Buscar

1capitulo. Cristiane 23.10.17ocx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
(será feita no final do trabalho)
ABORDAGEM DIACRÔNICA SOBRE A PROSTITUIÇÃO
	Os tabus sociais sempre estiveram presentes na construção da aplicação das leis e entre eles está a prática de sexo, cujo assunto, apesar de ser visto com mais suavidade é, até nos dias atuais, um tabu a ser quebrado.
	A representação social da prostituta sofre variação de acordo com a época e cultura, mas, independente disso, na troca de favores sexuais que caracteriza a prostituição, elementos sentimentais, como o amor ou o afeto, devem estar ausentes em pelo menos um dos protagonistas. Nesta profissão, tida como “a mais antiga do mundo”, na grande maioria das vezes troca-se sexo por dinheiro. Mas, pode-se cambiar relações sexuais por favores profissionais, informações, bens materiais e muitas outras coisas. Ainda que muitos homens se prostituam, historicamente a prostituição feminina é mais frequente que a masculina.
	De maneira sutil a contextual o fenômeno social da prostituição, Marques (p.91) utilizando das palavras de Ernst Seelig afirma que “a historia revela-nos que tem existido prostituição em todos os tempos, desde os mais recuados, ainda que a sua extensão e forma dependam das condições econômicas e culturais da época.” e continua afirmando que “ela representa para a mulher a maneira mais simples e primitiva da luta pela manutenção da vida”. 
	Nas lições de Nucci (2014, p. 48-61) sobre a prostituição e citando Vern -Bullough, afirma que os primeiros registros sobre a prostituição surgiram na Antiguidade e que as origens da prática surgiram na Idade Antiga, mais especificamente na antiga Mesopotâmia. Em um cenário de vigência do Código de Hamurabi, conhecido por sua rigidez e revanchismo, à mulher restava o papel de prostituta, caso não se enquadrasse como esposa ou concubina. Na Babilônia antiga, embora reconhecida e aceita como tal, a prostituta era considerada uma pária.
	Baseando-se nos estudos feitos por Bullough, Nucci continua explicando que no Egito, em que vigorava uma sociedade monogâmica e matriarcal, a mulher desempenhava papel relevante. Diante de tanta importância, não à toa se considera Cleópatra a prostituta mais cara da história. 
	A cultura do impuro tomava novas formas e, à opção marital, surgia uma nova alternativa para a mulher, qual seja a prostituição, meio de ganhar seu próprio sustento. Logo a prática se estendeu aos mais variados povos e mercantilizou-se. Exemplo disso é a Lei da hospitalidade, que impunha aos fenícios o dever de prostituírem suas filhas aos estrangeiros. Contudo, foi na China, que começaram a surgir os embriões dos bordéis e casas de prostituição, existindo verdadeiras associações comerciais de prostitutas, que pagavam altas taxas ao governo e recebiam, em troca, a mesma proteção que se dava às empresas comerciais.
	A concepção é que na época o profissional do sexo adquiriu mais reconhecimento e aceitação na sociedade, mesmo que sem a rotulação da classe, mais, enfrentava problemas contemporâneo que giram em torno da discussão sobre poder aquisitivo. Assim, ao passo que a prostituta da alta sociedade burguesa era não só aceita, como também ocupava alto papel social, à prostituta marginalizada eram destinados o estigma e a pobreza, estigmas da marginalização que ocorre até os dias atuais. 
	Como bem esclarece Aquino (2005), na Grécia, a prostituição, normalmente, era destinada às escravas. Havia, contudo, clara estratificação social entre as próprias meretrizes: ao passo em que havia aquelas de rua e de taverna, no ápice da escala social se encontravam as “hetairae”, prostitutas de classe alta, muito bem educadas, e que se relacionavam com estadistas, artistas, etc. 
	Contudo, deixando a prostituição ainda mais complexa para aceitação social com a figura do homem neste comércio, e em descompasso com a aceitação e realidade empíricas, considera-se que foram os atenienses que colocaram o homem como centro da prática sexual aqui trabalhada. A homossexualidade era considerada natural e a prostituição masculina, embora não envolvesse necessariamente um comércio, era constante, haja vista os diversos relatos históricos de relações sexuais entre guerreiros e jovens soldados, em troca de instruções, bem como de filósofos e seus discípulos, em troca de lições de dialética e oratória. 
	Ora, a prostituição apesar de carregar os estigmas sociais, sempre foi vislumbrada como meio de rotação de capital econômico pelo qual eram cobrados taxas e registros da atividade em órgão público, motivo pelo qual a prostituição era permitida. A prostituição passava a ser vista como profissão, mas mantinha e mantêm-se na sociedade de maneira distintas, marcadas por traços moralistas que acentuam notórias diferenciações entre as mulheres casadas e as prostitutas. 
	Na explicação de Gimeno citada por Nucci (2014, p.54) informa que foi na Idade Média, que a prostituição enfrentou seu maior inimigo: o Cristianismo. Curiosamente, o Concílio de Veneza, em 1358, declarou a prostituição como “absolutamente indispensável para o mundo”. Para fundamentar esse aspecto, Teixeira (2007) aponta o posicionamento de Santo Agostinho ao defender a ideia de um “mal necessário”, segundo o qual, se fossem retiradas as prostitutas, o mundo subverter-se-ia em luxúria.
	A partir de tal pensamento ensejou a adaptação da prática de prostituição em casas fechadas destinadas a troca sexual entre as pessoas que ali procuravam. Neste cenário conturbado, inicia-se a discussão sobre o certo e o errado, o permitido e o não, com o surgimento de leis sobre prostituição, impulsionadas principalmente pelo contágio de doenças venéreas, as chamadas “pestes sexuais”. A partir daí, embora combatida mundialmente, a prostituição nunca deixou de existir. Com as Grandes Navegações, Portugal e Espanha a expandiram ao Novo Mundo. Na Península Ibérica, explicou Costa (2001, p.44-50) que chegou-se à conclusão de que “não se pode aboli-la porque utópico; não se pode ignorá-la porque hipócrita”. Todavia, tal conclusão parece permanecer até os dias atuais, impregnando nossa cultura moral e, por que não dizer, legislativa. 
	Com o passar do tempo, o assunto e a pratica da prostituição teve início em outros países como Japão, França e Alemanha e, no atual mundo da globalização está em todo lugar, com diversas proporções. Entretanto, foi a partir dos anos 1970 que houve o marco da revolução sexual feminina no mundo, onde as profissionais do sexo de vários países começaram um processo de organização da classe, existindo entre os mais variados movimentos uma pauta comum: a defesa dos direitos humanos e civis das prostitutas. Em território brasileiro, segundo expõe Gershon (2006), ocorreu com a mobilização política e pública em 1979 numa área de prostituição em São Paulo que sofria com constantes abusos policiais. 
