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9 Texto Informativo Opinião Resenha

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9 - TEXTO INFORMATIVO - OPINIÃO - RESENHA
Comunicação e Expressão – Profª Denise Duarte
Texto de informação
Vamos começar nossa prática observando um gênero de linguagem: o texto de informação. A informação é uma qualidade presente em todo texto, por ora, ela nos serve como um primeiro divisor de águas. Podemos dizer simplesmente que o texto de informação é aquele que tem como objetivo primeiro informar o leitor. 
Texto 1
Tem quadra e raquete, mas não é tênis. Tem rede e set de 15 pontos, mas não é vôlei. Tem peteca, mas não é tamboréu. É badminton, um divertido jogo que, apesar de ainda pouco difundido no Brasil, é praticado por milhares de pessoas em mais de 100 países, principalmente na Inglaterra, Dinamarca e nos países asiáticos. E mais: aprovado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), o badminton será disputado ofi​cialmente nos próximos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, com premiação em quatro categorias.
A história conta que, por volta de 1870, oficiais da Marinha britânica descobri​ram, na Índia, um jogo chamado poona. Levado para a Inglaterra — mais especificamente para a cidade de Badminton, o jogo ganhou adeptos, regras e o nome que o acompanha até hoje. No Brasil, o badminton vem ganhando destaque desde 1984, com a criação da Associação Paulista de Badminton, filiada à IBP (International Bad​minton Federation), entidade internacional que existe desde 1934.
O badminton é disputado em uma quadra de 13,4m de comprimento por 6,1m de largura, dividida por uma rede de 76 cm fixada a uma altura de 1,55m. Usa como uma levíssima peteca, agilmente golpeada no jogo por raquetes, mais leves e mais longas que as usadas no tênis — devem medir entre 64 e 67 cm e pesar de 90 a 140g. A peteca tem 8,8 cm de comprimento e pesa entre 4,73 e 5,5 g. A melhor é feita com penas de ganso, mas é cara — custa cerca de 1 dólar — e dura muito pouco — em média, um set. A peteca de nylon é a opção mais barata e durável. O uniforme dos jogadores de badminton é predominantemente branco (70%), no melhor estilo tenista. No Brasil, a regra ainda não é obrigatória, mas deve se tornar oficial no próximo ano.
Também como no tênis, o badminton pode ter partidas individuais ou de duplas. O objetivo do jogo é devolver a peteca para o lado adversário, tentando fazer com que ela caia no chão, dentro dos limites da quadra. 
Sônia de Castilho, Badminton
Obs.: Brasil - medalha de ouro no Pan-americano de 2007
Texto de Opinião
O texto de opinião também transmite informações ao leitor ─ mas as informações transmitidas nele estão a serviço da opinião ─ podem mesmo servir de provas, em defesa da opinião defendida.
A defesa de uma opinião ─ e todos nós sabemos disso a partir do sim​ples do fato de que falar é estabelecer um ponto de vista sobre o mundo ─ pressupõe argumentos ou provas. Podemos resumir essa questão com um slogan: Afirme e sustente! 
Texto 2
Sempre me intrigou o fato de que os melhores alunos terminam não repetindo o sucesso escolar vida afora e, ao mesmo tempo, que as pessoas de grande êxito em suas atividades foram, frequentemente, maus alunos, ou pelo menos nada brilhan​tes. Não são inquietações que me surgiram agora, mas já na época de estudante.
Nessa mesma época, de estudante secundário, comecei a sentir um profundo incômodo com a vida estudantil. Quando criança, tinha muito prazer em ir ao colégio, em aprender aquelas coisas novas todo dia, em resolver mistérios. A educação é o mecanismo de inserção mais poderoso que há: com ela, penetramos no mundo e nos sentimos participantes da nossa realidade. A grande parede de ignorância que nos barra da compreensão do universo vai aos poucos sendo derrubada.
