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AULAS INICIAIS 2017

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE SÃO GOTARDO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Prof. Me. Rafhael Lima Ribeiro
1º Semestre - 2017
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Objetivos da disciplina
Introduzir informações para a formação crítica, da técnica, ciência e teoria geral do processo, a fim de que cada (futuro) profissional do direito possa perceber e criar meios para melhor resolver as relações sociais conflituosas que demandem sua atuação prática. E, igualmente, fomentar meios de solução alternativos dos conflitos, que extrapolem a mera cultura demandista do direito.
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Ementa da disciplina
Denominação e histórico. Da “justiça privada à jurisdição Estatal”. Princípios gerais do direito processual. Direito processual constitucional. Tendências do direito processual civil moderno, o acesso a justiça. Da jurisdição, conceito e espécies. Formas Alternativas de Resolução dos Conflitos. Poder Judiciário, estrutura, função e órgãos. Competência processual, classificação e critérios de determinação. Ação, conceito, natureza jurídica e classificação. Exceção, contestação e reconvenção. Processo e procedimento, conceito, natureza jurídica e classificação. Formas procedimentais. Atos processuais, conceito, classificação e forma. Nulidades processuais, conceito e classificação. Provas, conceito e classificação. Dos recursos, conceito, pressupostos e espécies. Coisa julgada, conceito e classificação.
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Metodologia de Ensino e Forma de Avaliação
Aulas expositivas. Leitura e discussão do texto legal. Análise de Jurisprudências. Resolução de Exercícios objetivos e subjetivos.Debates interdisciplinares. 
1ª Prova: 30 pontos; Trabalho: 30pontos; 2ª Prova: 30 pontos; Presença: 10 pontos. 
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Referências Básicas
ALVIM, J. E. Carreira. Teoria Geral do Processo. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2015.
CINTRA, Antônio Carlos de Araujo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Candido Rangel. Teoria Geral do Processo. 24ª. ed. São Paulo: Malheiros; 2008.
DINAMARCO, Cândido Rangel; Lopes, Bruno Vasconcelos Carrilho. Teoria Geral do Novo Processo Civil. São Paulo: Malheiros, 2016.
LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria Geral do Processo. Rio de Janeiro: Forense, 2010.
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Referências Complementares
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Fabris, 1988.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (lei 13.105/2015)
DINAMARCO, Cândido R. A instrumentalidade do processo. 12ª ed. São Paulo: Malheiros, 2005.
FISS, Owen. Um Novo Processo Civil: Estudos norte-americanos sobre jurisdição, constituição e sociedade. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
GOLDSCHIMIDT, James. Teoria Geral do Processo. Campinas: Minelli; 2003.
GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro: Del Rey, 2012.
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Denominação: Nome da disciplina
Segundo Rosemiro Pereira Leal a denominação Teoria Geral do Processo surgiu por volta de 1910, na alemanha, com Wilhelm Sauer.
Mas, o que vem a ser essa tal de Teoria Geral do Processo?
Para início de conversa, podemos dizer que trata-se de uma disciplina, isto é, um conjunto de conhecimentos especializados e programados numa área do ensino científico.
No Brasil, a disciplina TGP, chegou a chamar Direito Judiciário.
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Epistemologia: “Estudo do Conhecimento”
Técnica processual e Teoria do Processo
Técnica – Ciência – Teoria – Crítica; 
Técnica: conjunto de procedimentos, numa relação meio-fim, visando resultados úteis.
Ciência: Racionalização da técnica.
Teoria: Resultante discursiva (ideia conclusiva) de uma reflexão satisfatória da existência numa dada especialidade temática.
Crítica: indicação de conteúdos ausentes na lógica (estrutura) do discurso do conhecimento.
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Sociedade e Tutela Jurídica
Ubi societas ibi jus – não há sociedade sem direito;
Ubi jus ibi societas – não há direito sem sociedade; 
Direito: uma das formas de controle social => função ordenadora.
