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tema 2 Literatura infantil arte ou instrumento pedagogico

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Literatura Infantojuvenil
Autoria: Ausdy Naza
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Tema 02
Literatura Infantil: Arte ou Instrumento Pedagógico?
Tema 02
Literatura Infantil: Arte ou Instrumento Pedagógico?
Autoria: Ausdy Nazareth Castros dos Santos
Como citar esse documento:
SANTOS, Ausdy Nazareth Castros dos. Literatura Infantojuvenil: Literatura Infantil: Arte ou Instrumento Pedagógico?. Caderno de Atividades. 
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
Índice
© 2015 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
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Literatura Infantil: Arte ou Instrumento Pedagógico?
As primeiras produções de obras infantis tinham como base uma intenção exclusivamente pedagógica. Porém, com 
as mudanças na produção de livros livres de ideologias morais e repressoras da ideologia burguesa romântica, esse 
caráter pedagógico de agente do conhecimento passou a possibilitar também a fruição de emoções e uma gradativa 
conscientização dos valores enfrentados no convívio social, o que possibilitou, ao mesmo tempo, o aparecimento da 
dicotomia que apresenta o problema da utilidade da literatura infantil: instruir ou divertir e abriu aos leitores mirins a 
oportunidade de incorporar à sua experiência humana a visão de uma realidade mais presente nos livros. 
Levando em consideração a inexistência de qualquer manifestação política ou cultural desprovida de ideologias, 
propõe-se a partir de agora uma reflexão sobre os elementos ideológicos que abertamente se expõem tanto no sistema 
Neste tema você perceberá a importância de entender as funções da literatura infantil na escola. Perceberá que, 
ao longo dos tempos, muitas foram as etapas pelas quais passou esse gênero de texto, que foi se modificando aos 
poucos a fim de servir ao público leitor a quem se destina. Neste capítulo você refletirá sobre uma das questões que 
mais intrigam professores que ministram aulas de literatura para crianças: o que devemos usar em sala de aula: a 
literatura fantasista ou realista? Dentro dessa questão ainda se impõem outras: como escolher os livros? O que fazer 
para descobrir gostos e preferências? Como trabalhar esses livros em sala de aula? A resposta para essas perguntas 
estará dentro deste capítulo, em que você compreenderá o que está reservado ao professor e à escola. A tomada de 
decisão compreende uma série de atitudes e compreensão do momento histórico do ser humano, a fim de saber decidir 
a partir do conceito que diz ser a literatura realista o texto que procura reproduzir a realidade, de modo documental, como 
uma notícia fiel aos fatos; e o texto fantasista, que imagina a realidade fantasiando-a, fazendo com que essa imaginação 
‘recrie’ a realidade, muitas vezes confundindo-a com a fantasia. Saber avaliar e misturar essas duas vertentes que têm, 
cada qual, a sua importância, será o seu trabalho como professor incentivador da leitura em sala de aula.
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educacional quanto no literário, já que o livro para crianças não se isenta dessas inserções ideológicas, tanto pela sua 
capacidade de proporcionar a aquisição de habilidades de leitura quanto de facilitar os momentos de prazer.
Por se tratar de educação infantil, nota-se que a construção ideológica do ser adulto se potencializa e se materializa 
por vezes de maneira inconsciente, quando se julga que o que se ensina é o mais indicado e adequado à instrução do 
pequeno aprendiz. Esse tipo de atitude uniformiza (sob a perspectiva adulta) as características de formação da criança, 
manifestando a ideia de que somente os mais velhos é que estão preparados para decidir o que as crianças devem ser 
e pensar.
Não acreditamos que isso seja total inverdade, porém, alertamos para a identidade e expressão incorporada à literatura 
infantil que, segundo Coelho (2002, p. 15)
tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como agente de formação, 
seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola. 
Para Cecília Meireles (1984), a literatura infantil deve corresponder à expressão estética, porém sem a preocupação de 
ser moral e/ou moralizante, embora constituída, como todo e qualquer texto, de elementos ideológicos. Daí a preocupação 
no cuidado com a seleção de boas obras literárias, de modo a estabelecer critérios de valor aos textos e reconhecer que 
a literatura infantil não pode ser desprestigiada como algo menor por se destinar a crianças.
