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Triagem Neonatal TRIAGEM NEOANATAL Exames de Triagem Neonatal: - Biológica – Teste do Pezinho - Auditiva – Teste da Orelhinha - Ocular – Teste do Olhinho - Oximetria de Pulso – Teste do Coraçãozinho Desde a década de 60, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a importância da realização dos programas populacionais de Triagem Neonatal, especialmente nos países em desenvolvimento, além de criar critérios para a realização dos mesmos. No Brasil, desde 2001 foi implementado o Programa Nacional de Triagem Neonatal. Para que um defeito metabólico seja considerado importante para um procedimento de triagem, certos critérios devem ser observados, como orientado por documento da OMS: • não apresentar características clínicas precoces • permitir a realização de um teste de identificação com especificidade e sensibilidade altas • ser um programa economicamente viável • estar associado a uma doença cujos sintomas clínicos possam ser reduzidos ou eliminados através de tratamento • ter estabelecido um programa de acompanhamento clínico com disponibilização dos quesitos mínimos necessários ao sucesso do tratamento TESTE DO PEZINHO TRIAGEM NEONATAL BIOLÓGICA (TESTE DO PEZINHO) OBJETIVOS Prevenir o desenvolvimento de deficiências e o atraso no desenvolvimento psicomotor em crianças diagnosticadas no programa; Prevenir sequelas graves e/ou óbito através de detecção e intervenção em tempo oportuno. Idade ideal de coleta do 3º ao 5º dia de vida CARACTERÍSTICAS DA TRIAGEM NEONATAL Primeira etapa: teste de triagem propriamente dito Objetivo: triagem universal Atuação fundamental do obstetra e do pediatra (orientação prévia dos pais) Fatores que podem influenciar os resultados: idade inadequada para coleta (recomenda-se entre 3 e 7 dias de vida), prematuridade, dieta, transfusões e nutrição parenteral total CARACTERÍSTICAS DA TRIAGEM NEONATAL Segunda etapa: Busca ativa (acompanhamento do resultado e localização do recém-nascido e sua família ) Comunicar rapidamente os resultados alterados. Comunicar também os resultados negativos. Terceira etapa: Testes diagnósticos (identificar resultados falso-positivos). Encaminhar para tratamento. CARACTERÍSTICAS DA TRIAGEM NEONATAL Quarta etapa: Tratamento. Acompanhamento por equipes multidisciplinares. Aconselhamento genético: detecção dos portadores na família, risco de recorrência para outros filhos do casal e possibilidade de diagnóstico pré-natal em futuras gestações CARACTERÍSTICAS DA TRIAGEM NEONATAL Quinta etapa: Avaliação crítica e periódica de todas as etapas e componentes do sistema: - validação dos testes utilizados, - verificação da eficiência da busca ativa e intervenção, - verificação do benefício para o paciente, a família e a sociedade - verificação da cobertura populacional, dos tempos consumidos em cada etapa, - detecção dos obstáculos à realização precoce do diagnóstico e tratamento - verificação da eficácia do tratamento e das dificuldades encontradas para sua efetivação e manutenção - verificação do impacto dos diagnósticos sobre as famílias e dos efeitos da triagem na população American College of Medical Genetics (ACMG) - 6ª etapa: a educação dos profissionais e do público TESTE DO PEZINHO Os diferentes estados brasileiros encontram-se em distintas fases de implantação. Quanto maior a fase, maior o número de doenças triadas. Fase I:Hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria; Fase II:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e hemoglobinopatias; Fase III:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística. Fase IV: Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias, fibrose cística e hiperplasia adrenal congênita Fenilcetonúria Doença genética em que a criança não é capaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina