Buscar

Conceitos Psicomotores

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

�PAGE �
UNIFENAS - Faculdade de Psicologia - Campus de Varginha
Disciplina: Psicomotricidade
Docente: Flaviana Néias Bueno
CONCEITOS PSICOMOTORES
O desenvolvimento psicomotor acontece dentro de um processo contínuo e de evolução gradativa. A estimulação é fundamental para que haja consciência dos movimentos corporais integrados com sua emoção e expressados por esses movimentos. A fase mais importante para trabalhar com todos os aspectos do desenvolvimento (motor, cognitivo e sócio-emocional) é na faixa etária que compreende do nascimento até os 7 anos, aproximadamente. É nesse período que se instalam as principais dificuldades em todas as áreas de relação com o meio ao qual está inserido e que, se não forem exploradas e trabalhadas no tempo certo, certamente trarão prejuízos como dificuldades na motricidade, na escrita, na leitura, na fala, na socialização, entre outros. 
Após este período, com todo o trabalho de estimulação, há um refinamento de suas capacidades básicas, refinamento esse possível apenas com a boa integridade de suas condutas motoras, cognitivas/intelectuais e emocionais. Nesta linha, dividiremos os conceitos psicomotores em funcionais e relacionais. 
A Psicomotricidade faz-se necessária tanto para prevenção e tratamento das dificuldades quanto para a exploração do potencial ativo de cada um. 	
	- CONCEITOS FUNCIONAIS
	Estes conceitos referem-se àquelas cuja ação, qualidade e mensuração são possíveis de ser percebida e que conjuntamente formam a integralização motora do ser humano num espaço e num tempo enquadrado. 
Esquema Corporal e Imagem Corporal
O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. Segundo WALLON (1966), é a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo.
A própria criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa. Sua personalidade se desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo à sua volta.
Podemos considerar como duas faces de um mesmo fenômeno:
1 - O conhecimento de seu corpo, a unidade de suas diferentes partes e a possibilidade de agir;
2 - A facilidade ou a dificuldade do ser em reconhecer-se, aceitar-se, responsabilizar-se por si.
O processo de evolução da noção do corpo humano acontece desde que nascemos até o envelhecimento. A criança que se sente bem com seu corpo é capaz de situar seus membros uns em relação aos outros, fazendo uma transposição de suas descobertas; e progressivamente, localizará os objetos, as pessoas, os acontecimentos em relação a si, depois entre eles. 
A imagem corporal é a percepção / figuração do próprio corpo formada e estruturada na mente do mesmo indivíduo, ou seja, a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio. É o conjunto de sensações cinestésicas construídas pelos sentidos (audição, visão, tato, paladar), oriundos de experiências vivenciadas pelo individuo, onde o referido cria um referencial do seu corpo, para o seu corpo e para o outro, sobre o objeto elaborado.
Coordenação Motora Global ou Praxia Global
A coordenação motora global é considerada como a possibilidade de controle dos movimentos mais amplos de nosso corpo. Ela permite a possibilidade de contrair grupos musculares diferentes de uma forma independente.
Para que essa coordenação ocorra, se faz necessário uma perfeita harmonia de grupos musculares colocados em movimento e / ou em repouso. Sua função é permitir, da forma mais eficaz e econômica possível, movimentos que interessam a vários segmentos corporais implicados em um gesto ou atitude. (BUENO, 1998)
A coordenação dinâmica global apresenta-se sobre dois aspectos: 
Coordenação estática: a qual se realiza em repouso e que resulta do equilíbrio entre a ação dos grupos musculares antagonistas, estabelecendo-se em função do tônus e permite a conservação voluntária de atitudes; 
Coordenação dinâmica: que “é a colocação simultânea de grandes grupos musculares diferentes, com vista à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos”. Compreende movimentos com membros inferiores em simultaneidade com membros superiores, como: trepar, saltar, correr, andar, marchar, lançar, etc. 
Somente por meio de uma coordenação adequada que a criança consegue estabelecer relações de ação e movimento que serão o carro-chefe na educação de sua motricidade.
Observação: Praxia tem por definição a capacidade de realizar a movimentação voluntária pré-estabelecida como forma de alcançar um objetivo.
