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DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO - TÍTULO IV - CÓDIGO PENAL

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Título IV 
DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
 
Art. 197 — ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO. 
 
Dispõe o art. 197: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
I — a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou 
não trabalhar durante certo período ou em determinados dias: 
Pena — detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência; 
 
II — a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede 
ou paralisação de atividade econômica: 
Pena — detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente 
à violência. 
 
Objetividade jurídica: Tutela a liberdade ao trabalho, ou seja, direito de exercer 
livremente uma atividade laboral. 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa; não necessita de nenhuma qualidade especial do 
sujeito. 
 
Sujeito passivo: É a vítima do constrangimento, que tem privada a sua liberdade 
laboral. No caso do inciso II considera-se vítima o proprietário do estabelecimento. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: O delito se consuma no momento em que a vítima 
constrangida. A tentativa é possível neste caso: 
 
Inciso I: trabalha, ou não, durante um pequeno período ou em determinados dias; 
exerce, ou não, ofício, profissão, indústria ou arte. 
 
Inciso II: abre ou fecha seu estabelecimento de trabalho. 
 
 
Concurso de crimes: Se, contra a vítima, houver emprego de violência, responderá 
o autor do crime em foco em concurso material com um dos crimes contra a pessoa, 
podendo ser, por exemplo, homicídio ou lesões corporais. 
 
Conduta: Caracteriza-se com o verbo constranger. A coação tem por fim atingir a 
liberdade de trabalho da vítima. Os meios empregados para a prática do crime são a 
violência física e moral. 
 
Meio de execução: Mediante violência (força física, real) ou grave ameaça 
(violência moral, intimidação, vis compulsiva). Manifesta-se na vontade consciente 
de constranger a vítima a realizar ou deixar de realizar uma das condutas 
estipuladas no tipo penal. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
Art. 198 — ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO 
E BOICOTAGEM VIOLENTA. 
 
Descreve o art. 198: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou a não adquirir de 
outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola: 
Pena — detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. Cuida-se de crime de ação múltipla. 
 
Objetividade jurídica: Neste tipo penal há duas figuras típicas e, cada uma delas, 
visa proteger um bem jurídico. Na primeira parte o bem jurídico protegido é a 
liberdade de celebrar contrato de trabalho. A conduta proibida limita, ilegalmente, a 
comercialização do produto do trabalho da vítima. Na segunda parte do texto, 
segundo a doutrina majoritária, o objeto jurídico da proteção penal é a normalidade 
das relações de trabalho. 
 
Sujeito ativo: Sujeito ativo é aquele que exerce a coação. 
 
 
Sujeito passivo: Na primeira hipótese do artigo o sujeito passivo é o coagido a não 
fornecer a matéria-prima ou o produto. Na segunda parte o sujeito passivo pode ser 
tanto aquele impedido de fornecer matéria-prima, como quem sofre o boicote. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO 
 
Consumação e tentativa: O delito consuma-se com a celebração do contrato, ou 
seja, com a sua assinatura. Se o contrato for verbal, a consumação ocorre com o 
consentimento do sujeito passivo. A tentativa é admissível. 
 
BOICOTAGEM VIOLENTA 
 
Consumação e tentativa: O crime consuma-se no momento em que a vítima 
coagida não fornece a outrem ou não adquire de outrem matéria-prima ou produto 
industrial ou agrícola. A tentativa é perfeitamente possível. 
 
 
Concurso de crimes: Caso ocorra violência contra a pessoa, o autor responderá 
pelo crime em estudo em concurso material com um dos crimes contra a pessoa. 
 
Conduta: Caracteriza-se com o verbo constranger. A coação tem por fim a 
celebração de contrato de trabalho e/ou compelir a vítima a não fornecer a outrem 
ou a não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola. Os 
meios empregados para a prática do crime são a violência física. 
 
Meio de execução: Mediante violência (força física, real) ou grave ameaça 
(violência moral, intimidação, vis compulsiva). 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
Art. 199 — ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO. 
 
Dispõe o art. 199: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação 
profissional: 
Pena — detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 
Objetividade jurídica: Tutela-se a liberdade de associação profissional ou sindical. 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
Sujeito passivo: É a pessoa constrangida. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: O delito ocorre no momento em que a vítima coagida 
passa a integrar ou não determinado sindicato ou associação profissional. Cabe a 
tentativa. 
 
Concurso de crimes: Se houver emprego de violência contra a pessoa, responderá 
o agente pelo crime em estudo em concurso material com um dos crimes contra a 
pessoa. 
 
Conduta: Conduta de constranger outrem, mediante o emprego de violência ou 
grave ameaça. 
 
Meio de execução: violência ou grave ameaça. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
Art. 200 — PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU 
PERTURBAÇÃO DA ORDEM. 
 
Descreve o art. 200: Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, 
praticando violência contra pessoa ou contra coisa: 
 
Pena — detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é 
indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. 
 
Objetividade jurídica: Liberdade de trabalho. 
 
