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Pratica Simulada II apostila de peças teoria e pratica

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CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES
2º EXAME DE ORDEM 
PRÁTICA DE DIREITO DO TRABALHO
Prezado Aluno,
Além da parte expositiva, a apostila contém:
Estrutura das peças – além da disposição das principais peças do processo do trabalho, contém exemplos com explicações detalhadas a fim de auxiliá-lo na elaboração destas.
Peças completas – também são modelos, mas são baseados em casos concretos, ou seja, são peças prontas.
Guia de artigos – a própria apostila é um guia de artigos, súmulas e orientações jurisprudenciais com maior incidência nas provas do Cespe. Os dispositivos estão inseridos de acordo com o desenvolvimento do conteúdo.
Dicas de estudos – são conselhos e métodos de estudo, com o intuito de melhorar o rendimento do aluno.
Bibliografia – contém a referência bibliográfica indicada para estudar e levar para o exame de ordem.
Proposta de peças e questões – a 2ª faze do Exame de Ordem refere-se à prova prática-profissional, sendo esta integralmente discursiva, portanto é essencial que o aluno exercite este modelo de prova. Portanto, encontram-se na apostila, peças e questões já cobradas no exame de ordem, que deverão ser corrigidas pelo curso e posteriormente serão revisadas nas aulas de assistência e de correção em sala, conforme o calendário em anexo.
Folhas pautadas – estas folhas, localizadas ao final da apostila, deverão ser destacadas e utilizadas para o desenvolvimento das peças e questões propostas, as quais serão protocoladas na recepção do curso, no prazo previsto no calendário em anexo. 
Canhotos destacáveis com os números de peças e questões a serem protocoladas na recepção do Curso: ao realizar o protocolo, o aluno deve destacar da apostila e grampear o canhoto correspondente ao conjunto de peças e questões recebendo o carimbo de protocolo na segunda via do canhoto.
ÍNDICE
Parte I
PARTE EXPOSITIVA
Processo do Trabalho
1.	ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ........................................4
2.	COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.........................................5
2.1	COMPETÊNCIA TERRITORIAL
2.2 	CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
3.	TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO ....................11
3.1	PROCEDIMENTO SUMÁRIO
3.2	PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
3.3	PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA
3.3.3	ATOS, PRAZOS E TERMOS
Parte II
PEÇA PASSO A PASSO
Explicação detalhada de como elaborar as principais peças processuais
4.	PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA...........................32
4.1	ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
4.2	ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
	I.	ENDEREÇAMENTO
	II.	QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
	III.	PRELIMINAR DE MÉRITO
	IV.	MÉRITO 
ORGANIZAÇÃO DO MÉRITO
	V.	PEDIDO
	VI.	REQUERIMENTOS FINAIS
	VII.	VALOR DA CAUSA
5.	RESPOSTAS DO RECLAMADO.........................................................124
5.1	CONTESTAÇÃO
5.2	ANÁLISE DOS TÓPICOS DA CONTESTAÇÃO 
I.	ENDEREÇAMENTO
II.	QUALIFICAÇÃO
III.	PRELIMINAR DE MÉRITO
IV.	PREJUDICIAL DE MÉRITO
V.	MÉRITO
	VI.	IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS
VII.	REQUERIMENTOS FINAIS
5.3	EXCEÇÃO
5.4	RECONVENÇÃO
6.	TEORIA GERAL DOS RECURSOS.........................................................162
7. RECURSO ORDINÁRIO..........................................................................178
8. AGRAVO DE INSTRUMENTO.................................................................205
9. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.............................................................217
10. RECURSO DE REVISTA..........................................................................222
11. EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO......................................239
12. EMBARGOS À EXECUÇÃO....................................................................243
13. AGRAVO DE PETIÇÃO............................................................................. 253
14. EMBARGOS AO TST ..............................................................................260
15. AÇÕES ESPECIAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO RESCISÓRIA..................................................................................................... 269
Parte III
Otimização do estudo
DICAS E MÉTODOS DE ESTUDO...................................................................289 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................291
Parte IV
PEÇAS
Propostas de exercícios para treinamento do candidato
Propostas ......................................................................................................291
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PROCESSO DO TRABALHO
1.	ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A justiça do trabalho é composta pelo juiz do trabalho, Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho, conforme o artigo 111, CF/88.
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juízes do Trabalho.
Este artigo demonstra claramente que o STF não é um órgão da Justiça do Trabalho.
São órgãos da Justiça do Trabalho:
JUIZ DO TRABALHO TRT TST
Atenção: Existem comarcas que não possuem varas da Justiça do Trabalho. Nestes casos, os juízes de direito serão investidos da jurisdição trabalhista. A sentença proferida é recorrível através da interposição de Recurso Ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho, de acordo com o artigo 112 da CF e artigo 668, CLT.
Art. 112, CF. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-las aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Art. 668, CLT. Nas localidades não compreendidas na jurisdição das Juntas de Conciliação e Julgamento, os Juízos de Direito são os órgãos de administração da Justiça do Trabalho, com a jurisdição que lhes for determinada pela lei de organização judiciária local.
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2.	COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A competência da Justiça do Trabalho é determinada em razão da matéria, ou seja, se a demanda versa sobre a relação de emprego, bem como sobre as verbas de natureza trabalhista a competência para processar e julgar esta lide é da Justiça do Trabalho, conforme o artigo 114, CF.
Neste tópico, é fundamental tratar da Emenda Constitucional nº 45/2004, que foi responsável por uma significativa ampliação da competência da Justiça do Trabalho, pois a Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e julgar não apenas as ações oriundas das relações de emprego, mas também as ações oriundas das relações de trabalho.
Note que a relação de emprego é espécie, enquanto a relação de trabalho é gênero, uma vez que abrange os empregados, os autônomos, os temporários, os avulsos, etc. A relação de trabalho envolve um trabalhador e um tomador de serviços, que remunera o trabalho prestado.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadorespelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
	O STF, na ADI n.º 3.395-6/DF, suspendeu toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.º 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter
jurídico administrativo. Logo, este artigo, ampliado pela EC 45/2004, sofreu uma restrição proveniente da ADI 3.395-6, a qual excluiu da apreciação da Justiça do Trabalho as relações trabalhistas entre o Poder Público e seus servidores, quando esta estiver baseada no regime estatutário ou jurídico administrativo.
	CONCLUSÃO: eventuais demandas entre o Poder Público e o servidor público estatutário não serão de competência da Justiça do Trabalho; no entanto as demandas entre o Poder Público e o servidor público celetista a competência é da Justiça do Trabalho.
É importante destacar que é competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações que visem uma indenização pelo não cadastramento do empregado no PIS.
Súmula 300, TST. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no Plano de Integração Social (PIS).
Também é competência da Justiça do Trabalho a lide que verse sobre a não concessão das guias do seguro desemprego. 
Súmula 389, TST. I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego.
II - O não fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro desemprego dá origem ao direito à indenização.
A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada pelo Juízo, de ofício, ou mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 795, § 1º da CLT e art. 113 do CPC).
Alegada a incompetência material na contestação, deverá sê-lo como preliminar e não como exceção, pois no âmbito do processo trabalhista, sob a forma de exceção, alega-se a incompetência em razão do lugar e o impedimento ou suspeição do juiz.
2.1	COMPETÊNCIA TERRITORIAL
	A competência territorial na Justiça do Trabalho é determinada pelo local de PRESTAÇÃO dos serviços. Esta regra geral está disposta no caput do artigo 651, CLT:
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
Este artigo da CLT é composto por três parágrafos que prevêem exceções a regra geral apresentada pelo caput.
a) 	Empregados agente ou viajante comercial – art. 651, § 1º:
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
b) 	Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os empregados brasileiros trabalhando no estrangeiro – art. 652, § 2º, CLT:
§ 2º – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
 	Em regra, o empregado brasileiro que presta serviços no exterior subordina-se as normas do direito material do país onde está prestando serviços, conforme Súmula 207 do TST (princípio da lex loci executionis). Pode, todavia, propor a ação no Brasil, desde que não haja tratado internacional em sentido contrário. Para alguns o foro será o sede ou filial da empresa no Brasil ou do local da contratação antes do empregado ir para o exterior.
Invocando lei material estrangeira, deverá provar a sua vigência, conforme previsto no CPC.
Súmula 207, TST. A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação.
c)	Empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato – art. 651, § 3º:
§ 3º – Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
São exemplos, as companhias teatrais ou circos. A regra do § 3º, do art. 651, aplica-se também aos motoristas de ônibus, contratados em Curitiba, para fazer a linha Curitiba – Recife. Estes poderão propor a ação tanto em Curitiba como em Recife.
2.2 	CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
No processo do trabalho, a competência territorial pode sofrer prorrogação legal ou voluntária tácita.
a) Prorrogação Legal: mudança operada em virtude de conexão, ou continência. A lei atribui competência a um órgão jurisdicional quando ele normalmente não a teria, objetivando evitar decisões conflitantes entre dois órgãos distintos. Diante do fenômeno da conexão ou continência aplica-se, subsidiariamente, o CPC, artigos 105 e 106:
Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente.
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
Apesar da norma prevista pelo artigo 106, no processo do trabalho a prevenção é fixada em razão da distribuição e não do despacho, pois não há um despacho inicial ordenando a citação do réu, o que é feito automaticamente.
b) Prorrogação voluntária tácita: Como a competência em razão do lugar é relativa, não havendo, no momento oportuno, a argüição de incompetência territorial por parte do réu, prorroga-se a competência territorial para aquele Juízo que originariamente não a teria. Portanto, o réu deverá apresentar na primeira audiência a exceção de incompetência, sob pena de ser prorrogada e o juízo tornar-se competente para julgar a demanda.
No processo do trabalho em regra não é admitido foro de eleição (que seria hipótese de prorrogação de competência expressa), porque as normas de fixação de competência são de ordem pública, ditadas no interesse do empregado.
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3.	TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO 
 