	Sobre os problemas que rodeia o mundo da prostituição, Leite (2009, p.76) conta em seu livro o episódio, que após serem levadas pela polícia, duas prostitutas haviam sumido da “Boca do Lixo”, zona de prostituição do baixo meretrício em São Paulo, em que a ex-prostituta iniciou sua carreira. Em que pese o sucesso da manifestação tenha sido grande, com a adesão dos donos de bares, dos garçons, das cafetinas, dos malandros e dos travestis da região, a repressão policial, em tempos de ditadura, aumentou. Somente após o afastamento de um delegado de polícia, com muita pressão social, a vida voltaria ao normal na “Boca do Lixo”.
	Refazendo o contexto social que envolve essa profissão, ainda em seu livro, Leite (2009, p.76-80) pontua que após anos do inicio da mobilização social, foi realizado no Rio de Janeiro o Primeiro Encontro Nacional de Prostitutas, cujo tema, segundo Leite, permanecia o mesmo: a violência. No Encontro, foi discutida a criação de associações da classe que efetivamente representassem as profissionais do sexo e a definição de estratégias conjuntas de maior eficiência para combater a violência policial. 
	Observa-se que a partir daí, começou-se um movimento de legalização das associações,a fim de garantir reconhecimento da profissão e cidadania às profissionais: A Associação da Vila Mimosa, pioneira, em 1988, a Associação das Prostitutas do Ceará (1990), o Grupo de Mulheres Prostitutas da Área Central (1990), a Associação Sergipana de Prostitutas (1991), a Associação das Damas da Vida do Estado do Rio de Janeiro (1993) e o Núcleo de Estudos da Prostituição no Rio Grande de Sul (1993) são exemplos. Foi criada no Encontroa Rede Brasileira de Prostitutas que, posteriormente, teve seu nome alterado para Rede Brasileira de Profissionais do sexo, cuja missão é promover a articulação política do movimento organizado de prostitutas, o fortalecimento da identidade profissional da categoria, visando o pleno exercício da cidadania, a redução do estigma e da discriminação e da melhoria da qualidade de vida da sociedade.
	De acordo com os dados da rede nacional de prostitutas, podem ser destacadas, algumas conquistas dos movimentos das prostitutas como: a inclusão da categoria “profissionais do sexo” na Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho e Emprego; a apresentação ao Congresso Nacional de Projetos de Lei que visam ao reconhecimento da prostituição como atividade profissional; a realização da primeira pesquisa nacional sobre qualidade de vida das profissionais do sexo, realizada pela UNB e pelo Programa Nacional de DST/AIDS; e a realização da campanha nacional “Sem vergonha, garota. Você tem profissão”, executada pelo Programa Nacional de DST. Além disso, no Fórum Social Mundial, realizado na Venezuela, em Caracas, em Janeiro de 2006, a organização não-governamental Davida mobilizou ativistas de vários países em torno das acaloradas discussões sobre prostituição, sexualidade e movimentos sociais: foram abordadas questões como a legalização, o controle sanitário e o debate que opõe opção e necessidade.
	No campo jurídico, o Brasil tem adotado o sistema misto que é aquele que conjuga os dois últimos sistemas apresentados: pretende-se abolir a prática sexual, mas ao mesmo tempo não se pretende punir o cliente ou a prostituta. É a política adotada no Brasil. No entanto, em que pese exista ato administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego reconhecendo a profissão, a exploração econômica da prática é crime e a violência policial é flagrante. Tratar-se ia de mera hipocrisia social, se não houvesse tanta discórdia a respeito do tema, até mesmo nas bancadas congressistas.
	O debate sobre a prostituição é intenso na política e na sociedade, que de modo a regulamentar o assunto em 2003, Fernando Gabeira apresentou o Projeto de Lei (PL) nº 98/2003, visando à extinção de tipos penais e à exigibilidade de pagamento pela prestação de serviços sexuais, o qual foi arquivado após anos de discussão. Posteriormente e ainda em analise, no ano de 2012, o deputado Jean Wyllys do PSOL apresentou o Projeto de Lei nº 4.211/2012 (“Projeto de Lei Gabriela Leite”, em referência à falecida prostituta e fundadora da DASPU), que visa à regulamentação da atividade de prostituição. Embora o então projeto não enfrente diretamente a regulamentação da prostituição pelo Direito do Trabalho é consideravelmente um importante avanço sócio político. 
	Os debates sociais que o assunto desperta demonstra o estigma social que a prostituta vem sofrendo. O desrespeito social é gritante e parte, em muitas ocasiões, do próprio Estado, o que coloca em questão de quem vai lutar contra as agressões de direitos que a essa classe é direcionada. Contudo, ao debater tabus como sexo e prostituição é preciso ter em mente que a percepção do certo e errado para a sociedade varia de acordo com as concepções morais e éticas vigentes e nas novas formações, os aspectos econômicos que dela recorre. 
Conceito, tipos e causas de prostituição
	Considerando que a prostituição é uma troca de favores sexuais em favor do dinheiro ou do prazer, é possível compreender que a definição de prostituição baseia-se em valores culturais que diferem em várias sociedades e circunstâncias, mas geralmente se refere ao comércio sexual de mulheres para satisfação de clientes masculinos.
	Segundo Marques (p.91), prostituição é um fenômeno de degenerescência social constante em quase todas as civilizações, cuja origem se perde nos tempos. Por outro lado, Nucci (2014, p. 35) explica que em sentido estrito e comum, a prostituição é o comércio sexual do próprio corpo, geralmente desenvolvido com habitualidade, objetivando o sustento. Mas não se pode considerar tal atividade de maneira tão simples quanto incompleta.
	Do significado do verbo prostituir há varias possibilidades de condutas, entre elas a visão de comercialização do sexo, além de desmoralizar, corromper, degradar, desonrar, auferindo intenso conteúdo moral – na realidade, imoral. De volta as lições de Nucci (2014, p.35), o doutrinador explica que a prostituição, de um ponto de vista etimológico, significa colocar adiante (de prostituere), ou colocar à venda. Assim, pode-se facilmente individuar o fenômeno sob dois aspectos diferentes, mesmo que intimamente conexos entre eles. De um primeiro ângulo, a prostituição é considerada como qualquer tipo de prestação sexual, que, quando executada, corresponde a um preço. Sob outro prisma, corresponde a uma submissão, à qual está sujeito aquele que se dedica à prostituição, altamente lesivo à dignidade humana. O debate sobre o conceito de prostituição envolve preconceitos, moralismos, avaliações éticas e até mesmo valores jurídicos.
	Nesse sentido, o doutrinador ao comentar sobre os crimes contra a dignidade sexual (2014, p.181) explica que a prostituição já se encontra definida e nem sempre pode ser considerada uma forma de exploração, desde que entenda o termo como pejorativo, concernente a extrair lucro ou vantagem em detrimento de outrem. Afinal, a atividade não é vedada penalmente e pode significar o exercício de uma profissão como outra qualquer.