Mas, em um certo momento, lá pelo fim do primeiro grau, o encantamento se quebrou. Não sei se eu é que perdi a ingenuidade, ou se foi a escola que mudou, mas ficou tudo esquemático, mecânico e completamente broxante. A relação com o professor, que antes era de companheirismo e admiração nessa viagem de descobrimento, virou burocrática e antagonística. Pairava no ar o reconhecimento mútuo de que entrávamos em um teatro, onde mestres e pupilos eram atores secundários e o papel principal ficava a cargo da mediocridade, a se infiltrar e dominar tudo. Ela dita​va que o nosso papel ali era de fingidores: o professor fingia estar ensinando e se interessando pela inteligência de seus alunos, e o aluno fingia estar aprendendo e ab​sorvendo conhecimentos que lhe seriam úteis.
No fundo, todos sabiam que grande parte do que se ensinava ali era inútil e desinteressante, mas, enfim, caía no vestibular, então o que é que se havia de fazer, né?
(...)
Por isso é que os bons alunos não raro têm vida escolar apagada, e os maus alunos se saem bem: fora das paredes da escola, o espírito crítico, a imaginação e a vontade de fazer diferente são fatores indispensáveis ao sucesso.
O que só comprova a impressão de que colégios viraram exatamente aquilo que eram criados para combater: templos da gratificação da mediocridade e da mesqui​anharia; fortalezas que massacram aquilo que há de espontâneo nos jovens, e os “preparam para a vida”, dando-lhes a garantia de sobrevivência que é, ao mesmo tempo, garantia de uma vida sem saltos, voltas, dúvidas, explosões, entusiasmos, descobertas, angústias e fascínios. Tudo, enfim, que faz com que a vida valha a pena.
P.S. Antes que o tradicional espírito de porco pergunte se me imagino um gênio incompreendido, confesso que passei minha temporada escolar perseguindo notas altas e me empenhando em ser o melhor da classe, mesmo sabendo a falência moral que isso significava. O que só me entristece e envergonha.
Gustavo Ioschpe, Por que a escola não serve pra (quase) nada.
Texto de Informação + Opinião
Vamos agora ler outro texto de informação, um pouco mais comple​xo que o anterior. Enquanto o primeiro era apenas um “manual de instruções” de um esporte, o que se segue trabalha com informações que mexem dire​tamente com um sistema de valores, provocando no leitor uma reação opinativa. Exemplo típico do jornalismo informativo contemporâneo.
Texto 3
lracemápolis é uma pacata cidade de 15.000 habitantes, a 160 quilômetros de São Paulo, que se gaba de contar nos dedos de uma mão o número de presos que cumprem pena: são apenas três. A violência é Coisa tão rara lá que nem che​ga a dar trabalho para os dezesseis ho​mens do efetivo da Polícia Militar. Em todo este ano, foram registrados apenas sete roubos. Ainda assim, lracemápolis deixou-se contaminar pelo mesmo pavor que afli​ge as metrópoles e tomou uma providên​cia inusitada para manter a bandidagem longe de suas ruas. Nos próximos meses, será a primeira cidade inteiramente cerca​da de que se tem notícia no país. O prefei​to Cláudio Consenza está tocando uma obra para isolar todo o perímetro urbano das rodovias que margeiam o município. E um alambrado de 2,5 metros de altura construído ao redor de toda a área habi​tacional, num percurso de quase 9 quilô​metros. 
“Quero transformar a cidade num grande condomínio fechado”, diz Consenza “Só assim será possível man​ter a qualidade de vida que temos aqui e - futuros problemas de segurança.”
