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36224343 CASO 3 SUZANA trabalhista

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ---- VARA DA TRABALHISTA DE NATAL/RN 
SUZANA, brasileira, solteira, empregada doméstica, portadora da identidade Nº, órgão expedidor, inscrita no CPF de Nº, portadora da CTPS Nº, série, cadastrada no PIS Nº, com data de nascimento, nome da mãe, domiciliada na rua, Nº, bairro, cidade, Estado, CEP, com endereço eletrônico, vem por seu advogado infra-assinado (ou o nome do advogado e OAB), com escritório na rua, Nº, bairro, cidade, Estado, CEP, com endereço eletrônico, propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
pelo rito_________, em face de _____ MORAES, brasileiro, estado civil, profissão, portador da identidade Nº, órgão expedidor, inscrito no CPF Nº, domiciliado na rua, Nº, bairro, Natal, Rio Grande do Norte, CEP, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
1 - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O reclamante requer o benefício da gratuidade de justiça, com base no art. 790, §3º da CLT, em razão de não ter condições de arcar com o pagamento das custas processuais, sem prejuízo do seu sustento e de sua família.
2 - DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
	A reclamante não submeteu sua demanda à comissão de conciliação prévia, uma vez que o STF, nas ADINS 2139-7 e 2160-5, considerou não ser mais obrigatório a passagem pela referida comissão.
3 - DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
3.1 – DO CONTRATO DE TRABALHO
A reclamante foi contratada pela reclamada para exercer a função de empregada doméstica em 15/06/2015, exercendo as atividades de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial da reclamada, por mais de 2 (dois) dias por semana.
Cumpria a jornada de segunda à sexta-feira, das 7h às 16h, com 30 (trinta) minutos de intervalo para alimentação.
Laborou de 15/06/2016 a 15/09/2016, tendo como este último dia recebido a dispensa imotivada pela reclamada, bem como baixa na CTPS.
A reclamante foi contratada através de um contrato de trabalho por 45 dias, contudo, passando esse período continuou trabalhando, adquirindo, assim, o direito de pleitear as verbas resilitórias pertinentes a um contrato de trabalho por tempo indeterminado.
 Foi dispensada imotivadamente em 15/09/2015, recebendo as verbas referentes a férias proporcionais de 3/12 avos, acrescido do terço constitucional e de décimo terceiro salário proporcional 3/12 avos. 
Alega a reclamante que a reclamada realizava descontos indevidos, sendo 10% referente a transporte, o que legalmente só poderia ocorrer o desconto de 6% do salário do empregado, além de 25% de alimentação, o que é totalmente ilegal.
A reclamante relata, ainda que viajou durante 04 dias úteis com a reclamada para Gramado/RS, realizando executando suas atividades de empregada doméstica.
Por conta dos direitos serem violados, a reclamante vem a este juízo para buscar a tutela jurisdicional para pleitear seus direitos.
3.2 – DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO
	A reclamante foi contratada para trabalhar como doméstica a título de experiência, por 45 dias, findo os quais nada foi tratado e foi dispensada em 15/09/2015, três meses depois.
	Deve-se considerar que o contrato de experiência não deve ultrapassar 90 dias. Porém, caso este contrato seja pactuado por período menor, (que foi o caso da reclamante), e havendo continuidade do serviço, terão de ser prorrogados até completar 90 dias. Como não houve nenhuma pactuação a este respeito, após os 45 dias, o contrato de trabalho passou a vigorar tacitamente por tempo indeterminado, conforme assegura o Art. 5º, § 2º, da Lei Complementar 150 de 2015.
	Neste contexto, a reclamante pleiteia que seu contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais por prazo indeterminado, e que sua dispensa seja reputada sem justo motivo.
3.3 – DAS VERBAS DE TÉRMINO DE CONTRATO DE TRABALHO
	A empregada foi dispensada em 15/09/2015, sem o aviso prévio, quiçá recebeu a indenização correspondente entre as verbas resilitórias.
	Em razão de ser contrato de trabalho por prazo indeterminado, e da empregada ter sido dispensada imotivadamente com menos de um ano de serviço, a mesma tem direito ao aviso prévio de 30 dias, conforme o Art. 23, § 1º da Lei Complementar 150 de 2015, tendo seu contrato finalizado somente em 15/10/2016. Na falta de tal aviso prévio por parte do empregador, o empregado tem direito a indenização correspondente, com reflexos no saldo de salário, o qual a reclamada deveria pagar correspondente aos 15 dias trabalhados, nas férias proporcionais, o qual é devido 1/12, além do terço constitucional, bem como, no décimo terceiro salário proporcional, o qual é devido 2/12 de acordo com o Art. 23, § 3º do mesmo diploma legal.
3.4 – DA RETIFICAÇÃO DA DATA DE BAIXA 
	
	A reclamante realizou a dispensa e baixa da CTPS em 15/09/2016, erradamente, pois de acordo com a Orientação Jurisprudencial nº 82 da SBDI-1 do TST dispõe que a data da saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, mesmo que este tenha sido indenizado. 
	Diante de tal fato, se faz necessário a retificação da data de término de contrato em CTPS, contato assim, o final do cumprimento do aviso prévio, portanto 15/10/2016.
	
3.5 – DOS DESCONTOS INDEVIDOS
	O empregador descontava 25% do valor da alimentação consumida pela empregada e 10% do salário a título de transporte.
	Desta forma, o desconto de alimentação é taxativamente vedado pelo legislador, conforme o Art. 18, caput, da Lei Complementar 150 de 2015. Além disso, o desconto de 10% do salário a título de vale transporte, é arbitrário e excessivo, pois o Art. 4º, PU, da Lei 7.418/1985, atribui a este desconto o valor de 6% do salário base do empregado.
	Sendo assim, a reclamante requer a devolução do desconto de 25% do valor da alimentação e da diferença de 4% descontada a mais do seu salário, durante o período trabalhado.
 