 SUMÁRIO até 2 salários mínimos PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO 2 a 40 salários mínimos
 ORDINÁRIO mais de 40 sal. mínimos
 
 
O rito do processo é estabelecidoem função do valor da lide. 
Observação: o salário mínimo é nacional e corresponde a R$ 465,00.
 SUMÁRIO Lei 5.584/70
DISPOSITIVOS LEGAIS SUMARÍSSIMO Artigo 852-A e ss, CLT
 ORDINÁRIO Artigo 837 e ss, CLT
3.1	PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
	O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70, tem a finalidade de garantir maior celeridade aos processos trabalhistas cujo valor não ultrapasse dois salários mínimos. Estas causas trabalhistas, também chamadas de “causas de alçada”, possuem uma característica relevante determinada pelo artigo 2°, §4° desta Lei.
	Nenhum recurso é cabível da decisão proferida nas causas que seguem o rito sumário, EXCETO se versar sobre matéria constitucional, caso em que caberá a interposição de recurso extraordinário para apreciação pelo STF.
§ 4º. Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. 
	Observe que a possibilidade de interposição de recurso extraordinário se dá por força da disposição constitucional, estabelecida no artigo 102, III, segundo o qual compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância. Portanto, as decisões proferidas nas causas trabalhistas que não ultrapassem dois salários não cabem nenhum recurso trabalhista, uma vez que o STF não é um órgão da Justiça do Trabalho.
	
	Corroborando a disposição deste §4, tem-se a súmula 640 do STF: 
É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.
	
	Note que a promulgação da Constituição é posterior a referida Lei. O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5º, LV, CF), bem como o impedimento da vinculação do salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV, CF), gerou dúvidas quanto a constitucionalidade do §4º, art. 2º desta Lei. O entendimento do TST, proferido através da súmula 356, afirma que a norma foi recepcionada pela Constituição. Sinteticamente, a fundamentação da súmula sustenta que o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição não é um princípio constitucional, ademais o contraditório e a ampla defesa podem ser exercidos em uma única instância. E, em relação ao salário mínimo, a intenção do legislador era de vedar a utilização do mesmo como critério de reajustes dos salários daqueles empregados que percebem mais do que o mínimo legal. Nada impede que o salário mínimo seja utilizado como base para a fixação do rito do processo, inclusive a Lei 9.957/00 que incluiu o rito sumaríssimo no processo do trabalho, tem o salário mínimo como base, fato que reforça o entendimento do TST.
Súmula 356. O artigo 2°, §4°, da Lei n. 5.584, de 26.6.1970 foi recepcionado pela CF/88, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo.
	