A escolha de discursos revestidos de autoritarismos presentes sob a forma pedagógica e moralista reduz a literatura a 
mero suporte pedagógico, a simples recurso didático. É por esse motivo que Nelly Novaes Coelho (2000) alerta para a 
importância do ato da seleção de livros que serão disponibilizados às crianças, constatando em seus estudos que na 
maioria dos livros publicados há determinada predominância da gratuidade (enredos simplistas, tolos, fragmentados 
e sem sentido) ou “[...] são obras sobrecarregadas de informações corretíssimas, mas que, despidas de fantasia e 
imaginação, em lugar de atrair o jovem leitor o afugenta” (COELHO, 2000, p. 48).
Além de Nelly Novaes Coelho, a autora Ligia Cademartori (2010) também destaca que é de suma importância entender e 
considerar o gosto do público infantil a que a obra será destinada, a fim de reconhecer as características e necessidades 
do grupo que receberá os livros. Para a autora
as obras infantis que respeitam seu público são aquelas cujos textos têm potencial para permitir ao leitor infantil 
possibilidade ampla de atribuição de sentidos àquilo que vê. A literatura infantil digna do nome estimula a criança 
a viver uma aventura com a linguagem e seus efeitos, em lugar de deixá-la cerceada pelas intenções do autor, 
em livros usados como transporte de intenções diversas, entre elas o que se passou a chamar de “politicamente 
correto”, a nova face do interesse pedagógico, que quer se sobrepor ao literário (CADEMARTORI, 2000, p. 17).
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A Literatura e a Formação para a Consciência do Mundo
No mundo contemporâneo de tecnologias e globalização surge uma cultura onde é nítida a existência da criança 
como um ser dotado de conhecimentos, sentimentos e desejos, ou seja, uma “cultura da infância”, que acredita serem os 
pequenos possuidores de vozes próprias que precisam ser ouvidas e respeitadas. Esse público tão peculiar e exigente 
quanto o adulto, dotado de inteligência, curiosidade e sentimentos, sedento de conhecer o mundo (conhecimento que 
tão propriamente a literatura pode oferecer) tem a capacidade inata de se divertir com o jogo sonoro dos poemas, 
provocado pelas intervenções artísticas dos autores, bem como descobrir todo o universo poético e fictício do qual a 
literatura sobrevive.
Daí a necessidade de manter a dependência entre Literatura e Educação, principalmente no que se refere à Educação pela 
Literatura Infantil, questionando e proporcionando uma união qualitativa do trabalho didático, já que ambas desenvolvem-
se a partir de cultura, seja ela infantil ou adulta. Desse modo, ao se considerar a existência de uma cultura da infância, 
não cabe mais a seleção de livros que não (co)respondam às expectativas da infância. Segundo Coelho (2000, p. 51),
no ato da leitura, através do literário, dá-se o conhecimento da consciência de mundo ali presente. Assimilado pelo 
leitor, ela começa a atuar em seu espírito [...]. Mas para que essa importante assimilação se cumpra, é necessário 
que a leitura consiga estabelecer uma relação essencial entre o sujeito que lê e o objeto que é o livro lido. 
Por isso a importância do estabelecimento da orientação mediada corretae mais adequada, na medida do possível, 
para a escolha de livros apropriados, sem tensões ou traumatismos, a fim de que os pequenos aprendizes de cultura 
consigam efetivar uma sólida relação entre o universo literário e o seu mundo interior, o que facilitará a ampliação da 
consciência individual e da consciência do mundo que estão descobrindo.
O Ideal: Literatura Realista ou Fantasiosa?
Em relação ao valor literário e sua importância no desenvolvimento infantil, Coelho (2000) alerta para a orientação 
a ser dada às crianças, a fim de que elas consigam estabelecer
[...] relações fecundas entre o universo literário e seu mundo interior, para que se forme, assim, uma consciência 
que facilite ou amplie suas relações com o universo real que elas estão descobrindo dia a dia e onde elas 
precisam aprender a se situar com segurança, para nele poder agir (COELHO, 2000, p. 51).