Sujeito ativo: No que tange ao abandono de trabalho, são sujeitos ativos os 
empregados que, participando do movimento, praticam o ato violento ou concorrem 
para tal. O tipo penal no parágrafo único mencione que, “para que se considere 
coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, no mínimo, três 
empregados”. No caso de suspensão de trabalho, são sujeitos ativos os 
empregadores. 
 
Sujeito passivo: Tanto pode a pessoa jurídica, no caso de dano a ela causado, 
como pode ser a pessoa física, no caso de violência contra a pessoa. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: O crime consuma-se com a prática do ato violento pelo 
empregado ou empregador durante o movimento. A tentativa é admissível. 
 
Concurso de crimes: Caso haja emprego de violência contra a pessoa, responderá 
o autor pelo crime em estudo em concurso material com um dos crimes contra a 
pessoa. Inclui-se aqui a violência contra a coisa se, por exemplo, vier a danificar 
algum bem da fábrica. 
 
Conduta: Consiste em participar de suspensão de trabalho ou de abandono coletivo 
de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra a coisa. 
 
Meio de execução: Violência. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
 
Art. 201 — PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO. 
Preceitua a o art. 201: Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, 
provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: 
Pena — detenção, de seis meses a dois anos,e multa. 
 
Objetividade jurídica: Tutela-se o interesse da coletividade. 
 
Sujeito ativo: É o empregado no caso da greve, e o empregador no caso do 
lockout. 
 
Sujeito passivo: O sujeito é vago, pois trata-se da coletividade. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: O delito consuma-se com a efetiva interrupção de obra 
pública ou de serviço de interesse coletivo. A tentativa é possível. 
 
Conduta: A conduta criminosa consiste em participar de suspensão ou de abandono 
coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de 
interesse coletivo. Observe-se que nessa figura criminosa não há o emprego de 
violência ou grave ameaça. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
Art. 202 — INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU 
AGRÍCOLA. SABOTAGEM. 
Dispõe o art. 202: Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou 
agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com 
o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas 
dispor: 
Pena — reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
Objetividade jurídica: Tutela-se a organização do trabalho. 
 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
Sujeito passivo: Qualquer pessoa física ou jurídica. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação: Na primeira figura do tipo penal consuma-se o delito com a efetiva 
invasão ou ocupação do estabelecimento, independentemente da concretização do 
fim do agente. Na segunda figura consuma-se o crime com a efetiva danificação ou 
disposição, independentemente da concretização do fim do agente. 
 
Conduta: A invasão ou ocupação é realizada com a finalidade de obstar ou 
perturbar o curso normal do trabalho. Também com a efetiva danificação ou 
disposição, independentemente da concretização do fim do agente. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
Art. 203 — FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA. 
Trata o art. 203: Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho: 
Pena — detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 
§ 1.º Na mesma pena incorre quem: 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, 
para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante 
coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. 
 
§ 2.º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou 
mental. 
 
 
Objetividade jurídica: O bem jurídico tutelado abrange todo e qualquer direito que 
seja protegido pela legislação trabalhista. 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, ou seja, inclusive pessoa estranha à relação de 
trabalho (em regra é cometido pelo empregador). 
 
Sujeito passivo: o trabalhador titular do direito violado. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: no momento em que o direito do trabalhador é frustrado. 
A tentativa é possível. 
 
Concurso de crimes: Pode haver concurso desse delito com o de falsidade 
ideológica. 
 
Conduta: A ação consiste em frustrar (impedir, iludir, privar), mediante violência ou 
fraude, direito assegurado pela legislação do trabalho. 
 
Meio de execução: fraude ou violência, o tipo penal não prevê como forma de 
execução a grave ameaça, poderá ocorrer extorsão (direito de cunho econômico) ou 
ameaça. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
As condutas equiparadas (§ 1º): 
 
I – Obrigar (impor como condição para a vigência do contrato de trabalho) ou coagir 
(moralmente, mediante grave ameaça ou violência) a adquirir mercadoria de 
determinado estabelecimento (pode ser do próprio empregador ou de um terceiro 
estranho à relação de trabalho). 
 
Consumação e tentativa: dá-se no momento em que a vítima é obrigada ou 
coagida a usar a mercadoria de determinado estabelecimento ainda que o infrator 
 
não consiga que ela não se desligue do serviço. É crime formal ou de consumação 
antecipada. É tecnicamente possível, mas de difícil configuração prática. 
 
II – Impedir a vítima de se desligar de serviço de qualquer natureza 
 
Formas de execução: o impedimento se dá por meio de coação (física ou psíquica 
– moral) ou mediante retenção de documentos pessoais ou contratuais. 
 
• Impedir o desligamento da vítima do trabalho: art. 203, § 1º, II - Desligamento 
jurídico. 
 
• Reter documentos para reter o trabalhador no local de trabalho: art. 149, § 1º, II, 
CP - Desligamento físico. Se a intenção for as duas condutas haverá concurso 
formal de crimes. 
 
Causa de aumento de pena: art. 203, § 2º, se a vítima é menor de 18 anos, idoso, 
gestante ou portadora de deficiência física ou mental. 
 
