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Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Farmácia Tinturas Homeopáticas Cristiani Walker Tintura-mãe O que é ? É o resultado da ação extrativa e/ou dissolvente, por contato mínimo e prolongado, de um insumo inerte hidroalcoólico ou hidroglicerinado sobre determinda droga vegetal ou animal, fresca ou dessecada, por meio de processos de maceração ou percolação Tintura-mãe Segundo a FHB II, trata-se da forma farmacêutica básica, pois é o ponto de partida para a manipulação das formas farmacêuticas derivadas; ! Designada pelos símbolos TM ou , dá origem , junto com inúmeras drogas, a todas as potências medicamentosas; Tintura-mãe Vegetais Animais Processos de obtenção Expressão ➢ I d e a l i z a d o p o r H a h n e m a n n , q u e o considerava o mais eficaz para obtenção de tinturas-mãe a partir de vegetais frescos; ➢ Consiste na redução e vegetais fresco em pedaços pequenos até formar uma pasta fina, envolvida depois em um pano de linho novo e prensadas para obtenção do suco; ➢ Este suco é imediatamento misturado com álcool alguns de boa e conservado em frasco âmbar por dias, para depois ser filtrado em papel qualidade. Processos de obtenção Maceração ➢ Consiste em deixar a droga vegetal ou o veículo extrator animal em contato com adequado, com agitação, por certo tempo; ➢ Os principais fenômenos envolvidos são a difusão e a osmose; ➢ O insumo inerte atua sobre a superfície celular exercendo sua estabelecim en to ação dissolvente até o de ig u aldade de concentração extracelulares. entre os líquidos intra e Processos de obtenção Maceração ➢ Tanto o volume do líquido extrator como a agitação são importantes na extração; Rompimento e Liberação das substância Volume de líquido extrator Entrada de líquido nas células Distribuição da droga Concentração ao redor das células Agitação Alteração do equilíbrio das concentrações Processos de obtenção Percolação ➢ Consiste em fazer passar o insumo inerte através da droga já umedecida, contida em um recipiente adequado, onde o líquido é continuamente deslocado de cima para baixo, até todo ativo solúvel ser esgotado; Processos de obtenção Expressão LIMITAÇÕES ➢ Por não ser adotado pela FHB, não tem significativa utilização na atualidade; Preparação a partir de vegetal fresco Lavagem com água corrente e enxágue com água purificada Encaminhamento ao laboratório e limpeza COLETA Secagem com pano limpo e seco Cálculo do resíduo Sólido (r. sol.) ➢ TM deverá corresponder a 10 vezes o percentual de r.sol. encontrado ➢ O teor desse resíduo pode ser obtido por aparelhos ou por técnicas mais simples, como o uso de estufas. 11 ! PROCEDIMENTO • Pesar 100g do vegetal limpo e rasurá-lo em pequenos fragmentos; • Colocar a amostra em cápsula de porcelana previamente tarada; • Levar à estufa até que o vegetal elimine toda a água e atinja peso constante em pesagens sucessivas; • Esse peso final corresponderá ao r.sol. do vegetal; ! Para as plantas que contém resinas, materiais voláteis e óleos essenciais, 50°C; a temperatura da estufa não deve ultrapassar ! Para as demais, a dessecação poderá ocorrer até 100°C; ! A seguir, calcular a porcentagem do r.sol. na amostra e arredondar o valor obtido, igualando-o ao numeral mais próximo encontrado na tabela abaixo: 12 Resíduo sólido Teor hidroalcoólico Até 25% Usar etanol a 90% (p/p) Entre 30 e 35% Usar etanol a 80% (p/p) Entre 40 e 50% Usar etanol a 70% (p/p) Para obter a quantidade final da TM, multiplicar o peso total do r.sol. por 10; ! Portanto, a relação droga/insumo inerte é de 1/10 (p/v), ou seja, 10%; ! A amostra do vegetal utilizada para para calcular o r.sol. deverá ser DESCARTADA! 13 14 r.sol encontrado = 30% Vegetal fresco disponível = 800g Se r.sol. = 30%, o insumo inerte a ser utilizado será etanol a 80%, conforme tabela. 30% de 800g = 240 g (r.sol. total do vegetal) 800g-240g = 560 g (quant. de água no vegetal) 240g x 10 = 2.400 g (quant. da TM a ser obtida)) Continua... 15 ! Logo, subtrair da quantidade final de TM a obter o teor de água que o vegetal contém, para chegarmos à quantidade de etanol a 80% (p/p) que será utilizada na preparação da TM: 2.400g de TM – 560g de água do vegetal = 1.840g de etanol a 80% ! Porém, o título hidroalcoólico da TM desse exemplo será diferente de 80%, porque a água contida no vegetal tornará o insumo inerte mais diluído (abaixo de 80%): O QUE FAZER ENTÃO? 16 ! 