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Definição Placenta prévia (PP) é quando a placenta se localiza sobre ou muito próxima ao orifício interno do colo, podendo estar ou não à frente da apresentação. PP lateral: localiza-se na região do segmento inferior, porém a 7 cm ou implantação baixa do orifício interno, sendo impossível de ser tocada ou visualizada ao exame obstétrico. PP marginal: a borda placentária obstrui parcialmente o orifício interno do colo, podendo ser vista e tocado ao exame vaginal, se houver cervicodilatação. PP centroparcial: quando a placenta obstrui parcialmente o orifício interno do colo, podendo ser vista e tocada ao exame vaginal, se houver cervicodilatação PP centrototal: o orifício interno do colo é totalmetne preenchido pela massa placentária Incidência: de 0,5 a 1,3% nos Estados Unidos e no Brasil, até 1,75% do número total de partos. Mais freqüentes nas gestantes idosas e multíparas. Etiologia › fatores predisponentes cicatrizes uterinas, sinéquias, endometrites, curetagens uterinas anteriores, leiomiomas submucosos, multiparidade, adenomiose tabagismo. Durante a gravidez › interrupção › RPM › apresentações viciosas › prolapso de cordão Durante o parto › anomalias contraturais manifestando-se sob o aspecto de estados hipocinéticos procidência de cordão pela má adaptação da apresentação e implantação da placenta próxima ao polo inferior do ovo. Inserção velamentosa do cordão prematuridade anomalias no terceiro período - retenção de placenta por aprofundamento dos vilos no miométrio, causando acretismo placentário anomalias do quarto período - hemorragias pós-parto pela menor atividade contrátil do segmento inferior ou por aderências placentárias anormais maior incidência de cirurgias na resolução obstétrica coagulopatia (raro) Retenção de restos placentários por focos de acretização - causa freqüentes de síndromes hemorrágicas e infecciosas no puerpério. Lactação - a esfoliação pode causar hipogalactia. Imaturidade e pré-termo por mau suprimento anorexia pelas más condições maternas e hemorragia fetal pelas vilosidades malformações por reação tecidual defeituosa na área de inserção placentária crescimento assimétrico retardado por má nutrição fetal Assintomáticas antes do primeiro sangramentoo e podem chegar assim até o parto. O quadro clínico da PP é dominado pela hemorragia que ocorrerá no 3o trimestre (73% dos casos) É imotivada, indolor, reincidente e progressiva. O sangramento inicial costuma ser pequeno, e os subseqüentes costumam ser maiores, mais graves, pois a quantidade é diretamente proporcional à extensão do descolamento da placenta. Anemia: pela grande quantidade e repetição de sangramento e Durante o parto: grandes perdas sangüíneas que podem levar ao choque hipovolêmico, principalmente nas pacientes anêmicas. A origem da hemorragia resulta do descolamento dos cotilédones, que para alguns, é pela falta de acompanhamento entre o crescimento do segmento inferior, maior nos últimos meses de gestação, e a placenta é incapaz de segui-lo; para outros, é causado pelo desligamento do segmento inferior sob a superfície ovular, de baixo para cima, quando o colo vai-se apagando e dilatando; ou ainda pelo repuxamento das membranas causadas pelo aumento da tensão endouterina durante as contrações Sangramento de pequena e média intensidade anemia crônica palidez extrrema hemoglobina baixa hematócrito alterado À palpação apresentações anômalas Feto vivo mas com RCIU Sinais Quadro clínico Exame especular Laboratorial/Ulrassonográfico Dependerá do grau de maturidade fetal e da quantidade da perda sangüínea e se em trabalho de parto ou não. internação controle hematológico cuidados exame especular abstenção total de toques vaginais e retais (toque vaginal só em centro cirúrgico com todos os preparos para cesárea de urgência) conduta ativa imediata - interrupção da gestação Conduta expectante: restringir atividade física proibir relações sexuais laboratorial controle da vitalidade fetal apoio emocional boa higienização vulvar Diagnóstico Materno: mortalidade materna por PP reduzida a menos de 1%. Fetal: mortalidade perinatal em torno de 20% conseqüente à prematuridade. Conceito: › DPP é a separação intempestiva e prematura da placenta implantada no corpo do útero depois da 20a semana de gestação, antes da expulsão do feto. Incidência › Varia, mas sob consenso em torno de 1% dor abdominal súbita Sangramento vaginal vermelho escuro hipotensão ou choque hemorrágico útero hipertônico, doloroso Óbito ou sofrimento fetal agudo Achado Ultrassonográfico: Hematoma retro-placentário Representa cerca de 30% das hemorragias obstétricas de terceiro trimestre Cerca de 50% ocorrem antes do trabalho de parto, 40% durante o período de dilatação e 10% na fase