existente em todas as formas de proteína da nossa alimentação (carne, leite, ovos, etc.). Com isso, a fenilalanina se acumula no sangue e em todos os tecidos. Este excesso provoca lesões graves e irreversíveis no sistema nervoso central (inclusive o retardo mental) e o seu tratamento precoce pode prevenir estas seqüelas. O tratamento consiste em uma dieta pobre em fenilalanina. Hipotireoidismo congênito Distúrbio causado pela produção deficiente de hormônios da tireóide, geralmente devido a um defeito na formação da glândula, ou a um problema bioquímico que ocorre na síntese dos hormônios tireoidianos. Os hormônios tireoidianos são fundamentais para o adequado desenvolvimento do sistema nervoso. A sua deficiência pode provocar lesão grave e irreversível, levando ao retardo mental grave. Se instituído bem cedo, o tratamento é eficaz e pode evitar estas seqüelas. Deve ser tratado através da administração oral de levotiroxina. Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias Alterações estruturais na hemoglobina que prejudicam o transporte de oxigênio através das artérias e veias. Isso pode levar à oxigenação deficiente do organismo. Em geral, são classificadas em dois grupos: doença falciforme e talassemias. As principais complicações clínicas da anemia falciforme são tratadas com as seguintes medidas profiláticas: antibióticos, suplementação de ácido fólico, nutrientes e rastreio de complicações. Os pacientes talassêmicos podem ser tratados através de um regime de transfusões, terapia quelante intensiva e esplenectomia, na tentativa de reduzir as necessidades de transfusão. Hiperplasia adrenal congênita As glândulas adrenais produzem diversos hormônios essenciais para o organismo. Para isso, elas dependem de enzimas específicas. Quando uma destas enzimas está ausente, ocorre um desbalanço na produção dos hormônios levando a insuficiência adrenal e hiperandrogenismo. Em meninas, isso pode levar ao aparecimento de caracteres sexuais masculinos (pêlos, aumento do clitóris) e, em ambos os sexos, podendo levar ou não a uma perda acentuada de K+ e ao óbito. O tratamento com corticóides pode reverter estes quadros, quando instituído precocemente. Medidas cirúrgicas auxiliam a recompor o aspecto anatômico da genitália nas meninas Fibrose cística É uma doença genética, que causa mau funcionamento do transporte de cloro e sódio nas membranas celulares. Esta alteração faz com que se produza um muco espesso nos brônquios e nos pulmões, facilitando infecções de repetição e causando problemas respiratórios e digestivos, entre outros. Apesar de ainda não ter cura, diversas medidas terapêuticas têm melhorado a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes afetados. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Realizado antes do teste como um instrumento para a educação dos pais Capacidade de extrair DNA do papel-filtro e realizar testes de DNA - é necessário que os pais saibam a destinação do material colhido de seu filho ATIVIDADES E RESPONSABILIDADES DO POSTO DE COLETA O profissional designado como responsável pela coleta em cada Posto é a pessoa que será acionada pelo SNTN toda vez que o contato com a família se fizer necessário. Geralmente é um profissional de enfermagem. Orientar Fazer a coleta e/ou orientar a equipe de coleta Administrar o armazenamento e estoques de papel filtro Administrar as remessas das amostras colhidas Garantir a documentação e registro das informações Arquivar os comprovantes de coleta ARMAZENAGEM DO PAPEL FILTRO As amostras de sangue só poderão ser coletadas em papel filtro fornecido pelo Serviço de Referência do Estado de Goiás O papel deve evitar o calor e a umidade. O material de coleta inclui (cartão de coleta, lancetase carta resposta) AMBIENTE DE COLETA Luvas de procedimento (não é