Quando a obra, orçada em 300.000 estiver concluída, no início do próximo ano, ninguém entrará ou sairá de Iracemápolis As entradas do município receberão portais com guaritas de segurança monitoradas por câmaras de vídeo 24 horas por dia, ligadas a uma central da Policia Militar. Por enquanto, a cerca ocupa um trecho de 500 metros e divide um bairro de classe mé​dia de uma movimentada rodovia, a SP 151. Foi exatamente ali que aconteceu o último e mais violento roubo registrado no município, há dois meses. O aposen​tado José da Silva saía de casa para uma caminhada quando foi surpreendido por dois assaltantes armados que leva​ram sua caminhonete zero-quilômetro e o fizeram refém por uma hora sob a mira de um revólver. Hoje, a cerca passa bem em frente a sua casa. “Estamosbem mais protegidos agora”, diz ele.
A ideia de viver em condomínio fe​chado está sendo levada a sério pelos mo​radores. Eles não dão a mínima importân​cia ao fato de lracemápolís mais parecer uma cidade medieval murada, uma ilha separada do mundo real por um alambra​do. Alguns hábitos já começaram a mudar no cotidiano das pessoas que vivem do lado de dentro da cerca. Até bem pouco tempo atrás, raramente se viam crianças nas ruas nas áreas próximas às rodo​vias. Hoje, os pais deixam que elas brin​quem tranquilamente por ali. 							(Rachel Verano, Iracemápolis)
Vejamos o assunto do texto, empregando 39 palavras:
A prefeitura de Iracemápolis, interior de São Paulo, está erguendo um alambrado em torno da área urbana. Quando ficar pronto, ninguém entrará na cidade despercebido. Em toda parte haverá câmaras conectadas à Polícia Militar. Os moradores aprovam o projeto.
O assunto pode ser resumido de forma mais direta ainda, em apenas 27 palavras.
A prefeitura de Iracemápolis, São Paulo, cercará a cidade por um alambrado e colocará câmeras de vídeo ligadas à Polícia Militar, para proteger a cidade da violência.
Resumo feito pelo computador
		“Quero transformar a cidade num grande condomínio fechado”, diz Consenza “Só assim será possível man​ter a qualidade de vida que temos aqui e - futuros problemas de segurança.”
Quando a obra, orçada em 300.000 estiver concluída, no início do próximo ano, ninguém entrará ou sairá des​de Iracemápolis As entradas do município receberão portais com guaritas de segurança monitoradas por câmaras de vídeo 24 horas por dia, ligadas a uma central da Policia Militar. 
Alguns hábitos já começaram a mudar no cotidiano das pessoas que vivem do lado de dentro da cerca. Até bem pouco tempo atrás, raramente se viam crianças nas ruas nas áreas próximas às rodo​vias. 
ARTIGO DE OPINIÃO
 Artigos de opinião publicados em jornais, revistas, sites discutem questões polêmicas que afetam um grande número de pessoas. Além de exigir o uso da argumentação, supõem a discussão de problemas que envolvem a coletividade. Compreender artigos de opinião, portanto, é uma forma de estar no mundo de um modo mais inteiro, menos passivo, menos alienado.
 Entender o ponto de vista do outro e dialogar com ele, concordando ou discordando, defender as próprias opiniões de forma sólida e convincente nos torna sujeitos da nossa própria história.
 Inicialmente, é necessário saber qual deve ser o conteúdo de um artigo de opinião. Observe as afirmações abaixo:
A Terra gira em torno do Sol. 
A bactéria é um ser vivo. 
O filme Cidade de Deus concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mas não ganhou. 
O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei que estabelece novos critérios de acesso ao ensino universitário.