expulsiva Causa cerca de 2% de morte maternas e é responsável por 40% a 80% das mortes perinatais Inicia-se como um sangramento na decídua basal, formando um hematoma retro- placentário Pode ocorrer infiltração do sangue para: › Líquido amniótico › Miométrio › Peritônio › Ligamentos › Ovários Pode ocorrer apoplexia uteroplacentária: útero de Couvelaire* CIVD por distúrbios de coagulação * Útero de Couvelaire: é um dos sinais de hemorragia oculta - a perda sangüínea fica restrita ao espaço retroplacentário e não ocorre sangramento vaginal pois o sangue invade o miométrio dando ao útero coloração azul violácea. Ainda ocorre hipotonia uterina, reversível ou não. As causas são desconhecidas, mas acredita- se que seja multifatorial, envolvendo: › Hipertensão › Carências nutricionais › Traumas › Uso de substâncias tóxicas Causas Traumáticas Causas Não Traumáticas Fatores Predisponentes › Estados Hipertensivos › Deficiências Múltiplas Causas traumáticas ou mecânicas Externas traumas propriamente ditos versão externa Internas cordão curto poliidrâmnio retratibilidade uterina após expulsão do 1o feto na gravidez múltipla movimentação excessiva do feto torção do útero grávido hipertensão venosa materno-regional: posição supina hipertonia primária uso indevido de ocitócito Causas não traumáticas › Fatores predisponentes sócio-econômicos multiparidade idade mau antecedente obstétrico DPP em gestações anteriores tabagismo, alcoolismo e cocaína Fatores Predisponentes Estados Hipertensivos Hipertensão arterial crônica Doença hipertensiva específica da gravidez Outras Causas Fatores hormonais Reações anafiláticas Carências nutricionais: deficiência de ácido fólico, vit. C e E e estados pluricarenciais Patologias placentárias Causas hematológicas processos inflamatórios Síndrome da má adaptação concepto-materno Alterações uterinas › a hipertonia uterina pode atingir um tônus 4 vezes maiores que o normal, › colapso das veias, com diminuição do fluxo venoso › rotura dos capilares e vênulas da decídua alterações da coagulação: lise do fibrogênio e fibrina alterações renais: necrose tubular aguda e cortical bilateral alterações hipofisárias Ao exame físico › paciente com característica peculiares de estado hipovolêmico ou iniciando a apresentar estes sintomas: fácies pálida sudorese mucosa descoradas taquicardia Ao exame obstétrico› Hipertonia Uterina › BCF ausente em sua grande maioria › perda sanguínea via vaginal (70% a 80%) › bolsa das águas tensas e ausência de tecido placentário › aumento das medidas abdominais (pode indicar a hemorragia oculta) Grau 0: não há acomentimentos clínicos, e é um achado ultrassonográfico ocasional Grau I: descolamento de até 20% da área placentária Grau II: descolamento de 20% a 50% da área placentária Grau III: área de descolamento superior a 50% Aspecto clínico Grau I Grau II hemorragia vaginal miométrio choque materno óbito fetal teste de coagulação Leve ou nenhuma aumento de sensibi- lidade e irritabilidade ausente não coágulo firme leve a moderada ou oculta hipersensibilidade, tetania moderada ausente, taquicardia sim ou não lise do coágulo em 1 hora Grau III teste de coagulação óbito fetal choque materno miométrio hemorragia vaginal Aspecto clínico não se forma coágulo ou ele se dissolve em 30 minutos sim Intenso, com extremidades frias, PA variável tetânico, hipersensível a pressão moderada a intensa Tratamento profilático: pré-natal Tratamento clínico › Tratamento do choque, tratamento da insuficiência renal e tratamento dos distúrbios da coagulação. Feto vivo: resolução imediata do parto pela via mais rápida Feto morto: resolução imediata ou conduta expectante (máximo de 4 a 6 horas) O melhor prognóstico materno e fetal depende da mais rápida intervenção após detectado o descolamento prematuro da placenta, e da avaliação das seguintes condições: Tempo da evolução Estado geral materno e rastreamento das complicações Comprometimento fetal Evolução do trabalho de parto Prognóstico Materno: vai depender da perda sangüínea, extensão da área placentária descolada, precocidade do diagnóstico da coagulopatia, presença da apoplexia uteroplacentária, localização da hemorragia (externa ou interna), gravidade das alterações vasculares e insuficiência renal aguda. Caso ocorra útero de Couvelaire, a histerectomia com ligadura das artérias hipogástricas pode se tornar um processo indispensável. A puérpera torna-se mais suscetível a inúmeras intercorrências patológicas no 3o e 4o período do parto, sendo necessária observação rigorosa da perda sangüínea Prognóstico Fetal: é tão pior quanto mais tardiamente se detecta o descolamento prematuro da placenta e quanto antes este ocorre na gestação, podendo resultar em óbito fetal (35%), hipóxia/anóxia intra-parto, parto prematuro. DPP