Coordenação Motora Fina ou Praxia Fina
BUENO (1998) afirma que esta coordenação é considerada como a capacidade de controlar os pequenos grupos musculares para exercícios de refinamento, onde associa a função de coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção, e durante a fixação da atenção e manipulação de objetos que exigem controle visual, além de abranger as funções de programação, regulação e verificação das atividades preensivas e manipulativas, mais finas e complexas. 
A coordenação motora fina envolve três tipos:
Coordenação óculo – manual é definida como a capacidade de coordenar movimentos de mãos e pés em relação ao alvo de visão.
Coordenação viso - motora é a coordenação entre visão e tato, os segmentos da cabeça e das mãos ou pés, que juntamente permitem à criança poder segurar e controlar o movimento para o objetivo, por meio do instrumento de apoio ou não, do que os olhos vêem.
Coordenação músculo - facial refere-se aos movimentos refinados da face propriamente ditos e é fundamental na aquisição da fala, da mastigação e da deglutição.
Este é um elemento da educação motora muito específico, no qual somente terá êxito e se tornará um elemento ativo e fluente na coordenação se houver uma boa base motora, dentro de alguns elementos sendo, principalmente, a tonicidade. Crianças que têm transtornos na coordenação motora fina geralmente têm problemas viso motores, apresentando inúmeras dificuldades de desenhar, recortar, escrever, ou seja, em todos os movimentos que exijam precisão.
Lateralidade
De acordo com BUENO (1998) a lateralidade é a capacidade motora de percepção da divisão e integração dos dois lados do corpo: direito e esquerdo. É o elemento fundamental de relação e orientação com o mundo exterior.
A lateralidade liga-se ao desenvolvimento do esquema corporal, sendo para este uma bússola. A predominância de um dos lados do corpo se faz em função do hemisfério cerebral. As atividades motoras são controladas por um dos hemisférios cerebrais, considerando dominante. A lateralidade corporal se refere ao espaço interno do indivíduo, capacitando-o a utilizar um lado do corpo com maior desembaraço. 
Durante o crescimento, naturalmente se define uma dominância lateral na criança, ou seja, será mais forte e mais ágil de um dos lados, avaliando do ponto de vista da força e precisão. Inicialmente, é comum acontecer à confusão da lateralidade com noção de direita e esquerda, e está envolvida com esquema corporal. A lateralidade é dividida em: 
Homogênea: dominância destra ou canhota em nível de todas as observações (membros inferiores, superiores, olhos, ouvidos).
Cruzada: a dominância acontece contrária em relação a diversos membros, como destra da mão e canhota do pé ou vice-versa.
Ambidestra: a dominância é hábil tanto do lado esquerdo quanto do direito.
A partir do final do primeiro ano, a lateralidade começa a se evidenciar e, normalmente em torno dos 2 anos, a lateralidade já está constituída. O conhecimento estável da esquerda e da direita só é possível em torno dos 6 a 7 anos e a reversibilidade, ou seja, a possibilidade de reconhecer a mão direita ou a mão esquerda de uma pessoa à sua frente não pode ser abordada antes dos 7 ou 8 anos.
Em relação à educação na lateralidade, a regra geral é ajudara criança a lateralizar-se claramente. Hoje em dia pensa-se e acredita ser melhor que um lado predomine sobre o outro. Deste modo, a lateralidade depende de fatores hereditários e dominância espacial adquirida, mediatizados pela educação. 
Tonicidade
Segundo BRONDGEEST (1997), o tônus apresenta-se como uma tensão, ligeira e permanente, do músculo esquelético no seu estado de repouso, estando preparado para exercer múltiplas e variadas formas de movimento, a qualquer momento. 
Em uma concepção ampla, o tônus não é apenas um aspecto da ação física ou muscular, mas possui um significado psicológico e humano, pois está intimamente relacionado às flutuações emocionais do indivíduo constituindo-se de um verdadeiro indicador da personalidade humana. 
Para realizar qualquer movimento ou ação corporal é necessário que alguns músculos alcancem um determinado grau de tensão assim como outros se inibam ou relaxem. A execução de um ato motor de tipo voluntário implica no controle da tonicidade muscular, no qual tem sua base nas primeiras experiências sensório-motoras da criança. 