	O artigo 4º desta Lei também traz uma informação importante, pois autoriza o juiz a impulsionar o processo ex officio, desde que os empregados ou empregadores reclamarem pessoalmente.
Art. 4º. Nos dissídios de alçada exclusivos das Juntas naqueles em que os empregados ou empregadores reclamarem pessoalmente, o processo poderá ser impulsionado de ofício pelo juiz.
	Por fim, faz-se necessária a análise da súmula 303, TST:
Súmula 303. I - Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vigência da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo: a) quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta) salários mínimos; b) quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. 
Influenciada pela nova redação do artigo 475 do CPC, a referida súmula resolve que “não há remessa necessária nas causas de valor até 60 salários mínimos. Logo, na esteira da súmula 303, TST, não se mostra incompatível a adoção do procedimento sumário nas causas em que figurem entes públicos, desde que o valor da causa seja igual ou inferior a 2 salários mínimos. A razão é simples: não há vedação legal expressa, tal como ocorre com o procedimento sumaríssimo (art. 852-A, § único, CLT).”�
	
A súmula possui mais dois incisos, que apresentam duas exceções em relação a dispensa da remessa necessária.
II - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses das alíneas "a" e "b" do inciso anterior.
	Tratando-se de decisão desfavorável ao ente público, na ação rescisória, é obrigatório o reexame necessário pelo Tribunal Regional do Trabalho jurisdicionalmente competente.
III - Em mandado de segurança, somente cabe remessa ex officio se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa.
A exceção prevista neste inciso exige dois requisitos: o ato contra o qual se insurge deve ter causado algum prejuízo ao ente público; a discussão de matéria administrativa no mandado de segurança.
Não há legislação específica quanto ao procedimento da audiência no procedimento sumário, portanto, aplica-se, subsidiariamente, as normas do procedimento ordinário.
3.2	PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
A Lei nº 9.957, de 12 de janeiro de 2000, trouxe uma série de alterações no texto da Consolidação das Leis do Trabalho, com a inserção dos seguintes artigos: 852-A até 852-I, CLT, 895, § 1º, I e II, CLT e § 2º, 896, CLT, § 6º, 897-A, CLT. O procedimento sumaríssimo, assim como o procedimento sumário, visa a celeridade e economia processual.	
Art. 852-A, CLT. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
A compreensão da exceção prevista no § único exige o domine a idéia de administração pública direta e administração pública indireta. 
Verifique o seu conhecimento em relação a este assunto através do exercício:
( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a administração indireta.
( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a administração direta.
( ) O procedimento sumaríssimo é aplicado na administração indireta.
	
A administração pública federal está prevista no Decreto-Lei 200/67, no artigo 4 º:
Art. 4º. A administração federal compreende:
I - a administração direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos ministérios;
II - a administração indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) autarquias;
b) empresas públicas;
c) sociedades de economia mista;
d) fundações públicas.
	A administração direta, portanto, abrange o poder executivo da União, dos Estados e dos Municípios e as demandas, em que figurarem, seguirão o procedimento ordinário ou sumário.
Já a administração indireta abarca quatro entidades, dentre estas estão excluídas da exceção prevista pelo artigo a sociedade de economia mista e a empresa pública. Isto ocorre porque estas entidades exploram a atividade econômica, de modo que não seria lógico gozarem dos benefícios concedidos a administração pública no exercício de funções públicas, ocasionaria uma desigualdade de mercado em relação aos particulares. Conclui-seque a sociedade de economia mista e a empresa pública equiparam-se ao particular. 
O professor Bittencourt, com maestria, leciona que “sociedades de economia mista e empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado cuja criação é autorizada por lei específica (art. 37, XIX, CF), submetidas ao controle estatal, com vinculação aos fins definidos na lei instituidora, para exercer atividade econômica, seja para intervenção do Estado no domínio econômico (art. 173, CF), seja para prestação de serviço público (art. 175, CF).”� 
 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado;
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação.
	No procedimento sumaríssimo é fundamental que os pedidos formulados sejam líquidos. Cada pedido do reclamante deverá especificar qual é o valor requerido, sob pena de arquivamento da reclamatória trabalhista. Também resultará o arquivamento do processo, se o reclamante não fornecer o endereço correto do reclamado, tendo em vista que é vedada a citação por edital neste procedimento.
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência.
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação.
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. 
§ 5º (VETADO)
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. 
	
	O procedimento sumaríssimo caracteriza-se pela audiência una, ou seja, todos os atos da audiência inicial, bem como os de instrução e julgamento, realizar-se-ão em uma audiência.
	
	As partes devem observar o limite máximo de duas testemunhas, as quais deverão comparecer espontaneamente na audiência. Caso a testemunha não se apresente, o juiz só determinará a intimação da mesma, diante da apresentação do convite. Se porventura, após a intimação a testemunha não compareça na audiência, será ordenada a condução coercitiva e o pagamento de multa.	
	O artigo 852-E, CLT instrui que o juiz detém a faculdade de realizar a tentativa conciliatória em qualquer momento da audiência.
 1. Tentativa conciliatória
AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não for dispensada) 
PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado 
SUMARÍSSIMO 4. Impugnação aos documentos *
 5. Depoimento das partes
 6. Oitiva das testemunhas peritos e técnicos
 7. Razões Finais
 8. Sentença
* Impugnação aos documentos: a audiência una obriga o reclamante a impugnar todos os documentos apresentados pelo reclamado oralmente naquela sessão. 
3.3	PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
	No procedimento ordinário, a audiência pode ser una ou até tripartida, da seguinte maneira: “audiência de conciliação” ou “inicial”, “audiência de instrução” e “audiência de julgamento”, cujas normas do rito ordinário estão dispostas nos artigos 837 ao 852 da CLT.
	
