Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Radiologia Radioterapia Aula 1 Erica Fernanda de Souza Tecnóloga em Radiologia Ma. em Ciências da Engenharia Nuclear Especialista em Proteção Radiológica (CNEN) UNIDADE 1: O CÂNCER Definições, Fatos e Mitos Estatísticas sobre o Câncer no Brasil América Latina e no Mundo- Cânceres de Maior Incidência Cânceres mais Comuns Casos Raros Radioterapia Tumor - Neoplasia A palavra tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Caracterizam-se por um crescimento anormal (desordenado) de células de um tecido Radioterapia Câncer é a denominação genérica de uma série de doenças caracterizadas principalmente pela divisão descontrolada de células (neoplasmas), que adquirem a habilidade de invadir outros tecidos (malignos), por invasão ou metástase Radioterapia O crescimento celular desordenado característico do câncer é causado primariamente por danos no DNA, causando mutações que afetam o controle da divisão celular Radioterapia As principais características do câncer são: Taxa de divisão aumentada e potencial de crescimento ilimitado Autossuficiência de sinais de crescimento Insensibilidade a fatores inibidores de crescimento Evasão da apoptose Capacidade de diferenciação alterada Habilidade de invasão de tecidos vizinhos Habilidade de fazer metástases em sítios distantes Radioterapia Muitos fatores podem se combinar para induzir um câncer. Alguns são naturais, como os danos ao DNA causados por radicais livres gerados durante o metabolismo celular Estilo de vida e ocupação, como exposição a luz, radiação UV, fumo e comportamento sexual O câncer é uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos (25% das mortes nos USA) Radioterapia A denominação do câncer depende da origem das células. São exemplos: Carcinomas - derivados de células epiteliais (tumores de mama, próstata, pulmão, etc) Sarcomas - derivados de células do tecido conjuntivo ou mesenquimais (liposarcoma) Glioma - derivados de células da glia Radioterapia - Crânio Protocolos Neuro RM - Tumor Meningiomas: tumores que se originam dos envoltórios do cérebro Astrocitomas: tumores são formados por astrócitos, que é um tipo de célula glial Ependimoma é um tipo de glioma que se origina das células do epêndima, que revestem as cavidades dentro do cérebro 12 Radioterapia - Crânio Protocolos Neuro RM - Tumor Schwannomas: tumores que se originam dos nervos da base do crânio Micro ou macroadenomas: tumores da glândula hipofisária Edema cerebral Peri-tumoral: as células tumorais secretam substâncias que aumentam a permeabilidade dos capilares, provocando um edema cerebral Radioterapia Tumores Sólidos Engloba todos os tumores, com exceção dos de origem hematopoiética (Ex.: leucemia) 85% dos tumores em humanos Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Radioterapia Tumores Sólidos – Incidência no mundo (INCA) Pulmão (1,8 milhão) Mama (1,7 milhão) Intestino (1,4 milhão) Próstata (1,1 milhão) Homens: pulmão, próstata e estômago Mulheres: mama, intestino e colo de útero Radioterapia Tumores Sólidos A estimativa para o Brasil, biênio 2016-2017, aponta a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer Radioterapia Tumores Sólidos - Prevenção Exames específicos, conduzidos por profissionais da saúde em estádios iniciais, quando o tratamento é mais facilmente bem sucedido Exames: avaliação do tumor primário, as funções orgânicas, a ocorrência simultânea de outras doenças e a extensão da doença neoplásica (estadiamento) Radioterapia Tumores Sólidos - Prevenção A detecção do surgimento da doença nos estágios iniciais implica diretamente na redução da mortalidade Radioterapia – Modalidades de detecção Radioterapia Em alguns tumores, observa-se alto consumo de glicose, o que também pode ser detectado pelo PET/CT. Medicina Nuclear – PET/CT Tumor na parte superior do pulmão esquerdo (área mais ativa) UNIDADE 2: A História da Radioterapia Mundo: Descoberta dos Raios X e da Radioatividade Brasil: Primeiras Técnicas e Principais Atores Radiologia Radiologia Brasil, 1897 - primeiro aparelho de raios X (Siemens), trazido pelo médico brasileiro José Carlos Ferreira Pires - Formiga, Minas Gerais. A primeira chapa radiográfica, feita em 1898, foi de um corpo estranho na mão do então ministro Lauro Muller 1 2 1895 - Roentgen divulga os raios X 1896 - Becquerel descobre a Radioatividade e em seguida o casal Curie isola o Rádio 1910 - Dr. Young usa rádio intrauretral para um tratamento de câncer de próstata com bons resultados 1912/13- Tubos de raios X de 200 a 250 KV 1934 – Braquiterapia – Cs -137 História Geral da Radioterapia 1 2 Primeira tentativa de tratar uma carcinoma