A consciência do nosso corpo e a sua possibilidade de utilização depende de um correto funcionamento da tonicidade, além disso, o desenvolvimento consciente da tonicidade é a condição básica para a aquisição de movimentos manuais coordenados. Portanto, quando se intervêm sobre o controle da tonicidade muscular, intervimos também sobre o controle dos processos de atenção, um elemento imprescindível para qualquer aprendizagem.
O tônus está muito relacionado com o campo das emoções, da personalidade, a atitude, a postura, mímica e com a característica de reação de cada indivíduo. Existe uma regulação recíproca no campo tônico - emocional e afetivo – situacional. Por ela, as tensões psíquicas se expressam sempre em tensões musculares. COSTALLAT (1990) considera o tônus como um estado de atenção necessária para a harmonia do gesto e equilíbrio do organismo. Ela compõe, em cada ação, o tônus em:
Muscular: referindo-se a qualquer movimento executado;
Afetivo: referindo-se ao estado de espírito apresentado;
Mental: referindo-se à capacidade de atenção naquele determinado momento da ação.
Para desenvolver o controle da tonicidade, utilizam-se exercícios que tendem a proporcionar à criança o máximo de sensações possíveis de seu próprio corpo em diversas posições, em atitudes estáticas e em movimento, todos com distintos graus de dificuldade que exigirá da criança uma regulação de sua tensão muscular para cada segmento corporal. 
Equilíbrio
BUENO (1998) afirma que o equilíbrio é à base de toda a coordenação dinâmica global. Função do cerebelo na organização postural auxiliado pelo sistema vestibular, segurança e insegurança gravitacional. É a noção de distribuição do peso em relação a um espaço e um tempo, em relação ao eixo de gravidade, à adaptação as necessidades da postura em pé e dos deslocamentos na posição ereta. 
O equilíbrio pode ser dividido em:
Dinâmico: é a capacidade de controlar o corpo em movimento, mantendo o centro de gravidade corporal sem oscilações. Para manter o equilíbrio dinâmico o corpo deve perder e recuperar alternadamente o equilíbrio, através de sucessivas alterações da base de sustentação.
Estático: é a capacidade de controlar e sustentar seu corpo ou suas partes em diferentes situações. Sendo que o equilíbrio estático apresenta mais dificuldades, pois é mais abstrato e exige muita concentração. O segredo deste equilíbrio está no controle corporal.
Segundo FONSECA (1983), um equilíbrio correto constitui a base fundamental de toda ação diferenciada dos membros superiores de tal forma que quando a criança sente-se desequilibrada não pode liberar seus braços nem suas mãos dos quais precisa para todo tipo de aprendizagem. 
Outro fator importante é o da atividade relacional e da autonomia da criança. Quase todas as crianças que apresentam dificuldades em seu equilíbrio, são crianças tímidas, retraídas e excessivamente dependentes; talvez pelos inúmeros fracassos vividos em ocasiões que necessitou correr, saltar, subir, etc., no qual são experiências que constituem a base física real da  capacidade de autonomia, liberdade e iniciativa em qualquer criança.
Um equilíbrio inadequado traz como conseqüência a perda da consciência da mobilidade de alguns segmentos corporais, o qual afeta a correta construção do esquema corporal. Como cita ALVES (1981), “quanto mais defeituoso é o equilíbrio, mais energia e atenção escapam em detrimento de outras atividades”. 
As atividades que favorecem o equilíbrio corporal são, paralelamente, uma educação do esquema corporal e uma investigação diante da realidade dos objetos. Elas implicam reflexão sobre si mesmo e a coordenação das ações em um controle postural que não pode desenvolver-se, organizar-se, estruturar-se, senão através da ação vivida.
Orientação Espaço-temporal
A orientação espaço – temporal é a integração simultânea e sequencial das percepções occiptais (visuais), temporais (compreensão visual e audição) construindo a estruturação do tempo e espaço em relação ao corpo. Ela permite ao indivíduo não só se movimentar e reconhecer-se no espaço, mas também relacionar e dar seqüência aos seus gestos, localizar as partes do corpo e situá-las no espaço, coordenar suas atividades e organizar sua vida cotidiana. 