Aqui, verdadeiramente, pode-se visualizar o papel da escola: oportunizar ao aluno momentos em que possa refletir 
sobre as complexidades do mundo, a fim de que encare a vida real em sua plenitude.
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É nesse momento em que chega a hora em que o professor orientador da leitura faz uma escolha: literatura fantasista 
ou realista? Para decidir é necessário compreender que, no começo, a literatura foi essencialmente fantástica. Os 
conhecimentos científicos dos fenômenos da vida natural ou humana eram precários e o que se sobressaía era a 
explicação mágica, sobrenatural, em lugar da logicidade que conhecemos hoje. Essas explicações fantásticas do mundo 
e da vida nutriam e saciavam a sede de conhecimento dos homens da época, elucidando as dúvidas e preocupações em 
relação à sociedade e suas ações de maneira restrita, mas suficiente para aquele tempo, como é o caso das fábulas e 
dos mitos. Pode-se aqui entender como maravilhoso toda e qualquer situação que surgir fora da dicotomia espaço/tempo 
ou que se suceda em local vago ou indeterminado, não obedecendo às leis naturais. É importante salientar mais uma 
vez que as histórias representavam a realidade social, retratando os problemas internos e externos que angustiavam o 
homem, não sendo restritas ao universo infantil, uma vez que eram produzidas por adultos para os adultos.
As emoções e o prazer que essas histórias proporcionam até hoje e o simbolismo implícito nas tramas e personagens 
agem no inconsciente, e ajudam, gradativamente, a resolver os conflitos interiores normais na fase da vida em que 
mais eles ocorrem – a infância. Desse modo, as histórias primordiais foram aos poucos adaptadas por escritores, que 
mantiveram seu poder de sedução, surgindo assim os contos de fadas. 
Agora você já pode entender o porquê de as histórias fabulosas terem se incorporado tanto ao didatismo pedagógico 
quanto à ludicidade: no início elas serviam para educar adultos e crianças. Essa época fantasista permaneceu desde 
o século VII até o século XX, quando o maravilhoso dos contos populares foi definitivamente agregado ao cabedal de 
obras populares pelo trabalho dos Irmãos Grimm, na Alemanha; de Hans Christian Andersen, na Dinamarca; de Almeida 
Garret e Alexandre Herculano, em Portugal; de Monteiro Lobato, no Brasil etc.
Fundamentada em dados da psicologia, Coelho (2000) comenta que a proximidade dessa literatura popular e infantil se dá 
por conta da mentalidade primária de ambas, já que o sentimento interior que predomina no povo e na criança em relação 
ao mundo exterior é percebido através da emoção, da intuição, da sensibilidade e do pensamento mágico e não lógico.
À medida que o cientificismo foi aparecendo e se incorporando à vida do homem, a realidade foi impregnando a cultura 
com seus detalhamentos e a proximidade da ficção com o fato. Foi a época das descobertas científicas em que, cada 
vez mais, as tendências realista e experimentalista apareceram nas obras, sendo muito explorado o veio da ‘experiência’ 
concreta e sensível que proporcionava mais empatia e aproximava autor–texto–leitor. Dos anos 60 para cá, com o 
aparecimento das tecnologias que levaram o homem à Lua e o advento da internet, uma nova mentalidade vem se 
formando e a literatura infantil passa a ter como chave mestra a ficção científica, que se mistura muitas vezes com o 
maravilhoso antigo dos contos de fadas numa coexistência natural e espontânea, que não fere os princípios da obra 
literária dedicada às crianças: a ludicidade e o prazer.
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A importância do maravilhoso na literatura infantil
Estudos da psicanálise asseguram que os significados alegóricos presentes nos contos maravilhosos estão ligados 
aos perpétuos dilemas do homem em relação ao seu amadurecimento emocional. Por isso a necessidade da criança 
em defender sua vontade e sua independência, sendo os contos de fadas decisivos para que essa formação da criança 
em relação a si mesma e ao mundo à sua volta se dê de forma tranquila e coerente. O maniqueísmo presente nas 
personagens boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, permite que a criança compreenda os valores básicos da 
conduta humana ou convívio social em suas categorias de valor perenes. 