 1. Primeira tentativa conciliatória
AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não for dispensada)
PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado
ORDINÁRIO 4. Depoimento das partes
 5. Oitiva das testemunhas, peritos e técnicos
 6. Razões finais
 7. Segunda tentativa conciliatória
 8. Sentença
→	Primeira tentativa conciliatória
	Aberta a sessão, o juiz deverá conciliar as partes. Além desta, o juiz antes de proferir a sentença, logo após as razões finais fará a segunda tentativa conciliatória. Ambas são obrigatórias e devem ser propostas nos momentos legais mencionados, em face dos artigos 846 e 850, CLT, respectivamente.
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
§ 1º Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. 
§ 2º Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo.
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de Conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Parágrafo único. O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos Juízes classistas e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social.
→	Resposta do reclamado 
	O reclamado sempre oferecerá a sua defesa na audiência para a qual foi notificado. Há três modalidades de resposta que o reclamado poderá apresentar em juízo: contestação, exceção e reconvenção (art. 297, CPC). 
	As espécies de resposta do réu serão analisadas no decorrer do curso. Por ora, basta mencionar que é comum apresentar ao juiz do trabalho a contestação/exceção escrita. No entanto, destaca-se que é direito do reclamado aduzir a sua defesa oralmente no prazo de 20 minutos.
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
→	Depoimento das partes
	O depoimento das partes dá início a audiência de instrução e julgamento,quando o ato for fracionado. A finalidade do depoimento pessoal é extrair da outra parte a sua confissão. Portanto, é direito do reclamante o depoimento pessoal do reclamado e vice-versa, de forma que o depoimento pessoal do reclamado só pode ser dispensado pelo reclamante, assim como o depoimento pessoal do reclamante só poderá ser dispensado pelo reclamado. 
	A reclamante dará o seu depoimento pessoal e, em seguida, o reclamado.
→	Oitiva de testemunhas peritos e técnicos
	As partes devem respeitar o limite de três testemunhas, SALVO quando se tratar de inquérito de apuração de falta grave em que o limite é de seis testemunhas para cada uma das partes. 
	A testemunha que não comparecer na data da audiência será intimada de ofício ou a requerimento da parte, sendo possível a sua condução coercitiva.
Art. 821. Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
Art. 825. As testemunhas comparecerão à audiência independentemente de notificação ou intimação.
Parágrafo único. As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do Art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação.
Não confunda: no procedimento sumaríssimo, o juiz só ordenará a intimação de testemunha se restar comprovado o convite. Já no procedimento ordinário, não há a exigência deste requisito. 
 LIMITE DE SUMARÍSSIMO 2 TESTEMUNHAS
TESTEMUNHAS ORDINÁRIO 3 TESTEMUNHAS
 INQUÉRITO 6 TESTEMUNHAS
→	Razões finais, 2ª tentativa conciliatória e sentença 
	Após a oitiva das testemunhas, peritos e técnicos, finaliza-se a instrução do processo. Neste momento é direito das partes apresentar suas razões finais no prazo máximo de 10 minutos para cada uma das partes. Em seguida o juiz proporá a segunda tentativa conciliatória e, caso esta reste infrutífera, proferirá sua decisão. 
	A eventual conciliação entre as partes não obrigará o juiz a homologar o acordo celebrado, uma vez que a homologação de acordo é uma faculdade do juiz. 
Súmula 418. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.
	A homologação do juiz de um acordo celebrado na Justiça do Trabalho dá origem a sentença homologatória de acordo, que transita em julgado na data da homologação e, conseqüentemente, é irrecorrível para as partes. Somente a União é que poderá recorrer desta sentença, por meio do recurso ordinário, cuja matéria versará exclusivamente em relação as contribuições previdenciárias. 
Art. 831. A decisão será proferida depois de rejeitadas pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. 
Súmula 100, inciso V. O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. 
Nota: apesar de constar no texto legal que a Previdência Social poderá recorrer desta sentença, desde 2007, a União que é parte neste processo, em virtude da Lei 11.457/07 (Lei da Super Receita), que unificou a arrecadação e fiscalização dos tributos da antiga Receita Federal e contribuições da Previdência Social. 
3.3.1	COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
	O escopo da comissão de conciliação prévia é a realização de acordo extrajudicial entre as partes conflitantes. A CCP é competente para conciliar apenas os conflitos individuais do trabalho. 
	Possuem formação paritária, sendo que metade dos seus membros são indicados pelo empregador e a outra metade é eleita pelos empregadores e pode ser constituída no âmbito da empresa ou do sindicato. Apenas os empregados eleitos são detentores de estabilidade, que lhe é garantida até um ano após o término do mandato, exceto diante de falta grave.
Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.
Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical.
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e a outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares;
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução.
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.
§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa, afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.
 
Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo.
 	A passagem pela comissão de conciliação prévia era obrigatória, segundo a disposição do artigo 625-D, CLT. O reclamante não tinha acesso a Justiça do Trabalho sem a submissão preliminar a comissão de conciliação prévia. Recentemente o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160), a fim de restringir a aplicabilidade deste artigo da CLT. O STF reputou caracterizada a ofensa ao princípio do livre acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Portanto concedeu liminar, por maioria de votos, com o objetivo de suspender a obrigatoriedade de submissão da lide à comissão de conciliação prévia. 
CONCLUSÃO: o caput do artigo 625-D, CLT está suspenso, por força da liminar concedida, de modo que a passagem pela comissão de conciliação prévia é facultativa.
→	Para informações sobre a ADI 2139 e a ADI 2160: informativo nº 546 STF.
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.
§ 1º. A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados.
§ 2º. Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista.
§ 3º. Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição inicial da ação intentada perante a Justiça do Trabalho.
§ 4º. Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado optará por uma delas para submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido.
 	A CCP possui o prazo de 10 dias para realizar a sessão conciliatória, a partir da data de entrada do processo. Durante este lapso temporal, o prazo prescricional do reclamante será suspenso. Note que o prazo volta a ser contado,após os 10 dias, independente da realização da sessão conciliatória. Diante disso, o reclamante possui a faculdade de requerer uma declaração de tentativa conciliatória frustrada ou de aguardar a realização da sessão. Esta declaração de tentativa conciliatória frustrada também é fornecida quando, realizada a sessão, esta resta infrutífera (art. 625-D, § 2, CLT).	
	Mas se as partes acordarem, a CCP lavrará o termo do acordo, o qual constituíra um título executivo extrajudicial. Este título, proveniente do acordo celebrado na CCP, tem EFICÁCIA LIBERATÓRIA GERAL, ou seja, dá quitação ao contrato de trabalho como um todo. Logo, impede que o reclamante ingresse com nova reclamação na Justiça do Trabalho. Somente diante de ressalvas expressas no acordo é que seria possível ingressar com uma RT, que estaria restrita a matéria ressalvada, tendo em vista que o restante encontra-se quitado pelo acordo celebrado.
Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu preposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes.
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2ºdo Art. 625-D.
Art.625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no Art. 625-F.
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
Acordo Não há acordo
Título Executivo Extrajudicial Declaração de tentativa 
 (art.876, CLT) Conciliatória frustrada
Eficácia liberatória geral: dá
quitação ao contrato de trabalho, exceto 
quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
3.3.2	COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA
 
	O não comparecimento do reclamante na audiência inicial gerará o arquivamento da reclamatória. E, se o reclamante der causa ao segundo arquivamento do processo em razão do não comparecimento, perderá o direito de ingressar com nova ação pelo período de seis meses.
	O não comparecimento do reclamado importará na revelia e na confissão ficta, ou seja, é uma confissão presumida e não uma confissão real. Caso o reclamante não compareça na audiência em prosseguimento (instrução e julgamento) acarretará a confissão ficta, conforme os ensinamentos da súmula 74, TST.
Obs: se o reclamante apresentar uma RT verbal ao distribuidor e não comparecer à Vara do Trabalho para reduzir a termo, mesmo que seja a primeira vez que o fato tenha ocorrido, será impedido de ingressar com nova ação por seis meses (art. 731, CLT).
Art. 844. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.
Súmula 74. I - Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com aquela comunicação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. 
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. 
	