de mama por Emil Grubbé (Chicago); (1 h de exposição por 18 dias). Obteve alguma melhora mas faleceu devido a metástases 1896 - Primeiro uso dos raios X para câncer de estômago por Victor Despeignes (Lyon - França); 1896 Irradiação de um tumor de pele em uma criança de 4 anos por Léopold Freund (Viena - Áustria) História da Radioterapia Histórico da Radioterapia Primeiro Tratamento de Câncer com Sucesso: Estocolmo, 1899 26 Histórico da Radioterapia – Tórax 1903 Histórico da Radioterapia – Tórax 1940 1 2 Primórdios da Braquiterapia 1903, Alexander Graham Bell escreveu: “Não há razão pela qual uma pequena quantidade de Radio, selada num tubo de vidro fino, não possa ser inserida bem no interior de um tumor maligno agindo assim diretamente sobre a lesão.” História da Radioterapia 1 2 História da Radioterapia Evolução ao longo de 100 anos Teleterapia IMRT 31 1937 – 1as Unidades de 1 MV 1951 – Unidades de Co-60 1952 – Aceleradores Lineares (LINACs 1968 - Definição de radiossensibilidade celular 1976: Experimentos com cultura de células utilizando fracionamento (nasce o modelo linear quadrático) 1 3 História da Radioterapia 1960/70 – Simuladores – Técnicas de simulação dos tatamentos com filmes (Raios-X) 1971- Tomografia Computadorizada (CT) introduzida por Hounsfield 1980 – Sistema de planejamento baseados em CT (BEV e blocos) Simlação Virtual 1984 – 1os MLCs (Colimadores Multi-lâminas) 1 4 História da Radioterapia 1 2 História da Radioterapia Tecnologia promove: Aumento da dose total de tratamento Diminuição da toxicidade Aumento do controle de doença Aumento da dose por fração de diversos protocolos de tratamento (hipofracionamento) 2000 -Evolução dos Aceleradores 1 5 História da Radioterapia UNIDADE 3: Tratamento do Câncer Formas Tradicionais de tratamento Novas Formas de Tratamento Especialidade médica que utiliza as radiações ionizantes no tratamento de pacientes com neoplasias malignas Ocasionalmente em pacientes com doenças benignas Radioterapia Liberar uma dose correta de radiação a um volume tumoral, com o menor dano possível aos tecidos sadios vizinhos, resultando na erradicação do tumor Fornecer melhor qualidade de vida, no aumento da sobrevida, a um custo razoável Objetivos da Radioterapia Radioterapia - Estadiamento A necessidade de se classificar os casos de câncer em estádios baseia-se na constatação de que as taxas de sobrevida são diferentes quando a doença está restrita ao órgão de origem ou quando ela se estende a outros órgãos. Estadiarum caso de neoplasia maligna significa avaliar o seu grau de disseminação. Para tal, há regras internacionalmente estabelecidas, as quais estão emconstanteaperfeiçoamento. O estádio de um tumor reflete não apenas a taxa de crescimento e a extensão da doença, mas também o tipo de tumor e sua relação com o hospedeiro. O estadiamento é realizado quando uma pessoa recebeo diagnóstico inicial de câncer, antes de qualquer tratamento ser iniciado. Os principais tipos de estadiamento são: Estadiamento Clínico Este na verdade é uma estimativa da extensão da doença com base nos resultados do exame físico, exames de imagem (raios X, tomografia computadorizada, etc.) e biópsia de tumor. Para alguns tipos de câncer, os resultados de outros exames, tais como os de sangue, também são utilizados no estadiamento Radioterapia Estadiamento Patológico ou estadiamento cirúrgico do câncer Baseia-se nos resultados dos exames e testes mencionados anteriormente, bem como o que foi observado durante a cirurgia realizada para retirar o tumor e os linfonodos próximos (às vezes a cirurgia é realizada para ver o quanto a doença está disseminada e para retirar amostras de tecido) Oferece à equipe médica, informações mais precisas que podem ser utilizadas para prever a resposta ao tratamento e seus resultados (prognóstico) Radioterapia Radioterapia - Estadiamento Os quatros estádios do câncer de endométrio estão descritos abaixo: Câncer confinado ao corpo uterino invadindo somente o endométrio (Estádio IA) e também o miométrio (Estádio IB), e o tratamento específico para estas fases da doença Câncer invadindo o colo do útero e o tratamento específico para esta fase da doença. Câncer invadindo estruturas vizinhas da pelve, como os ovários, a vagina ou os linfonodos, e o tratamento específico para esta fase da doença Câncer comprometendo órgãos distantes, como pulmões, fígado e ossos (Estádio IVB), e o tratamento específico para esta fase da doença A histopatologia é a análise microscópica de tecidos que são removidos de pacientes quando é realizada uma biópsia Estudo de como uma doença específica afeta um conjunto de células (tecido) Radioterapia