Critica à abstração do surgimento da sociedade e do direito.
Eliminação dos conflitos:
 Por um ou ambos os sujeitos conflitantes;
 Por terceiro;
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Eliminação dos conflitos:
Por um ou ambos os sujeitos conflitantes:
 Autocomposição 
 Autotutela
Por terceiro:
 Conciliação;
 Mediação;
 Processo;
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“Vingança Privada”- Soluções parciais: depende das partes.
Autocomposição: um dos sujeitos ou cada um deles consente nos sacrifício do próprio direito.
Características:
Desistência (renuncia à pretensão)
Transação (concessões recíprocas)
Submissão (renuncia à resistência oferecida à pretensão)
Autotutela: impõe-se o sacrifício do interesse alheio, a partir do uso da violência privada.
Características:
Ausência de juiz distinto das partes;
Imposição de decisão por uma das partes à outra.
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Autotutela, autocomposição e arbitragem
“Na autotutela, aquele que impõe ao adversário uma solução não cogita de apresentar ou pedir a declaração de existência ou inexistência do direito; satisfaz-se simplesmente pela força (ou seja, realiza a sua pretensão). A autocomposição e a arbitragem, ao contrário, limitam-se a fixar a existência ou inexistência do direito: o cumprimento da decisão, naqueles tempos iniciais, continuava dependendo da imposição de solução violenta e parcial (autotutela).” (2009, p. 28).
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Autotutela X Autodefesa?
Há a possibilidade de vácuo normativo? Não é o direito um sistema integrado?
Art. 5º, II, XXII, XXXIX da CR/88.
Art. 1.467 do Código Civil Brasileiro.
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Transição da “Justiça Privada” para a “Pública”.
I- Período Sacerdotal ou pré-romano: 
 solução imparcial, por meio de árbitros (inicialmente os sacerdotes, anciães, em razão de sua ligação com o divino);
Percebe-se, assim, o surgimento da figura do juiz, antes da figura do legislador, uma vez que as decisões desses árbitros eram costumeiras.
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II - Período da Legis actiones 
( do séc. VIII ao séc. V a.C)
Possui as seguintes características: judicial, legal e formalista.
Judicial: iniciava-se perante o magistrado ( in jure) em seguida perante o árbitro particular ( apud judicem)
Legal: previsto em “regras do magistrado”.
Formalista: vinculava-se a formas e palavras sacramentais.
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Surgimento do legislador (Lei das XII Tábuas, marco fundamental: ano de 450 A.C)
Processo Civil Romano: Presença do “Estado- árbitro” => pretor, magistrado ( in jure); árbitro, ou judex ( apud judicem).
Tal modelo, durou por todo o período clássico do direito romano (século II A.C. a II D.C).
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III - Período formular – direito romano arcaico (a partir do século V a.C): 
Aboliu-se o sistema rígido das legis actiones e a função do árbitro (judex) foi exercida pelos peritos que se notabilizam como juristas (jurisconsultos- convocadores do povo para deliberar sobre projetos de lei) e do pretor, nomeado pelo governo (magistrado).
Aumenta-se o poder do “Estado”, cria-se regras de caráter objetivo e vinculativo para a decisão arbitral, aumentando, desta feita, o poder do árbitro.
Passa-se de uma Arbitragem facultativa para uma Arbitragem obrigatória.
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IV - Período Formular – direito romano clássico ( II a. C ao III d. C) 
Marca o encerramento do que se chama ciclo da justiça privada ou período formular (ordo judiciorum privatorum) no qual a arbitragem já assume feições de instituto jurídico público e cogente com impositividade governamental na escolha do juiz de fato (árbitro) pelo pretor.
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V - Período cognitio extra ordinem – direito romano pós clássico (Século III d.C. ).
Final do século III – enfraquecimento do Império Romano e a necessidade de o Estado se impor ao particular e recuperar a unidade nacional.