	Note que as situações apresentadas acima referem-se as conseqüências do não comparecimento das partes, quadro totalmente distinto daqueles em que as partes se fazem substituir na audiência. 
	O reclamante será escusado do comparecimento em audiência somente por causa de doença ou outro motivo poderoso e será representado pelo sindicato ou outro empregado da mesma profissão. Já o reclamado pode ser substituído sempre pelo gerente ou qualquer outro preposto, é uma faculdade legal do reclamado. 
Art. 843. Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.
§ 1º. É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º. Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
	
	O preposto deverá estar com a carta de preposição e suas declarações obrigarão o proponente. Além disso, a súmula 377, TST exige que este seja empregado do reclamado, excetuando-se desta exigência o micro e pequeno empresário, que poderá ser substituído por qualquer terceiro que tenha conhecimento dos fatos; e as reclamações de domésticas, nas quais o reclamado poderá ser substituído por outro membro família. 
Súmula 377. Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra o micro e pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
	
	
	Quando
	Por quem
	RECLAMANTE
	Em caso de doença, ou outro motivo poderoso.
	Por outro empregado da mesma profissão ou pelo sindicato.
	RECLAMADO
	
Sempre
	Gerente ou outro preposto. Será necessariamente empregado da empresa, salvo os casos previstos Súmula 377, TST.
3.3.3	ATOS, PRAZOS E TERMOS
CITAÇÃO X INTIMAÇÃO
É o ato pelo qual se chama a juízo É o ato pelo qual se dá ciência a 
o réu ou o interessado a fim de se alguém dos atos e termos do 
defender (art. 213, CPC) processo, para que faça ou deixe
 de fazer alguma coisa (art. 234, CPC).
	Observe que a CLT utiliza o vocábulo “notificação” ora como sinônimo de citação, ora como sinônimo de intimação. 
	A notificação postal é a regra no processo do trabalho. O reclamante ajuíza a reclamatória trabalhista perante a Justiça do Trabalho, esta será distribuída para uma Vara do Trabalho. A partir do momento em que a petição inicial foi recebida, o escrivão possui um prazo de 48 horas para enviar uma notificação postal ao reclamado, na qual constará a segunda via da RT, bem como a data de audiência para a apresentação de defesa.
Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§ 1º. A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§ 2º. O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior.
	
	A data da audiência será designada a partir de cinco dias, contados somente após 48 horas do envio da notificação postal, este prazo configura a 1ª desimpedida. A contagem do prazo inicia-se depois de 48horas, pois a partir deste momento presume-se recebida a notificação postal pelo reclamado, garantindo-lhe o prazo de cinco dias para a elaboração de sua defesa. 
	A notificação por qualquer pessoa: empregados, zeladores, pessoa com poderes, caixa postal.
Súmula 16, TST. Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
Verifique o esquema com todas as fases para facilitar a memorização:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
distribuição
VARA DO TRABALHO
48 horas
NOTIFICAÇÃO POSTAL
48 horas
PRESUNÇÃO DE RECEBIMENTO
5 dias – 1ª DESIMPEDIDA
AUDIÊNCIA
(apresentação de defesa)
Atenção: em relação aos prazos existem vários dispositivos relevantes!
	
	A súmula 1 do TST afirma que se o reclamado for intimado na sexta-feira a contagem do prazo iniciará no próximo dia útil (por exemplo, segunda-feira, salvo se não houver expediente).
Súmula 1. Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir.
	
	A súmula 262 do TST também se refere ao início da contagem de prazo, no entanto quando a intimação é realizada no sábado. Nestes casos, entende o TST que a intimação será considerada realizada no próximo dia útil (segunda-feira, por exemplo) e que, diante disso, o prazo começa a fluir no dia seguinte (terça-feira, por exemplo). 
Súmula 262. I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subseqüente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais. 
	A OJ 310 da SDI – I do TST traz importante norma em relação aos prazos processuais. O processo do trabalho admite o litisconsórcio, isto é, a pluralidade de litigantes no pólo da lide. Também é permitido que os litisconsortes possuam procuradores diferentes, contudo não gozaram do benefício de ter seus prazos contados em dobro como ocorre no processo civil, posto que é contrário ao princípio da celeridade processual. 
OJ 310, SDI – 1, TST. A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em face de sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.
	Apesar de o prazo ser simples para os litisconsortes com procuradores diferentes no processo do trabalho, o mesmo não se aplica a Fazenda Pública, pois quando esta for parte seu prazo para contestar será quadruplicado e para recorrer será dobrado. 
Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
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4.	PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
4.1	ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
	A redação da Reclamatória Trabalhista sempre começará pelo endereçamento, do mesmo modo que qualquer petição. Em seguida, é fundamental a qualificação completa das partes, lembre-se que é uma RT, logo é a peça que dará inicio ao processo. O corpo, propriamente dito da RT, é formado pelos seguintes tópicos: Preliminar de Mérito, Mérito, Pedidos, Requerimentos Finais e Valor da Causa.
 I.	Preliminar de Mérito
RECLAMATÓRIA II.	Mérito
TRABALHISTA III.	Pedidos
 IV.	Requerimentos Finais
 V. Valor da causa
	
	
PETIÇÃO INICIAL: Os requisitos fundamentais para a elaboração da petição inicial trabalhista estão presentes nos artigos 840 da CLT e 282 do CPC.	
Reclamação Trabalhista escrita: art. 840, caput e §1°, da CLT
 Reclamação verbal: art. 840, caput e § 2°, da CLT	
	O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a idéia de uma RT no processo do trabalho. Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização, assim como na produção de suas próprias peças. 
Obs: o modelo foi redigido com espaços maiores e “pulando linhas” apenas por motivos didáticos e para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
	EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DE ________.
	