3.6– DO INTERVALO INTRAJORNADA
	A empregada laborava de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, com trinta minutos para descanso e alimentação. Como não foi acordado expressamente o intervalo intrajornada de 30 minutos, é obrigatório a concessão de no mínimo uma hora, disciplina o Art. 13, caput da Lei Complementar 150 de 2015. Com efeito, a concessão parcial do intervalo intrajornada implica no pagamento do período total mínimo correspondente em forma de hora extra, com acréscimo de 50% sobre o valor da hora normal, segundo interpreta a Súmula 437, I, do TST.
	Dessa forma, a empregada faz jus, ao pagamento de uma hora extra diária durante o período trabalhado e por habitual os reflexos sobre as férias e 13º salário.
3.7– DO SERVIÇO EM VIAGEM
	A empregada viajou com a família por 4 dias a trabalhar como babá, das 08h às 17h, com uma hora de intervalo intrajornadas. A trabalhadora, por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, faz jus ao recebimento de remuneração – hora de 25%, no mínimo, superior ao valor do salário – hora normal, segundo dispõe o Art. 11, § 2º, da Lei Complementar 150 de 2015, percentual que deve prevalecer sobre as horas trabalhadas no período de viagem a serviço.
	Logo, o reclamante requer o pagamento de 25%, sobre 32 (trinta e duas) horas trabalhadas neste período.
3.8– DO FGTS
	A reclamante tem direito a receber da reclamada a documentação para realizar o levantamento do saldo do FGTS, conforme determina a lei 8036/90
	A reclamada deve ser condenada a entregar as guias para levantamento dos valores do FGTS, em 48 h, sob pena de multa diária de R$500,00.
3.9 – DO SEGURO DESEMPREGO
	A reclamante tem direito a receber da reclamada a documentação para requerer o seguro desemprego, conforme determina a lei 7998/90.
	Deve a reclamada ser condenada a entregar tais documentos em 48h, sob pena de multa diária de R$500,00, no caso da reclamante ter perdido o prazo para requerer o seguro, que a reclamada pague os valores das parcelas.
3.10 – DA MULTA DO ART 467 DA CLT
	As verbas incontroversas devem ser pagasna primeira audiência como dispõe o art. 467/CLT, sob pena de multa de 50% sobre o valor de cada uma.
	Caso a reclamada não pague as referidas verbas na audiência inaugural que a multa de 50% seja aplicada a cada verba.
4 – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
	Com a reforma trabalhista passou a ser possível a condenação em honorários sucumbenciais, conforme dispõe o art. 791-A/CLT.
	Sendo assim, requer o reclamante a condenação da reclamada em honorários advocatícios de 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, do valor atualizado da causa.
5 - DO PEDIDO
	Diante dos fatos e fundamentos expostos, requer a procedência do pedido a fim de condenar a reclamada nos seguintes pedidos que quando couber, deverão ser acrescidos de correção monetária e juros.
– A concessão da gratuidade de justiça a reclamante, conforme o art. 790, §3º/ CLT;
– A condenação da reclamada ao pagamento de 30 dias de aviso prévio indenizado no valor de R$____;
– A condenação da reclamada ao pagamento de saldo de salário de 15 dias, no valor de R$ ____;
- A condenação da reclamada ao pagamento de 1/12 de férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional;
– A condenação da reclamada ao pagamento de 2/12 de décimo terceiro salário no valor de R$____;
– A condenação da reclamada a realizar a retificação da data de baixa na CTPS, sendo alterada para 15/10/2016, na audiência sob pena de multa diária de R$500,00, no caso de descumprimento;
– Condenação da reclamada a devolução da diferença de 4% valor de transporte descontado indevidamente durante a vigência do contrato de trabalho, no valor de R$___, além da devolução integral dos 25% de alimentação descontados indevidamente no período da vigência do contrato de trabalho no valor de R$_____.
– Condenação da reclamada ao pagamento de uma hora extra diária durante a vigência do contrato de trabalho, devido ao período intrajornada reduzido, com reflexos sobre s férias e o terço constitucional, assim como 13º salário, no valor de R$____.
– Condenação da reclamada ao pagamento de 30 minutos diários de hora extra, referentes ao excesso de jornada de trabalho, com reflexos sobre férias, terço constitucional e 13º salário, no valor de R$ _______.
– Condenação da reclamada ao pagamento de 25%, sobre as 32 horas trabalhadas no período de viagem a serviço, no valor de R$_____;
– A condenação da reclamada a entrega das guias para levantamento de todos os valores do FGTS, em 48 h, sob pena de multa diária de R$ 500,00 no caso de descumprimento;
_ A condenação da reclamada a entrega da documentação do seguro desemprego, em 48 h, sob pena de multa diária de R$ 500,00 no caso de descumprimento e, não sendo possível o recebimento do referido seguro, a condenação da reclamada ao pagamento dos valores das parcelas.
- A condenação da reclamada ao pagamento da multa do art. 467/CLT, caso as verbas incontroversas não sejam pagas na 1ª audiência.
- A condenação da reclamada ao pagamento de honorários sucumbenciais no valor de 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, do valor atualizado da causa.
– DA NOTIFICAÇÃO DA RECLAMADA
	Requer a notificação da reclamada para comparecer à audiência, em data a ser designada, e, querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato.
7- DAS PROVAS
	Requer a produção de todos os meios de prova admitidos em Direito, especialmente a testemunhal, documental e documental superveniente.
– VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$_________
Nestes termos, pede deferimento
Local e data
ADVOGADO/OAB

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