Assim, o Estado fortalecido impõe-se sobre o particular;
De modo que há invasão de áreas que antes não pertenciam ao pretor.
Essa fase assinala a passagem da “justiça privada” para
a “justiça pública”, em que há a construção da Jurisdição ( arbitragem estatal obrigatória).
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TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES
Legislativo; Executivo, Judiciário.
É através do Poder Judiciário que o Estado exerce sua função de Jurisdição, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve.
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Jurisdição
“JURISDIÇÃO” = Juris (direito) + dicto (dizer)
Poder – capacidade de decidir imperativamente e impor decisões 
Dever – dever de solucionar todo tipo de lide sumetida a seu crivo - Art. 5º XXXV (“Nenhuma lesão de direito deixará de ser apreciada pelo Poder Judiciário”) 
JURISDIÇÃO no sentido de atividade – é o complexo de atos do Juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe compete.
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LEGISLAÇÃO
 Dizer o direito na lei; ditar o direito em tese
 
Lei
 Generalização – dirige-se
 a todos em geral, ninguém
 em particular
 Automovimentada – 
 exercida independentemente
 de provocação
JURISDIÇÃO
Dizer o direito no caso concreto 
 Sentença
 Particularização – dirige-se apenas às partes envolvidas no conflito
 Dependente de provocação só se movimenta por iniciativa do interessado
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Características da Jurisdição
 Imparcialidade – Atuação supra partes;
 Em processo;
 Inércia – Só se movimenta quando provocada pelo interessado e nos limites dessa provocação (art. 2º e 492, ambos do CPC);
 Substitutividade – Substituindo, no processo de conhecimento, a inteligência das partes, e, no processo de execução a vontade delas;
 Definitividade – Solução imutável e indiscutível através de decisão com efeito de coisa julgada;
 Declarando a existência de direitos e realizando-os, se necessário.
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Princípios da Jurisdição
 
Princípio da Investidura – A Jurisdição só será legitimamente exercida por quem tenha sido dela investido por autoridade competente do Estado, e de conformidade com as normas legais. 
Princípio da Aderência ao Território – A Jurisdição pressupõe um território sobre o qual é exercida.
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Princípio da Indeclinabilidade – O Juiz não pode declinar de seu mister, deixando de atender a quem deduza em juízo uma pretensão, pedindo proteção a ela.
Princípio da Indelegabilidade – O Juiz é investido das funções jurisdicionais como órgão do Estado, devendo exercê-las pessoalmente.
Princípio do Juiz natural – Todos têm, em igualdade de condições, direito a um julgamento por Juiz independente e imparcial, segundo as normas legais e constitucionais. Juiz Constitucional investido da função de julgar. 
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Princípio da Inércia – Não pode haver Jurisdição sem Ação. A Jurisdição depende de provocação do interessado no seu exercício. A inércia é rompida através do exercício do direito de ação.
Princípio da Inevitabilidade – Uma vez ativada pelas partes, a jurisdição é forma de exercício do Poder Estatal, e o cumprimento de suas decisões não pode ser evitado pelas partes, sob pena de cumprimento coercitivo.
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Jurisdição e Processo
Jurisdição: Atividade mediante a qual os “juízes estatais” examinam as pretensões e resolvem os conflitos. A jurisdição se exerce através do processo?
Processo: instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar os conflitos, eliminando a cada caso que lhes é apresentado em busca de solução.
 A jurisdição segundo Cintra; Grinover e Dinamarco possui função Estatal pacificadora e escopos sociais, jurídicos e políticos.
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AULA 02 - Meios alternativos de pacificação social
Fortalecimento do Estado = quase exclusividade Estatal do exercício da jurisdição.
Autotutela do particular (“exercício arbitrário das próprias razões, art. 345 do CP”) ou, do Estado ( “exercício arbitrário ou abuso de poder”, art. 350 do CP).
Conciliação, mediação e arbitramento. 
A conciliação pode ser extraprocessual ou endoprocessual.

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