	Veja que as duas afirmativas iniciais são verdades científicas, portanto não cabe contestá-las ou argumentar a favor ou contra. Já as outras duas dão conta de fatos ocorridos, diante dos quais também não cabe nenhum tipo de contestação. Assim, nos quatro exemplos temos fatos que não podem ser refutados. Entretanto, em relação aos últimos dois fatos, podemos considerar: foi justo ou injusto o Brasil ter perdido o Oscar? O projeto encaminhado pelo governo é equivocado (ou necessário)? Diante dessas perguntas cabem contestações, refutações, opiniões diferentes. São afirmações que não dizem respeito a fatos inquestionáveis, mas sim opiniões. Em matérias de opinião, como cada um tem a sua, só é possível argumentar, sustentando sua posição com argumentos que são razões, evidências,
Se a questão apresenta abertura para posicionamentos diferentes é porque ela é uma questão controversa ou polêmica, certo? Há questões controversas que afetam um grande número de pessoas e há algumas que são particulares, pois interessam apenas a um número reduzido de pessoas. Estas dificilmente se tornariam tema de um artigo de opinião de um jornal; já, aquelas são o tema principal dos artigos de opinião que circulam em jornais e revistas, pois seus assuntos podem incidir sobre temas políticos, sociais, científicos e culturais, de interesse geral e atual. Normalmente essas questões surgem a partir de algum fato acontecido e noticiado.
Mas, em geral, os artigos de opinião contêm os seguintes elementos:
1) Contextualização e/ou apresentação da questão em discussão.
2) Explicitação da posição assumida.
3) Utilização de argumentos que sustentam a posição assumida.
4) Consideração de posição contrária e antecipação de possíveis argumentos contrários à posição assumida.
5) Utilização de argumentos que refutam a posição contrária.
6) Retomada da posição assumida e/ou retomada do argumento mais enfático.
7) Proposta ou possibilidades de negociação.
8) Conclusão (que pode ser a retomada da tese ou posição defendida).
Observe que esses elementos podem vir em qualquer ordem e nem todos precisam aparecer num artigo de opinião.
Veja algumas questões controversas discutidas atualmente:
- A descriminalização do aborto. 
- A restrição da propaganda de bebidas alcoólicas no Brasil. 
- A maioridade penal deve ser reduzida?
Veja como essa estruturação é feita analisando a opinião sobre a descriminalização do aborto:
(1) "Ninguém é a favor do aborto. A pergunta é: a mulher deve ser presa? Deve morrer?" A declaração é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Defensiva, retrata como é difícil debater a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação (há um projeto em tramitação no Congresso). Pertinente, traz indagações que merecem discussão.
 (2) Lula tem razão quando diz que ninguém é a favor do aborto. Colocar a discussão nesses termos é transformar num Flá-Flu um grave problema de saúde pública que atinge sobretudo os mais pobres. É simplificar nuances legais, morais, éticas, religiosas.
(3) Segundo dados do Ministério da Saúde, 220 mil mulheres procuram hospitais públicos por ano para tratar de sequelas de abortos clandestinos. Há estimativas extraoficiais de que sejam realizados mais de um 1 milhão de abortos por ano no Brasil.
 (4) De 1941, a lei brasileira só permite a interrupção da gravidez em dois casos: se resultado de estupro e na hipótese de risco à vida da mãe. Fora disso, é crime. A pena pode chegar a três anos de prisão.
 (5) Os ministros José Gomes Temporão (Saúde) e Nilcéa Freire (Políticas para as Mulheres) defendem a discussão e a eventual aprovação no Congresso da legalização do aborto até 12 semanas de gestação --período até o qual, segundo cientistas, não há relação entre os neurônios.
(6) Juridicamente, a morte cerebral é entendida como o fim da vida. Os defensores da legalização do aborto até 12 semanas, por analogia, argumentam que a vida começaria com a atividade cerebral. Daí a proposta desse prazo-limite, já adotado em países que legalizaram a interrupção da gravidez.
 (7) Para o Vaticano e outro grupo de cientistas, a vida começa na concepção (fecundação do óvulo pelo espermatozoide). E essa vida dura até seu declínio natural. O papa, portanto, não admite aborto, inclusive nos casos previstos na lei brasileira. E também é contra a eutanásia.
(8) A Igreja Católica, o papa Bento 16 e qualquer cidadão contrário ao aborto têm o direito de defender seus pontos de vista e de lutar para que a legislação os contemple. As pessoas que desejam a legalização do aborto até 12 semanas de gestação também.
