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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA PADRÕES PARA PACIENTES HOSPITALIZADOS AVALIAÇÃO DA MUSCULATURA ADUTORA DO POLEGAR TÉCNICA DE TOMADA DA MEDIDA: Com o indivíduo sentado e com a mão repousando no joelho, com o cotovelo em ângulo aproximado de 90, repousado sobre o membro homolateral, pinçar a musculatura adutora do polegar, com Cáliper de Lange calibrado com pressão contínua de 10 g/mm2, no vértice de um triângulo imaginário formado pela extensão do polegar e do dedo indicador. Considerar a média de 03 medidas obtidas como o valor da espessura do músculo adutor do polegar (MAP). Procedimento de medida do MAP Padrão para avaliação da espessura do MAP em adultos Variáveisdapopulação PercentualdaMédia Sexo Média Perdaleve (> 90%) Perdamoderada (60-90%) Perdasevera(<60%) Masculino 12,5 mm > 11 mm 11 – 7 mm < 7mm Feminino 10,5 mm > 9 mm 9 – 6 mm < 6 mm Fonte: LAMEU, et al. 2004 A diminuição da espessura do músculo adutor do polegar tem sido associada a: Idade – decréscimo observado em idades acima de 65 anos, mesmo na ausência de patologias; Desnutrição em pacientes oncológicos: devido à apatia induzida pela desnutrição e ao elevado tempo de permanência hospitalar, fatores que interferem na troficidade do músculo MAP como índice prognóstico Considerado parâmetro prognóstico para complicações em situações de pós-operatório, quando da redução da massa muscular (espessura do MAP). A perda da função do músculo é um preditor de mortalidade em indivíduos saudáveis. AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) Identificar pacientes cirúrgicos de moderado ou alto risco nutricional Método simples Baixo custo Boa reprodutibilidade e confiabilidade Pode ser realizado a beira do leito Grande aceitação na prática clínica REALIZAÇÃO DA ASG 1- Alteração no peso do paciente: Perda total Percentagem de perda de peso corporal em relação ao habitual – em 6 meses Perda de peso nas últimas duas semanas: variação quinzenal – impressões subjetivas do paciente ou dos familiares. Perda pequena: até 5% de perda Perda significativa: 5% a 10% de perda Perda importante: acima de 10% de perda (Confirmar: alteração na numeração de roupas, percepção de amigos e familiares) Como ocorreu a perda: Maneira contínua em 6 meses: pior prognóstico Maneira intermitente: melhor prognóstico Alteração da ingestão alimentar relativa ao padrão usual do paciente: Duração da modificação (em semanas) Tipo de modificação: Quantitativa: diminuição da quantidade ingerida Consistência/ tipo de dieta: sólida para pastosa ou líquida – normo, hipocalórica ou jejum. Presença de sintomas gastrointestinais significativos: Diariamente por mais de 2 semanas Diarréia: 3 evacuações líquidas diárias Hiporexia ou anorexia significativas – modificação quantitativa ou do tipo de alimentação. Avaliação da capacidade funcional do paciente: - Modificações funcionais que aconteçam conjuntamente às alterações antropométricas e dietéticas. Perda de peso sem modificação funcional – melhor prognóstico nutricional. Alterações nas atividades diárias: Tempo de ocorrência Grau de diminuição da atividade física Modificação leve: maior cansaço ou grau de dificuldade para exercer as atividades cotidianas Modificação moderada: paciente restrito ao ambiente domiciliar, com suas atividades cotidianas interrompidas e tendo que permanecer sentado a maior parte do tempo Modificação grave: paciente permanece a maior parte do tempo acamado Exame físico Inspeção: observar sinais de deficiências de nutrientes específicos (vitaminas e minerais) Palpação: avaliar a perda de gordura, massa muscular e presença de edema Cada item deve ser graduado entre 0 e 2+: Ausência de alteração: 0 Alterações leves: + Alterações moderadas: + Alterações graves: ++ REGIÕES PARA AVALIAÇÃO DA PERDA DE GORDURA CORPORAL Tríceps: Sobra de pele sobre o braço Pregas cutâneas do tríceps e bíceps Visualização dos tendões do músculo triciptal – importante perda de gordura triciptal. Sensação da derme entre os dedos Cuidado maior com idosos Linha média axilar no nível das últimas costelas: Visualização dos arcos costais Dobra cutânea axilar/ Dobra cutânea subescapular Áreas interósseas e palmares das mãos: Visualização dos tendões Ombros: Aparência retangular dos ombros em virtude da visualização das clavículas REGIÕES PARA AVALIAÇÃO DA PERDA DE MASSA MUSCULAR Avalia-se o volume da massa muscular e o tônus muscular (sensação de empastamento) por palpação: Considerar fatores de confusão como alterações neurológicas – atrofia muscular. Musculatura do Deltóide Musculatura do Quadríceps (reto anterior, vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio) Verificação da presença de edemas: Região do tornozelo (pacientes que deambulam). Técnica de verificação: após uma suave e contínua pressão sobre a face anterior da perna contra a estrutura óssea, procura-se a presença de depressão tecidual que demorará algum tempo até que volte ao normal. Região sacral – região lombo-sacra ou onde houver maior declive (pacientes acamados). Quanto maior o cacifo, pior o edema. Considerar: insuficiência cardíaca congestiva não compensada, hepatopatias crônicas, varizes em membros inferiores... Classificação do paciente: A = bem nutrido B = moderadamente desnutrido ou com suspeita de desnutrição C = gravemente desnutrido Classificação por critérios subjetivos da avaliação do examinador – sem pontuação Categorização por pontuação Aspectos com maior influência na definição de desnutrição grave: Perda de peso maior que 10% do peso habitual Ingestão alimentar notadamente deficiente Perda de tecido adiposo subcutâneo e massa muscular Classificação como C: Evidências de perda maior que 10% do peso habitual ou perda de tecido adiposo ou massa muscular importante – desnutrido grave. Classificação como B: Sinais de desnutrição não tão evidentes ou que a perda de peso situou-se entre 5% e 10% do peso habitual – moderadamente desnutrido. Classificação como A: Ganho de peso nas últimas semanas, associado à melhora da ingestão alimentar e recuperação do apetite – recuperação do estado nutricional – bem nutrido. Objetivos da realização da ASG: Diagnóstico de desnutrição; Apontar pacientes que apresentam maiores riscos de sofrer complicações associadas ao estado nutricional durante sua internação – Prognóstico. Originalmente concebida para pacientes cirúrgicos. Adaptações no método para especialidades clínicas: Pacientes Nefropatas Pacientes oncológicos Pacientes geriátricos Pacientes HIV-positivos