	Assim, sobre a admissão das profissionais do sexo, na opinião de Fragoso (1958, p. 508), a sociedade proscreve a prostituição, porque ofende a moral sexual dominante, mas, ao mesmo tempo, vê-se forcada a tolerá-la porque é uma espécie de válvula de escape para os problemas que a forma de casamento suscita sem resolver.
	A prostituição pode ocorrer de diversas maneiras, seja ela, por intermédio de alguém ou por vontade própria dos sujeitos envolvidos.Segundo Marques (p. 93-94) existe nas variadas formas a prostituição infantil, a prostituição hospitalar, religiosa, profana, masculina, homossexual, feminina, profissional entre outras. 
	As causas que ensejam a pratica da prostituição podem decorrer de diversos fatores sociais, culturais, psicológicos, econômicos, amorosos e outros. Como Causas Psicológicas tem-se a ausência, carência e deficiência do meio familiar, estão presentes no “caso” de uma prostituta na esmagadora maioria das ocasiões. Algumas surgem na inevitabilidade da dissociação do meio familiar ou após a morte do pai, da mãe, ou de ambos, do abandono do lar por um dos dois, da incompatibilidade com a figura do padrasto ou da madrasta, ou mesmo do rompimento de uma relação amorosa. Outras há que viveram a sua infância em instituições de assistência, com naturais carências afetivas profundas. 
	Ao buscar conhecer a causa que leva o indivíduo a prostituição, deve ser levada em consideração os aspectos educacionais que podem prover de por pais incapazes, fracos ou por pais demasiado severos ou de rigidez moral excessiva. Finalmente as que resultam do próprio comportamento de certos pais, o caso típico do mau exemplo permanente, muitas vezes convidando o filho a participar neste tipo de maus exemplos, que redundará normalmente na sabedoria popular – “filho és, pai serás”. 
	Segundo ensina Lucchini (1999) os fatores não determinam a pratica da prostituição, apenas elevam a possibilidade de ocorrer. Ainda segundo o autor, entre as causas sociais que poderão da origem a prostituição está: Alcoolismo e toxicodependência; As migrações, multiplicando o número de homens e mulheressós e desenraizados; Carência de informação sexual; Isolamento; Períodos de guerra; Proxenetismo organizado; Poder econômico; analfabetismo e a ignorância dos assuntos mais básicos.
	Para Lucchini, no entanto, há três fatores que determinam à entrada “na vida”: 1.Necessidade de ganhar dinheiro para si ou para os seus;2. Sedução pelo “meio” da prostituição; 3.Situação de solidão e desenraizamento. Efetivamente, a justificação apresentada na primeira pessoa aponta para a necessidade de obter dinheiro e de o obter o mais rápido possível. Pensando nisso, não é incomum nos dias atuais, encontrar a adolescente e adultos que se prostitui com clientes que lhe agradam, simplesmente para comprar um vestido que quer muito, ou então para garantir um emprego, ou outra coisa que a prostituição represente o caminho mais fácil. 
	Assim, é possível concluir que não é possível isolar determinado fator como único motivador da tomada da decisão de iniciar a pratica da prostituição, antes pelo contrário, a prostituição surge numa união de várias causas e fatores que a potenciam. 
Do lenocínio e do tráfico de pessoas para fim de prostituição
	O assunto é abordado pelo Direito Penal no Título VI - Dos crimes contra a dignidade sexual, especificadamente no Capitulo V intitulado “do lenocínio e do trafico de pessoas para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual”, correspondendo ao descrito entre os arts. 227 a 232 do Código Penal. 
	No enfoque do trabalho, há um recorte nos tipos penais, que compreende do art. 227 ao 230, não se estendendo as entranhas do tráfico de pessoas seja ele nacional ou internacional. Assim, será trabalhado as nuances de cada artigo de modo separado para obtenção melhor da compreensão do tema e a presença do poder punitivo do Estado nele. 
	Contudo, ante o inicio da abordagem dos tipos legais, cabe saber a compreensão do que é o lenocínio. Desta forma, no dicionário jurídico de (2001, p.149) Lenocínio é definido como Crime contra os costumes que consiste em induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem. Na doutrina de Nucci (2014, p.953), constitui lenocínio a “prestação de apoio, assistência e incentivo à vida voluptuosa de outra pessoa, dela tirando proveito. Os agentes do lenocínio são peculiarmente chamados de rufião (ou cafetão) e proxeneta.”. 
	Ademais, compreendido o significado do tipo penal, é possível a abordagem dos artigos referentes ao assunto.
Artigo 227 CP
	O dispositivo penal trata da possibilidade do individuo praticar conduta com o objetivo de mediação para servir a lascívia de outrem. No entanto, ante as colocações sobre o tipo penal deve-se conhecer do ali descrito, assim lê-se:
Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
	Uma vez apresentado o dispositivo penal cabem as considerações dele decorrente. Condensando as informações básicas, considera-se lenocínio principal o previsto no caput e lenocínio acessório o previsto no §3º. O objeto material consiste na pessoa induzida a satisfazer a lascívia de outrem, devendo a conduta esta voltada à pessoa ou pessoas determinadas. O elemento subjetivo presente é o dolo não admitindo a modalidade culposa, porém, admite a tentativa já que se trata de crime plurissubsistente. No aspecto processual, a ação penal cabível é a pública incondicionada. 
	Sobre a classificação a doutrina de Masson (2014, p.1533) afirma que o tipo penal enquadra-se em crime simples, Crime comum, Crime material ou causal, Crime de forma livre, Crime instantâneo, Crime comissivo, Crime unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual e Crime plurissubsistente que é a regra. 
	Numa interpretação gramatical e lógica encontra-se o objeto jurídico protegido pela norma penal apresentada neste artigo, que de forma peculiar coloca a presença de terceiro envolvido numa relação sexual, com objetivo de induzir a participação da vitima, é a dignidade e a liberdade sexual, bem como a moralidade pública, em seu aspecto sexual. Enquanto o objeto material é a pessoa induzida a satisfazer a lascívia de outrem.
	Outros aspectos do tipo permitem o reconhecimento do núcleo do tipo que é “induzir” no sentido de criar na mente de alguém a vontade de satisfazer a lascívia alheia, convencendo a agir desta forma. Lascívia é o desejo sexual, a luxúria. A explicar esse aspecto, Masson (2014, p.1534) afirma 
A satisfação da lascívia abrange qualquer atividade destinada a saciar a libido de uma pessoa, mediante a prática de atos sexuais, a mera contemplação passiva ou qualquer outra atividade direcionada ao prazer erótico. A conduta deve voltar-se a pessoa ou pessoas determinadas, pois o tipo penal contém a elementar “alguém”. Se o agente induzir pessoas indeterminadas a satisfazer a lascívia de outrem, a ele será imputado o crime previsto no art. 228 do Código Penal. Também estará caracterizado o delito de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual quando a vítima receber alguma contraprestação, do agente ou de terceiro, em decorrência do seu comportamento, o que não se verifica no crime tipificado no crime em análise.
