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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA 
CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
 
 
 
TERTULIANO (SOBRENOME), nacionalidade, estado civil (ou a existência de 
união estável), profissão, portador da carteira de identidade nº..., expedida 
pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., endereço eletrônico, telefone celular, 
residente e domiciliado a rua, número, bairro, Rio de Janeiro, CEP, por seu 
advogado, com endereço profissional a rua, número, bairro, Rio de Janeiro, CEP 
para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, e conforme o artigo 319, CPC vem a este 
juízo, propor 
 
 
AÇÃO PAULIANA 
 
Pelo procedimento comum, em face de ULISSES (SOBRENOME), 
nacionalidade, estado civil (ou a existência de união estável), profissão, portador 
da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., 
endereço eletrônico, telefone celular, residente e domiciliado a rua, número, 
bairro, Rio de Janeiro, CEP e, 
MARIUS (SOBRENOME), nacionalidade, estado civil (ou a existência de união 
estável), profissão, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., 
inscrita no CPF/MF sob o nº..., endereço eletrônico, telefone celular, residente e 
domiciliado a rua, número, bairro, Rio de Janeiro, CEP, pelos fatos que a seguir 
passo a expor. 
 
I. DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
 
Ocorre que o autor é CREDOR do RÈU, em negócio jurídico celebrado com 
empresto em quantia no valor de R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais). O autor 
informa que ciente da excelente condição financeira da ré e sua estabilidade 
como gerente em uma renomada rede hoteleira, não titubeou em emprestar a 
quantia informada. 
 
Foi fixado que o valor seria devolvido no prazo de trinta dias. Porém prestes a 
vencer o prazo, o credor notificou o devedor extrajudicialmente, para que seja 
efetuado o pagamento voluntário, porém sem êxito, haja vista que o réu em 
questão alegou não possuir por não possuir os recursos necessários. Cumpre 
saber que o autor tomou ciência que o réu não possuía bens em seu nome e 
quaisquer recursos financeiros em sua conta corrente. 
 
Vencido o prazo e ainda com a dívida em ativo, sem previsão de receber a 
quantia emprestada, uma semana após a notificação, foi informado que Ulisses 
perdoou dívidas de R$ 36.000,00 de Marius, seu credor, que, em conluio com 
Ulisses, aceitou a remissão para fins de auxiliá-lo maliciosamente em seu 
intuito de esvaziar seu patrimônio e fugir ao compromisso assumido com 
Tertuliano. 
Conforme exposto, verifica-se que previamente a interposição da presente ação, 
houve a tentativa de negociação com o réu sem êxito, pelo qual há a 
necessidade de liquidação do pagamento, razão pela qual promove esta ação. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
A Ação Pauliana consiste numa ação pessoal movida por credores com intenção 
de anular negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam 
usados para pagamento da dívida numa ação de execução. 
A má-fé, o elemento subjetivo (consilium fraudis) da ação, consiste no 
conhecimento que o adquirente tem do estado de insolvência do devedor. É 
presumida no caso dos negócios onerosos, quando a insolvência for notória ou 
quando houver motivo para ser conhecida pelo adquirente. Conforme dispõe o 
artigo 159 do Código civil vigente: 
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar 
direito ou causar prejuízo a outrem fica obrigado a reparar o dano”. 
Porém, tratando-se de transmissão gratuita de bens, ou de remissão de dívida 
dispensa-se a má-fé, bastando o elemento objetivo, o eventus damni, exigindo-
se apenas na prova de insolvência. Conforme o artigo 159, também do Código 
Civil. 
 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se 
os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda 
quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como 
lesivos dos seus direitos. 
 
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
 
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a 
anulação deles. 
 