Segundo Coelho (2000, p. 55), necessário se faz pensar que a criança se identifica com o herói bom e belo, não por 
causa de sua bondade ou beleza, mas por ver nele a própria personificação de seus problemas infantis: seu inconsciente 
desejo de bondade e beleza, bem como sua necessidade de bem-estar e acolhimento. Desse modo, fica apta a enfrentar 
o medo que a inibe e as ameaças à sua volta, podendo alcançar aos poucos o equilíbrio adulto. Sobre a importância da 
literatura infantil na formação do espírito das crianças, a autora afirma que:
é o meio ideal não só para auxiliá-las a desenvolver suas potencialidades naturais, como também para auxiliá-las 
nas várias etapas de amadurecimento que medeiam entre a infância e a idade adulta (COELHO, 2000, p. 43).
O psicólogo Bruno Bettelheim (1980), na mesma linha de pensamento, também afirma que a criança precisa descobrir 
sua identidade para entender o mundo que a rodeia e, para isso, os contos de fadas têm um papel importante ao se 
reportarem a ela, já que suas narrativas simbólicas e encantadoras estão ligadas eternamente aos questionamentos 
enfrentados pelo homem ao longo do seu amadurecimento emocional e agem na mente, trabalhando os conflitos 
correspondentes a cada fase da vida.
Crítica literária e literatura infantil
Você compreenderá agora que, segundo Coelho (2000), a análise de uma obra da literatura infantil que esteja 
sendo criticamente realizada deve responder algumas perguntas:
• O que a obra transmite?
• Como isso está expresso literariamente na obra?
• Qual a consciência de mundo presente na obra?
• Qual a intencionalidade do autor com a obra?
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Para tentar entender como se dá a crítica de livros da literatura infantil, usaremos aqui as experiências do professor 
e historiador britânico, pesquisador da literatura para crianças e jovens, Peter Hunt (2010), cuja obra apresenta como 
objetivos entender o que se dá quando um leitor comum lê e as possibilidades de se fazer um juízo criterioso dessa 
leitura a fim de que o leitor inexperiente “enfrente os textos ao menos consciente do que pode estar acontecendo” 
(HUNT, 2010, p. 21). 
Desse ângulo, ao chamar de “inexperientes” os leitores não especialistas, esse pesquisador acredita que a literatura 
infantil é muito mais do que “infantil”: é uma literatura destinada a leitores que estão em fase de descobertas e aquisição 
de experiências literárias, tenham eles a idade que tiverem.
Assim como Coelho (2000), Hunt acredita ser igualmente necessário que os críticos e especialistas percebam a literatura 
infantil como vanguardista, no sentido em que usa técnicas multimídias para a combinação de palavras, imagens, formas 
e sons, requerendo estudos que ultrapassem os limites históricos, acadêmicos,linguísticos e dos gêneros literários. 
Hunt também chama a atenção para o fato de que os elementos paratextuais e materiais do livro infantil (em especial 
as ilustrações e a disposição física do texto – escrito e imagético) “alteram o modo como lemos o texto verbal” (HUNT, 
2010, p. 233), requerendo um novo tipo de crítica que leve em consideração esse conjunto de palavras-imagens.
Segundo Coelho (2000) é importante perceber, com um olhar crítico e cuidadosamente analítico, que algumas análises 
que se dizem crítica literária vêm explorando, principalmente, os veios da denúncia e reivindicações milenares de direitos 
recusados a minorias, como a mulher, a criança, bem como a discriminação das raças, de credos etc. Diz a autora (2000, 
p. 58) que
nesse sentido, ao ser ligada, de maneira radical, a problemas sociais, étnicos, econômicos e políticos de tal 
gravidade, a literatura infantil e juvenil perde suas características de literariedade para ser tratada como simples 
meio de transmitir valores. Ou é lida em função de seus esteriótipos sociais. 
Perceba a importância dessas reflexões para a tomada de consciência de que a literatura (e não somente a infantil), 
a despeito de sua utilidade para as mais diversas áreas do conhecimento, enfrenta as mesmas demandas relativas à 
produção, função do leitor, política, ideologia e mercado, linguagem e estilo, controle social, dentre outras, e que você 
deve estar atento a todas essas variáveis que importam na análise e na crítica de uma obra literária.
