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Processo de Administração e Gestão de Operações no Setor Público Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Fabiano Siqueira dos Prazeres Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin Estrutura da Administração Pública • Estrutura da administração pública · Apresentar a Estrutura da Administração Pública brasileira, por meio da Administração Direta e Indireta, em seu conjunto de entes e órgãos, incumbidos de realizar a atividade administrativa visando à satisfação das necessidades coletivas de acordo com os objetivos desejados pelo Estado. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre a Administração Pública no contexto de suas Estruturas. Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor tutor. ORIENTAÇÕES Estrutura da Administração Pública UNIDADE Estrutura da Administração Pública Contextualização Hoje as instituições Públicas vivem constantes mudanças de paradigmas, principalmente em relação às movimentações Políticas que assolam o País. O Brasil renuncia em muitos momentos à constituição e vive promulgando o partidarismo burocrático e criticista. Os Ministérios estruturais são trocados de mãos várias vezes em um único mandato republicano e com isso as ações efetivas e eficazes não se estabelecem, deixando o país vulnerável em relação à proposta de Desenvolvimento Econômico Nacional. 6 7 Estrutura da Administração Pública A organização do Estado é ditada pela Constituição Federal (CF), constituindo- se o Direito Constitucional, ao passo que a criação, a estruturação e a definição de competências dos órgãos da Administração Pública são definidas pela lei, constituindo o Direito Administrativo. (GOMES, 2006) Neste prisma, o Brasil, por ser um Estado democrático de direito, segue uma hierarquia de legislações, sendo a CF de 1998 a lei principal, a Carta Magna. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos do artigo 18 da CF, a saber: § 1º Brasília é a Capital Federal. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar- se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. A expressão Administração Pública é utilizada, mais comumente, em dois sentidos, sob a ótica dos executores da atividade pública, de um lado, e da própria atividade, do outro. De acordo com Freire (2004), a expressão é utilizada da seguinte forma: • Em sentido subjetivo, orgânico ou formal: ela designa os entes que exercem a atividade administrativa – pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos – incumbidos de exercer a função administrativa; • em sentido objetivo, funcional ou material: ela designa a natureza da atividade administrativa exercida pelos referidos entes, caracterizando a própria função administrativa, ou seja, representa uma das funções tripartites do Poder do Estado (legislação, jurisdição e administração). Em termos de organização e sistematização, pode-se esquematizar a organização do Estado e a organização da Administração da seguinte forma (SILVA, 2013): 7 UNIDADE Estrutura da Administração Pública a) Organização do Estado: • Divisão política do território (Federação); • Estruturação dos poderes (funções básicas); • Forma de governo (res publicae); • Modo de investidura dos governantes; • Direitos e garantias fundamentais; b) Organização da Administração: • Entidades; • Órgãos; • Agentes Públicos. Com relação ao exercício da atividade administrativa, a Administração Pública brasileira, considerando a amplitude territorial para exercê-la, é dividida em duas partes: a Administração Direta e a Administração Indireta. A Administração Direta corresponde à atuação pelo próprio Estado por meio de suas entidades estatais e seus órgãos. As entidades estatais são: a União, os Estados-Membros, os Municípios e o Distrito Federal. A União é dotada de soberania, as outras entidades são dotadas de autonomia política, administrativa e financeira. De acordo com Gomes (2006), a Administração Direta “[...] compreende todas as entidades e órgãos públicos diretamente ligados ao poder central, entendendo- se como poder central a União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal”. Para o autor, tais entidades “[...] encontram-se, portanto, exercendo, em caráter exclusivo, as funções essenciais à existência e manutenção do Estado (por exemplo: segurança pública, administração da justiça etc.)”. A Administração Indireta, por sua vez, é integrada por pessoas jurídicas de direito público ou privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica. São elas as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Essas entidades revelam-se, desse modo, como sendo uma forma indireta ou descentralizada de o Estado atuar em determinadas áreas ou funções não necessariamente privativas (por exemplo: correios e telégrafos, fiscalização de profissões regulamentas, atividades bancárias etc.). (GOMES, 2006) Quadro 1 – Administração Direta e Indireta Administração Direta Administração Indireta É quando a atividade administrativa, ou seja, a prestação dos serviços públicos é realizada pela União, estados- membros, Distrito Federal e municípios. É quando os serviços públicos são repassados e prestados pelas autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou empresas públicas. Fonte: elaborado pelo próprio autor. 