DIREITO EMPRESARIAL

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DIREITO EMPRESARIAL III
Professor: Rivalino Cardoso
rivalino@outlook.com
 
____________________________________AULA - 05
EMENTA 
Nota Promissória: 1. Conceito; 2. Legislação – LUG; 3. Classificação; 4. Elementos Pessoais 5. Requisitos Essenciais; 6. Aceite; 7. Endosso e Aval; 8. Modalidades de Vencimento 9. Protesto 10. Prescrição da Ação Cambial; 11.Diferenças para Letra de Câmbio. Duplicata: 1. Conceito; 2. Causalidade; 3. Saque; 4. Elementos pessoais; 5. Requisitos Essenciais; 6. Dinâmica - remessa, aceite e devolução; 7. Retenção; 8. Endosso. 9. Aval; 10. Protesto e Cobrança; 11. Triplicata; 12. Duplicata simulada; 13. Prescrição
5. NOTA PROMISSÓRIA
1. CONCEITO
Trata-se de uma promessa do subscritor de pagar quantia determinada ao tomador, ou à pessoa a quem esse transferir o título.
2. LEGISLAÇÃO
Aplica-se à Nota Promissória o mesmo regime jurídico da Letra de Cambio (L.U.G)
5. NOTA PROMISSÓRIA
3. Classificação
Quanto ao Modelo: Livre
Quanto à estrutura: Promessa de pagamento
Quanto às hipóteses de emissão: Abstrato* 
*mas se estiver vinculada a um contrato, a NT será um titulo causal, perdendo a autonomia. 
>Executoriedade 
>Perda da executoriedade:
 SUMULA 258 do STJ: 
“A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.”
5. NOTA PROMISSÓRIA
4. Elementos Pessoais
Seu saque gera 02 situações jurídicas:
Subscritor (sacador, emitente ou promitente)
Tomador
5. NOTA PROMISSÓRIA
5. REQUISITOS ESSENCIAIS
O art. 75 da LUG estabelece os requisitos essenciais :
Art. 75 - A nota promissória contém:
1 - Denominação "Nota Promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3 - A época do pagamento; 
4 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
5 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
6 - A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7 - A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
5. NOTA PROMISSÓRIA
6. Aceite 
Não se aplica
7. Endosso e Aval;
Mesmo regime jurídico da Letra de Câmbio
8. Modalidades de Vencimento
À vista
A certo termo de vista (prazo para apresentação: 01 ano)
A certo termo de data
Em dia certo
9. Protesto
Por falta de pagamento
5. NOTA PROMISSÓRIA
10. Prescrição da Ação Cambial 
3 anos contra o devedor principal
1 ano contra avalistas e endossantes
11.DIFERENÇAS PARA LETRA DE CÂMBIO
Inaplicabilidade das regras incompatíveis com a natureza de promessa de pagamento da nota;
Equiparação do subscritor da nota ao aceitante da letra;
Subscritor da nota é o avalizado, no aval em branco; 
A nota promissória a certo termo de vista vence depois de decorrido o prazo nela mencionado, a partir do visto.
5º CASO CONCRETO
Augusto emitiu uma nota promissória em favor de Bernardo, em 30.04.2006, sem constar a data para pagamento. Em 28.02.2007, o título foi apresentado para pagamento, o qual não foi realizado. A ação executiva, porém, foi intentada somente em 15.01.2010, e o devedor, citado, alegou a prescrição do título. 
Como juiz da causa, verifique se o prazo para apresentação do título foi respeitado e se realmente ocorreu a prescrição.
5ª QUESTÃO OBJETIVA
Assinale a alternativa que indica quais dos títulos de créditos abaixo não admitem aceite
A) Cheque e Nota de Crédito Comercial.
B) Cheque e Nota Promissória
C) Duplicata e Letra de Câmbio
D) Nota Promissória e Duplicata.
5. DUPLICATA
1. CONCEITO ( Lei 5.474/68)
É um título de crédito causal que tem origem de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços. Sempre será antecedida de uma fatura comercial (nota fiscal).
Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
§ 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará sòmente os números e valores das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias.
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
Dessa fatura, o vendedor poderá extrair a duplicata, que deverá ser apresentada ao devedor dentro de 30 dias de sua emissão, e este deverá devolvê-la nos próximos 10 dias, com sua assinatura de aceite ou declaração escrita esclarecendo por que não a aceita.
5. DUPLICATA
2. CAUSALIDADE
Somente poderá ser emitida para documentar o crédito nascido de compra e venda mercantil ou prestação de serviços. 
Na hipótese de saque de duplicata originada de operação diversa, esta perderá sua força cambial, salvo se posta em circulação à terceiros de boa-fé (LD, art. 25)
O art. 2ª da LD proibi que o vendedor emita qualquer outro título para documentar a operação comercial de compra e venda. O cheque e a nota promissória ainda são amplamente utilizados, pois são sacados pelos devedores.