	Quanto à identificação dos sujeitos envolvidos, tanto no pólo ativo quanto no passivo os sujeitos podem ser qualquer pessoa, característica determinada por ser um crime comum, no entanto,quando tratar de sujeito ativo, explica Nucci (2014, p 954.), se o agente for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda da vítima, estará caracterizada a qualificadora prevista no art. 227, § 1º, in fine, do CP. 
Explica o doutrinador acima que a pessoa beneficiada pelo proxeneta, cuja lascívia é satisfeita pela vítima, não responde pelo delito na condição de coautor ou partícipe, visto que a lei incrimina o comportamento de induzir alguém a satisfazer a lascívia de “outrem”, e não a própria. Poderá vir a ser responsabilizado por algum outro crime contra a dignidade sexual. Já o sujeito passivo também pode ser qualquer pessoa, independentemente do sexo, e, mediatamente, a coletividade.
	Sobre a previsão de aumento de pena quando o sujeito passivo tratar de pessoa menor de idade e quando estiver presença de parentesco, existem algumas observações, de modo que Masson (2014, p. 1534) ao ensinar divide em a problemática inerente à vulnerabilidade da vítima e o exercício da prostituição e induzimento à satisfação da lascívia. O primeiro se refere à conduta de induzir pessoa menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem implica o reconhecimento do crime de corrupção de menores, tipificado no art. 218 do CP; enquanto na segunda hipótese explica que não há crime quando uma pessoa prostituída é induzida a satisfazer a lascívia de outrem. Nesse caso, é dispensável o induzimento para a satisfação da lascívia alheia, pois quem exerce a prostituição já se dedica a esta finalidade. 
	No que se refere a mediação para satisfazer a lascívia de outrem e realização de ato sexual consentido com pessoa menor de 18 e maior de 14 anos de idade, explica o autor supracitado que apenas o proxeneta será responsabilizado pela mediação para servir a lascívia de outrem, em sua forma qualificada (CP, art. 227, § 1º, 1ª parte), em decorrência da idade da vítima. Não há crime para o terceiro que, com o consentimento válido da pessoa menor de 18 e maior de 14 anos de idade, com ela pratica o ato sexual.
	O assunto é tratado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA no art.241-D, de forma que é preciso recordar que o art.227 do CP em seu caput, pune a conduta de “induzir” alguém a satisfazer a lascívia de outrem. Destarte, não há falar neste delito quando o agente instiga uma pessoa, ou seja, reforça a vontade já existente de satisfazer a lascívia alheia. O fato, em princípio, é atípico. Se a vítima for criança - pessoa com menos de 12 anos de idade- e a instigação relacionar-se a ato libidinoso a ser realizado com o próprio instigador, estará caracterizado o crime de aliciamento de criança para fins libidinosos conforme o art. 241-D do ECA.
	Na possibilidade de cabimento da Lei n.9.099/95, é preciso compreender que tipo penal em sua modalidade fundamental, a mediação para satisfazer a lascívia de outrem é crime de médio potencial ofensivo, porém, é possível a autorização da suspensão condicional do processo, se presentes os demais requisitos elencados pelo art. 89 da Lei 9.099/95. No entanto, quanto às figuras qualificadas, essas são crimes de elevado potencial ofensivos, o que as tornam incompatíveis com os benefícios da referida lei.
	Por fim, cabe a diferenciação entre conduta da mediação para servir a lascívia de outrem com o fim de lucro e rufianismo. Na distinção feita por Masson (2014, p.1536) na pratica do rufianismo, a pessoa explorada exerce “a prostituição, e sua configuração reclama habitualidade, pois o agente tira proveito da prostituição alheia, participando diretamente dos seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça”. Enquanto a pratica da mediação para servir a lascívia de outrem, “a pessoa explorada não se prostitui, e o delito é instantâneo.”
Artigo 228 CP
	O dispositivo trata da possibilidade de imputação de crime pela pratica de conduta que exerça favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual. Lê-se no referente artigo:
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1.º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
§ 2.º Se o crime é cometido com o emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3.º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
	A interpretação do tipo penal acima deságua na compilação dos elementos básicos que o compõe, de forma que, conforme a doutrina, na sua classificação é considerado um crime simples, comum, material ou causal, de forma livre, instantâneo na presença dos verbos (“induzir”, “atrair” e “facilitar”) ou permanente (“impedir” e “dificultar”), comissivo (regra), unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual e plurissubsistente, via de regra. 
	No reconhecimento pela jurisprudência, o Superior Tribunal de Justiça – STJ em analise do HC 94.168/MG, compreendeu como caracterização do delito quando “aquele que facilita, dando condições favoráveis à continuação ou ao desenvolvimento da prostituição, pratica o crime de favorecimento da prostituição” 
	Diante de tais aspectos, ensina a doutrina de Masson (2014, p. 1537-1538) que os elementos principais deste artigo, sobre a prostituição o CP adotou a teoria do sistema abolicionista, sendo que o elemento normativo do tipo é a expressão “exploração sexual” não havendo emprego de violência ou grave ameaça contra a vítima e o objeto material é a pessoa, indiferente do gênero, levada ou mantida à prostituição ou outra forma de exploração sexual. 
 	Nesse último ponto lembra a doutrina que a vítima é determinada, ou seja, é preciso que a pessoa ofendida seja certa e identificada e que possua idade igual ou superior a 18 anos sendo dotada de discernimento para a prática do ato, não se configurando o tipo penal caso o agente, genericamente, leve pessoas indeterminadas à prostituição ou outra forma de exploração sexual ou o agente quem já tenha dedicação com habitualidade ao comércio sexual.
	Ainda segundo o autor, no que se refere ao denominado lenocínio mercenário ou questuário, aplica-se o descrito no § 3.º. O elemento subjetivo do tipo é o dolo, não admitindo a modalidade culposa, somente a tentativa devido a classificação de crime plurissubsistente. Na atuação do Estado por meios processuais, a titularidade é do Ministério Público por se tratar de ação penal pública incondicionada.
	Assim, esclarecido os principais pontos do artigo, porém, numa explicação mais clara, a doutrina de Nucci (2014, p. 955) através da análise verbal utilizada no tipo, coloca que:
Há multiplicidade de condutas: a) induzir é inspirar ou dar a ideia a alguém para fazer alguma coisa. Além disso, inclui-se neste tipo a conduta de atrair, que significa seduzir ou chamar alguém a fazer alguma coisa; b) facilitar quer dizer dar acesso mais fácil ou colocar à disposição; c) impedir tem o significado de colocar obstáculo ou estorvar alguém; dificultar quer dizer tornar algo mais custoso a ser feito; ambos os verbos compõem-se com abandonar, que representa largar ou deixar. Portanto, o tipo misto alternativo é composto das figuras de induzir pessoa à prostituição (outra forma de exploração sexual) ou atrair pessoa à prostituição (ou outra forma de exploração sexual), como primeira parte. Na segunda parte do tipo há outras condutas alternativas. Por isso, o agente pode facilitar o desenvolvimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, como pode impedir ou dificultar o abandono. Em suma, a prática de uma só conduta leva à configuração do delito. Porém, a prática de mais de uma conduta, em face da alternatividade, configura, igualmente, um só crime.