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Uma entrevista para falar da magia da Literatura Infantil em Monteiro Lobato - 
com vários escritores e ilustradores
• Assista a várias entrevistas da série Memórias da Literatura Infantil e Juvenil – Especial 
Monteiro Lobato – com escritores e ilustradores como Luiz Antônio Aguiar, Marilda Castanha, 
Pedro Bandeira e Fanny Abramovich, que falam sobre a magia nas obras de Monteiro Lobato 
e de como essa fantasia das histórias infantis consegue se instalar no imaginário da criança de 
forma que, mesmo quando adultas, elas não esquecem a magia e as lembranças da infância.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=irnAK-cXev8>. Acesso em: 12 fev. 2015.
Tempo: 4:32.
A Magia dos Contos de Fadas – entrevista com a escritora Georgina Martins
• Imperdível! Nessa entrevista, a repórter Leila Richers entrevista Georgina Martins, professora 
da Pós-Graduação em Literatura Infantil e Juvenil da UFRJ. Segundo a especialista, a literatura 
infantil e, especialmente, os contos de fadas são fundamentais para que a criança estabeleça 
parâmetros de juízo em relação a si e ao mundo em redor. O simbolismo do gênero tem relação 
direta com os dilemas que a criança e o adolescente enfrentam ao longo de seu amadurecimento. 
Richers também conversa com Denise Crispun, que adaptou o conto A Pequena Vendedora de 
Fósforos, clássico de Hans Christian Andersen, para o palco.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pvw3kEB7IVo>. Acesso em: 12 fev. 2015.
Tempo: 12:42.
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Leitura para Bebês: como fazer? – Nova Escola
• Nesse vídeo, a experiência de várias cuidadoras de uma creche que falam sobre a leitura e as 
atividades diárias de leitura com as crianças, sua importância e modo de realização, com passos 
que podem ser seguidos por quem está pensando em utilizar essas técnica de leitura desde a 
mais tenra infância. Gravado pelo Projeto Entorno, iniciativa da Fundação Victor Civita.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KOv6_HetY7k>. Acesso em: 12 fev. 2015.
Tempo: 13:40.
Leia o artigo Fantasia e Realismo na Literatura Infantil Contemporânea, de 
Gomes, Castro e Morais
• Nesse artigo, as autoras discutem os primórdios da literatura infantil, cuja função era moralizar, 
servindo como um recurso para auxiliar a família e a escola a educar. No século XX, com os 
estudos da psicologia experimental, essa visão se modifica à procura de uma linguagem que 
se identifique com o público mirim. Trava-se, então, uma polêmica, qual a linguagem capaz de 
auxiliar a criança em sua formação: a linguagem mimética ou a linguagem simbólica? Faça a 
leitura e tire suas próprias conclusões.
Disponível em: <http://www.prp2.ueg.br/sic2010/fronteira/arquivos/trabalhos_2009/linguistica_letras_e_artes/
sic/fantasia_e_realismo.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2015.
Conheça a Coleção Itaú de Livros Infantis
• Criada pela Fundação Itaú Social, essa é uma coleção que todos podemos acessar e solicitar 
livros, ajudando a despertar desde cedo o prazer pela leitura. Peça a sua coleção gratuitamente.
Disponível em: <http://www.itau.com.br/itaucrianca>. Acesso em: 12 fev. 2015.
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Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
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Questão 1
O maniqueísmo está sempre presente como ensinamento moral nas histórias infantis em que a ordem/desordem adentra à 
narrativa. A ordem se configura na dicotomia belo/bem e a desordem em feio/mal. As personagens-tipo que corporificam o mal 
tendem a escolher entre dois caminhos: ou se arrependem e se regeneram, ou são castigadas com a tortura ou a morte. Esse 
temor é passado com muita tranquilidade nos textos infantis, em nome da formação moral e da educação, na manutenção do 
poder legítimo do ser adulto na punição de comportamentos indesejáveis das crianças, que devem ser extirpados a todo custo. 