(9) Nenhuma das partes possui o direito de impor à outra o seu desejo. Numa democracia laica, essa decisão cabe ao conjunto da sociedade e aos legisladores _respeitando-se, sempre, o direito das minorias.
(10) Mais: não será a legalização (ou descriminalização) do aborto até 12 semanas que obrigará as seguidoras de Bento 16 a interromper a gravidez. Não parece razoável supor que o número de abortos vá aumentar ou diminuir em função dessa eventual alteração da lei.
(11) PesquisaDatafolha realizada em março mostrou que 65% dos entrevistados não desejam mudar a atual legislação do aborto. Ou seja, é mínima a chance de modificação via plebiscito. Ao longo do debate, talvez possa haver alteração desse quadro, mas não é o provável.
 (12) Seria possível, entretanto, mostrar que a ciência avançou a ponto de poder, por exemplo, detectar uma má-formação do feto que inviabilize a sua vida fora do útero. Nessa hipótese, é justo impor a gestação à mulher? Enfim, um plebiscito daria pelo menos a chance de a população ficar mais esclarecida.
 (13) Mas Bento 16 e a Igreja Católica não aceitam plebiscito. Acusam os defensores da descriminalização do aborto de serem defensores da morte. Dizem que são a favor da vida e ponto, despejando dogmas com cartesianismo fundamentalista.
 (14) Ora, interdição de debate não dá. Tampouco pressão política sobre o governo e o Congresso na base de ameaça de excomunhão.
Obs: os parágrafos foram numerados a fim de facilitar a explicitação do processo de leitura.
Podemos realizar uma leitura possível de um artigo de opinião utilizando a própria estrutura do texto, enunciada acima. 
Vejamos como a estrutura proposta se revela no artigo em questão: 
1) Nos parágrafos de 1 a 4 o autor apresenta a questão a ser discutida e contextualiza o tema em discussão, no cenário brasileiro;
2) Nos parágrafos 5 e 6, o autor explicita sua posição e argumenta a favor dela, utilizando o argumento de autoridade científica e jurídica;
3) No parágrafo 7, o autor considera a posição contrária à sua;
4) Nos parágrafos 8 a 10, o autor antecipa possíveis argumentos contrários à sua posição;
5) No parágrafo 12, o autor retoma sua posição;
6) No parágrafo 13, o autor propõe uma negociação e,
7) No parágrafo 14, ele retomada a tese (a dificuldade do debate sobre a descriminalização do aborto) e conclui.
Todo artigo de opinião discute uma questão polêmica de interesse da coletividade, a partir de um fato. Para tanto seu autor aponta a tese que defenderá e utiliza argumentos que a defendam; aponta a posição contrária à sua tese e argumentos dessa posição e a seguir refuta tal posição. Em seguida, sugere uma negociação, um acordo que mantenha sua tese e conclui afirmando sua posição inicial. Leia com atenção o quadro abaixo e observe como funciona. Lembre-se nem todas essas partes aparecem em todos os artigos de opinião. Esse é um modelo geral.
 
RESENHA
	Agora que já estudamos o artigo de opinião – um gênero textual que circula, como vimos, em jornais, revistas e sites objetivando discutir questões polêmicas que atingem um grande número de pessoas - passemos ao estudo da resenha: outro gênero textual também argumentativo e crítico que, além de circular em cadernos culturais de jornais e revistas, circula também nas Universidades com diferentes funções, das quais uma nos interessa: a função didática. 
Sendo assim, significa que resenhas são utilizadas pelos professores, como trabalhos solicitados aos alunos, uma vez que, como exercício de escritura, ela aciona várias competências, em especial as de compreensão leitura, de síntese e de avaliação crítica. 
A resenha nunca pode ser completa e exaustiva, já que são infinitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o objeto descrito. Deve-se proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção previamente definida. A importância do que se vai relatar numa resenha depende da finalidade a que ela se presta.
É uma redação composta de um resumo crítico que permite comentários, opiniões, comparação ou analogias com outras obras da mesma área e até de uma avaliação da relevância da obra lida, com outras do mesmo gênero. (MACHADO, 2004).