Simulação Planejamento Aplicação Retorno Etapas - Radioterapia Princípios de Radioterapia Planejamento Volume de tratamento Intenção de tratamento Dose e fracionamento Técnica de tratamento Anatomo-Patológico + Sítio Primário + Estadiamento Princípios de Radioterapia Fluxograma de Tratamento médico técnico físico médico Avaliação da indicação Planejamento Confecção de proteções e acessórios Planejamento físico Tratamento Revisões semanais Dosimetria Médico Radioterapeuta (Radio-Oncologista) Físico Médico Enfermeiro e Multidisciplinar (Nutricionista, Psicólogo) Técnico ou Tecnólogo em Radioterapia Técnico da Sala de Moldes (Terceirizado) Pessoal do Apoio Técnico Pessoal do Apoio Administrativo Radioterapia Avaliação documental do paciente : diagnóstico, anátomo patológico, agendamento 2. A primeira consulta na radioterapia: exames complementares para se definir o tratamento Tratamento com radioterapia exclusiva ou concomitante a quimioterapia Intenção do tratamento será curativa ou paliativa Processos - Radioterapia Nível de complexidade do tratamento: simples (2D), média ( 3D -tridimensional) ou alta (IMRT) com ou sem uso de IGRT Posicionamento e imobilização durante o tratamento Prescrição: quantas aplicações (frações) e revisões previstas; a dose preconizada nos protocolos da Instituição; orientações ao paciente quanto ao prognóstico Início do tratamento imediato, ou se vai para fila de espera Processos - Radioterapia Patologia: Câncer de pulmão Diagnóstico geral: história clínica do paciente e exame físico Diagnóstico histológico: exame citológico de escarro, broncoscopia com biopsia, punção transtoráxica por agulha orientada por TC, etc. Tratamento - Radioterapia Tratamento: Depende dos estádio clinico do tumor: cirurgia, radioterapia, radioterapia pré-operatória, radioterapia pós-operatória e quimioterapia. Tratamento - Radioterapia O câncer de pulmão de pequenas células é um tipo especial de câncer de pulmão. Ele representa cerca de 15-20% dos casos de câncer de pulmão no mundo. Está intimamente associado ao tabagismo. PET/TC (esquerda) e PET (direita) torácicas realizadas para estadiamento de paciente do sexo feminino, de 57 anos de idade, com diagnóstico de câncer de pulmão de células não pequenas UNIDADE 4: Tipos de Radioterapia Ortovoltagem, Radioterapia Superficial Teleterapia: Unidades de Cobalto e LINAC Braquiterapia - HDR e LDR Tipos de Radioterapia Teleterapia Braquiterapia Teleterapia Modalidades de Teleterapia IMRT (Intensity Modulated) Convencional Conformacional (3D) Terapia Superficial Radioterapia – Teleterapia Superficial Equipamentos - Baixa energia DERMOPAN STABILIPAN Radioterapia - Teleterapia Baixa energia - Radioterapia Superficial e Ortovoltagem Tratamento de lesões malígnas e benígnas superficiais Radioterapia - Teleterapia Alta energia – Cobaltoterapia e LINAC Tratamento de lesões malígnas e benígnas profundas 1 6 Radioterapia - LINAC Aceleram elétrons a grandes velocidades em um tubo com vácuo, que irão se chocar com os núcleos dos átomos do alvo, na extremidade oposta. Ao desacelerarem liberam raios X de frenamento LINAC 1 8 Consiste em moldar o feixe de radiações das composições de campos de um acelerador de tal forma a irradiar o tumor exatamente na sua forma, ou muito próximo a isso Radioterapia - IMRT 1 8 Dispositivo que produz imagens em tempo real, durante o tratamento. Após a comparação ou a fusão das imagens, obtém-se os valores de deslocamento do paciente com relação ao que foi planejado 2006 - EPID (Eletronic Portal Imaging Device) 2D 3D-Conformacional IMRT Radioterapia Estereotáxica Radiocirurgia Tomoterapia Radioterapia 1 4 Equipamentos de Radioterapia Os equipamentos de CO-60 que se movem apenas verticalmente são chamados cobaltos de coluna. Aqueles que podem girar em torno do paciente são os cobaltos isocêntricos Radioterapia - Braquiterapia Do Grego - braqui = próximo Terapia a curta distância, em que a radiação é originária de fontes radioativas colocadas próximas ao tecido a ser tratado Radioterapia - Braquiterapia Radioterapia - Braquiterapia Braquiterapia Radioterapia - Braquiterapia A taxa de dose com que se administra o tratamento define o tipo de braquiterapia: por baixa taxa (LDR), média taxa (MDR) ou alta taxa de dose (HDR). Hoje são usados poucos radioisótopos para esse fim. O mais usado é o irídio-192, seguido pelo iodo-125, césio-137 e cobalto-60 Braquiterapia de Mama Radioterapia - Braquiterapia Radioterapia - Braquiterapia Realização de braquiterapia em paciente com câncer de endométrio. Radioterapia - Braquiterapia Radioterapia - Braquiterapia Teleterapia Braquiterapia Radioterapia - Braquiterapia
Compartilhar