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, residente e domiciliado no endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço completo, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos.
I – PRELIMINAR DE MÉRITO
a)	Comissão de Conciliação Prévia 
b)	Tramitação Preferencial do Feito: Idoso (art. 71, Lei 10741/2003)
c)	Dissídio que verse exclusivamente sobre salário ou empregador falido: art. 652, §único, CLT
	
II – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vez que o mérito é
 dependente da proposta)
1.	DO CONTRATO DE TRABALHO 
	O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no dia ________ para exercer a função de _________, a remuneração percebida era de _______ até a data _________, quando foi dispensado sem justa causa pelo Reclamado. 
2.	DO VÍNCULO DE EMPREGO 
§1 Fato
§2 Fundamento
§3 Pedido 
ITENS PARA MEMORIZAR
(Devem estar presente em toda inicial)
3.	DAS VERBAS RESCISÓRIAS
4.	MULTA DO ART. 467, CLT 
 Nos termos deste artigo, o Reclamante requer que o pagamento das verbas incontroversas seja realizado em primeira audiência, sob pena da incidência de multa de 50% sobre o valor correspondente.
5.	MULTA DO ART. 477, CLT 
 O Reclamado não respeitou o prazo para pagamento das parcelas rescisórias previsto no artigo 477, §6º da CLT. Diante deste fato, o Reclamante requer a condenação do Reclamado ao pagamento de multa no valor equivalente ao seu salário, conforme o §8º do artigo 477 da CLT. 
6.	JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA 
 O Reclamante requer a incidência de juros e correção monetária na forma da Lei.
7.	RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS
 O Reclamante requer que as retenções fiscais, bem como as contribuições previdenciárias sejam calculadas na forma da Lei.
III – PEDIDOS
VI - REQUERIMENTOS FINAIS 
O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da Reclamada para apresentar resposta a presente Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.
	A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVAS em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, prova pericial e juntada de novos documentos.
	Por fim, requer a PROCEDÊNCIA da ação, e a condenação da Reclamada em todos os pedidos supra, acrescidos de juros e correção monetária.
Atribui-se a causa valor superior a 40 salários mínimos.
	Termos em que, 
	Pede deferimento.
	Local e data.
	Nome do Advogado
 	OAB nº
4.2	ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
I.	ENDEREÇAMENTO
	
	O endereçamento é uma análise da competência, tendo em vista que diante de um caso concreto é necessário verificar a qual órgão pertence a apreciação daquela lide. O artigo 651 da CLT afirma que a competência é fixada pelo local em que o empregado presta serviços ao empregador, independente do local de contratação. 
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamanteou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º. Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional disposto em contrário.
§ 3º. Em se tratado de empregador que promove realização de atividades fora do lugar do controle de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
	Isto nos permite concluir que o endereçamento da RT é simples, pois geralmente a competência é do juízo de 1º grau da localidade onde o empregado prestava o serviço.	Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE ______________. → Local da prestação do serviço, se a proposta não 
 informar deixar em branco.
 Não há vara definida, pois não distribuição. 
Observação: No caso da petição inicial, a maioria dos casos é de competência do órgão de primeiro grau. No entanto, vale ressaltar que algumas ações são de competência originária dos Tribunais, por exemplo: dissídios coletivos, mandados de segurança, ações rescisórias, habeas corpus, conflitos de competência, etc. 
	O mandado de segurança sempre será impetrado perante as instâncias superiores, salvo em um caso específico: quando o MS for impetrado contra o ato de agentes fiscalizadores do Ministério do Trabalho, situação em que o MS será endereçado ao juiz do trabalho.
II.	QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
	
	Normalmente, a prova da OAB não informa todos os dados necessários para a qualificação completa das partes. Diante disso, o examinando deverá utilizar o gênero destes dados (ex: nacionalidade, estado civil, etc.). Não devem ser inventados dados que não estejam na proposta, sob pena de identificação de prova. 
Exemplo:
	
NOME DO RECLAMANTE (completo e sem abreviações - caixa alta), nacionalidade, estado civil, profissão (nota: desempregado não é profissão), portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, residente e domiciliado no endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço completo, com fulcro no artigo 840 da CLT, propor:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
em face de NOME DO RECLAMADO (completo e sem abreviações - caixa alta), pessoa jurídica de direito privado (pessoa física, fundação privada etc.), inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
Observação: se porventura a ação trabalhista for proposta contra a massa falida, a inicial deve revelar o nome do síndico e o endereço onde receberá as notificações. Na qualificação deve constar a razão social precedida da expressão “Massa Falida”. 
III.	PRELIMINAR
	A preliminar de mérito depende do caso concreto, logo não serão todas as peças que deverão conter o tópico da preliminar. Na RT existem três questões que devem ser avaliadas a fim de determinar se há necessidade de abrir este tópico na peça. 
a) 	Comissão de Conciliação Prévia
	
	Já foi abordado que a passagem pela CCP era obrigatória em função do artigo 625-D, CLT. Contudo, recente concessão de liminar do STF suspendeu a eficácia deste dispositivo, de modo que a tentativa conciliatória pela CCP nada mais é do que uma faculdade para o Reclamante. 
	Observe que, anteriormente, era imprescindível mencionar a passagem do Reclamante pela CCP e que a tentativa conciliatória foi frustrada, conforme a declaração em anexo. No entanto, se a proposta fizer qualquer menção a CCP ou ainda afirme que o cliente não deseja tentar a conciliação, é fundamental que o examinando redija o tópico das preliminares, explanando que o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160), de forma que a passagem pela CCP é uma faculdade do autor. Exemplo:
	III.	PRELIMINAR DE MÉRITO
	O Reclamante esclarece que não buscou a conciliação com o Reclamado, por meio da CCP, tendo em vista que esta é uma faculdade do autor, por força da concessão de duas liminares do STF em face à ADI 2139 e à ADI 2160, as quais suspenderam a obrigatoriedade imposta pelo artigo 625-D, CLT.
	Este item deve ser elaborado de acordo com as informações trazidas no problema, não sendo possível criar fatos não constantes na prova.
b)	TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO 
TRAMITAÇÃO Idoso
PREFERENCIAL Dissídio sobre salário
 Dissídio originado pela falência do empregador
	
	Na Justiça do Trabalho é garantida uma tramitação mais célere para os idosos, por força do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003); para os dissídios que versem exclusivamente sobre o pagamento de salário (art. 652, § único, CLT), em razão do caráter alimentar da parcela e, por último, as demandas derivadas da falência do empregador (art. 652, § único, CLT). 
Art. 71, Lei 10.741/2003. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
§ 1˚. O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2˚. A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3˚. A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
§ 4˚. Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.
Art. 652, CLT. Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento:
a) conciliar e julgar:
I - os dissídios em que pretende o reconhecimento da estabilidade de empregado;
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato individual de trabalho;
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
V -as ações entre trabalhadores portuário e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação do trabalho. 
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave;
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões;
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência;
e) (Suprimida pelo DL-006.353-1944)
Parágrafo único. Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do interessado, contrair processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos.
IV.	MÉRITO
	A CLT só faz referência aos fatos, mas estes,conjugados com os fundamentos jurídicos, compõe o fator mais importante da peça inicial: a causa de pedir.
Fatos + Fundamentos Jurídicos = Causa de Pedir
	