8 9 A atividade administrativa pode ser centralizada (Administração Direta), desconcentrada (Administração Indireta) ou descentralizada (entidades terceiras), conforme Tabela 1: Tabela 1 - Atividade Administrativa Centralizada É quando a atividade administrativa é exercida diretamente pela entidade estatal. Desconcentrada É quando a competência para o exercício da atividade é repartida, dividida ou espalhada por diversos órgãos (ministérios, secretarias e outros órgãos despersonalizados). Descentralizada É quando a atividade administrativa é deferida a outras entidades dotadas de personalidade jurídica, seja por outorga legal, seja por delegação (contrato ou ato). Fonte: Rosa (2007) Da desconcentração, resulta a criação dos órgãos públicos, provenientes da aplicação obrigatória do poder (ou princípio) da hierarquia. A função atribuída para a entidade estatal é repartida inteiramente entre seus órgãos, estabelecendo- se subordinação interna. Da descentralização resulta a atribuição da função para outras entidades ou pessoas jurídicas ou físicas. (ROSA, 2007) Pertinente aos órgãos públicos, o professor Hely Lopes Meirelles bem ensina que se trata de centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação com atribuições específicas na organização estatal. Como partes das entidades que integram, os órgãos são meros instrumentosde ação dessas pessoas jurídicas, preordenados ao desempenho das funções que lhes forem atribuídas pelas normas de sua constituição e funcionamento. (MEIRELLES, 2002) Importante! Com relação ao conceito de agentes públicos, Meirelles (2002) cita que “[...] são todas as pessoas físicas incumbidas, defi nitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal”. Você Sabia? Para a correta compreensão, pode-se definir que funções são encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes, cargos são os lugares criados no órgão para serem providos de agentes, que exercerão suas funções. (SILVA, 2013) Há quatro espécies de agentes públicos: políticos, administrativos, honoríficos e delegados: • Agentes Políticos: titulares dos cargos estruturais da organização política do Estado; • Agentes Administrativos: são aqueles que mantêm com o Poder Público relação de natureza institucional e permanente, assujeitados hierarquicamente em regime funcional único; 9 UNIDADE Estrutura da Administração Pública • Agentes Honoríficos: compreendem os cidadãos que, precariamente, são convocados, nomeados ou designados para prestarem, em caráter precário (transitório), serviços ao Estado, por força de condições especiais, tais como honradez ou notória especialização técnica, sem qualquer vínculo ou contraprestação pecuniária; • Agentes Delegados: particulares designados para a execução ou prestação de determinadas atividades públicas, atuando em nome próprio, conta e risco, segundo normas, controle e fiscalização do Estado. (SILVA, 2013) Neste sentido, a Administração Pública exerce suas atividades administrativas por meio de suas entidades, órgãos e agentes públicos, conforme Quadro 2 a seguir: Quadro 2 – Entidades, órgãos e agentes públicos Entidades São pessoas jurídicas de direito público ou privado. Na organização política e administrativa brasileira, as entidades classificam-se em estatais (União, estados, Distrito Federal e municípios), autárquicas, fundacionais, empresas públicas e sociedades de economia mista. Órgãos Públicos São elementos sem personalidade jurídica, incumbidos da realização das atividades a que pertencem, por meio de seus agentes. Podem ser classificados quanto à sua posição estatal, estrutura e atuação funcional. Órgãos Independentes São originários da Constituição Federal e representativos dos poderes de Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), também chamados de órgãos primários do Estado. Nessa categoria, encontram-se as Corporações do Legislativo, as Chefias do Executivo, Tribunais de Judiciários e Juízos singulares e, ainda, o Ministério Público e os Tribunais de Contas. Órgãos Autônomos São os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes, tais como os Ministérios, as Secretarias de Estado e de Municípios e demais órgãos diretamente subordinados aos chefes de poderes. Órgãos Superiores São os que detêm o poder de direção, controle, decisão e comando, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico, como é o caso dos Gabinetes e Secretarias-Gerais, entre outros. Órgãos Subalternos São os que em predominância de atribuições de execução, com reduzido poder decisório, destinando-se à realização de tarefas de rotina. Órgãos Simples São os constituídos por um só centro de competência, ou seja, não há outro órgão incrustado em sua estrutura. Órgãos Compostos São os que reúnem, em sua estrutura, outros órgãos, nos quais as funções são desconcentradas, isto é, distribuídas em vários centros de competência. Órgãos Singulares São os que atuam e decidem por meio de um único agente, que é seu chefe e representante. Órgãos Colegiados São os que atuam e decidem por manifestação conjunta e majoritária de seus membros, como ocorre nas Corporações Legislativas e nos Tribunais. Agentes Públicos Agentes Públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Fonte: Adaptado de Freire (2004) 10 11 Criada para auxiliar a Administração Direta, a Administração Indireta tem por objetivos tão somente prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica. a) Prestação de serviços públicos: para prestar serviços públicos podem ser criadas quaisquer umas das quatro entidades, sendo que, quando se prestam