Essa sensação de culpa nem sempre é danosa, sendo acatada muitas vezes apenas como certa curiosidade ou desobediência 
à autoridade dos mais velhos, sendo acatada sem questionamentos. Como a Psicanálise veio ajudar a literatura a compreender 
essa luta entre o bem e o mal e sua utilização na formação da criança?
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Questão 2
Nos processos pedagógicos, observa-se uma determinada dependência entre a Literatura e a Educação, já que essa união quali-
tativa do trabalho didático com a leitura proporciona e favorece o desenvolvimento da capacidade de aquisição da cultura, seja ela 
infantil ou adulta. Analise os itens abaixo sobre o favorecimento do trabalho docente em relação à essa aquisição cultural na escola:
I. Capacidade de se divertir com o jogo sonoro dos poemas, provocado pelas intervenções artísticas dos autores.
II. Descoberta do universo poético e fictício do qual a literatura sobrevive.
III. Conhecimento da consciência de mundo presente no ato da leitura.
IV. Estabelecimento da relação entre o universo literário e o mundo interior da criança, o que facilita a ampliação da consciência 
individual.
Está(ao) correta(s):
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I e II.
e) Todas estão corretas.
Questão 3
Como surgiram os livros infantis?
a) A partir das lendas regionais.
b) Os livros clássicos de adultos eram adaptados para as crianças.
c) Os livros eram escritos para as crianças por elas mesmas.
d) Surgiram na França, com La Fontaine.
e) Apareceram a partir da tradição oral e dos relatos de viajantes.
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Questão 4
Qual é a importância da Literatura Infantil e da leitura de histórias infantis para a formação e o desenvolvimento desde cedo do 
aluno leitor?
Questão 5
Explique por que devemos ter cuidado ao explorar os textos voltados para o público infantil de maneira muito dogmática, incluindo 
na análise as denúncias e os valores adultos implicitamente contidos.
AGORAÉASUAVEZ
Neste tema, você pôde verificar que há várias vertentes na literatura infantil, e que as obras dignas de serem chamadas 
de pedagógicas devem apresentar caráter didático, metas voltadas para a instrução, propagação de conhecimentos e 
conservação de informações necessárias à formação na criança da consciência de si mesma e do mundo. Verificoutambém que há obras que tendem mais a divertir e alegrar o leitor, e outras com um propósito de educação moral e de 
valores, podendo também ambos os propósitos ser apresentados num mesmo livro. A esse tipo de elementos constantes 
nos livros infantis damos os nomes de literatura realista e fantasista, que levou você a refletir sobre as diferenças entre 
a literatura como arte literária e a literatura como instrumento pedagógico. Esse assunto é de suma importância na 
sua formação como professor de língua portuguesa, dado o seu posicionamento frente às obras literárias que deverá 
escolher para leitura com seus alunos, e a necessidade de estar sempre identificando os traços do pensamento mágico 
e do pensamento lógico em diferentes obras literárias dedicadas ao público infantojuvenil.
FINALIZANDO
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ABRAMOVICH, Fannny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 3. Ed. São Paulo: Scipione, 1993.
BETTLLHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
CIDADE DE LEITORES explora os Contos de fadas - parte 1. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pvw3kEB7IVo>. 
Acesso em: 14 fev. 2015. 
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: Texto-Análise-Didática. São Paulo: Moderna, 2000.
HUNT, Peter. Crítica, Teoria e Literatura Infantil. Tradução de Cid Knipel. São Paulo: Cosacnaify, 2010.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª ed. 13ª impressão. São Paulo: Editora Ática, 2008.LEITURA 
para bebê. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KOv6_HetY7k>. Acesso em: 14 fev. 2015. 
MATTOS, L. H. dos S. Contos de fadas. Disponível em: <http://guaiba.ulbra.tche.br/pesquisa/2006/artigos/letras/122.pdf>. 
Acesso em: 14 fev. 2015. 
MONTEIRO LOBATO. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=irnAK-cXev8>. Acesso em: 14 fev. 2015. 
MORAES, W.C.M; GOMES, M.R; CASTRO, E.F. Fantasia e Realismo na Literatura Infantil. Disponível em: <http://www.prp2.ueg.
br/sic2010/fronteira/arquivos/trabalhos_2009/linguistica_letras_e_artes/sic/fantasia_e_realismo.pdf>. Acesso em 14 fev. 2015.