	Desta forma, redija um tópico para cada questão do problema, abordando o fato, o direito e o pedido. Demonstrar a ligação entre o fato e o fundamento jurídico, que alicerça o requerimento (pedido). 
	É aconselhável listar todos os pontos que serão abordados na peça, com o intuito de apresentá-los em ordem cronológica e da maneira mais lógica possível (primeiramente, expor os pedidos principais e, logo após, os pedidos acessórios). O ideal é ser claro e objetivo, limite-se as informações essenciais.
Atenção: os fatos narrados não podem ser inventados, o examinando está restrito as informações da proposta. Na falta de dados o mais indicado é deixar um espaço em branco, como no tópico DO CONTRATO DE TRABALHO.
	A seguir serão abordados os principais aspectos dos pedidos a serem realizados na reclamatória trabalhista.
a)	CONTRATO DE TRABALHO
	
	Este é o primeiro tópico a ser abordado no mérito e sempre deverá estar presente na RT, sendo necessário relacionar as seguintes informações da relação jurídica mantida pelas partes: data de admissão e dispensa, função exercida e remuneração.
CONTRATO Admissão
DE TRABALHO Função 
 Salário
			 Demissão
	
 O Reclamante foi admitido em 01 de dezembro de 2004, para exercer a função de auxiliar administrativo. Em 30 de novembro de 2006 foi dispensado sem justa causa. Sua última remuneração foi equivalente a R$ 600,00 (seiscentos reais).
	
	É possível que a prova não traga todos estes dados ou talvez não informe nenhum deles. Suponha que a proposta tenha informado apenas a função do Reclamante, veja o exemplo: 
	
 O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no dia ________ para exercer a função de auxiliar administrativo, a remuneração percebida era de _______ até a data _________, quando foi dispensado sem justa causa pelo Reclamado. 
b)	RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO
	Sempre que o problema mencionar que o Reclamante foi contratado como autônomo ou estagiário, etc, mas no decorrer da proposta consta que o autor era subordinado e prestava o serviço com habitualidade, é necessário pleitear o reconhecimento do vínculo de emprego, bem como a anotação na CTPS do Reclamante. 
	É indispensável que neste tópico estejam presentes os arts. 2º e 3º da CLT, os quais caracterizam a relação de emprego através da subordinação, habitualidade, pessoalidade e contraprestação pelos serviços. 
Exemplo:
	
 A Reclamante foi admitida como diarista para trabalhar na residência da Reclamada. Nos últimos dois anos, a Reclamante laborava todos os dias da semana, salvo os sábados e domingos. (Fato)
	A Reclamante cumpria a jornada de trabalho diária executando as ordens emitidas pela Reclamada, demonstrando claramente a subordinação. Laborava de segunda a sexta-feira e diante de qualquer imprevisto não podia se fazer substituir por outra pessoa, nota-se não só a habitualidade como também a pessoalidade deste contrato de trabalho. Sua remuneração era paga mensalmente pela Reclamada. Restam comprovados todos os requisitos legais exigidos pelo artigo 3º da CLT. (Fundamento)
	Diante do exposto, requer o reconhecimento do vínculo empregatício, com base nos artigos 2º e 3º da CLT, bem como requer que a Reclamada seja compelida a realizar as devidas anotações na CTPS da Reclamante, sob pena da anotação ser realizada pela Secretaria desta MM.ª Vara, conforme determina o artigo 39 e seus parágrafos, da CLT. (Pedido)
	
Nota: repare que o exemplo possui três parágrafos, sendo que o primeiro aborda, resumidamente, os fatos; o segundo abrange a fundamentação jurídica e o último contém o pedido. Estabeleça este padrão, pois facilitará a elaboração da peça, além de economizar tempo no momento da prova.
c)	RESPONSABILIDADE PATRONAL
	São aquelas relações mais complexas que envolvem mais de um empregador, logo é preciso analisar a situação do empregador e a extensão da responsabilidade em relação aos créditos trabalhistas. 
 Sucessão de empregadores
RESPONSABILIDADE Grupo econômico
 PATRONAL Terceirização
 Empreitada e Subempreitada
►	Sucessão de empregadores
	No Direito do Trabalho a sucessão não possui o mesmo significado que nos demais ramos do Direito. Aqui, exprime a idéia de substituição de empregadores. 
	Segundo os ensinamentos de Alice Monteiro de Barros, a sucessão pressupõe os seguintes requisitos: “mudança na estrutura jurídica ou na propriedade da empresa; continuidade do ramo do negócio; continuidade dos contratos de trabalho com a unidade econômica de produção e não com a pessoa natural que a explora. Este último requisito não é imprescindível para que haja sucessão, pois poderá ocorrer que o empregador dispense seus empregados antes da transferência da empresa, sem lhes pagar os direitos sociais”.� 
	Os artigos 10 e 448 da CLT afirmam que a sucessão não alterará os direitos adquiridos de seus empregados e que a responsabilidade trabalhista é do sucessor. São normas imperativas, portanto não cabe às partes a disposição destes artigos, conforme a sua vontade individual.
Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalhos dos respectivos empregados.
	A sucessão transfere para o sucessor todas as obrigações decorrentes do contrato de trabalho, não há nenhuma responsabilidade do sucedido. Diante disso, a RT deve ser sempre proposta somente em face do sucessor.
Lembrete: caso o problema aborde a sucessão de bancos, a OJ 261 da SDI-1 expressa o entendimento do TST, que corrobora a disposição dos artigos da CLT. 
OJ 261, SDI – 1, TST. As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica sucessão trabalhista.
	
►	Grupo econômico
	A melhor definição de grupo econômico encontra-se no artigo 2, §2º da CLT: “Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.” 
	Grupo econômico é considerado um empregador único, logo nada mais lógico do que sua responsabilidade ser solidária. Inclusive, é possível que uma empresa componente do grupo econômico responda com seu patrimônio uma execução trabalhista, mesmo que não tenha sido sujeito passivo na RT.
	Neste sentido, o TST editou a súmula 129, a qual afirma que o trabalho prestado pelo empregado, durante a mesma jornada, para mais de uma empresa do grupo econômico, não gera duplo contrato de trabalho por se tratar de empregador único, salvo disposição em contrário. 
Súmula 129. A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Nota: O grupo econômico de empresas rurais está previsto no art. 3º, § 2º da Lei 5.889/73.
	Assim, conclui-se que nas hipóteses em que restar configurado o grupo econômico a RT deve ser proposta em face de todas as empresas do grupo, requerendo a condenação solidária destas empresas.
►	Terceirização
	
	A terceirização consiste em uma relação jurídica triangular em quea empresa prestadora dos serviços realiza determinado e específico serviço à empresa tomadora, podendo ser lícita ou ilícita. A diferenciação entre a terceirização lícita e a terceirização ilícita é muito importante, tendo em vista que influenciará diretamente na responsabilidade da empresa tomadora dos serviços.
	