serviços públicos, não se está competindo com a iniciativa privada. Exemplo: o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que tem por objetivo efetuar a reforma agrária no Brasil; b) Exploração de atividade econômica: para tal, só podem ser criadas Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista. Via de regra, quem explora atividade econômica são os particulares, mas, em dois casos, essa tarefa pode ser transferida para a Administração Pública. Conforme rege o artigo 173 da CF: primeiro, quando for necessária à segurança nacional; e, segundo, quando houver interesse coletivo. Exemplo: Caixa Econômica Federal (CEF), que tem por objetivo o financiamento habitacional (interesse coletivo) e prestação de serviços bancários (visa ao lucro). No âmbito da Administração Indireta, as Autarquias, em seu conceito legal, segundo o inciso I do artigo 5º do Decreto-Lei, são o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. São exemplos de Autarquias: o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o Banco Central do Brasil (BACEN), o Conselho Administrativo de Defesa da Economia (CADE), a UFRJ, UFMG, UNESP, OAB, CRC, CRM, CREA e CRA, entre outras. Ex pl or Conforme os ensinamentos de Rosa (2007), as autarquias podem ser classificadas segundo: • O ente instituidor: autarquias federais, distritais, estaduais e municipais; • A atividade que desempenhem: autarquias assistenciais, industriais, econômicas, previdenciárias, corporativas ou profissionais; • A estrutura que possuem: autarquias fundacionais ou corporativas; • A capacidade administrava que possuem: autarquias territoriais ou geográficas e de serviços ou institucionais. Existem algumas peculiaridades inerentes às autarquias, a saber: • Criadas, organizadas e extintas por lei específica (obrigatório lei para sua criação); • Personalidade jurídica de direito público; • Patrimônio próprio; 11 UNIDADE Estrutura da Administração Pública • Autonomia administrativa: elas são autoadministráveis (tomam decisões); • Autonomia financeira: possui valores próprios, que podem ser originados tanto da própria atividade, quanto do orçamento público (por exemplo: o INSS, que recebe tanto a contribuição previdenciária, como verbas oriundas da União); • Não possuem autonomia política: não podem, por exemplo, editar uma lei. Por isso, mesmo desvinculadas, submetem-se à Administração Direta; • Imunidade tributária sobre seu patrimônio, renda e serviços, vinculadas às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (art. 150, CF). As Fundações, por sua vez, são entidades oriundas do Direito Privado, que se caracterizam por um patrimônio personalizado e destinado a um determinado fim social. Vale ressaltar que as Fundações possuem as mesmas peculiaridades das Autarquias. Os fins a que se destinam as Fundações públicas são de caráter social, portanto, com finalidade não lucrativa. Por esse motivo, não poderá o Estado instituir Fundação quando pretender intervir no domínio econômico. O comum é que as Fundações se destinem às seguintes atividades: assistência social, assistência médica, assistência hospitalar, educação, cultura e pesquisa.(FREIRE, 2004) Observe alguns exemplos de Fundações públicas no âmbito federal: a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Casa de Rui Barbosa, Fundação Escola de Administração Pública e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Em tempo, deve-se esclarecer que há ainda as Fundações privadas, pertencentes ao Terceiro Setor, exemplos da Fundação Bradesco, Fundação Xuxa e Fundação Ayrton Senna, entre outras. Ademais, a Administração Pública, com o intuito de dar mais eficiência ao exercício da atividade administrativa, criou as Agências Reguladoras e Executivas. As Agências Reguladoras são autarquias em regime especial criadas com a finalidade de regulamentar, controlar e fiscalizar as concessões e as permissões de serviços públicos exercidas por particulares. São organismos que se inserem na atual tendência regulatória do Estado em relação aos mercados e à atividade econômica e empresarial. (GOMES, 2006) Para tanto, possuem maior autonomia administrativa, considerando que seus dirigentes são garantidos por mandato fixo e possuem autonomia financeira. Também seguem as regras da Administração Pública. A função principal dessas agências é a de controlar a prestação de serviços públicos e o exercício das atividades econômicas, assim como a atuação das pessoas privadas que passam a executar tais serviços públicos sob o regime de concessão, inclusive sua adequação aos fins pretendidos pelo governo e às estratégias econômicas e administrativas que inspiram o processo de desestatização. 