	Observa-se que a descrição literal do dispositivo possui uma preocupação de punir o “terceiro” que de alguma maneira auxilia o início e manutenção da prostituição e não a intenção de ação preventiva protecionista a atos de violência que a pessoa tenha sofrido para iniciar tal conduta profissional, em especial quando atinge o grupo protegido pelo ECA. 
	Numa boa colocação, a doutrina de Nucci (2014, p.955) crítica o modelo de finalidade do legislador expondo que:
Cuidaria melhor o legislador de proteger o menor de idade ou aquele que é vítima de atos violentos, ameaçadores ou fraudulentos, mas não a pessoa adulta que foi convencida a levar vida promíscua. Ressaltemos, se tal conduta fosse realmente relevante e danosa à sociedade, não se teria a proliferação de anúncios e propagandas de toda ordem nessa área, com o beneplácito das autoridades.
	Ora, apesar do desempenho de resposta á sociedade sobre determinado comportamento humano que para muitos é considerado problema de saúde pública, a opinião doutrinária acima exposta enfatiza a reflexão sobre quão importante é para o Estado interferir na vida privada de um adulto frente à possibilidade de ações preventivas que pode ser utilizadas antecipadamente quando o indivíduo ainda é menor de idade, além é claro, do caráter econômico que rodeia tal atividade. 
	Numa decisão que se correlaciona com crítica aqui trabalhada, o Tribunal de Justiça de Goiás, aduz sua motivação direcionando o assunto a questão de saúde e segurança pública, a partir do momento que afirma ver diversas formas de publicidade da prostituição essa preocupação jurídico-social. 
Ademais, vejo nisso tudo um exagero descomunal, quando se lê os jornais de circulação diária as ofertas das chamadas ‘acompanhantes’ e até mesmo ‘garotos de programa’. Nas recheadas páginas jornalísticas deparamo-nos com a descarada mercancia do corpo humano, com a oferta se fazendo com o aceite de pagamento com cheque pré-datado, cartão de crédito e, ironicamente, até em troca de vale-refeição. E tudo isso com endereço e telefone dos prostituídos, sem que o aparelho policial mova uma palha sequerpara conter tais abusos, ou apologias. (HC 21580-0/217, 1.ª C., rel. Paulo Tales, 04.09.2003, empate na votação, RDPPP 25/04, p. 101).
	Apesar de todo contexto social que envolve o assunto, é possível compreender que a prática do favorecimento à prostituição, quando não violento ou fraudulento, deveria ser eliminado da legislação penal, restando somente a previsão quando for caso de fraude, ameaça e violência o fator determinante de tal decisão. 
Artigo 229 CP
	O tipo penal inscrito neste artigo traz a possibilidade de punição ao indivíduo que mantêm local destinado a exploração sexual, ou seja, casa de prostituição, sendo indiferente o objetivo de obtenção de lucro ou não. Encontra-se disciplinado que:
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
	Sobre a classificação do tipo penal, Masson (2014, p 1.543) considera tratar-se de crime simples, comum, formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado, crime vago, de forma livre, comissivo, habitual, unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual e crime plurissubsistente. 
	Considerando ainda os aspectos básicos, o doutrinador explica que o objeto material é o estabelecimento em que ocorre a exploração sexual, com ou sem intenção de lucro. A manutenção do estabelecimento por conta própria ou de terceiro independe da mediação direta do proprietário ou gerente, enquanto o elemento subjetivo existente é o dolo, sendo este elemento subjetivo específico de intenção de manter o estabelecimento para exploração sexual, motivo pelo não admite modalidade culposa. Sobre a tentativa, devido a se tratar de crime plurissubsistente é admitida e no aspecto processual, a competência é do Ministério Público por ser ação penal pública incondicionada. 
	O tratamento penal disposto neste artigo enseja divergências doutrinárias, no entanto, devido à evolução da sociedade com a quebra de dogmas e paradigmas, verifica-se, em geral, um menor nível de censura, relacionado à existência de casas de prostituição, o que sustenta para da discussão sobre o tipo penal. De fato, se observamos o comportamento da sociedade, o senso comum indica que de maneira ampla é tolerável a existência de casas de prostituição, uma vez que se verifica nos locais outras destinações, como o funcionamento de bar ou casas de shows, o que aumenta o nível de tolerância social.
	Na divergência doutrinária e jurisprudencial que gira em torno da aplicabilidade deste artigo, tem-se a o entendimento de que o princípio da insignificância deve ser aplicado na ausência de ofensa concreta a bem jurídico relevante, de modo que paralelamente haja a aplicação do princípio da adequação social justificado na tolerância da sociedade em relação a tais locais, o que de modo significativo na analise do caso concreto pode afastar a aplicação da reprimenda penal constante no dispositivo. 
	A doutrina de Nucci (2014, p. 960) defende a atipicidade do fato e considera o tipo penal nitidamente vetusto e afirma que o tipo penal “já não encontra aplicação prática, merecendo ser eliminado do campo criminal”. Sobre os aspectos do dispositivo penal, traz o doutrinador a cotejo:
Manter quer dizer sustentar, fazer permanecer ou conservar, o que fornece a nítida visão de algo habitual ou frequente. O objeto da conservação é o estabelecimento destinado à exploração sexual. A retirada do título do art. 229, que era “casa de prostituição”, faz com que se remeta o tipo penal ao título anterior, vinculado ao art. 228: favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual. [...] As casas de prostituição tinha um significado muito diferente das casas noturnas de hoje, voltadas a encontros amorosos. Na conceituação do Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940, entendia-se por aquela expressada as casas em que efetivamente as mulheres habitavam e trabalhavam. Elas, na verdade, acabavam reduzidas a autênticas escravas, por ausência de liberdade que se via atrofiada pela pressão exercida pelas circunstâncias; fundamentalmente, a de estar sempre na dependência do local para sobreviver, posto que lá residiam. Isto lhes impedia de assumir uma posição alternativa, ficando sempre ao sabor das exigências, normalmente de uma mulher, a cafetina, para saber o que lhe poderia ser oferecido e quanto. Nos dias de hoje, estas circunstâncias estão completamente ausentes nas casas noturnas, como a do proprietário em questão, que podem, evidentemente, prestar-se, inclusive para encontros dos quais resultarão relações carnais. Nesse sentido, bares, motéis, hotéis também podem se prestar para o mesmo fim.