Art. 204 — FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO 
TRABALHO. 
Preceitua o art. 204: Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa 
à nacionalização do trabalho: 
Pena — detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 
A atual Constituição não prevê regra sobre a nacionalização do trabalho; ao 
contrário, veda qualquer distinção entre brasileiros e estrangeiros, salvo as exceções 
nela previstas. A Constituição assegura o livre exercício do trabalho. 
 
Objetividade jurídica: Nacionalização do trabalho. 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, empregado, empregador ou terceiro. 
 
Sujeito passivo: O Estado. 
 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: A consumação acontece com a efetiva frustração da 
obrigação legal. A tentativa é possível. 
 
Concurso de crimes: Se houver emprego de violência contra a pessoa, o agente, 
responderá em concurso material com um dos crimes contra a pessoa. 
 
Conduta: Frustrar a obrigação referente à nacionalização do trabalho. Trata-se de 
uma norma penal em branco, pois essas normas legais estão elencadas na 
legislação trabalhista. 
 
Meio de execução: Mediante fraude, é o “modus operandi” utilizado por meio de 
artifício, de estratagema ou ardil para ludibriar a vítima. Há também a violência, que 
é a “vis corporalis”, ou seja, a violência física. Está afastado deste tipo penal a 
violência moral que se baseia na grave ameaça. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
Art. 205 — EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO 
ADMINISTRATIVA. 
Dispõe o art. 205: Exercer atividade, de que está impedido por decisão 
administrativa: 
Pena — detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
 
Objetividade jurídica: Tutelar o cumprimento das decisões administrativas relativas 
ao exercício de atividades fiscalizadas por ele. 
 
Sujeito ativo: Apenas a pessoa impedida de exercer a atividade por força de 
decisão administrativa. É crime próprio. 
 
Sujeito passivo: o Estado – ente que tiver a decisão administrativa desrespeitada. 
 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: ocorre com o exercício habitual da atividade durante a 
decisão impeditiva. É crime habitual. A tentativa é inadmissível. 
 
Conduta: exercer atividade durante o impedimento, na vigência da decisão de 
impedimento. A expressão impedido inclui aquele que também está suspenso, 
impedido não é usado de modo técnico. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
Art. 206 — ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO. 
Prevê o art. 206: Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los 
para território estrangeiro: 
Pena — detenção, de um atrês anos, e multa. 
 
Objetividade jurídica: Tutela o interesse do Estado em manter seus trabalhadores 
no território nacional. 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 
Sujeito passivo: Primeiramente o Estado, secundariamente os trabalhadores 
enganados. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: ocorre com o mero recrutamento fraudulento ainda que o 
trabalhador não vá para o território estrangeiro, ainda que a finalidade pretendida 
pelo infrator não seja alcançada. É tecnicamente possível, mas de difícil 
comprovação, dará quando o agente não conseguir realizar o recrutamento 
fraudulento da vítima. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
 
Art. 207 — ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO 
DO TERRITÓRIO NACIONAL. 
Dispõe o art. 207, caput: Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para 
outra localidade do território nacional: 
Pena — detenção, de um a três anos, e multa. 
 
§ 1.º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de 
execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de 
qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno 
ao local de origem. 
 
§ 2.º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou 
mental. 
 
Objetividade jurídica: Tutela-se o interesse do Estado em manter os trabalhadores 
em seus locais de origem. O objetivo é que o trabalhador de um determinado local 
seja levado para outra região causando a escassez de mão de obra. 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 
Sujeito passivo: O Estado. 
 
Conduta: aliciar significa convencer, com a finalidade específica de levar os 
trabalhadores para outra região do país. 
 
Elemento subjetivo: Dolo. 
 
Consumação e tentativa: O delito consuma-se com o mero aliciamento de 
trabalhadores. Não é necessária a efetiva transferência destes de uma localidade 
para outra. Trata-se, portanto, de crime formal. A tentativa é admissível. 
 
Condutas equiparadas (§§ 1º e 2º): 
 
- Recrutar trabalhadores com fraude fora do local de execução do trabalho ou 
mediante exigência de pagamento por parte deles, para que saiam do local onde 
estejam e se dirijam ao local de execução do trabalho. 
- Não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BITENCOURT, C. R. Tratado de direito penal, 3: parte especial: dos crimes 
contra o patrimônio até dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos 
mortos. 8. ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
CAPEZ, F. Curso de direito penal, volume 2, parte especial: dos crimes contra a 
pessoa a dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos. 
(arts. 121 a 212). 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
CAPEZ, F.; PRADO, S. Código penal comentado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
NUCCI, G.de S. Código penal comentado. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2009. 
 
LAIA, H. Crimes contra a organização do trabalho. Disponível em: < 
http://pt.scribd.com/doc/129348836/07-Crimes-Contra-a-Organizacao-do-Trabalho-
CDC-doc> Acesso em: 06 set. 2014. 
 
MOREIRA, E. Os crimes contra a organização do trabalho. Disponível em: < 
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6076/Os-crimes-contra-a-organizacao-do-
trabalho> Acesso em: 06 set. 014. 
 
<www.loveira.adv.br/material/ccotrabalho.doc> Acesso em: 06 set. 2014.

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