12 13 Vejam alguns exemplos de Agências Reguladoras: • ANATEL: Agência Nacional de Telecomunicações; • ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica; • ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; • ANS: Agência Nacional de Saúde; • ANP: Agência Nacional de Petróleo; • ANTT: Agência Nacional de Transportes Terrestres; • ANTAQ: Agência Nacional de Transportes Aquaviários; • ANCINE: Agência Nacional do Cinema; • ANA: Agência Nacional de Águas. Já as Agências Executivas correspondem ao atributo ou qualificação conferida a pessoas jurídica de direito público que celebre contrato de gestão com o objetivo de otimizar recursos, reduzir custos e aperfeiçoar a prestação de serviços públicos. Para Freire (2004): “como a medida que visa a melhorar a eficiência das entidades autárquicas e fundacionais, o governo federal inovou ao falar em autarquias e fundações qualificadas como agências executivas”. A Lei nº 9.649/98, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios da Administração Pública federal, prevê que será qualificada como agência executiva, mediante ato do Presidente da República, a autarquia ou fundação que tenha cumprido, conforme os artigos 51 e 52, os seguintes requisitos: a) Ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; b) Ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor. São exemplos de Agências Executivas o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), a Agência Nacional do Desenvolvimento do Amazonas (ADA), Agência Nacional das Águas (ANA) e Agência Nacional do Desenvolvimento do Nordeste (Adene), entre outras. Além das Autarquias, Fundações, Agências Reguladoras e Executivas, o Estado pode constituir Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas para prestação de serviços públicos ou a excepcional exploração de atividade econômica, desde que autorizadas por lei específica e submissas ao modelo disposto no direito privado. São designadas como empresas estatais ou empresariais e mantêm regime de dependência com o ente estatal que a criou. Ao mesmo tempo, possuem autonomia administrativa e financeira. (ROSA, 2007) 13 UNIDADE Estrutura da Administração Pública As Sociedades de Economia Mista são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei e constituídas nos termos da Lei n. 6.404/1976, a denominada Lei das S. A., com capital social misto, formado com recursos públicos e privados, pertencendo à Administração Pública a maior parte das ações com direito a voto. Vejam alguns exemplos de Sociedades de Economia Mista: Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), Banco do Brasil S.A. e Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras), entre outras. A Empresa Pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo do Estado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Vejam alguns exemplos de Empresas Públicas: Caixa Econômica Federal (CEF), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), entre outras. Não obstante suas similaridades, as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas possuem duas diferenças principais, conforme Quadro 3 a seguir: Quadro 3 – Principais diferenças Sociedades de Economia Mista Empresas Públicas Composição do Capital O capital das sociedades de economia mista é constituído por capital público e privado. Logicamente, para que se mantenha ajustada às suas diretrizes, a entidade criadora manterá o domínio da maior parte do capital votante, isto é, haverá sempre o controle público. O capital das empresas públicas é formado, unicamente, por capital público, ou seja, não se admite a presença de pessoas jurídicas ou físicas da iniciativa privada na composição do seu capital. Forma Jurídica Para as sociedades de economia mista, apenas é admitida a forma jurídica de sociedade anônima – S. A. (art. 5°, III do Decreto-Lei n° 200/67). Para as empresas públicas, admite-se qualquer das formas jurídicas previstas no direito (art. 5°, II do Decreto- Lei n° 200/67). Fonte: elaborado pelo autor Há ainda as denominadas entidades paraestatais que, para alguns autores, fazem parte do Primeiro Setor e, para outros, do Terceiro Setor. São os serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais e organizações da sociedade civil. Importante! Os serviços sociais autônomos, por exemplo, são todos aqueles instituídos por lei, com personalidade de direito privado, como o objetivo de ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais. Importante! 14 15 São entes paraestatais, de cooperação com o Poder Público, com administração e patrimônio próprios, revestindo a forma de instituições particulares convencionais (fundações ou associações) ou peculiares ao desempenho de suas incumbências estatutárias. (MEIRELLES, 2002). Paraestatal é uma palavra híbrida: “para” tem origem grega e signifi ca “ao lado de”; “estatal” é um adjetivo formado a partir da palavra latina status, que tem o signifi cado de Estado. Destarte, a palavra parestatal tem o sentido de “caminhar ou estar ao lado do Estado”. Ex pl or Vejam alguns exemplos: • SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; • SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial; • SESI – Serviço Social da Indústria; • SESC – Serviço Social do Comércio. 15 UNIDADE Estrutura da Administração Pública Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Para aprofundar seus conhecimentos, consulte os sites a seguir: Sites IBGE www.ibge.gov.br IBAMA www.ibama.gov.br SENAI SP www.sp.senai.br SESC SP www.sesc.com.br ANATEL www.anatel.gov.br FUNAI www.funai.gov.br FUNAI www.bacen.gov.br CADE www.cade.gov.br. 16 17 Referências BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília/DF:Senado, 1988. FREIRE, Elias Sampaio. Direito Administrativo: teoria e 1000 questões. 4.ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2004. GOMES, Fábio Bellote. Elementos de Direito Administrativo. Barueri: Manole, 2006. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 2.ed. São Paulo: Malheiros, 2002. ROSA, Marcio Fernandes Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2007. SILVA, Lauri Romário. Direito Administrativo. Caxias do Sul: Educs, 2013 17
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