A orientação espaço-temporal decorre como organização funcional da lateralidade e da noção corporal, uma vez que é necessário desenvolver a conscientização espacial interna do corpo antes de Projetar o referencial do próprio corpo no espaço exterior (FONSECA, 2004).
Este conceito emerge da motricidade, da relação com os objetos localizados no espaço, da posição relativa que ocupa o corpo, enfim das múltiplas relações integradas da tonicidade, do equilíbrio, da lateralidade e do esquema corporal. Leva a tomada de consciência pela criança, da situação de seu próprio corpo em um determinado ambiente, permitindo-lhe conscientizar-se do lugar e da orientação no espaço que pode ter em relação aos outros e aos objetos.
A orientação espaço – temporal tem um papel essencial em todos os problemas da aprendizagem escolar, não sendo possível sem grande variedade de experiências vividas em relação ao domínio do tempo e do espaço, e o treinamento da mesma é um meio de educar a inteligência.
	- CONCEITOS RELACIONAIS
	LAPIERRE (1986) afirma: “Não podemos existir no desejo do outro a não ser na medida em que o outro existe.” Nossa abordagem só pode ser desenvolvida por meio do corpo que se expressa, que dialoga e se comunica com outros corpos, que revela sua personalidade mais agressiva ou mais afetiva, que se entrelaça na personalidade de outros, pelo movimento desse corpo e por meio de sua psicomotricidade. Conteúdos relacionais permeiam a relação entre esses corpos, essa relação de desejo, frustração e ações; através da expressão, afetividade, agressividade, a comunicação, a corporeidade e o limite.	Através dos conceitos relacionais saímos do reducionismo da lógica formal para um enfoque mais holístico e sistêmico.
Expressão
A estruturação
Comunicação 
A expressão e a comunicação estão intimamente relacionada, pois, quando o indivíduo aprende a expressar-se corporalmente, assume sua identidade e se relaciona com o outro e com o mundo. Na comunicação percebemos que “é impossível não comunicar” e uma comunicação não só transmite informação, mas ao mesmo tempo impõe um comportamento. Mesmo que um individuo não queira conversar ou trocar olhares, ainda assim ele estará comunicando o seu desejo de não-contato.
Afetividade
A estruturação
Limites
A estruturação
Corporeidade
A estruturação
	Referências Bibliográficas:
BARROS, Daniela Dias. Imagem corporal: a descoberta de si mesmo. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online]. 2005, vol.12, n.2, pp. 547-554.BUENO, J. M. Psicomotricidade : Teoria & Prática – Estimulação , Educação e Reeducação Psicomotora com Atividades Aquáticas. 1º edição. Curitiba: Editora Lovise, 1998. 
CIDADE, R. E, et al. Aprendizagem Motora e Cognição em Portadores de Deficiência. Disponível em: http://www.fapendagola.org/ Acesso em: 20/11/2010.
FERREIRA NETO, C A. Motricidade e Jogo na Infância. 2ª edição. Rio de Janeiro: Sprint, 1999. 194p.
GALLAHUE, D. L. OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. Bebes, crianças e adultos. 2ª ed. São Paul: Phorte, 2003. 
HURTADO, J. G. G. M. Dicionário de Psicomotricidade – Guia Técnico – científico para o Terapeuta em Psicomotricidade e ciências afins. 1º edição. Porto Alegre: Editora Prodil, 1991. 120 páginas.
LE BOULCH, J. O Desenvolvimento Psicomotor do Nascimento até os 6 anos – A psicocinética na idade pré – escolar. 7º edição. Porto Alegre: Artes Médicas Editora, 2001. 220 páginas.
ROSA NETO, F. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 1996.
PÉREZ, Gabriela. A repadronizacão: voltando às raízes para poder atuar. Disponível em: <http://www.teatro.ufba.br/gipe/arquivos_pdf/cadernosgipe/Gipe-cit%2018.pdf#page=51>. Data de acesso 05 de julho de 2011.

Continue navegando