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Teoria dos Grafos Rodrigo Machado com adaptações de Tadeu Zubaran rma@inf.ufrgs.br tkzubaran@gmail.com Instituto de Informática Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil http://www.inf.ufrgs.br Grafos bipartidos Um grafo simples G = (V, E) é bipartido sss V = V1 ∪ V2 onde • V1 ∩ V2 = ∅ (conjuntos disjuntos) • V1 e V2 são ambos conjuntos independentes de vértices de G (não há arestas ligando diretamente dois vértices em V1 ou dois vértices em V2) Intuição: um grafo bipartido é aquele onde toda aresta conecta um vértice em V1 a um vértice em V2. Exemplo: A B C D E F V = {A,B, C,D, E, F} V1 = {A,B, C} V2 = {D, E, F} 2/8 Grafos bipartidos completos Definição: um grafo bipartido é bipartido completo quando possui todas as arestas possíveis entre os nodos. Notação: Km,n (onde m e n são as cardinalidades dos conjuntos de vértices) Exemplo: K2,3 • • • • • 3/8 Grafos k-partidos Um grafo simples G = (V, E) é k-partido sss V = V1 ∪ V2 ∪ . . . ∪ Vk onde • V1 a Vk são todos disjuntos entre si (par a par) • V1 a Vk são todos conjuntos independentes de vértices de G Intuição: extensão da noção de grafo bipartido para n classes de vértices. Exemplo: (grafo tripartido) A B C D E F V = {A,B, C,D, E, F} V1 = {A,B} V2 = {D, E} V3 = {C, F} 4/8 Grafos bipartidos: exercício Exercício: verifique se os grafos com as seguintes topologias são bipartidos ou não. • nulo • completo • caminho • círculo • grade • estrela • roda • k-cubo 5/8 Caracterização de grafos bipartidos Lema: todo passeio fechado p de tamanho ímpar contém um ciclo c de tamanho ímpar. Demonstração: por indução no tamanho de p • caso base: (tamanho 3 em grafos simples). Tome p como c. • passo indutivo: Pela hipótese indutiva, a propriedade vale para todo p′ onde |p′| < |p|. Duas possibilidades para p: ◦ p não contém vértices repetidos (desconsiderando os pontos iniciais e finais). Nesse caso, tome p como o ciclo ímpar c. ◦ p contém uma repetição de vértice em v. Portanto, v divide o caminho fechado em dois subcaminhos fechados q e q′. Como p possui tamanho ímpar, temos que um dos subcaminhos fechados (digamos q) possui tamanho ímpar, sendo que |q| < |p|. Pela hipótese indutiva, q possui ciclo ímpar. 6/8 Caracterização de grafos bipartidos (2) Teorema: (König, 1936) um grafo é bipartido sss não contém nenhum ciclo de tamanho ímpar. Demonstração: (⇒): se G é bipartido, o conjunto de vértices é divisível em dois conjuntos independentes V1 e V2. Logo, todo passeio alterna entre nodos de V1 e V2. Portanto todo passeio fechado precisa percorrer um número par de passos. Logo, G não contém ciclos de tamanho ímpar. (⇐): G não contém ciclos de tamanho ímpar. Vamos mostrar que todo componente conexo de G pode ter seus vértices divididos em dois conjuntos independentes. Tendo isso, podemos compor uma bipartição de G. Seja H um componente conexo de G, e u um nodo u ∈ V(H). Considere a distância d(u, v) para cada v ∈ V(H), e classifique os nodos de H em dois subconjuntos: X = {v | d(u, v) par } e Y = {v | d(u, v) ímpar }. Se houvesse alguma aresta e = {a, b} interna a X ou Y, haveria um passeio de tamanho ímpar u, . . . , a, b, . . . , u. Pelo lema do slide anterior, esse passeio teria um ciclo ímpar (contradição). Logo, não há aresta interna a X e a Y, e portanto ambos são conjuntos independentes, onde X ∪ Y = V(H). 7/8 Grafos bipartidos e k-partidos
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