 A este propósito vejamos as lições de Yussef Said Cahali, quando leciona que: 
 
“O conceito de insolvência do devedor pode ser extraído da própria lei, embora 
em doutrina haja uniformidade quanto à sua conceituação: ‘É insuficiência do 
ativo realizável para cobrir o passivo; é insolvente o devedor, quando a soma do 
ativo de seu patrimônio é inferior à do passivo, caracterizando-se o estado de 
insolvência pelo fato de não ter o devedor bens suficientes para lhe cobrir as 
dívidas; o estado de insolvência caracteriza-se pela insuficiência dos bens do 
devedor para a satisfação integral dos credores.”(CAHALI, Yussef Said. Fraude 
contra credores. 4ª Ed. São Paulo: RT, 2008, Pág. 136-137). 
 
 Vejamos, a propósito, as lições de Washington de Barros Monteiro, quando 
professa que: 
 
 
“É notória quando sabida de todos, pública, manifesta, do conhecimento geral, 
mercê de protestos, publicações pela imprensa ou cobranças contra o 
devedor. Presumida, quando o adquirente tinha motivos para saber do precário 
estado financeiro do alienante. 
 
A respeito desse conhecimento presumido, assentou a jurisprudência a seguinte 
orientação: 
 a) o parentesco próximo, ou afinidade próxima, entre os contratantes é indício 
de fraude ( fraus inter parentes facile praesumitu ). Assim, pai que contrata com 
filho insolvente dificilmente poderá arguir sua ignorância sobre a má situação 
econômica deste: a scientia se presume nesse e noutros casos análogos; 
b) também não pode alegar ignorância desse estado quem anteriormente, havia 
feito protestar títulos de responsabilidade do devedor; 
c) relações íntimas de amizade, convivência freqüente, negócios mútuos ou 
comuns levam a presumir ciência do adquirente quanto á má situação 
patrimonial do devedor e à impossibilidade de solver suas obrigações; 
d) o emprego de cautelas excessivas é também, quase sempre, indicativo de 
fraude. “ ((MONTEIRO, Whasington de Barros. Curso de Direito Civil. 42ª Ed. 
São Paulo: Saraiva, 2009, Vol. 1. Pág. 276-277) 
 
E para completar, não percamos de vista que, não raro, tal conduta é maculada 
pela venda através de preço vil, denotando, neste importe, mais um forte indício 
de que a venda seja tão-somente com o propósito de fraudar os credores. 
 
AÇÃO PAULIANA. TRANSFERÊNCIA DE IMÓVEL PARA PARENTES 
PRÓXIMOS POR PREÇO VIL. EXISTÊNCIA DE DÍVIDAS ANTERIORES EM 
NOME DOS ALIENANTES. 
Ato jurídico de venda e compra a agravar o estado de insolvência dos réus 
apelantes. Fraude contra credores configurada. Ausência de provas quanto à 
prévia ciência do credor sobre a insolvência dos réus. Ônus da prova dos 
devedores. Consilium fraudis e "eventum damni caracterizados 
- Litigância de má-fé mantida. Sentença confirmada. RECURSO NÃO 
PROVIDO. (TJSP - APL 994.05.045169-1; Ac. 4512189; Porto Ferreira; Sétima 
Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Élcio Trujillo; Julg. 19/05/2010; DJESP 
09/06/2010) 
 
 
 
III. DO PEDIDO 
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência: 
a) o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e 
seguintes do CPC/2015; 
b) a designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do 
art. 319, VII, do CPC/2015; 
c) a citação do requerido por meio postal, nos termos do art. 246, inciso I, 
do CPC/2015; 
d) ao final, seja dado provimento a presente ação, no intuito de condenar o 
réu a anular o negócio jurídico fraudulento; 
e) seja o réu condenado ao pagamento de custas processuais e honorários 
advocatícios. 
 
 
IV. DAS PROVASPretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em 
especial, pelos documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem 
arroladas em momento oportuno e novos documentos que se mostrarem 
necessários. 
 
V. DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se o valor da causa o valor de R$ 36.000,00 ( trinta e seis mil 
reais). 
 
Nestes termos, 
Pede Deferimento. 
 
 
Niterói/Rj, 26 de fevereiro de 2018 
 
Advogado OAB/UF xxxxxx

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