Imaginemos duas resenhas distintas sobre um mesmo objeto, o treinamento dos atletas para uma copa mundial de futebol: uma resenha destina-se aos leitores de uma coluna esportiva de um jornal; outra, ao departamento médico que integra a comissão de treinamento. O jornalista, na sua resenha, vai relatar que um certo atleta marcou, durante o treino, um gol olímpico, fez duas coloridas jogadas de calcanhar, encantou a plateia presente e deu vários autógrafos. Esses dados, na resenha destinada ao departamento médico, são simplesmente desprezíveis.
Numa resenha de livros para o grande público leitor de jornal, não tem o menor sentido descrever com pormenores os custos de cada etapa de produção do livro, o percentual de direito autoral que caberá ao escritor e coisas desse tipo.
A resenha crítica consiste na leitura, resumo e comentário crítico de um livro ou texto. Para a elaboração do comentário crítico, utilizam-se opiniões de diversos autores da comunidade científica em relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo de comparação com os enfoques, métodos de investigação e formas de exposição de outros autores. Desse modo, a resenha crítica é pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de quem a elaborou, ou seja, é a apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica, da disposição das partes, do método, de sua forma ou estilo e, se for o caso, da apresentação tipográfica, formulando um conceito do livro.
1. Conhecimento completo da obra, não se deve limitar à leitura do índice, prefácio e de um ou outro capítulo;
2. Competência na matéria exposta no livro, bem como a respeito do método empregado;
3. Capacidade de juízo crítico para distinguir claramente o essencial do supérfluo;
4. Independência de juízo; o que importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas opiniões, mas se foram deduzidas corretamente;
5. Correção, respeitando sempre a pessoa do autor e suas intenções;
6. Fidelidade ao pensamento do autor, não falsificando suas opiniões, mas assimilando com exatidão suas idéias, para examinar cuidadosamente e com acerto sua posição;
	Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas deve-se tomar muito cuidado, pois dependendo do lugar, pode-se fazer um livro mofar nas prateleiras ou transformar um filme em um verdadeiro fracasso. As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno.
Como fazer uma resenha?
Seguem algumas dicas para você fazer uma resenha descritiva de um texto escrito:
1) Leia o texto que serve de ponto de partida para a resenha. É o primeiro passo e o fundamental. A qualidade da sua resenha depende, em grande medida, da qualidade da leitura que você fizer desse texto. Se necessário, leia mais de uma vez. É bom ler atentamente: capa, orelha, indicações bibliográficas e, principalmente, não pular o prefácio. Todas as informações podem ser úteis para que se compreenda melhor o texto.
2) Enquanto se lê o conteúdo do livro propriamente dito, anote suas reações e impressões (o texto isto não parece claro, isto tem a ver com o item tal do nosso programa de curso, já li sobre isto em outro livro, será?, os fatos são confiáveis ou não? etc), e questões provocadas pela sua leitura. Tente também localizar o assunto e o objetivo da publicação, seu público-alvo, as ideias principais e os argumentos usados para defendê-las, a conclusão a que o autor chegou. 
3) Faça um resumo do texto. Selecione as ideias principais do autor do texto e monte outro texto, o seu. Mas cuidado: resumo não é cópia de alguns trechos do texto, com as palavras do autor. Resumo é um outro texto, um texto seu, em que você diz o que entendeu do texto, e quais são as ideias principais do autor. 
4) Eleja uma entre as principais ideias do texto. Todo texto contém várias ideias, que estão postas em uma hierarquia. Há ideias principais e há ideias secundárias, periféricas. Eleja uma ideia principal. 
5) Analise a ideia escolhida. Procure traçar quaissão os seus pressupostos, o que o autor pressupõe para formular essa ideia. Procure traçar também as suas implicações, as consequências que se pode retirar dessa ideia. Verifique quais as relações que a ideia central estabelece no texto. 