“A duplicata mercantil é titulo de crédito causal no sentido de que a sua emissão somente pode ocorrer na hipótese autorizada pela lei: a documentação de crédito nascido da compra e venda mercantil” Fábio Ulhoa Coelho
5. DUPLICATA
3. Classificação
Quanto ao Modelo: Vinculados, devendo ser lançada em impresso próprio do vendedor.
Quanto à estrutura: Ordem de pagamento
Quanto às hipóteses de emissão: Causal
5. DUPLICATA
4. Elementos Pessoais
Seu saque gera 02 situações jurídicas:
Sacador (empresário: comerciante ou prestador de serviços)
Sacado (devedor)
5. DUPLICATA
5. REQUISITOS ESSENCIAIS
O art. 2, §1º da LD estabelece os requisitos essenciais :
§ 1º A duplicata conterá:
 I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
 II - o número da fatura;
 III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
 IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador;
 V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
 VI - a praça de pagamento;
 VII - a cláusula à ordem;
 VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
 IX - a assinatura do emitente.
5. DUPLICATA
6. Dinâmica:
REMESSA: A remessa da duplicata poderá ser feita pelo próprio vendedor ou por seus representantes, ou por intermédio de instituição financeira, ao comprador, na praça ou no lugar de seu estabelecimento, no prazo de 30 dias a partir de sua emissão.
Se for feita por intermédio de representantes, instituições financeiras ou procuradores, deverão apresentar ao sacado dentro de 10 dias , contados da data de seu recebimento na praça de pagamento.
Livro de registro de Duplicatas
5. DUPLICATA
			DEVOLUÇÃO E ACEITE
Duplicata a prazo poderá ser devolvida pelo sacado ao apresentante no prazo de 10 dias, contados da data de sua apresentação, devidamente assinada (aceite) ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta de aceite (art. 7 da lei 5.474/68).
O sacado nos 10 dias que seguem à apresentação pode reclamar a quantidade, qualidade e espécie.
O sacado somente pode deixar de aceitar a duplicata por um dos motivos elencados no art. 8 da lei 5.474/68: 
- avaria ou não recebimento das mercadorias;
- vícios, defeitos e diferenças na qualidade e quantidade, devidamente comprovados;
- divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
OBS.: o aceite tem a propriedade de desvincular a duplicata de sua causa. Ato cambiariforme, encerra uma declaração unilateral de vontade que gera a abstração.Uma vez exarado, o aceite torna-se irretratável, irrevogável e insuscetível de cancelamento - aceite ordinário.
5. DUPLICATA
Retenção: 
Havendo concordância expressa da instituição financeira, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, comunicando, por escrito, o aceite e a retenção - aceite presumido.
 O aceite presumido pode ocorrer ainda:
- duplicata não aceita ou protestada acompanhada de comprovação de entrega e recebimento das mercadorias (art. 15, II);
- duplicata não aceita e não devolvida haja sido protestada por indicação do credor ou do apresentante, acompanhada de comprovação a entrega e recebimento (art. 15, § 2º).
Endosso e Aval;
Mesmo regime jurídico da Letra de Câmbio e Nota Promissória.
5. DUPLICATA
10. Prescrição (Art. 18 da LD)
3 anos contra o sacado e seus avalistas
1 ano contra os endossantes e seus avalistas
1 ano a contar do pagamento, para ação regressiva em face dos coobrigados.
11. Protesto
Por falta de aceite, devolução ou pagamento
Prazo de 30 dias do vencimento
5. DUPLICATA
12. DUPLICATA SIMULADA 
É a duplicata sem lastro em compra e venda mercantil ou prestação de serviços ou em discordância com a quantidade e qualidade vendidos.
Trata-se de uma ação delituosa inserida no art. 172 do CP.
13. TRIPLICATA
É a reprodução da duplicata mercantil ou da prestação de serviços em caso de perda ou extravio (Lei 5.474/68, art. 23). Caso o sacador emita uma triplicata tendo o sacado pago a duplicata, este poderá entrar com uma ação para repetição de indébito.
5º CASO CONCRETO
Augusto, empresário do ramos de peças de automóveis, emitiu duplicata em face de seu Bernardo, pessoa física que comprou uma peça para uso próprio. Face à falta de aceite e a inadimplência de Bernardo, Augusto ingressou com ação executiva e, em defesa, foi alegado que o título foi emitido em operação estranha ao permissivo legal, portanto, indevida a ação executiva.
1. Em que casos são admissíveis a falta de aceite de uma duplicata?
2. A alegação de Bernardo procede?
5ª QUESTÃO OBJETIVA
Sobre a duplicata de prestação de serviços pode-se afirmar:
somente pode ser emitida por sociedades comerciais que prestem serviços; 
constitui documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto a efetiva prestação dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou;
constitui documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto somente a prestação dos serviços;
a fatura deverá discriminar somente o valor dos serviços prestados