistura com o fluido, permanecendo na forma de um filete no centro do tubo; O escoamento processa-se sem provocar mistura transversal entre escoamento e o filete, observável de forma macroscópica; Como “não há mistura”, o escoamento aparenta ocorrer como se lâminas de fluido deslizassem umas sobre as outras; Número de Reynolds 9 Escoamento ou Regime de transição: O filete apresenta alguma mistura com o fluido, deixando de ser retilíneo sofrendo ondulações; Essa situação ocorre para uma pequena gama de velocidades e liga o regime laminar a outra forma mais caótica de escoamento; Foi considerado um estágio intermediário entre o regime laminar e o turbulento; Número de Reynolds 10 Escoamento ou Regime turbulento: O filete apresenta uma mistura transversal intensa, com dissipação rápida; São perceptíveis movimentos aleatórios no interior da massa fluida que provocam o deslocamento de moléculas entre as diferentes camadas do fluido (perceptíveis macroscopicamente); Há mistura intensa e movimentação desordenada; Número de Reynolds 11 Número de Reynolds Visualização dos escoamentos Exemplos de escoamento laminar e turbulento Número de Reynolds Regime turbulento: velocidades Número de Reynolds Para definir os limites de transição entre os regimes de escoamento, utilizamos o mais importante número adimensional de toda mecânica dos fluidos: o número de Reynolds, dado por Re. Número de Reynolds Número de Reynolds Dos experimentos feitos por Reynolds e pela análise dimensional: Onde: ρ – densidade do fluido µ – viscosidade dinâmica do fluido L – dimensão característica (definida de acordo com a configuração do sistema); V – velocidade média do fluido ao longo da seção transversal do duto; – viscosidade cinemática do fluido 16 Número de Reynolds No caso de tubos circulares, a dimensão característica é o diâmetro, D. Esse número foi determinado empiricamente. 17 Limites de Re Para escoamento de líquidos em tubos circulares, retos tem-se Número de Reynolds A importância fundamental do número de Reynolds é a possibilidade de se avaliar a estabilidade do fluxo podendo obter uma indicação se o escoamento flui de forma laminar ou turbulenta. O número de Reynolds constitui a base do comportamento de sistemas reais, pelo uso de modelos reduzidos. Um exemplo comum é o túnel aerodinâmico onde se medem forças desta natureza em modelos de asas de aviões. Pode-se dizer que dois sistemas são dinamicamente semelhantes se o número de Reynolds, for o mesmo para ambos. A importância do Número de Reynolds Escoamento unidimensional As propriedades variam com relação a uma única coordenada, sendo, portanto, constantes em relação às outras coordenadas, motivo pelo qual esse escoamento é também chamado de escoamento uniforme na seção. 20 Escoamento bidimensional Se a variação da velocidade do fluido for uma função de duas coordenadas x e y, tem-se que o escoamento é bidimensional é bidimensional, 21 Escoamento tridimensional Finalmente, se a variação da velocidade do fluido for uma função das três coordenadas x, y e z, tem-se que o escoamento é tridimensional. 22 Escoamento tridimensional Obviamente que, ao aumentarmos o número de dimensões do escoamento, tornamos a modelagem desse escoamento mais complexa. Dependendo do tipo de solução exigida em um problema proposto qualquer, utilizaremos o tipo de escoamento adequado. 23 Mecânica dos Fluidos Equação da Continuidade Prof. José Pedro Mestre em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas Engenheiro Metalurgista Conservação da massa Especifica que a massa de um sistema é constante com o tempo. A massa, assim como a energia, é uma propriedade que se conserva, e não pode ser criada nem destruída durante um processo. Em sistemas fechados, o princípio de conservação da massa é usado implicitamente pela exigência de que a massa do sistema permaneça constante. Em volumes de controle, ou sistemas abertos, a massa pode atravessar a fronteira do sistema e devemos levar em conta a quantidade de massa que entra e sai do volume de controle. Conservação da massa Especifica que a massa de um sistema é constante com o tempo. Ou seja, a massa do sistema permanece constante durante um processo. Conservação da massa Para um volume de controle (VC), o balanço de massa é expresso na forma de vazão como: Taxa de variação da massa dentro das fronteiras do volume de controle Vazão Volumétrica (Q) Vazão volumétrica é o volume de fluido que atravessa uma certa secção transversal de um duto, por exemplo, por unidade de tempo. Unidade de medida [Q] = m3/s (SI) [Q] = L/s; L/min Vazão Mássica (Qm) 29 Análogo a vazão volumétrica, a vazão mássica é a massa de fluido que atravessa uma certa secção transversal de um duto por unidade de tempo. Unidade de medida [Qm] = kg/s (SI) [Qm] = g/s Velocidade de Escoamento Existe uma relação entre a vazão volumétrica e a velocidade do fluido num duto. sendo a velocidade v = cte. Velocidade Média de Escoamento Como a velocidade num duto na maioria das vezes não é constante, então a velocidade média é expressa por: Equação da Continuidade para Regime Permanente Esta equação representa a Lei da Conservação da Massa Vazão e Velocidade Média - Exercícios 33 Uma torneira enche de água um tanque de capacidade 6000 L em 1h 40min. Determine a vazão volumétrica e mássica no SI. Dados: densidade da água = 1000 kg/m3 e g = 10m/s2. Calcule a vazão volumétrica de um gás através de uma tubulação de diâmetro 30 cm sendo sua velocidade média igual a 45 m/s. Vazão e Velocidade Média - Exercícios Um gás escoa em regime permanente e incompressível na tubulação da figura. Em (1) tem-se A1 = 20cm2, 1 = 4 kg/m3 e v1 = 30 m/s. Em (2) A1 = 10cm2. 34 Vazão e Velocidade Média- Exercícios No tubo da figura, determine a vazão volumétrica, em L/s, a mássica, em kg/s, e a velocidade na secção (2), em m/s, sabendo que a água escoa em regime permanente e tem-se A1 = 10 cm2 e A1 = 5 cm2. (água = 4 kg/m3 e g = 10 m/s2). 35 Exemplo 1 Uma mangueira de jardim conectada a um bocal é usada para encher um balde de 10 galões. O diâmetro interno da mangueira é de 2 cm, e ele se reduz a 0,8 cm na saída do bocal. Se são necessários 50 segundos para encher o balde com água, determine as vazões em volume e massa de água através da mangueira e a velocidade média da água na saída do bocal. Hipóteses: (1) fluido incompressível (2) escoamento em regime permanente (3) não há desperdício de água Propriedades: água = 1000 kg/m3 = 1kg/L 1 gal = 3,7854 L Exemplo 1 Dados:Uma mangueira de jardim conectada a um bocal é usada para encher um balde de 10 galões. O diâmetro interno da mangueira é de 2 cm, e ele se reduz a 0,8 cm na saída do bocal. Se são necessários 50 segundos para encher o balde com água, determine (a) as vazões em volume e massa de água através da mangueira: Propriedades: água = 1000 kg/m3 = 1kg/L; 1 gal = 3,7854 L (b) a velocidade média da água na saída do bocal:
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