necessário o uso de luvas cirúrgicas); Lanceta estéril descartável com ponta triangular de aproximadamente 2,0 mm; Recipiente (pissete) com álcool a 70% para assepsia; Algodão e/ou gaze pequena esterilizada; Papel filtro do PNTN REGISTRO DE DADOS NO PAPEL FILTRO A FICHA DE COLETA É UM DOCUMENTO LEGAL. QUEM O PREENCHE É O RESPONSÁVEL PELA PRECISÃO DAS INFORMAÇÕES ALI CONTIDAS. PROCEDIMENTO DE COLETA: ETAPAS LUVAS DE PROCEDIMENTO POSIÇÃO DA CRIANÇA ASSEPSIA ÁREA DA PUNÇÃO - ESCOLHA DO LOCAL: PUNÇÃO : Segure o pé e o tornozelo da criança, envolvendo com o dedo indicador e o polegar todo o calcanhar, de forma a imobilizar, mas não prender a circulação Material insuficiente é outra causa freqüente de devolução de amostras. COLETA DE SANGUE Despreze a primeira gota A superposição de camadas de sangue interfere nos resultados dos testes. VERIFICAÇÃO IMEDIATA PÓS- COLETA E SECAGEM DA AMOSTRA Temperatura Ambiente Isoladas Posição horizontal Temperaturas altas Ventilação forçada Local com manipulação de líquidos ou gases químicos Empilhamento de amostras Contato com superfícies AMOSTRAS ADEQUADAS Todas as informações solicitadas foram preenchidas. Todos os círculos estão totalmente preenchidos. A amostra tem uma cor marrom-avermelhado. A distribuição de material é homogênea. A amostra não apresenta coágulos, manchas e nem hemólise. A amostra não está arranhada, raspada ou amassada. Não há sinais de contaminação AMOSTRAS INADEQUADAS A quantidade de amostra coletada é insuficiente para realização de todos os exames A amostra aparenta estar amassada, raspada ou arranhada, inutilizando a padronização do papel filtro. A amostra ainda está molhada quando é enviada A amostra está concentrada, com excesso de sangue, prejudicando a padronização da quantidade de sangue na amostra A amostra está diluída, prejudicando a padronização da quantidade de sangue na amostra. A amostra está com o sangue hemolisado, apresentando anéis de soro, prejudicando a uniformidade da quantidade de sangue na amostra A amostra está com coágulos de sangue, prejudicando a uniformidade da quantidade de sangue na amostra. A amostra está contaminada, o que interfere nos resultados de alguns dos exames Não há sangue na amostra REQUISITOS PARA COLETA DE MATERIAL DO RN JEJUM ( não há necessidade ) IDADE MÍNIMA - Fenil-cetonúria TRANSFUSÃO - Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias PREMATURIDADE - sétimo dia de vida USO DE MEDICAMENTOS - Uso de medicamentos e presença de doenças não é fator restritivo para coleta TESTE DA ORELHINHA Tecnicamente chamado de teste de emissão otoacústica, foi implementado em 2010. É feito com equipamento especial que emite sons e verifica a resposta dos ouvidos ao estímulo. É um teste indolor, com duração de três a cinco minutos, que algumas vezes tem que ser repetido ou complementado. É realizado por um fonoaudiólogo e se o exame for normal assegura a mãe que o bebê não apresenta deficiência auditiva ao nascer e não por toda a vida. Não é fornecido pelo governo em todos os estados brasileiros. Pode ser realizado logo no segundo dia de nascimento, e de preferência ainda no primeiro mês de vida. TESTE DO OLHINHO Teste do reflexo vermelho, como parte do exame físico do RN para diagnóstico: Transtornos oculares congênitos e hereditários Deve ser realizado nas 1as 24 hs TESTE DO CORAÇÃOZINHO O Exame detecta a saturação de oxigênio no sangue do RN e pode identificar cardiopatias críticas. Realizado nas Maternidades. Verificar seu registro na Caderneta de Saúde da Criança TRIAGEM NEOANATAL Todos os resultados de Exames de Triagem Neonatal devem ser registrados na Caderneta de Saúde da Criança BIBLIOGRAFIA http://www.jped.com.br/conteudo/08-84- S80/port.asp?cod=1866 http://www.apaeaps.org.br/servicos/coleta.pdf
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