	Corroborando com o exposto pela doutrina de Nucci, tem-se a opinião da Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Dra. Luiza Nagib Eluf, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, edição de 1.10.09, onde expôs a defesa de que no atual contexto social:
Crime é manter a pessoa em condição de explorada, sacrificada, obrigada a fazer o que não quer. Explorar é colocar em situação análoga a de escravidão, impor a prática de sexo contra a vontade ou, no mínimo, induzir a isso, sob as piores condições, sem remuneração nem liberdade de escolha. A prostituição forçada é exploração sexual, um delito escabroso, merecedor de punição severa, ainda mais se praticado contra crianças. O resto não merece a atenção do direito penal. A profissional do sexo, por opção própria, maior de 18 anos, deve ser deixada em paz, regulamentando-se a atividade. 
	Interessante se faz notar, que em ambas as opiniões acima expostas, há uma repugna a conduta descrita neste dispositivo quando a pessoa envolvida for menor, ou seja, enquanto sobre ela persistir a proteção prevista no ECA e, quando não for o caso, o princípio da adequação social ensejaria na extinção de punibilidade do agente. No referente à possibilidade de inexistência do crime, a Procuradora acima citada afirma que após a alteração do Lei 12.015/09 “os processos que se encontram em tramitação pelo crime de casa de prostituição, se não envolverem exploração sexual, deverão resultar em absolvição, pois a conduta de manter casa para fins libidinosos por si só, não mais configura crime.” Nesse sentido, estende-se aos inquéritos que estejam nessas condições deverão comportar o arquivamento, já auxiliando o descongestionamento do judiciário com causas inexistentes. 
	Sobre a modificação trazida no texto da Lei 12.015/09 o doutrinador Nucci (2014, p. 961) explica que a lei alterou o artigo aqui trabalhado retirando a expressão “casa de prostituição” e “lugar destinado a encontros para fim libidinoso”, para inserir, em seu lugar, a expressão “estabelecimento em que ocorra exploração sexual”, de forma que explica que “não houve nenhum avanço, nem melhora positiva na redação. Ao contrário, mantém um tipo penal vetusto e, com o novo texto, bizarro”. Completa ainda afirmando que “a exploração sexual é o gênero do qual se extrai a prostituição. Por outro lado, torna-se necessário lembrar que a prostituição não é crime, razão pela qual deveria haver um lugar onde ela fosse desenvolvida sem qualquer obstáculo”.
	Em sentido semelhante, a jurisprudência possui diversas decisões que levam em conta os aspectos acima defendidos, de forma que traz-se a cotejo algumas:
EMENTA: CASA DE PROSTITUIÇÃO. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO. ATIPICIDADE. Os delitos de 'casa de prostituição' e de 'favorecimento da prostituição', este quando não envolve menores, são condutas atípicas por força da adequação social. À sociedade civil é reconhecida a prerrogativa de descriminalização do tipo penal configurado pelo legislador. A eficácia da norma penal nos casos de casa de prostituição mostra-se prejudicada em razão do anacronismo histórico, ou seja, a manutenção da penalização em nada contribui para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito, e somente resulta num tratamento hipócrita diante da prostituiçãoinstitucionalizada com rótulos como 'acompanhantes', 'massagistas', motéis, etc, que, ainda que extremamente publicizada, não sofre qualquer reprimenda do poder estatal, em razão de tal conduta, já há muito, tolerada, com grande sofisticação, e divulgada diariamente pelos meios de comunicação, não é crime, bem assim não será as de origem mais modesta. Recurso improvido”. (Apelação Crime. Nº 70023513120, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Aramis Nassif, Julgado em 07/05/2008)
CASA DE PROSTITUIÇÃO. ARTIGO 229 DO CÓDIGO PENAL COM A NOVA REDAÇÃO DADA PELA LEI 12.015/09. FRAGILIDADE PROBATÓRIA. AUSÊNCIA DE PROVA DA EXPLORAÇÃO SEXUAL. ABSOLVIÇÃO. POSSIBILIDADE. Condenação que exige prova efetiva nos autos e não mera presunção. recursos dos réus providos. (...) Acrescente-se que para caracterizar o crime em questão, se faz necessária prova da habitualidade, a qual decorre do verbo ‘manter’. Ocorre que pelos depoimentos colhidos, não ficou demonstrada a ‘habitualidade delitiva’, ainda que e possa admitir que mulheres que frequentavam o local, o faziam com a intenção de proceder a programas sexuais, nenhuma prostituta foi ouvida que comprovasse a exploração sexual, pois como é sabido, a prostituição em si não constitui crime. (Apelação Criminal 0002569-48.2005.8.26.0050, São Paulo, 4.ª C., rel. Euvaldo Chaib, 09.04.2013, m.v.).
	De acordo com o entendimento da jurisprudência e das doutrinas acima trabalhadas, o tipo penal previsto no art. 229 é passível de abolição do sistema jurídico, uma vez que é considerado retrógado frente às novas compreensões sociais, excetuando-se somente, no tocante aos protegidos pela legislação do ECA, mas, tal situação seria englobada pelos outros dispositivos que abordam o tema. 