MORTATTI, M. do R. L. Leitura crítica da literatura infantil. Itinerários, Araraquara, v. 17, p. 179-187, 2001. Disponível em: 
<http://seer.fclar.unesp.br/itinerarios/article/viewFile/3458/3222>. Acesso em: 14 fev. 2015. 
OLIVEIRA, C.M. A importância do maravilhoso na literatura infantil. Disponível em: <http://www.graudez.com.br/litinf/marav.
htm>. Acesso em 14 fev. 2015. 
REFERÊNCIAS
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Ideologia burguesa: conceito originalmente utilizado por Karl Marx para descrever a ideologia da classe social burgue-
sa no século XIX. Para Marx, a ideologia burguesa foi um produto da sociedade capitalista, suas condições materiais de 
produção, suas relações sociais e econômicas. Para ele, esse tipo de ideologia escondeu as condições reais de traba-
lho, mas foi necessária para alterar as condições materiais de produção.
Fruição: s.f. Ação, desenvolvimento ou efeito de fruir. Ação de aproveitar ou usufruir de alguma oportunidade. Utilização 
prazerosa de algo; gozo. (Fonte: <http://www.dicio.com.br/fruicao/>)
Cerceada: cortada, retirada, aparada, diminuída, restrita.
Mediada: intermediada, discutida. 
Plenitude: s.f. Condição daquilo que está completo, inteiro; que se apresenta em sua totalidade ou integralmente: a 
beleza em sua plenitude. (Fonte: <http://www.dicio.com.br/plenitude/>)
GLOSSÁRIO
GABARITO
Questão 1
Resposta: O aluno deverá relembrar que os estudos da Psicanálise asseguram que os significados alegóricos presentes 
nos contos maravilhosos estão ligados aos perpétuos dilemas do homem em relação ao seu amadurecimento emocional. 
Por isso a necessidade da criança em defender sua vontade e sua independência, sendo os contos de fadas e o 
maniqueísmo neles existente decisivos para que essa formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua 
volta se dê de forma tranquila e coerente. O maniqueísmo presente nas personagens boas e más, belas ou feias, 
poderosas ou fracas, permite que a criança compreenda os valores básicos da conduta humana ou convívio social: 
categorias de valor perenes.
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Questão 2
Resposta: Alternativa E.
Justificativa: Em todos os itens, podemos visualizar a capacidade da literatura em favorecer a educação no sentido de 
divertir ensinando, numa leitura de poemas sonoros, por exemplo. Também se dá, pela leitura dos livros literários para 
crianças, a descoberta desse universo poético e fictício presente nas obras literárias, o que proporciona o conhecimento 
da consciência de mundo e o estabelecimento da relação entre o universo literário e o mundo interior da criança, o que 
facilita a ampliação da cultura e da consciência individual.
Questão 3
Resposta: Alternativa B.
Justificativa: As histórias primordiais representavam a realidade social, retratando os problemas internos e externos 
que angustiavam o homem, não sendo restritas ao universo infantil, uma vez que eram produzidas por adultos para os 
adultos. Desse modo, as histórias primordiais foram aos poucos adaptadas por escritores, que mantiveram seu poder 
de sedução, surgindo assim os contos de fadas.
Questão 4
Resposta: O aluno deve ser capaz de inferir e responder algo em torno de: o desenvolvimento infantil pela leitura desde 
cedo proporciona a magia, desperta para o encantamento, estimula a socialização. Além disso, desenvolve a atenção, 
ensina a disciplina, amplia a imaginação, contribui na organização da fala.
Questão 5
Resposta: O aluno deverá inferir que, na análise de textos infantis, para posterior escolha da leitura dos mesmos em 
sala de aula, não se deve ligar a obra, de maneira radical, a problemas sociais, étnicos, econômicos e políticos graves 
e que não estão ao alcance da consciência do novo leitor, pois corremos o risco de fazer com que a literatura infantil e 
juvenil perca suas características de literariedade, a partir do momento em que passa a ser tratada como simples meio 
de transmitir valores, ou é lida em função de seus estereótipos sociais. (Adaptada de COELHO, 2000, p. 58)

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