1.840 g de etanol a 80% contém, teoricamente, 20% de água e 80% de álcool absoluto, ou seja: 368 g de água e 1.472 g de álcool absoluto ! Então, basta um a regra de três simples para chegarmos ao título hidroalcoólico da TM a obter: 2.400 g 100% 1.472 g X X = 61,33% 17 ! A FHEUA admite variações de até ±15% nos teores etanólicos finais das TMs; ! Portanto, para o exemplo dado, os valores admitidos seriam de 51.86 a 70.45%; ! Para vegetais muito suculentos, mesmo que o r.sol seja inferior a 20%, deve-se considerá-lo como 20%, pois senão estaremos utilizando quant. Insuficiente de insumo inerte para extrair os princípios ativos e conservar a TM. Preparação a partir de vegetal fresco Maceração Deixar a mistura em recipiente em temperatura de 16 a 22°C Misturar com o volume calculado de álcool Vegetal fresco rasurado Filtrar e guardar o filtrado Agitar no mínimo 3 vezes ao dia por 20 dias Preparação a partir de vegetal dessecado ➢ Não é necessário calcular o r.sol., uma vez que a droga vegetal praticamente isenta de umidade; está ➢ Usa-se 10 partes do insumo inerte, indicado na monografia do vegetal, a partir de 1 parte da droga vegetal, resultando numa proporção de 1:10; ➢ Assim, tem-se uma equivalência entre a TM preparada a partir de vegetal fresco e a partir de vegetal dessecado; Preparação a partir de vegetal dessecado Maceração Deixar a mistura em recipiente em temperatura de 16 a 22°C Misturar com todo o volume calculado de álcool Vegetal dessecado Filtrar e guardar o filtrado Agitar no mínimo 3 vezes ao dia por 20 dias Preparação a partir de vegetal dessecado Percolação Vegetal Dessecado e reduzido a pó grosso ou semifino Colocar veiculo extrator (20% do peso da droga) Recipiente bem vedado Adicionar o insumo inerte em q.s. de acordo com o cálculo Transferir Homogeneamente para percolador Deixar em repouso por 4h Percolar após 24h Deixar repousar por 24h e filtrar com fluxo de 8 gotas/min. Preparação a partir de animal vivo, recém- sacrificado ou dessecado ➢ Pode ser usado o animal inteiro, partes ou secreções, com a monografia; de acordo ➢ O processo usado é a maceração, no qual se utiliza solução hidroalcoólica ou hidroglicerinada como insumo inerte; ➢ A proporção utilizada é de 1:20; ➢ Para órgãos e glândulas de animais superiores, evita-se o uso de álcool, pois este altera os componentes orgânicos; ➢ Para a preparação de TM a partir de insetos, são utilizadas misturas hidroalcoólicas; Preparação a partir de animal vivo, recém- sacrificado ou dessecado Maceração Deixar a mistura em recipiente, em refrigeração Misturar com 20 partes Droga animal fragmentada do insumo inerte para cada parte do animal Filtrar e guardar o filtrado Agitar no mínimo 3 vezes ao dia por 20 dias O principal Insumo inerte utilizado é a solução hidroglicerinada (1:1) Relação droga : insumo inerte = 1:20 (p/v) (5%). Acondicionamento e conservação da TM Frascos de vidro âmbar, bem fechados, ao abrigo de luz e calor; ! TM hidroalcoólicas: 16 a 22°C; TM hidroglicerinada: refrigeradas e com validade inferior a 6 meses; ! Pode ocorrer precipitações de resinas, mucilagens, amidos, sais,etc. ! O farmacêutico homeopata deverá fazer a troca das TM dentro de um prazo de acordo com a instabilidade que apresentam ( em geral 5 anos); ! Aconselha-se proceder o controle de qualidade das TM ao final de um ano. Se houver alterações como turvações,precipitação ou mudança descartada. nos caracteres organolépticos, a TM deverá ser Problemas que podem armazenamento: ocorrer durante o precipitações. Reações de oxidação, hidrólise e precipitação; Álcool – ácido acético ou aldeído acético. Pode ocorrer perda de álcool por evaporação da TM. TM com resinas, mucilagens e amido – Controle de qualidade da TM Propriedades organolépticas: - - - - - - Limpidez da Turvação; Odor; Cor; Presença de solução; corpo de fundo. Verificação do laudo técnico Rotulagem Nome científico da droga; Tintura-mãe por extenso ou sigla TM ou ø Farmacopeia utilizada na preparação; Data de fabricação, prazo de validade e lote; Estado da planta (seca ou fresca); Grau alcoólico; Volume. Parte utilizada; Atividade em aula ! Analise os dados a seguir: ! R. sol. encontrado = 20% Vegetal fresco = 1000g ! A partir desses dados, pergunta-se: 1. 2. 3. 4. 5. Qual Qual Qual Qual Qual o o o a teor teor teor de r. sol.? de água? hidroalcoólico a ser utilizado na preparação quantidade final de TM obtida? a quantidade de álcool que será usada na preparação? Qual o título hidroalcoólico da TM 6.
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