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O equilíbrio de gênero nas operações de paz

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Antigamente eram consideradas aberrações aquelas mulheres que atuavam em conflitos e/ou tinham seus feitos históricos como combatentes renegadas e, ao se tratar de história, a mulher sempre fora vista como inferior ao homem. O indivíduo que fosse do sexo masculino era visto como forte e corajoso e era bem recorrente que fosse enviado aos campos de batalha, enquanto as mulheres, vistas como frágeis e sensíveis, permaneciam nas barracas como enfermeiras, cozinheiras, e outras funções comumente associadas ao sexo feminino - isso sem mencionar as crenças populares que reafirmavam esse pensamento e eram frequentemente difundidas em todo o globo. 
Nesse contexto, há dados reais para comprovar tais fatos, por exemplo, durante o período de 1957 a 1979, onde do total de 6.250 militares atuantes em solo estrangeiro, aproximadamente cinco eram mulheres, o que, traduzido em valor percentual, equivale a 0,1% do pessoal em campo. O pouco de mulheres que havia em campos de batalha, em sua maioria, ficavam em unidades de saúde como enfermeiras ou médicas.
Somente a partir do ano de 1990 que a paz e segurança ao papel a ser desempenhado pela mulher começou a ganhar espaço, na qual as Nações Unidas quiseram dar mais importância ao tema de forma que reconhecessem os impactos diferenciados entre homens e mulheres em conflitos armados e aprofundassem seu entendimento sobre gênero, tudo isso em prol de “alcançar a paz sustentável e duradoura em sociedades devastadas pela guerra”.	
Mais adiante, em 2000, foi feito um relatório no qual mostrava que a participação das mulheres em missões de manutenção da paz era o elemento principal para uma missão de sucesso, pois foi concluído que as mulheres são mais conciliadoras, ajudam a diminuir os conflitos, encorajam as mulheres locais através do empoderamento e inspiração e criam ambientes mais seguros e menos violento nas comunidades locais.
Atualmente, em diversas forças armadas, está disponível o ingresso da mulher, contudo, ainda há representações discriminatórias de gênero, como, por exemplo, normas ou práticas que excluem ou limitam a participação da mulher em cargos hierárquicos, posições de poder ou até mesmo em algumas unidades da força armada – comumente a de combate, sem falar, ainda, dos assédios e constrangimentos diários que sofrem pelos seus próprios colegas masculinos. 
Por fim, de acordo com diversos autores, para o funcionamento das operações de paz é necessário soldados com treinamento militar, contudo, nas missões de paz mais complexas, as mulheres continuam sendo requisitadas – ou elas mesmas exigem - que preencham as funções dos homens que não conseguem ou não querem ocupar com base em argumentos sexistas. Ou seja, ainda há uma barreira que as mulheres precisam enfrentar para lidar com um ambiente de trabalho menos discriminatório e chauvinista.

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