Clínica Obstétrica Resolução Feto Vivo Feto Morto Via mais rápida PV iminente Cesárea Parto Vaginal 4-6h Medidas gerais Acesso venoso calibroso Sondagem vesical Sinais vitais Avaliação laboratorial Reposição de volemia Correção da coagulopatia Placenta Prévia Descolamento Prematuro da Placenta Placenta anormalmente inserida Placenta normalmente inserida Sangramento vaginal vermelho vivo Sangramento vaginal pode ser oculto ou é escuro Abdomen indolor Abdomen dolorido à palpação Abdomen depreciável fora das contrações Abdomen em tábua Possível manobra de Leopold Impossível realizar a manobra de Leopold Provas de coagulação normais Coagulopatias presentes É uma das cinco maiores causa de mortalidade materna em países em desenvolvimento Ocorre por estiramento excessivo do útero dentro ou fora do trabalho de parto Geralmente está associada a cicatriz uterina É uma das maiores causas de mortalidade neonatal Sua frequência é muito variável, possivelmente pela diferença nos tipos de parto praticados Mulheres com antecedentes de cesareana tem chances muito maiores (1%) do que aquelas com antecedência de partos normais ou sem partos anteriores (0,006%) Causa › Traumática › Espontânea Localização › Corporal › Segmentar Grau › Completa › Incompleta Momento › Gravidez › Parto Podem se classificar de acordo com: Antecedentes Obstétricos › Multiparidade › Gravidez múltipla › Anomalias e tumores do útero › Cicatrizes uterinas › Curetagens uterinas Relacionados à Atenção ao Parto › Controle inadequado do trabalho de parto › Macrossomia fetal › Uso inadequado de ocitocina › Monobra de Kristeller › Parto instrumental Parada das contrações Súbita elevação da apresentação fetal Choque hipovolêmico (hemorragia oculta) se rotura concretizada Sinais de irritação peritoneal Dor: está presente na iminência da rotura, melhorando momentaneamente após Síndrome de Bandl-Frommel: é o diagnóstico da rotura uterina iminente. As contrações uterinas ficam subentrantes, com hipertonia uterina, distensão do segmento inferior do útero, elevação do anel de Bandl até perto da cicatriz umbilical, retesamento dos ligamentos redondos, anteriorização do ligamento redondo esquerdo. Síndrome de Bandl-Frommel Reversível Tão pior quanto a extensão da lesão e o tempo de gestação Tão pior quanto o tempo que se leva para seu diagnóstico Laparotomia urgente Histerorrafia Histerectomia Acrestismo placentário ocorre quando a placenta se fixa profundamente na parede uterina, ultrapassando o limite normal de fixação. A decídua (camada mais interna do útero gravídico) é constituída por duas camadas: uma camada mais externa, chamada de esponjosa e outra mais interna, chamada de compacta. Tal conformação tem especial importância no momento após o parto em que ocorre o despendimento da placenta (chamado de dequitação). Por ser constituída por tecido frouxo (semelhante a um rendilhado), a camada esponjosa facilita a separação natural da placenta logo após ao parto. Pode ser classificada em › Acreta: quando está inserida profundamente na decídua - camada interna do útero › Increta: quando chega a musculatura uterina › Percreta: quando ultrapassa a musculatura uterina podendo invadir até órgãos adjacentes, como a bexiga. O acretismo placentário é uma patologia não muito frequente, afetando cerca de 1 a cada 2.500 partos. A placenta acreta é muito raramente reconhecida antes do nascimento, sendo muito difícil de ser diagnosticada. Enquanto ela pode causar algum sangramento vaginal durante o terceiro trimestre, ela é mais comumente associada com os fatores que desencadeiam a condição. Após o parto, a placenta geralmente se despreende da parede uterina de forma relativamente fácil. Nos casos de acretismo não existe plano de clivagem entre a placenta e a parede uterina o que dificulta e às vezes até torna impossível o desprendimento da placenta, podendo causar grave hemorragia no período após o parto. O tratamento do acretismo placentário vai depender da situação encontrada. Na maioria dos casos o descolamento é mais difícil, entretanto é possível resolver o problema com uma curetagem uterina. Nos casos mais graves poderá ser necessária a realização de cirurgia de histerectomia, com retirada do útero. Nos casos de placenta percreta poderá ser necessário intervenção cirúrgica nos órgãos comprometidos, como bexiga e intestino. Alternativamente poderá ser realizado o parto deixando-se a placenta aderida ao útero. Nestes casos usa-se uma medicação chamada de metotrexate, que deve reduzir progressivamente o tamanho da placenta. O principal fator de risco é a placenta prévia. Cerca de 10% das placentas prévias possuem algum grau de acretismo. Cicatriz uterina prévia (cesárea) Curetagem uterina prévia
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