	Não há legislação específica acerca da terceirização, de modo que o TST, por intermédio da Súmula 331, regulou esta prática. 
					
SÚMULA 331.	CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE. 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993).
			
	No inciso I, o TST pondera que a terceirização é ilícita, exceto diante de trabalho temporário. O inciso III, por sua vez, também apresenta hipóteses que caracterizariam terceirizações lícitas: serviços de vigilância, serviços de conservação e limpeza e os demais serviços especializados que não estejam relacionados com a atividade fim do tomador de serviços.
	O inciso II visou garantir efetividade ao artigo 37, II da CF/88, o qual afirma que o vínculo de emprego com a Administração Pública depende de prévia aprovação em concurso público. Portanto, entendeu o TST que mesmo diante de uma terceirização ilícita, se a Administração Pública Direta ou Indireta for a tomadora de serviços não haverá vínculo de emprego. 
	
	Em relação à responsabilidade da empresa tomadora de serviços quanto aos débitos trabalhistas, sustenta o TST, no inciso IV, que a responsabilidade será subsidiária, inclusive para a Administração Pública. Fundamenta o Tribunal que o tomador de serviços tem culpa in elegendo e in vigilando, isto é, o tomador de serviços que optou pela empresa terceirizada, além de ter o dever de fiscalizar o pagamento aos empregados.
	
Notas:
1.	Trabalhador temporário: a Lei 6019/74 admite este tipo de contratação para atender uma necessidade transitória de substituição de pessoal ou quando houver um acréscimo extraordinário de serviços, por exemplo fábrica de chocolate no mês da páscoa. Este contrato de trabalho não pode ultrapassar o prazo máximo de três meses.
2.	Serviços de vigilância: o TST não se refere ao vigia, mas sim ao vigilante que possui treinamento, porte de armas, etc. É uma atividade altamente especializada, regulada pela Lei 7102/83. Ademais, não podem estar presentes a subordinação e a pessoalidade na prestação de serviços.
3.	Responsabilidade Subsidiária: é aquela em que a empresa tomadora de serviços será responsabilizada pelo passivo trabalhista apenas se o patrimônio da empresa terceirizada não for suficiente para quitar o débito.
	
	Observe o quadro de resumo das hipóteses de terceirização lícita e terceirização ilícita. 
	
TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA
	
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA
	
Serviços especializados ligados à atividade meio do tomador
Trabalho temporário
Atividades de vigilância
Conservação e limpeza
	Qualquer terceirização que não esteja de acordo com uma das exceções previstas na Súmula 331 do TST.
Também será ilícita se nas hipóteses de vigilância, conservação e limpeza e serviços especializados ligados a atividade meio do tomador estiverem presentes a pessoalidade e subordinação direta entre trabalhador terceirizado e tomador de serviços.
Qualquer terceirização que esteja relacionada a atividade fim do tomador de serviços será considerada ilícita.
Principais Características da Terceirização (segundo a Instrução Normativa nº 03, de 1º de setembro de 1997, advinda do Ministro de Estado de Trabalho)
• A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus empregados (art. 2º, §5º);
• As relações de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e seus empregados são disciplinadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (art. 2º, §2º);
• Os empregados da empresa prestadora de serviços não estão subordinados ao poder diretivo, técnico e disciplinar da empresa contratante (art. 2º, § 6º);
• Em se tratando de empresas do mesmo grupo econômico, onde a prestação de serviços se dê junto a uma delas, o vínculo empregatício se estabelece entre a contratante e o trabalhador colocado à sua disposição nos termos do art. 2º da CLT (art. 3º, §3º); e 
• As relações entre a empresa prestadora de serviços e a empresa contratante são regidas pela lei civil (art. 2º, §1º).
	Conclui-se que se a problema apresentar um caso de terceirização é fundamental a definição se está é lícita ou ilícita. Veja: 
Terceirização Lícita: a RT será proposta em face da empresa prestadora de serviços, e, sucessivamente, em face da empresa tomadora de serviços, requerendo a sua responsabilização de forma subsidiária. 
Terceirização Ilícita: a RT deverá postular o reconhecimento do vínculo de emprego com o tomador de serviços, e, sucessivamente, caso não seja reconhecida a ilicitude da terceirização, condenação subsidiária da tomadora de serviços. 
	
Exemplo – Terceirização Lícita: condenação Subsidiária
 Muito embora o Reclamante tenha sido contratado pela primeira Reclamada (empresa terceirizada), prestou serviços de vigilância para a segunda Reclamada (tomadora de serviços) durante todo o pacto laboral, assim como os demais vigilantes empregados pela primeira Reclamada. (Fato)
 Resta caracterizada a hipótese de terceirização prevista na Súmula 331, inciso III do TST, segundo a qual não há formação direta de vínculo de emprego com o tomador na contratação de serviços de vigilância, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. No entanto, diante do inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, há responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, nos termos do inciso IV da súmula 331, TST. (Fundamento)
 Deste modo, requer a condenação subsidiária da empresa tomadora de 
serviços, com base no inciso IV da Súmula 331, TST, para que diante do inadimplemento da empresa prestadora de serviços, seja a segunda Reclamada responsável pelo pagamento, uma vez que tem culpa in elegendo e in vigilando. (Pedido)
►	Empreitada e subempreitada
	O contrato de empreitada é aquele em que “uma das partes (o empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou dependência, a realizar certo trabalho para a outra (dono da obra), com material próprio ou por este fornecido, mediante remuneração global ou proporcional ao trabalho executado.”�
	O artigo 455, CLT prevê a responsabilidade do empreiteiro, bem como do subempreiteiro nesta modalidade de “contrato pelo qual o empreiteiro principal, não considerando conveniente executar todas as obras ou serviços que lhe foram confiados, os transfere para outrem (pessoa física ou jurídica) chamado subempreiteiro, que se encarrega de executá-los com seus próprios elementos, inclusive com seus trabalhadores.”�
Art. 455. Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro

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