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Plano de aula 5 – Modos de aquisição e perda da posse 1. Modos de aquisição da posse: adquire-se desde o momento que se torna possível o exercício, EM NOME PROPRIO, de qualquer dos poderes inerentes a propriedade (art. 1.204 CC). 1.1. Modo originário de aquisição (posse natural) A posse é adquirida de modo originário, quando não há relação jurídica entre o novo possuidor e um possuidor precedente. Trata-se de ato unilateral, pois se efetiva apenas pela vontade do adquirente. Uma das formas é a apropriação do bem (res nullius ou res derelictae) que, sendo móvel, ocorre a ocupação e, sendo imóvel, o uso. 1.2. Modo derivado de aquisição: Tradição Ocorre quando há consentimento do precedente possuidor. Requer a existência de uma posse anterior, que é transmitida em virtude de um título jurídico. Há transmissão da coisa; negócio bilateral. A tradição é o modo derivado de aquisição da posse. Modalidades de Tradição Efetiva ou material – ocorre a entrega real da coisa Simbólica ou ficta – substitui-se a entrega material por atos, gestos indicativos da intenção de transmitir a posse. Ex: entrega das chaves de um apartamento. Consensual 1) Traditio brevi manus – o possuidor de uma coisa em nome alheio passa a possuí-la como própria. 2) Constitutum possessorium – o possuidor de uma coisa em nome próprio passa a possuí-la em nome alheio (CC, art. 1267). 1.3. Quem pode adquirir a posse A própria pessoa que a pretende Seu representante ou procurador: pode ser realizada com ou sem mandato. Contrato de trabalho tem forma de mandato. Um terceiro, sem procuração: depende de ratificação (ex. gestor de negócios; não confere poderes, mas sim eficácia ao ato) 1.4. Acessão de posse Trata-se da soma do tempo do atual possuidor com o de seus antecessores (CC, art. 1.207); diferentes posses são reduzidas a apenas uma. Pode ocorrer através das: 1. Sucessão universal (herança, CC, art. 1206), em que a acessão é obrigatória, ou na 2. Sucessão Singular (negócio jurídico), também conhecida como União, tem caráter facultativo. Na acessão da posse a título singular, Arnaldo Rizzardo, valendo-se das lições de Carvalho Santos, defende que para a nova não se transmitem os vícios da posse anterior. A nova posse não terá os vícios que maculavam a anterior, salvo se o possuidor optar por unir a sua posse à do antecessor, hipótese em que os vícios anteriores macularão aquela que se inicia. Já na Sucessão Universal, posses injustas ou de má fé conservam-se na composse (mesmo que herdeiro possua boa fé). 2. Perda da posse (CC, arts. 1223 e 1224): Perde-se a posse quando cessar algum dos poderes inerentes à exteriorização da propriedade, mesmo contra a vontade do possuidor. 2.1. Modos de perda: Vale ressaltar que essa descrição é meramente exemplificativa. O Código Civil de 2002 (art. 1.223), ao contrário do Código Civil de 1916 (art. 520), não traz mais uma descrição dos diversos modos de perda da posse, preferindo reconhecer a perda da posse quando cessar o exercício do poder sobre o bem. Abandono – o possuidor se afasta intencionalmente do bem, privando-se da disponibilidade física da coisa. Tradição – simultaneamente meio de aquisição e extinção da posse. Perda da própria coisa – o possuidor é privado da posse sem querer. Ex: jóia que cai no fundo do mar Destruição da coisa – inutiliza a coisa de forma definitiva – por um evento natural ou fortuito, por ato do possuidor ou de terceiro. Pela sua inalienabilidade, em razão de ter sido a coisa colocada fora do comércio, por motivo de ordem pública, higiene ou segurança coletiva. Vale ressaltar que nem sempre a inalienabilidade gera perda da posse. Pela posse de outrem, ainda que contra a vontade do possuidor, caso este não tenha sido mantido ou reintegrado em tempo competente (CC, art. 1224). Pelo constituto possessório – o possuidor inicia uma posse da coisa em nome alheio. 2.1.1. Perda da posse de direitos Pela impossibilidade do seu exercício (CC, art. 1196) Pelo desuso – ausência do exercício do direito por um prazo previsto. Ex: desuso de servidão predial por 10 anos consecutivos (CC, art. 1389, III).
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