Todavia, a discussão sobre a persistência ou não do disposto no ordenamento legal enseja a divergência, de modo que, ao ter posição contraria a acima exposta, tem-se a decisão do Superior Tribunal de Justiça reconhecendo a tipicidade da conduta e por conseqüência a validade da manutenção do dispositivo intacta, entendendo que a leniência das autoridades públicas e a aceitação da sociedade não podem afastar a caracterização do crime, Assim, traz a leitura:
[...] A eventual tolerância ou indiferença na repressão criminal, bem assim o pretenso desuso não se apresentam, em nosso sistema jurídico-penal, como causa de atipia. O enunciado legal (art. 229 e art. 230) é taxativo e não tolera incrementos jurisprudenciais.” “Os crimes em comento estão gerando grande comoção social, em face da repercussão, existindo uma mobilização nacional de proteção dos menores.” Recurso conhecido e provido”. (REsp 585.750/RS, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 10/02/2004, DJ 15/03/2004 p. 295)
PENAL. RECURSO ESPECIAL. CASA DE PROSTITUIÇÃO. TOLERÂNCIA. ATIVIDADE POLICIAL. TIPICIDADE (ARTIGO 229 DO CP). I - A eventual tolerância ou a indiferença na repressão criminal, bem assim o pretenso desuso não se apresentam, em nosso sistema jurídico-penal, como causa de atipia (Precedentes). II - A norma incriminadora não pode ser neutralizada ou ser considerada revogada em decorrência de, v.g., desvirtuada atuação policial (artigo 2º, caput da LICC).Recurso conhecido e provido”. (REsp 146.360/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19/10/1999, DJ 08/11/1999 p. 85)
	A divergência chegou ao Supremo Tribunal Federal – STF através de Habeas Corpus impetrado pela Defensoria do Estado do Rio Grande do Sul vislumbrando reformar decisão do STJ que entendeu típica a pratica inscrita no art. 229. Na decisão do HC 99144 RS o STF manteve a posição de atipicidade do dispositivo penal, de forma que cabe a leitura:
DECISÃO CASA DE PROSTITUIÇÃO – DIREITO POSTO VERSUS ÓPTICA DE PARTE DA POPULAÇÃO – SUBSISTÊNCIA DO ARTIGO 229 DO CÓDIGO PENAL. LIMINAR INDEFERIDA. 1. Eis as informações prestadas pela Assessoria: O Ministério Público denunciou os pacientes como incursos nos artigos 229 do Código Penal e 10 da Lei nº 9.437/97, combinado com o artigo 29 e na forma do artigo 69, todos do Código Penal, em virtude de suposta prática dos crimes de manutenção de casa de prostituição e por terem sob guarda arma de fogo, de uso permitido, sem a autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar (folha 2 a 4 do apenso). [...]Ressalta a necessidade de atentar-se, passados quase setenta anos da publicação do Código Penal, para os novos conceitos morais da sociedade, sendo ilógico considerar e tipificar como crime uma conduta aceita moralmente nos dias atuais. Aduz a hipocrisia de criminalizar-se o ato, diante da prostituição institucionalizada no meio social com rótulos de “acompanhantes, “massagistas, motéis, sendo desse modo divulgada pelos meios de comunicação, sem qualquer reprimenda do poder estatal. Assevera que o mesmo se dá em relação às casas noturnas das grandes cidades, tudo com o beneplácito dos meios de comunicação e da sociedade, bem assim do Estado que lhes concede alvará de funcionamento e se beneficia da arrecadação tributária. Acrescenta que, se a tipicidade penal se consubstancia pela presença da tipicidade formal mais a material, é importante destacar ser o crime de manutenção de casa de prostituição atípico, pela falta de lesividade ao bem jurídico protegido: a moralidade pública sexual.[...] (STF - HC: 99144 RS, Relator: MENEZES DIREITO, Data de Julgamento: 01/06/2009, Data de Publicação: DJe-107 DIVULG 09/06/2009 PUBLIC 10/06/2009)
	Observando toda exposição de argumentos sobre a permanência ou não da punibilidade da conduta descrita no art. 229 do Código Penal, é compreensível que haja a discussão vez que pode ser uma abertura para a modificação da lei que fuja da regra de que somente outra lei revoga uma lei, mas, há um desdobramento social que deve ser levado em consideração que em muitos casos o texto da lei é deficitário em acompanhar. Devido a esse cenário conturbado, fica claro que ainda é preciso uma analise multidisciplinar sobre o comportamento da sociedade e da lei, que engloba a discussão sobre o dispositivo aqui trabalhado. 
Artigo 230 CP
	A conduta prevista neste artigo é considerada crime de rufianismo, onde prevê que:
Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1.º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2.º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
O tipo penal descrito neste artigo trata da pratica de rufianismo que para sua compreensão carece entender do que se trata. Assim, o indivíduo que recai na conduta deste artigo é chamado de rufião, neste sentido, seria um proxeneta expressão que costuma ser utilizada para designar o homem dedicado ao delito ou carente de ética. Já o rufianismo, segundo Nucci (2014, p. 968) é uma modalidade do lenocínio, que consiste em viver à custa da prostituição alheia. “É a atividade exercida por aquele que explorar prostitutas e, consequentemente, incentiva o comércio sexual. O termo equivalente é o cafetão ou cáften. A conduta, quando praticada sem violência, ameaça ou fraude, deveria ser penalmente irrelevante”.
A titulo de curiosidade, existe Diferença entre proxeneta e rufião, de modo que segundo leciona Nucci (2014, p.960) reserva-se o termo proxeneta à pessoa que intermedeia encontros amorosos para terceiros, mantendo locais próprios para tanto, auferindo ou não lucro; para o rufião (ou cafetão) guarda-seo conceito de pessoa que vive da prostituição alheia, fazendo-se sustentar pela(o) prostituta(o), com ou sem o emprego de violência.
Compreendido quem são os sujeitos envolvidos neste tipo penal, recai a necessidade de entender suas informações básicas. Assim, segundo a doutrina Masson (2014, p. 1548) na classificação trata-se de Crime simples, comum, material ou causal, de forma livre, comissivo, habitual, unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual e Crime plurissubsistente. No entanto, o objeto material é a pessoa prostituída e explorada pelo rufião ou pela cafetina, de modo que o termo “Tirar proveito” refere-se que o rufião explora dinheiro ou bens da pessoa prostituída, e não seu corpo. Sobre os sujeitos, explica que o rufianismo ativo é denominado de cafetão e o rufianismo passivo de gigolô e que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, enquanto o sujeito passivo é a pessoa que exerce a prostituição. Secundariamente, é a coletividade, pois o delito é contra a moralidade sexual.
Ainda neste tipo penal, o elemento subjetivo é dolo e o elemento subjetivo especifico é a intenção de, habitualmente, tirar proveito da prostituição alheia, de modo que não admite modalidade culposa. A tentativa é admitida por se tratar de crime plurissubsistente e de ação penal pública incondicionada. 
Sobre a abordagem da jurisprudência a esse tipo penal tem-se, de modo exemplificativo, a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo:
Rufianismo. Artigo 230, §§ 1.º e 2.º, do CP. Conduta de tirar proveito da prostituição de duas adolescentes menores de dezoito anos, fazendo-se sustentar com o rendimento das vítimas. Configuração. Materialidade e autoria demonstradas. Negativa isolada. Palavra das vítimas, corroboradas pelo testemunho dos policiais ouvidos em juízo. Suficiência para a condenação. Afastamento da violência ou grave ameaça. Circunstâncias não verificadas ao longo do tempo em que se deu a exploração, mas no dia em que as ofendidas anunciaram que deixariam a habitação coletiva. Exclusão da qualificadora do § 2.º e manutenção da pena no mínimo legal. Substituição da privativa de liberdade por duas restritivas de direitos. Apelos providos parcialmente para esse fim. (...) Em nenhuma de suas declarações, as vítimas mencionaram que, nos meses em que ocorreu a exploração da prostituição, os acusados agiram com emprego de violência ou grave ameaça. Não há prova idônea nesse sentido. O que se evidenciou, inclusive pela confissão dos réus, foi a agressão ocorrida no dia – e somente nesta ocasião – em que as vítimas anunciaram que não mais pretendiam com eles morar. E tal se deu, segundo revela o conjunto probatório, quando D. foi segura por A. e J. atingida por M., momentos antes de voltarem com os policiais para buscar seus pertences.” (AP 990.08.130625-5, 16.ª C., rel. Almeida Toledo, 22.03.2011, v.u.).
	Observa-se que para a configuração deste delito não é necessária a presença da violência, apenas é a conduta direcionada a obtenção de lucro com o trabalho sexual de terceiro, de modo que as modalidade de qualificadores englobam a presença da violência e do menor de idade. 