6) Emita um julgamento de verdade a respeito dessa ideia. Ela é verdadeira ou não? Se é verdadeira, por quê? Se é falsa, por quê? Procure responder a essas perguntas com outros argumentos que não os usados pelo autor do texto. É crucial que o julgamento seja "seu", e não uma mera reprodução do que o autor pensa. 
7) Faça tudo isso antes de começar a redigir o texto. Use um rascunho, se necessário. Apenas depois de resolvidos os passos de 1 a 5 é que você estará pronto para escrever o texto, e decidir sobre a sua organização. Não há ordem predeterminada: você pode começar o texto pela sua conclusão, e depois explicá-la para o leitor (em forma de análise) e terminar por uma apreciação mais genérica do texto (o resumo); ou você pode começar pelo resumo, passar à análise e, em seguida, ao julgamento; ou você pode misturar as três coisas. É você que decide.
8) Reescreva, reescreva e reescreva. É conveniente que alguém faça uma resenha da sua resenha e aponte o que tem de bom e o que necessitaria de revisão. Não se descuide de aspectos de ordem formal: ortografia, gramática e pontuação merecem ser muito bem tratadas.
Tipos de Resenha
	
	Há outros tipos de resenhas. A mais conhecida delas é a resenha acadêmica, que apresenta moldes bastante rígidos, responsáveis pela padronização dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se subdivide em resenha crítica, resenha descritiva e resenha temática.
	
	Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma produção completa:
Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar; 
Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado; 
Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo; 
Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado; 
Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico. 
Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc. 
Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador. 
Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de XXXX da Universidade Paulista (UNIP)” 
ESTRUTURA DA RESENHA CRÍTICA
Capa
Sumário
1- Introdução
2- Descrição do Assunto
3- Apreciação Crítica
4- Considerações Finais
5- Referências Bibliográficas
6- Anexos
Constam da resenha crítica:
a) uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto:
 - nome do autor (ou dos autores);
 - título completo e exato da obra (ou do artigo);
 - nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra;
 - lugar e data da publicação;
 - número de volumes e páginas.
Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão em capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua da versão original e o nome do tradutor (se for uma tradução).
b) uma parte com o resumo do conteúdo da obra:
 -indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.);
- resumo que apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral.
c) comentários e julgamentos sobre as ideias do autor e o valor da obra. 
	Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião de quem fez a resenha.
	
	Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples:
Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto; 
Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto; 
Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado; 
Mostre as fontes: Coloque as referências bibliográficas de cada um dos textos que você usou; 
Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do Curso de XXXX da Universidade Paulista (UNIP)”
	A resenha facilita o trabalho do profissional ao trazer um breve comentário sobre a obra e uma avaliação da mesma. Na introdução o acadêmico deve apresentar o assunto de forma genérica até chegar ao foco de interesse, ou ao ponto de vista o qual será focalizado. Uma vez apresentado o foco de interesse, mostra-se a importância do texto a fim de despertar o interesse do leitor. Nas considerações finais, deve-se apresentar as principais reflexões e constatações decorrentes do desenvolvimento do trabalho. As referências bibliográficas seguem a NBR-6023 de 2000 da ABNT sobre referências bibliográficas.
As críticas devem ser dirigidas às ideias e posições do autor nunca à sua pessoa ou às condições pessoais de existência. 
	Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.
	O objetivo da resenha é guiar o leitor pelo emaranhado da produção cultural que cresce a cada dia e que tende a confundir até os mais familiarizados com todo esse conteúdo. Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com os de crítica direta. 
	No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao erro de sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem se esquecer de argumentar em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”.
Bibliografia
FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristovão. Prática de texto para estudantes universitários. Petrópolis: Vozes, 2003. 11ª ed. (Capítulos 8,9,11 e 13)
FIORIN, José Luiz e PLATÃO, Francisco. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2004. (Lição 19)
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		9 - texto Informativo - Opinião - Resenha

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