	Outro ponto deste crime é que existe um confronto entre ele o favorecimento á prostituição previsto no art. 228, já que o rufianismo por visualizar a obtenção de lucro graças a prostituição alheia engloba o delito do art. 228. Reconhecendo esse englobamento de tipo penal, o Superior Tribunal de Justiça no HC 8914 MG entendeu:
Menor, trabalhando para o paciente, com a função de fazer programas com homens e mulheres, com ele dividia o dinheiro auferido, sendo, então, patente a sua condição de sócio oculto do incapaz que, na dicção de Nélson Hungria, funcionava como sócio de indústria. Nestas circunstâncias, não obstante o angariamento de clientes a indicar, in thesi, o favorecimento à prostituição, este delito foi absorvido pelo de rufianismo, pela preponderância do indevido proveito, consubstanciado na participação nos lucros. Em suma, o menor exercia a prostituição e o paciente dela tirava proveito direto, numa espécie de sociedade. Ordem concedida para excluir da condenação a pena relativa ao crime do art. 228 do Código Penal” (HC 8.914-MG, 6.ª T., rel. Fernando Gonçalves, 16.11.1999, v. u., DJ 17.12.1999, p. 400).
	Assim, por ser o artigo 230 que fecha o titulo VI sobre a possibilidade de ações que prejudicam a sexualidade de pessoas por obtenção de lucro ou motivos equivocados, a previsibilidade de incorporação do delito previsto no art. 228 traz maior segurança jurídica de punibilidade quando a conduta praticada não preencher os requisitos desejados pelo tipo penal. 
	De modo geral, o ponto central das previsões punitivas previstas no ordenamento do Código Penal não visualiza a interferência na vontade ou vida privada do individuo, mas sim, as conseqüências de suas escolhas e as possibilidades de pratica de atos forçoso. Trata-se de modo amplo, de instrumentos de manutenção da seguridade pública e da integridade sexual individual da pessoa. 
REFERÊNCIAS
AQUINO, P.S. Comportamento sexual de profissionais do sexo: risco para aquisição de DST? 2005. 57 fls. Monografia (Graduação) – Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2005. 
ARAÚJO, João Vieira de. O código penal interpretado. Ed. fac-similar. -Brasília : Senado Federal : Superior Tribunal de Justiça, 2004.
BARROS, Francisco D. Crimes contra a dignidade sexual para concursos: principais divergências doutrinarias e jurisprudenciais, questões comentadas, casos práticos e casos criminais superinteressantes. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Borges, Camilla de Oliveira. A problemática da regulamentação da prostituição como profissão no direito brasileiro: pela visibilidade dos direitos dos profissionais do sexo. 71 fls. Monografia (Graduação) do curso de Direito- UERJ/Rio de Janeiro, 2014
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988
BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Vade Mecum 15ª. Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2016.
BRASIL. Projeto de Lei nº 98/2003. Disponível em: Acesso em 8 jul 2014. BRASIL. Projeto de Lei Gabriela Leite. Disponível em < http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=104691> .Acesso 22 set 2017.
BRASIL. Projeto de Lei Gabriela Leite nº 42111/2012. Disponível em, http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1012829>.Acesso 22 set 2017.
BRASIL, Agência. Anistia Internacional lança ação em defesa de prostitutas agredidas no Rio. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-07/anistia-internacional-lanca-acao-em-defesa-de-prostitutas-agredidas. Acesso em 22 set 2017.
BULLOUGH, Vern. The history of prostitution. Apud NUCCI, Guilherme de Souza. Prostituição, Lenocínio e Tráfico de Pessoas: aspectos constitucionais e penais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 48-61
COSTA, José Martins Barra da; ALVES, Lourdes Barata. Prostituiçao 2001. O masculino e o feminino de rua, p; 44-50. apud NUCCI, Guilherme de Souza. Prostituição, Lenocínio e Tráfico de Pessoas: aspectos constitucionais e penais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 56
DAS LUTAS, Coletivo. Mais de 300 prostitutas são brutalmente despejadas pela Polícia em Niterói – RJ. Disponível em: https://daslutas.wordpress.com/2014/05/24/mais-de-300-prostitutas-sao-brutalmente-despejadas-pela-policia-em-niteroi-rj/. Acesso em 22 set 2017.
DELMANTO, Celso. Código Penal comentado. 9ª. ed. rev., atual, e ampl.- São Paulo :Saraiva, 2016.
ELUF, Luiza Nagib. Casa de prostituição. Artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, edição de 1.10.09. Disponivel em< http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0110200909.htm> Acesso 22 set 2017.
GERSHON, Priscila. Profissionais do sexo: da invisibilidade ao reconhecimento. In: Revista Sociologia Jurídica n. 02 – janeiro-junho/2006. Disponível em: Acesso em 22 set 2017.
GIMENO,Beatriz. La prostitución. Aportaciones para un debate aberto, p; 129, tradução livre apud Apud NUCCI, Guilherme de Souza. Prostituição, Lenocínio e Tráfico de Pessoas: aspectos constitucionais e penais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 54.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal esquematizado: parte especial. São Paulo: Saraiva, 2011.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 16ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2014.
LEITE, Gabriela. Filha, mãe, avó e puta: a história de uma mulher que decidiu ser prostituta. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p.76.
LUCCHINI, Ricardo (1999). A rapariga de rua: prostituição, família e droga. Revista do Instituto de Reinserção Social – Julho – Setembro .97.3 – ISSN 870-6565.
MARQUES, João B. d. A. A prostituição, suas causas e sua disciplina legal. Apostila 15fls. Disponivel em < http://www.revistajustitia.com.br/revistas/7w3351.pdf>. Acesso 22 set 2017.
MASSON, Cleber. Código Penal comentado. 2ª. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.
MARCAO, R. GENTIL, P. Crimes Contra a Dignidade Sexual.- São Paulo: Saraiva, 2011.
NUCCI, Guilherme de Souza. Prostituição, Lenocínio e Tráfico de Pessoas: aspectos constitucionais e penais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014
NUCCI, Guilherme de Souza. Crimes contra a dignidade sexual. 5ª ed. rev, atual e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado: estudo integrado com processo e execução penal: apresentação esquemática da matéria: jurisprudência atualizada.- 14ª. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro : Forense, 2014.
REDE BRASILEIRA DE PROSTITUTAS. Disponível em: http://www.redeprostitutas.org.br/.Acesso em22 set 2017
SANTOS, Washington dos. Dicionário Jurídico Brasileiro.- Belo Horizonte: Del Rey, 2001.
TEIXEIRA, Igor Salomão. A encruzilhada das idéias: aproximação enter a legenda áurea (Iacopo da Varazze) e a Suma Teológica (Tomás de Aquino), p. 111. Tese de Mestrado. Orientador: José Rivair Macedo. Porto Alegre, 2007. Disponível emhttp://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10787/000601167.pdf? Acesso em: 22 set 2017

Continue navegando